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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Quando você percebe que quase 60% dos jornalistas profissionais dos Estados Unidos já declaram, publicamente, que estão extremamente preocupados com a liberdade de imprensa naquele país e com os caminhos adotados pelos grandes veículos de comunicação, de fechamento e alinhamento com as teses da esquerda, é que o problema é deveras preocupante e pode culminar numa situação que ninguém jamais poderia imaginar.
Pensar que, justamente na terra da oportunidade e da liberdade, a censura e a limitação do pensamento se tornaram uma ameaça real, sobretudo para a grande parcela conservadora da população, é demasiado preocupante, pois pode, em curto espaço de tempo, abrir caminhos para perseguições e todo o tipo de cerceamento de opinião, levando aquele país a uma situação surreal e mesmo explosiva.
Essa verdadeira distopia histórica, até pouco tempo, era uma realidade cotidiana apenas em países periféricos e subdesenvolvidos, sujeitos a instabilidades políticas e submersos em ditaduras ferozes. Falar em censura nos Estados Unidos, onde a imprensa foi, desde sempre, os olhos e os ouvidos dos cidadãos, chega a ser um anátema. O pior é pensar que essa situação, que agora parece ameaçar os americanos – que por séculos conhecem e experimentam uma das mais sólidas democracias do planeta – poderá acontecer em outros países, com menores ou nenhuma tradição democrática, sobretudo na América Latina, que vive entre aberturas e fechamentos de regime. E olha que os americanos possuem, em sua retaguarda, um Legislativo e um Judiciário que se pautam fielmente pela Constituição, a mesma Carta que desde 1776 considera e leva a sério a opinião livre dos cidadãos.
Quando aqueles que transitam nos meandros do governo americano chegam a confessar sua preocupação com a tão respeitada liberdade de imprensa, é porque sabem do que estão falando e preveem um fechamento de opinião e ideias para os próximos anos, a não ser que haja uma reviravolta política naquele país. Muito se fala de sabotagens praticadas pela China e pela Rússia e de interferências indevidas nas eleições internas dos EUA, bem como do desejo que esses países nutrem de verem a América caminhando para seu colapso econômico e de braços abertos para as ideias do socialismo.
Caso os Estados Unidos um dia abracem as teses marxistas como modelo de Estado, a decadência econômica será então um processo natural, repetindo o que se vê em países que adotam esse tipo regime. Os profissionais de imprensa americanos, com mais tempo de serviço e, portanto, com mais experiência, são os que mais se sentem ameaçados e temerosos com a possibilidade das liberdades individuais e de ideias perderem o antigo fôlego, cedendo aos novos tempos de censura.
Nada menos do que 12 mil jornalistas daquele país foram entrevistados pelo Pew Research Center em 2022, o que cobre uma boa margem de profissionais dessa área, com resultados muito próximos da realidade. Enquanto isso, no Brasil, compramos alambrados.
A frase que foi pronunciada:
“A revolução comunista é a ruptura mais radical com as relações de propriedade tradicionais; não admira que seu desenvolvimento envolva a ruptura mais radical com as ideias tradicionais”.
Friedrich Engels
Elas
Leia, a seguir, a homenagem às mães composta pelo poeta Nonato Freitas.
–> O IMENSURÁVEL AMOR DE MÃE
NONATO FREITAS
Quando as tempestades fustigam a cabeça dos teus filhos, mãe, eu te vejo ainda mais guerreira, mais indômita, a carregar nos olhos de santa todo o fogo, toda a coragem, toda a argúcia da águia.
Em tua boca, mãe, vejo correr um manancial de leite e mel que adoça os lábios de teus filhos. Em tuas mãos cravejadas de amor, o cheiro de sândalo depura a alma e traz felicidade aos corações torturados dos teus rebentos.
Para iluminar as trevas dos caminhos por onde andam as criaturas geradas no teu ventre, a natureza plantou estrelas na palma dos teus pés.
No baú de minhas reminescências guardo os pincéis com que a noite esparramava o negrume das asas da Cabiúna em teus cabelos.
O tempo foi passando. E com ele, aos poucos, fui aprendendo a deslindar os mistérios da fiandeira a tecer, em sua faina diária e incansável, o fio da vida, a sábia lição do linho nas cordas do teu cabelo.
As palavras se exaurem, os signos se esfacelam quando destravo o ferrolho das portas do teu coração e toco neste amor incomensurável que dentro dele estremece como fagulhas do Céu.
Poucos falam a língua dos enigmas que se escondem nos subterrâneos do coração de uma mãe.
Quando o Onipotente resolveu inventar o tal do amor, um anjo, que nem torto era, apareceu e fez a seguinte pergunta: grande mestre, em que lugar do Paraíso o Divino vai esconder dos maus olhados tamanha preciosidade? Deus pensou, pensou, e em seguida deu a resposta: toda esta poderosa e fosforescente fonte de luz será trancafiada no fundo de um pequeno frasco cristalino. O recipiente ficará permanentemente protegido por uma legião de serafins, para que o anjo caído nunca se atreva a lográ-lo. E assim foi feito. E assim ficou escrito nas incendiadas pedras de jaspe. E Deus acrescentou: fica decretado que esses fundamentos são cláusulas pétreas.
Conforme lavrado em ata e passado em cartório, o termo celestial jamais, em tempo algum, será anulado ou sobre ele se levantará qualquer suspeição. Este frasco de amor total, perene e insubstituível, tem nome. É conhecido universalmente como coração de mãe.
Na luta
Defensores do Parque das Garças já arregaçaram as mangas. Começam a angariar verbas pela causa vendendo camisetas que, daqui a alguns anos, serão testemunhas da história de Brasília. Veja, a seguir, como fazer para obtê-las.
Boas mudanças
Nunca o povo brasileiro esteve tão informado depois do advento das redes sociais. Por essa razão, a deputada distrital Paula Belmonte deu um passo adiante das notícias e preparou uma capacitação para os líderes comunitários acompanharem os passos da Câmara Legislativa do DF. “O portal da Câmara Legislativa permite que as pessoas pesquisem as atividades de cada parlamentar. É possível, por exemplo, acompanhar a destinação de emendas ao orçamento, que nada mais é do que o dinheiro que a população contribuiu com seus impostos”, afirmou a deputada. Se o orçamento ganhou emenda, a verba paga com os impostos precisa ser revertida aos contribuintes em serviços.
História de Brasília
Com isto, o chefe da Casa Civil visa evitar o que vinha acontecendo: inúmeros funcionários transferidos vieram desgarrados de suas seções, e o Executivo continua no Rio e não em Brasília. (Publicada em 20.03.1962)
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“Imprensa é oposição, o resto é armazém de secos e molhados”, ensinava o Guru do Méier, Millôr Fernandes. E com muita razão. É com essa bandeira que deveriam se mover os principais órgãos informativos do país. Mas, infelizmente, não é isso o que acontece na maioria das vezes. Óbvio que ao não se posicionar, corajosamente e com independência, sobre a miríade de governos que vêm e vão, ao sabor dos ventos das eleições, quem primeiro perde é o cidadão, seguido dos próprios órgãos de imprensa e de seus profissionais que passam a experimentar o descrédito. Nada é mais fatal, para toda e qualquer mídia, do que o descrédito do cidadão.
O papel de estar em conformidade e em consonância com emanadas de determinados governos deve ser sempre restringido aos órgãos ditos chapa branca, que possuem o mister de defender essas posições. Para isso são criados e bem pagos, inclusive, com recursos oriundos dos pagadores de impostos, mesmo aqueles que não estão de acordo com o governo. É da democracia e tem funcionado assim na maioria dos países desenvolvidos. Ocorre que, nessas nações, a existência da fiscalização sobre os recursos públicos utilizados para fazer propagandas personalistas e de cunho político-partidário é eficiente e causa estragos aos que cometem esses delitos. Não é o caso do Brasil, onde a relação entre os Poderes de nossa República é, na maioria das vezes, organizado segundo quesitos de compadrio e de benefícios mútuos, ou seja, longe do interesse público.
Mesmo os órgãos que poderiam fiscalizar a ocorrência de abusos estão sob o comando de personagens oriundas desse pequeno mundo político e partidário, onde a elasticidade entre o que é ou não legal é infinita. Em governos de viés autoritários, como parece ser o caso atual e de outros do nosso passado recente, as secretarias de comunicação do Executivo e de outros Poderes possuem a capacidade de eleger, e mesmo “cancelar”, aqueles órgãos de imprensa que se mostram demasiadamente independentes e que, por isso, criticam o governo.
As conhecidas listas negras, contendo nomes de profissionais e de seus respectivos órgãos, existem e têm funcionado em todos os governos desde sempre. De tão comuns, esses órgãos institucionais agem sem receio de ações na justiça. A caixa-preta, representada pelos órgãos institucionais de divulgação das ações governamentais, tem sido apontada, amiúde, como setores que abusam das falhas da justiça, agindo abertamente contra uns e em favorecimento daqueles órgãos dóceis aos mandatários.
Trata-se aqui de uma distorção desses órgãos do governo e um perigo para a transparência e para a democracia. Os ensinamentos vindos recentemente de países como a Venezuela, que possuía, outrora, um imenso e variado parque formado por órgãos de imprensa independentes e profissionais e que foram, pouco a pouco, sendo perseguidos e banidos do país, para dar lugar a uma imprensa oficial e de louvores ao governo ditatorial, mostra bem o caminho perigoso e sempre presente percorrido pela imprensa livre que se deixa controlar por mandatários. O caminho utilizado pelos governos para sufocarem os órgãos de imprensa livre “rebeldes” é sempre cruel e feito pelo estrangulamento dos recursos financeiros e outras verbas públicas e publicitárias, que deveriam ser democraticamente distribuídas aos diversos veículos de informação, independentemente da posição política de cada um.
Esse tem sido, desde sempre, um tema sensível e que diz respeito à qualidade da democracia que desejamos para o país. Por essa e por outras razões, esse não é um assunto que o leitor encontra com facilidade sendo debatido com a clareza e a profundidade que merecem os brasileiros. O que não se pode é assistir, pacificamente, a transformação de determinados veículos de imprensa, alguns deles tradicionais e já consolidados, há anos, junto aos espectadores, ouvintes e leitores, em órgãos de divulgação e de defesa cega desse ou de qualquer outro governo.
A democracia não pode sobreviver à unanimidade de opinião, mas suporta, com certeza, a oposição serena e certeira da imprensa livre. É para isso que ela existe.
A frase que foi pronunciada:
“Quero viver para ver o PT ter uma oposição do nível dele. Ô partido bom de briga!”
Dona Dita lembrando da falta de adversários do partido dos trabalhadores.
Prata da Casa
Dr. José Moreira é um neurocirurgião que coleciona elogios dos pacientes. Por coisas simples como dar atenção, conversar, pesquisar e cuidar até que o diagnóstico certo venha à tona. Um dia foi visto na parada de ônibus do Pátio Brasil. Humildade, sabedoria e ciência numa pessoa só!
Loucos
O Conselho Comunitário do Lago Sul e a Associação Comunitária da Península Norte estão unidos contra a LUOS, que autoriza a mesclagem de negócios em área habitacional. Definitivamente, uma lei como a LUOS só seria aprovada por quem odeia os cidadãos brasilienses. A própria cidade foi projetada para deixar uma boa distância entre comércio e moradia.
História de Brasília
Os candangos também participam da proteção às árvores. Agora mesmo recebo uma carta nesses termos: “Ilustre senhor, é com prazer que informo que serei o protetor de 3 árvores em princípio de vida na W3 em frente à quadra 3 lote 1 a 4. Esses lotes estão em construção, sendo eu o encarregado da mesma. A companhia Graça Couto de certo não me impede e eu com muito prazer protegerei essas 3 futuras lindas árvores, enquanto durar a construção. Faço ainda um apelo para que todos os meus colegas procedam da mesma forma. Com a maior admiração por V.Sa. José Pereira Montola.” (Publicada em 06.02.1962)
ARI CUNHA
Visto, lido e ouvido
Desde 1960
com Circe Cunha e Mamfil;
colunadoaricunha@gmail.com;
Pobre país cuja a democracia republicana, por suas deficiências congênitas, se organiza estruturalmente contando apenas com a atuação aleatória das forças da gravidade. Com um modelo desses, baseado em atrações momentâneas de pessoas e grupos, sem projetos, sem identidade e principalmente sem propósitos, todo e qualquer arranjo, chamado aqui de coligação, tende, invariavelmente ao fracasso.
Com isso, ajudam também a desmontar o próprio Estado, entregue sempre a grupos políticos instáveis e interesseiros. Reformar o modelo parece mais simples do que reformar essas elites que aí estão no reboliço eleitoral. O problema aqui é que, como tecido nas mãos de um alfaiate, o modelo final só se ajusta ao corpo e ao desejo desses grupos.
Na insistência de um modelo dessa natureza, que desde o retorno da democracia tem sido empregado sem cerimônias e que agora passou a ser denominado eufemisticamente de presidencialismo de coalizão, repousam as principais fontes de crises sistêmicas, conduzindo o país a instabilidades não só de natureza política, mas sobretudo afetando a economia e, por tabela, a vida de todos os cidadãos.
O que se tem visto nesse preâmbulo das eleições, com a formação de chapas aleatórias, é a repetição dos mesmos esquemas geradores de repetidas crises. A um quadro, com essa configuração radioativa, se soma uma miríade de legendas políticas estruturadas justamente para colher a maior quantidade possível de vantagens oferecidas por um conjunto de leis eleitorais caridosas e perdulárias.
Para o cientista político Sérgio Abranches, autor da expressão presidencialismo de coalizão, um modelo com essas características acaba por conduzir o país à um dilema institucional, com o Executivo tendo que se render constantemente às vontades pantagruélicas de um Congresso, que, uma vez devidamente empossado, volta as costas para a população e para suas agruras. Não surpreende, pois, que a governabilidade, num sistema assim, esteja sempre sobre o limbo.
Indiferente às crises, que passam sempre a ser debitadas ao presidente e parecem não atingir os parlamentares, não só o Congresso, como a maioria dos parlamentos locais, inclusive a Câmara Distrital, repetem, sem remorsos, esse modelo predador, isolando os Executivos e deles extraindo o máximo de vantagens possíveis.
Obviamente que ao eleitor também cabe parcela de responsabilidade por esse tipo de arranjo, principalmente quando faz suas escolhas usando os mesmos critérios de benefícios imediatos que move a todos indistintamente. É da natureza de um modelo como esse induzir o clientelismo e a corrupção, normalmente negociada num imenso balcão montado permanentemente nas ante salas do poder.
Dessa forma, o que se tem, desde a formação embrionária e instável das chapas, do modelo que irá colhê-las depois de eleitas, pelo grande número de legendas que passarão a disputar os mil e um benefícios de uma legislação feita sob medida, absolutamente tudo, acaba sendo formatado para resultar num modelo gerador de crises e numa democracia de baixíssima qualidade, insuficiente para conduzir o Brasil ao patamar de nações desenvolvidas.
A frase que foi pronunciada:
“A liberdade da imprensa não faz sentir o seu poder apenas sobre as opiniões políticas, mas também sobre todas as opiniões dos homens. Não modifica somente as leis, mas os costumes (…). Amo-a pela consideração dos males que impede, mais ainda do que pelos bens que produz.”
Alexis De Tocqueville
Novidade
É do deputado Wasny de Roure o projeto que institui, no calendário oficial de eventos do DF, o Dia Distrital de Conscientização e Tratamento da Doença Celíaca, que será comemorado no terceiro domingo do mês de maio. Interessante que o título à data comemorativa cita ‘Tratamento’, sendo que essa é uma doença autoimune e o único tratamento é não consumir glúten.
Vácuo
Quanto antes a doença celíaca for diagnosticada, menos sofrimento para os pacientes. Espera-se maior esclarecimento para a população sobre o assunto. Mais interação com os profissionais de saúde, pesquisadores, fabricantes de alimentos, fornecedores.
Realidade
Deu no site Proteste nessa semana. “Teste: detectamos glúten em alimento que afirma não conter essa proteína. Uma marca de macarrão do tipo penne estampa em seu rótulo que é “livre de glúten”, mas as análises demonstram o contrário.” No Brasil, não há preocupação nem em conhecer as estatísticas sobre o assunto. Com isso, políticas públicas estão distantes.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Um deputado muito procurado hoje em Brasília é o sr. Lamartine Távora, que é afilhado do prefeito Sette Câmara. Enquanto isto, o dr. Carvalho Sobrinho diz que o deputado Lamartine Távora será o Carlos Murilo do Sette. (Publicado em 26.10.1961)