Babel e a aldeia global

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)

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Charge do Dum

 

Um dos problemas gerados pela modernidade digital é que ela trouxe consigo uma plêiade de generalistas de toda a ordem, imbuídos de certezas e de vaidades, que os credenciam a ofertar conselhos e modelos de comportamento. Essa vã ambição, de ser o que não se é, passa a ser mais perigosa ainda, quando as análises desses novos gurus se tornam adornadas com a moldura política e ideológica que professam.

À exceção de poucos jornalistas, cujo mister os obriga a se inteirar de uma gama de assuntos variados, o que assistimos hoje nas mídias sociais não passa de um festival de besteirol, cuja adesão é tão perigosa como caminhar sobre pântanos.

O critério do bom senso sumiu no horizonte. Obviamente que existem exceções e que valem a pena ser anotadas. Em outros tempos, nas redações de jornalismo era consenso natural que entrevistas ou opiniões fossem coletadas apenas daqueles personagens que tinham o que dizer e que não tropeçavam na língua e no raciocínio. Desse modo, era acertado que jogador de futebol devia jogar e não comentar assuntos fora de seu habitat. Cantores deveriam cantar e não falar coisas que não entendiam. Artistas, de modo geral, idem. Assim a coleta de depoimentos coerentes ficava restrita àqueles que tinham o que dizer. Era a razão a serviço da informação, poupando os ouvidos e olhos dos leitores e da audiência de serem inundados com observações vazias.

Essa regra e outras de igual valor, quando desobedecidas, não raro geravam ruídos que não só prejudicavam quem os proferiram, como passava a alimentar uma cadeia de fofocas que descredenciava a seriedade do próprio jornalismo.

Hoje, à guisa de preencher um vazio de ideias, todos falam de tudo. O mais trágico é que poucos se entendem. Vivemos numa espécie de Torre de Babel moderna, onde a linguagem parece ter perdido seu poder de comunicação e entendimento. Ora porque o que se diz não se faz e não se vê, ora porque não se diz nada mesmo. O mais incrível é que todo esse fenômeno atual, onde a comunicação perdeu sua força de comunicar e estabelecer entendimentos, se dá num momento em que as comunicações via internet parecem ligar o mundo instantaneamente, ao vivo e a cores. Curioso é saber que este momento de ruídos na comunicação já havia sido previsto muito tempo atrás. O caos político em nosso país demonstra essa tese. As inúmeras guerras e conflitos armados pelo mundo reforçam ainda mais o enunciado citado.

Em 2011 foram comemorados os 100 anos de nascimento do filósofo e professor canadense Marshall McLuhan (1911-1980), autor do polêmico conceito de aldeia global. Suas ideias sobre essas previsões foram revistas e repensadas.

MacLuhan acreditava que os meios de comunicação teriam se tornado uma espécie de extensão natural do homem moderno. Para ele, as novas tecnologias iriam interligar o mundo e unificar as culturas, já que essas novas ferramentas iriam influenciar o modo de pensar da sociedade. Em parte, algumas dessas ideias se concretizaram, mas à custa de uma realidade paradoxal: nunca, em tempo algum, estivemos tão conectados e solitários ao mesmo tempo.

Alimentava-nos a ideia de que somos intrinsecamente iguais e quando nos defrontamos com as diferenças, tornamo-nos arredios. Um caso típico e que nos diz respeito diretamente pode ser nos debates políticos envolvendo esquerda e direita.

O fato de essas duas vertentes não se entenderem é até compreensível. O que não se pode aceitar é o fato de o Brasil e brasileiros ficarem à margem dessas discussões, não tanto pela ação de um lado, mas por uma visão obtusa dos que não aceitam o fato de que o país mudou e com ele surgiram as diferenças expressas pela maioria da população.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“As eleições pertencem ao povo. A decisão é deles. Se decidirem virar as costas ao fogo e queimar o traseiro, terão apenas que sentar sobre as bolhas.”
Abraham Lincoln

Abraham Lincoln. Foto: wikipedia.org

 

Partida
Num encontro casual, na padaria do Lago Norte, no último domingo, Danilo Gomes, o escriba, confessou: primeiro leio a coluna do Paulo Pestana, depois a sua! Lá se vai mais um amigo, jornalista de uma geração respeitada. Nosso abraço à família.

 

Parabéns, Renato!
Expectativa em relação a Renato Santos, de Brasília, que vai disputar dois torneios no World Karate Championships WKA, em Malta, entre os dias 21 e 24 deste mês.

Renato Santos (faixa verde) durante treinamento para competições de karatê – (Foto: Divulgação)

 

História de Brasília

Os candidatos do concurso da Câmara estão apavorados com a possibilidade de ser encontrada uma “fórmula” para o aproveitamento dos contratados. É que gente importante, que trabalha como contratado e que teve classificação muito baixa, poderá, de uma hora para outra, passar à frente dos demais. (Publicado em 04.04.1962)

Pensantes pelo oceano

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          Novas tecnologias trazem consigo novos hábitos. A leitura de jornais em si tem sido um desses costumes que mudaram, quase de maneira radical, tanto para o leitor como para aqueles que cuidam da veiculação de notícias e vivem desse precioso ofício. São as exigências dos novos tempos e não adianta fazer cara de paisagem para essas mudanças, sob pena de o indivíduo se colocar à margem de um mundo em rápida transformação.

         Até que ponto esses novos meios de comunicação facilitarão ou dificultarão a propagação das meias verdades e das mentiras sinceras, eis aí um tema que tem movido países em todo o mundo em busca do que chamam de regulação das mídias, o que, no jargão antigo, era chamado simplesmente de censura.

         Um dos fatos a ser posto nesse assunto é que a multiplicação das fontes de notícias e sua capilaridade em todo o planeta, ao contrário do que muitos supunham, tirou, da imprensa, o tradicional, honroso e até então indiscutível posto de quarto poder do Estado. Outrora, os cidadãos Kane, espalhados pelo mundo, aqueles que detinham o controle das rotativas, elegiam e destruíam governos ao simples toque do teclado da máquina de escrever. Nessa época, pouco antes e depois das duas Grandes Guerras, a imprensa dava as cartas e, não raro, vencia o jogo da política, não pelo blefe, mas pelo inegável poder da palavra.

         Não foram poucos os jornalistas que, utilizando o trampolim da imprensa, adentraram para a vida política, nas tribunas e nos governos, e lá fizeram história. Esse era um outro tempo, anterior à quarta Revolução Industrial, quando a tecnologia, aliada à Internet, virou o mundo de cabeça para baixo.

         Hoje, a posição da imprensa, dentro de um Estado interconectado, bem como sua influência e poder dentro dos governos, foi revista e deslocada para uma outra posição, onde terá que encontrar agora, em meio às novas concorrências instantâneas, seu lugar ao sol. É justamente nesse novo lugar, iluminado pela luz do sol e da verdade, que somente aquelas plataformas de notícias que se apegarem aos fatos, tal qual eles se apresentam, terão chance de prosperar.

         Questões como as fakenews, pós-verdades e interpretações subjetivas dos fatos terão que se submeter e serem sopesadas sob a luz da verdade. Quem apostou que as novas tecnologias trariam apenas facilidades observa hoje que, a cada nova facilidade, foi acrescentada também um novo obstáculo e uma nova exigência. Um dos entraves aqui fica por conta da adequação do velho e tradicional jornalismo, feito com as novas ferramentas trazidas pelas atuais tecnologias. À guisa de exemplo, podemos destacar aqui o que trazem agora as manchetes dos jornais nacionais e o que observa, a tempo e à hora, o noticiário português acerca do périplo que o atual presidente faz naquele país. São duas visões da visita separadas por um oceano de percepções. Com o acesso fácil a jornais e à imprensa televisiva portuguesa, os leitores podem apontar, por si só, se há diferença no tratamento do fato e que diferenças são estas.

 

A frase que foi pronunciada:

“César declarou que amava as traições, mas odiava os traidores.”
Plutarco

Provável busto de Plutarco, no Museu Arqueológico de Delfos. Foto: wikipedia.org

Fácil e divertido

Ensinar matemática despertando o interesse dos alunos é tarefa para educadores, não só para professores. Foi assim que a mestra Maria das Dores Brigagão teve a ideia de lançar a Fantástica Matemática, que é uma metodologia diferenciada com o objetivo de tornar o aprendizado mais agradável. Além dos livros, cadernos de exercícios e material complementar já estão disponíveis em ebook, na Amazon Livros. As alunas do Sacre Coeur, que conheceram a professora Brigagão na década de 70, torcem pelos vídeos curtos no Kawai.

 

Leitor

Seriam reformas que agradariam, aos eleitores, o voto distrital, recall, candidaturas avulsas, fim do foro privilegiado, fim dos fundos partidários e eleitorais, de emendas secretas, da infidelidade partidária e do modelo de suplência. Ainda, prisão em segunda instância e fim de privilégios econômicos dos agentes públicos. O leitor Rubi Rodrigues acrescenta: empoderar a população com iniciativa de propor leis, referendo de leis polêmicas e conferir, à Justiça, a missão de livrar a cidade de predadores sociais – tal como os garis livram a cidade do lixo -, responsabilizando o Juiz pelas consequências do seu julgamento.

História de Brasília

O supermercado está abastecendo atravessadores menos escrupulosos. O caso do azeite de oliva, do arroz e do leite é o indicio de que novas providências devem ser tomadas. (Publicada em 18.03.1962)

Traças e roedores

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Ilustração: amambainoticias.com.br

 

         Tempos difíceis esses que estamos vivendo, ainda mais para um tipo específico de jornalismo, que, em meio a essa polarização extremada, com tiros vindos de todo o lado, busca seguir o caminho do meio e do bom senso.

         Definitivamente, não estamos, aqui no Brasil, em tempos de racionalidade ou sob a égide de elites políticas movidas pela sanidade mental. Mesmo para o leitor e eleitor, o cenário atual do país é confuso e distante da realidade. Até aqui nenhuma novidade. O que surpreende o cidadão de bem, e olhe que eles existem em grande número, é ver, dia sim e outro também, os mais perigosos e escorregadios personagens da política local e nacional ocupando páginas inteiras dos principais jornais e de mídias importantes.

         Para os brasileiros que ainda acreditam na ética e na justiça, ver esses personagens de triste passado, envoltos nos mais estrondosos casos de corrupção e de desvio do dinheiro público, falando abertamente de seus projetos futuros e do quanto foram prejudicados politicamente pelo açodamento das leis e da Justiça, dói no fundo da alma.

         Nessas entrevistas, que inclusive ocupam manchetes de primeira página, esses antigos meliantes do colarinho branco desfilam um rosário de lamúrias, mostrando o quanto foram injustiçados e o quando custou, para cada um, vagar solitário pelo deserto do banimento. Não se enganem! São raposas a lamentar o fato de terem sido apanhadas com os dentes prontos a devorar os incautos cidadãos, retirando-lhes o pão de cada dia e as chances de um futuro mais digno.

         De fato, o caminho de meio e do bom senso aponta, com propriedade, que lugar de corruptos, de toda a espécie, é nas malhas da lei interpretada com decência e longe dos cofres públicos.

         Já foi bem lembrado que a corrupção é tão ou mais letal que as ações violentas do crime organizado. A diferença entre o corrupto e um chefe de quadrilha que assalta e mata está nas armas que utilizam. Os empolados criminosos do colarinho branco, apesar de não usarem armas de fogo em suas ações, causam males infinitamente maiores ao cidadão, sendo que seus crimes repercutem por décadas e podem ser conferidos nas filas dos hospitais, na falta de remédios, na precariedade dos serviços públicos e por aí vai.

          Cara do bom moço, com aquele ar de senhor arrependido, só engana os desavisados. Há também os que mentem tão bem para si que não encontram espaço no ego para arrependimentos.

         Todo o cuidado com esse tipo de gente é pouco. A revoada desses personagens da política policial do país, de volta aos ninhos ou à cena do crime, só tem sido possível graças ao desmanche providencial e maquiavélico da Lei de Improbidade Administrativa, elaborado à luz do dia, justamente por indivíduos que foram ou seriam atingidos por esse antigo e justo dispositivo.

         Pensar que todos esses personagens estão se preparando para voltar mostra bem porque não saímos do lugar, e andamos correndo atrás do rabo feito cachorro doido. Para alguns mais radicais, a sentença é ainda mais terminativa: lugar de bandido não é na política, é na cadeia; onde, aliás, muitos se quer chegaram conhecer, dadas as possibilidades infinitas de recursos e a leniência de nossas leis, sempre em benefício dessa gente e contra o cidadão.

        Jornais e todo o tipo de mídia deveriam abrir seus canais apenas para aqueles cidadãos dignos e que possuem mensagens com base na verdade, vida pregressa e no bem comum, para mostrar às novas gerações que ainda há remédio para esse país. Nem tudo está definitivamente perdido e entregue às traças e aos roedores.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Quando uma pessoa sensata compreende mal o que eu quis dizer, reconheci que me zango, mas apenas comigo mesmo: por haver expressado o meu pensamento tão mal que dei ensejo ao erro.”

David Hume (1754)

David Hume. Foto: Reprodução/Internet

 

Tecnologia

No Blog do Ari Cunha, o artigo completo de Flávio Ribeiro sobre “Tecnologia em gestão de contratos: uma forma de reduzir custos em Centros de Serviços Compartilhados”. Flávio Ribeiro é CEO e co-founder do NetLex e Associado Mantenedor da ABSC.

Flávio Ribeiro. Foto: tiinside.com

Tecnologia em gestão de contratos: uma forma de reduzir custos em Centros de Serviços Compartilhados

A premissa de um Centro de Serviços Compartilhados (CSC) é reduzir custos e aumentar a assertividade das operações. Para alcançar esses objetivos, departamentos Jurídicos, de Suprimentos e de Recursos Humanos (para citar apenas alguns) são agrupados nessas estruturas centralizadas, atendendo a diversas companhias — geralmente de um mesmo grupo empresarial. 

Mas não basta apenas juntar áreas variadas em um único espaço. Entregar os melhores resultados possíveis passa por garantir que todas as atividades sejam escaláveis e sigam os parâmetros de qualidade das instituições contratantes. Inclusive na gestão de documentos. 

As vantagens de uma visão integral do ciclo de vida dos documentos em um CSC 

É muito comum que os gestores tenham uma visão limitada das operações, composta somente pelo ponto de vista de seus próprios departamentos. Por exemplo: uma solicitação de compra movimenta o setor de Suprimentos, que só tem visibilidade sobre as atividades que são suas, como a análise de fornecedores e a negociação do contrato. Quando o documento é enviado para o Jurídico, ou a fatura é remetida ao Financeiro, é como se ele adentrasse uma verdadeira caixa preta: não se tem transparência quanto aos prazos de análise ou ao status do pagamento até que o contrato ou fatura emerja e retorne ao setor de origem. 

O contrário dessa gestão retratada acima é a chamada visão end-to-end, quando há clareza sobre as ações realizadas do início ao fim de um fluxo, mesmo que ele envolva diferentes áreas de apoio. Contar com um CSC é uma oportunidade única de colocar essa abordagem na prática, verificando a complementaridade das áreas de apoio das empresas. 

Diante do volume de arquivos gerenciados diariamente por um CSC, alcançar a almejada escalabilidade e padronização só se torna viável a partir da utilização de soluções tecnológicas como as plataformas de Contract Lifecycle Management – CLM. Essa abordagem incorpora um conjunto de práticas voltadas à gestão do ciclo de vida dos contratos, desde a solicitação até a administração do seu cumprimento, passando ainda pela coleta de dados e geração de inteligência. Sem essa perspectiva, os fluxos de trabalho certamente ficarão caóticos. 

Os CSCs estão especialmente bem posicionados para gerar valor empregando a gestão do ciclo de vida dos contratos, na medida em que a reunião e compartilhamento dos departamentos de apoio gera sinergia no fluxo de trabalho. Outra vantagem dessa proposta é a possibilidade de examinar cuidadosamente os documentos e dinâmicas a eles relacionados. 

Após uma análise com esse nível de aprofundamento e abrangência, é possível identificar os pontos de improdutividade e endereçá-los com ajustes precisos e planejados. 

Gestão de documentos e fluxos de trabalho dentro das áreas de apoio 

Internamente, cada setor lida com variados tipos de demandas que originam documentos e contratos específicos. A técnica do Contract Lifecycle Management simplifica o dia a dia de cada departamento, reconhecendo suas particularidades. Assim, é possível definir documentos padrão, com estrito controle sobre a alteração do seu conteúdo; estruturar fluxos de trabalho engajando os profissionais corretos a nível de elaboração, revisão e assinatura, definindo prazos para todas essas etapas; e registrar integralmente todos os trâmites e documentos produzidos. 

Dessa forma, contribui-se para a economia em escala prometida pelos Centros de Serviços Compartilhados, permitindo que as operações internas de cada setor sejam conduzidas em alto grau de eficiência. 

Mais eficácia na articulação entre áreas de apoio 

É na articulação entre departamentos que se concentra o maior risco de ineficiência em um Centro de Serviços Compartilhados, justamente porque as etapas subsequentes do processo não estão visíveis para os demais integrantes da cadeia. 

A lógica da gestão do ciclo de vida dos documentos passa pelo engajamento das áreas corretas no momento em que sua atuação será necessária e eficiente. É possível mapear os pontos ideias para estabelecer a interação entre áreas, evitando retrabalho e garantindo que o documento siga seu fluxo contínuo até a conclusão. Também é viável conferir transparência ao status das atividades, para que as áreas solicitantes tenham visibilidade quanto aos prazos e agentes responsáveis pelo passo atual. 

Tecnologia para aprimorar os Centros de Serviços Compartilhados 

Se a criação de Centros de Serviços Compartilhados já agrega eficiência ao trabalho das áreas de apoio, recorrer à tecnologia para implementar uma estratégia de gestão de contratos soma escalabilidade e padronização às operações, potencializando os resultados almejados. 

Passa a ser possível centralizar todas as demandas em plataforma única, automatizar a criação de documentos, estruturar de forma personalizada os fluxos de trabalho com prazos automáticos, além de armazenar todas as versões de arquivos e informações a eles relacionadas. O formato digital possibilita ainda que dados sejam extraídos para gestão dos contratos e dos procedimentos. 

Fica claro, portanto, que um software CLM bem implementado é o meio de levar os Centros de Serviços Compartilhados a outros patamares de sucesso. 

 

Flávio Ribeiro, CEO e co-founder do netLex e Associado Mantenedor da ABSC.

 

Revolta

Corre pelas redes sociais a reprodução da página do Diário Oficial com a informação do pagamento de dois milhões e meio patrocinando Nando Reis em 2012.

 

Na mira

Prefeitos de diversas cidades foram flagrados cobrando propina de diversas formas. Com um celular, é possível comprovar o ilícito. Agora, o que é feito com esse material vai depender do delegado, juiz e da população.

Charge publicada em vvale.com

 

História de Brasília

No Carnaval de Brasília não se viram nos clubes homens carregando mulheres nas costas, semi-nuas. Houve, sim, muita alegria, muita animação, como ninguém esperava. (Publicada em 08.03.1962)

Um oceano de informações contrastantes

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Gif: wikipedia.org

 

Que papel caberá às mídias sociais em tempos de pandemia? Essa parece ser a grande questão posta nesse momento e que poderá, de uma vez por todas, esclarecer a todos sobre o papel e a importância desse novo meio de comunicação mundial em tempos de crise.

Um dos elementos que pode servir para ajudar a população a tomar decisões corretas em momentos de tensão, não só agora, mas ao longo de toda a história da humanidade, sempre foi a divulgação da verdade. E é aí que mora o problema. A verdade parece ser uma mercadoria escassa entre os homens desde que desceram das árvores, separando-se de outros ramos dos símios.

A verdade nas mídias sociais é um produto que tem seu valor de face colocado para ser aferido ao sabor justamente da flutuação dos acontecimentos. Assim, se um determinado problema exige apenas uma única solução, o número de alternativas apontadas nas redes sociais será infinito e sempre com prevalência por aquelas enganosas. Com a disseminação das chamadas fake news, verdade e mentira ocupam o mesmo lugar de destaque em todas as redes de informação. Uma das características prevalentes desse início de século parece ser o da pós-verdade. Entende-se por esse neologismo que modelar a opinião pública, conduzindo-a para o beco sem saída das emoções e das crenças pessoais, é tão ou mais importante do que revelar os fatos objetivos e a verdade em si.

As consequências para a própria vida das pessoas, advindas da pandemia do Covid-19, são secundárias em contraposição a outros fenômenos como a queda das bolsas, o fechamento de mercados e por aí vai. Às mídias sociais não importa a disseminação dos fatos tal qual eles ocorrem, mas tão somente o alarde que pode provocar qualquer informação.

Nesse mar de incertezas, o governo entra com sua contribuição para afastar todo e qualquer aspecto que poderia macular sua imagem. Não é por outro motivo que num momento de grave tensão, as análises feitas pelas autoridades sempre apontam para a minimização dos problemas, colorindo de rosa qualquer imagem em preto e branco da crise.

São as marolinhas, ou as fantasias e outros eufemismos que buscam dourar a pílula. Ao público em geral, bombardeado por informações contrastantes, resta fazer uma média de tudo que é lido, visto e ouvido e adotar estratégia próxima daquelas que seus vizinhos adotam. Se todos à sua volta correm para os mercados afim de fazer estoques, ele faz o mesmo por imitação. É nesse formigueiro impessoal e ao mesmo tempo ordenado por vontades alheias que as pessoas seguem suas vidas, alimentadas ainda por um maná sem fim de informações incertas, que chegam, ao mesmo tempo, de todas as partes.

Nesse mundo surreal em que nos encontramos agora, à imprensa caberá o papel de peneirar o oceano imenso de informações numa xícara e servi-la.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Ninguém faz bem o que faz contra a vontade, mesmo que seja bom o que faz.”

Santo Agostinho

Foto Ilustrativa: Philippe de Champaigne

 

Princípios

Radicalmente contrário ao PLN 4, o senador pelo DF, Reguffe, explicou: “Sou contra os 30 bilhões, 15 bilhões ou até um centavo para que o relator distribua a seu bel prazer. Entenda que não se trata de valores, o caso aqui são os princípios.” Na opinião do parlamentar, essa verba deveria equipar a rede de saúde pública. Essa é prioridade absoluta tanto para o governo federal como para o governo local, concluiu.

Senador Reguff. Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

 

Na luta

Por falar em projetos que desviam recursos públicos, leia a carta aberta da Auditoria Cidadã sobre o PLP 459/2017 e a PEC 438/2018.

Logo: auditoriacidada.org.br

 

Prioridade

Recebemos notícias de Stamford (com m mesmo) em Connecticut. As aulas foram suspensas, mas os colégios estão usando a internet para não interromper o ano letivo. Isso é que é priorizar a educação.

 

Novidade

Outra notícia daquela cidade. Os hospitais criaram um drive-thru para fazer o teste do Codvid19. Assim, idosos e outros pacientes não correm riscos. Veja as imagens a seguir. Fica a sugestão para o governador Ibaneis.

 

DODF

Quem assume o HRAN é Fabiana Loureiro B. do Vale, supervisora da Gerência de Assistência Clínica do hospital. É importante saber sobre a saída de Leonardo Sousa Ramos. Enfrentou várias crises e, no momento em que o hospital é designado para enfrentar o coronavírus, pede demissão.

Foto: sindsaude.org.br

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Outro inquérito que já está pronto, é o da aviação comercial, faltando apenas o nome das companhias culpadas. Sabe-se que um técnico do Banco do Brasil demonstrou em todo o inquérito, claramente, como se fraudava para a importação de peças de avião, e como se desviar a verba de subvenções a linhas deficitárias. (Publicado em 17/12/1961)

Inocentes ou culpados

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Nos jornais de Fortaleza, os redatores aprendiam também paginação na oficina. Geraldo (centro) chefe da paginação do O Estado, Ari Cunha (direita) e um jovem aprendiz (esquerda). Foto: Arquivo Pessoal

 

Muitas lições profissionais, se não a maioria delas, não é ensinada nas escolas, mas no ambiente de trabalho. É no labor diário e na prova dos nove, fora entre erros e acertos, que o profissional se aprimora. Por mais complexas que sejam as tarefas executadas, o bom desempenho só é atingido pela experiência prática cotidiana. E isso vale para quase tudo.

Em jornalismo é essencial. Antigamente, antes do advento dos computadores ligados às redes sociais, o telefone era o instrumento mais utilizado pelos profissionais da notícia. Praticamente toda a vida profissional dos repórteres dependia desse aparelho. Não por outro motivo, as redações de jornalismos eram abarrotadas de telefones fixos, no quais, em cada linha disponível, jornalistas ficavam dependurados, com suas agendas maçudas, checando e correndo atrás dos fatos diários.

Nesses ambientes o ouvido parecia trabalhar mais que a visão. Os raros e escassos flagrantes superavam em velocidade às máquinas fotográficas analógicas e aos gravadores que dependiam de fitas e pilhas a postos. Nos chamados Comitês de Imprensa, espalhados por toda a estrutura federal, havia um frenesi constante de pessoas à espera de um furo e de uma notícia de monta que viesse pela linha do telefone ou que adentrasse pela sala de espera, trazido pelos porta-vozes diretamente dos gabinetes.

Eram tempos diferentes, onde a palavra democracia e abertura pareciam existir apenas entre os jornalistas. As notícias eram filtradas e peneiradas desde a fonte para não melindrar os homens de fardas. O neófito que adentrasse nessa profissão aprenderia rapidamente a diferença entre o que presenciava e o que era disponibilizado no dia seguinte nos noticiários da rádio e dos jornais.

Talvez por isso mesmo, na grade de produtos oferecida pelas grandes redes de comunicação aos leitores e ouvintes, o jornalismo ocupava um pequeno e pouco espaço. Muitas atrações e outras distrações eram inseridas na programação e mesmo nos espaços dos jornais para preencher lacunas. De fato, o público brasileiro, por sua própria formação cultural, débil e incompleta, pouco se interessava por notícias que tratassem de problemas econômicos ou políticos

Muito mais interesse havia nos escândalos. Fofocas e um jornal especial para violência valiam mais a pena do que os assuntos relativos ao funcionamento da máquina do Estado. Vivíamos o que parecia ser uma lúcida alienação. O stress e o ambiente enlouquecedor ficavam restritos às redações, principalmente nas horas que antecediam o fechamento das edições.

Carnaval e futebol ocupavam destaque. Para aliviar o ambiente em constante ebulição, que existia apenas na fronteira entre o poder e a notícia, os repórteres corriam no fim da noite para os bares mais próximos, onde o álcool e intrigas de bastidores corriam soltas. Essa era a chamada terceira redação, onde a notícia tinha seu prolongamento, talvez, mais verdadeiro e direto. Representava também o prolongamento do aprendizado dos novos profissionais.

De fato, o alcoolismo, assim como as verdades oficiais, não era noticiado. Havia uma cumplicidade tácita. Havia, obviamente, uma ressaca do poder, representada tanto fisicamente, como pelo esgotamento de um modelo de democracia que parecia longe de existir. Eram outros tempos, estranhos tempos, sem inocentes e sem culpados.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“O dinheiro é a grande força hoje. Os homens vendem suas almas por isso. As mulheres vendem seus corpos por isso. Outros o adoram. O poder do dinheiro cresceu tanto que a questão de todas as questões é se a corporação governará este país ou se o país governará novamente as corporações.”

Joseph Pulitzer, jornalista e editor húngaro.

Foto: wikipedia.org

 

 

Sem planejamento

Podem anotar. Tão logo comecem as aulas e a correria no trânsito, as obras das tesourinhas nas Asas Norte e Sul voltarão a todo vapor. Enquanto todos estão de férias e as ruas vazias, não interessa colocar máquinas funcionando. O negócio é atrapalhar.

Foto: Divulgação/Novacap

 

 

Convidada especial

Com um lugar para o Brasil reservado no coração, a engenheira química Frances Arnold foi convidada para uma palestra na Embrapa. Ela é pioneira em métodos de evolução dirigida para criar sistemas biológicos úteis, incluindo enzimas, vias metabólicas, circuitos reguladores genéticos e organismos, o que lhe rendeu o prêmio Nobel de Química. Muito amiga do professor e físico José Goldemberg, ela morou no Brasil tempos atrás. Frances Arnold é fundadora da Provivi, além de ser a quinta mulher a ganhar o prêmio Nobel de Química.

Foto: embrapa.br

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Os HP-3 mais bem localizados são os dos senhores Helvécio Bastos e Waldomiro Slaviero. Quando chove as duas casas ficam cercadas por um belo lago vermelho, habitação ideal para mosquitos. (Publicado em 14/12/1961)

Gostemos ou não, esses são os novos tempos

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ARI CUNHA – In memoriam

Visto, lido e ouvido

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Foto: otvfoco.com.br

Comunicólogos e outros estudiosos dos fenômenos das interlocuções humanas no Brasil foram todos, sem exceção, apanhados de surpresa com a eleição agora de um presidente da República, consagrado pelas urnas graças ao poder de penetração e de irradiação instantânea das mídias sociais.

Com isso, jornais, revistas, televisão, e mesmo as rádios, ficaram em segundo plano, perdendo o antigo poder de construir e destruir reputações. Balançada também ficou boa parte da imprensa, outrora considerada um 4º poder do Estado. Com isso, fica na poeira da estrada e do tempo os cidadãos Kane daqui e doutras bandas do mundo. Isso é bom? É ruim? Só o tempo dirá. Colocada, desde sempre, como porta-voz da sociedade, os novos tempos muito devem ao papel da imprensa. Principalmente numa América Latina, acostumada a viver longos períodos com baixos índices de liberdade e de democracia. De fato, o que assusta os entendidos dos fenômenos da comunicação é a chegada, repentina, de um novo player no jogo de convencimento da população.

Claro que a eleição do candidato do PSL contou, também, com a enorme rejeição de seu concorrente e principalmente de seu partido, transformado, nas mídias sociais, numa espécie de quadrilha criminosa. Mesmo o poderio fatal das fake news, que transitam no mesmo espaço das novas mídias, foi incapaz de suplantar a vontade popular, dando vitória à um candidato que é o antípoda da turma de esquerda.

Esse mesmo fenômeno havia acontecido durante a campanha de Barack Obama nos Estados Unidos. Naquela ocasião, as mídias tradicionais também foram surpreendidas com esse novo poder que se anuncia. De fato, ao disponibilizar a posse de um celular na mão de cada brasileiro, uma revolução silenciosa foi operada, inaugurando uma nova categoria de cidadão onipresente e de uma democracia direta e instantânea. Isso é bom? É ruim? Nem mesmo os maiores especialistas no assunto sabem ao certo.

O fato é que essas novas tecnologias vieram para ficar e acabaram ocupando um espaço que muitos nem sabiam que existia. À semelhança de seu colega americano, o presidente, agora eleito, comunica-se diretamente com a sociedade e com seus apoiadores, através das redes sociais em tempo real, em vídeo, imagens ou textos, quebrando qualquer protocolo da liturgia do cargo.

Utiliza esse recurso sempre que acha necessário ou quando um assunto passa a ocupar a preocupação dos cidadãos. Obviamente que um fenômeno dessa magnitude, em muitas partes do planeta, tem sido estudado e esmiuçado de perto.

Em coletiva recente, o presidente eleito, convencido da independência conquistada com as redes sociais, impediu, pela primeira vez na nossa história, que importantes redes de jornalismo tivessem acesso à sua entrevista. Isso é bom? Certamente que não, mas esses são os novos tempos, gostemos ou não.

 

A frase que foi pronunciada:

“Antes de 2018 os poderes eram Executivo, Legislativo, Judiciário e Imprensa. Atualmente os poderes são: Internautas, Executivo, Legislativo e Judiciário.”

Parte do texto Cai na Real, ainda não escrito, mas vivido.

 

Leitura

André Lima, ex-secretário do meio ambiente do GDF é um “Empreendedor Socioambiental”. Veja a capa do livro de sua autoria, 30 anos da Constituição Federal e os Direitos Socioambientais no blog do Ari Cunha.

Acidentes

Infelizmente, além da violência social, Fortaleza lidera o ranking, com São Paulo, de violência no trânsito.  Em 2017 foram mais de 245 mil acidentes de trânsito registrados. Só nas capitais, o total de ocorrências soma 43.803.

 

Consequências

Resultado de investigações prendeu muita gente envolvida com grilagem no DF. Os que estão soltos precisam pagar o que devem.

 

Viva

Fernando Cesar Mesquita é o único fundador e ex-presidente vivo da Casa do Ceará em Brasília. A festa dos 55 anos foi grande para inaugurar o novo prédio principal da entidade. Vale lembrar que a instituição é uma referência em assistência social, com vários cursos profissionalizantes, médicos de diversas especialidades para atendimento à comunidade, além de um lar de idoso.

Foto: casadoceara.org.br

Release

Na imprensa internacional, recebem destaque a decisão do presidente eleito Jair Bolsonaro de transferir a Embaixada do Brasil em Israel para Jerusalém, assim como a proposta do general da reserva, Augusto Heleno, futuro ministro da Defesa, sobre o uso de atiradores de elite contra criminosos. Em entrevista para o DW, o diretor da Fundação Konrad Adenauer no Brasil, Jan Woischnik, avalia que o governo Bolsonaro era uma incógnita e que o respeito à democracia, aos direitos humanos e ao Estado de Direito facilitará a manutenção de uma cooperação de alto nível entre a Alemanha e o Brasil.

Foto: pragmatismopolitico.com.br

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Como poder arrecadador, o governo precisa dar mais atenção aos seus funcionários e aos contribuintes. Queremos nos referir ao Departamento de Trânsito. (Publicado em 04.11.1961)