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ARI CUNHA
Visto, lido e ouvido
Desde 1960
com Circe Cunha e Mamfil;
colunadoaricunha@gmail.com;
Com quase 17 mil quilômetros de fronteira seca entre o Brasil e dez países da América do Sul, sendo que mais de 95% dessas áreas não possuam qualquer sistema de monitoramento eficaz, não surpreende que o nosso país venha, há tempos, experimentando problemas de toda a ordem, alguns inclusive de difícil solução, por envolver sérias questões humanitárias. De fato, desde a formação territorial do Brasil, com os diversos tratados que se seguiram, nosso país, em tempo algum, viveu num clima de total tranquilidade com seus vizinhos, principalmente por conta dos frequentes episódios de instabilidade política que esses países fronteiriços atravessaram ao longo da sua história.
Sendo a nação a mais rica e desenvolvida da região, o Brasil é visto por nossos vizinhos sul americanos como uma espécie de país imperialista, responsável, inclusive por muitas mazelas que acometem essas nações de cultura hispânica. O fato é que o gigantismo do Brasil é também seu ponto fraco, principalmente quando se trata dessas distantes regiões de fronteiras, esquecidas durante muito tempo das autoridades e das benesses do progresso. Ocorre que, de uns tempos para cá, essa permeabilidade excessiva de nossas fronteiras começou a ameaçar, inclusive, a própria segurança nacional, dado o descontrole que se verifica na entrada contínua de pessoas e produtos sem qualquer conhecimento por parte dos órgãos de controle.
Especialistas no assunto concordam que um dos elementos principais que tornam possível a soberania de um país é justamente o controle incisivo e permanente de suas fronteiras. Acontece que o que faz o estabelecimento desses limites, na prática, é a presença diuturna da autoridade fronteiriça. Sabedores da fragilidade do Brasil em suas fronteiras, criminosos que lidam com o contrabando e o tráfico de pessoas, armas e drogas passaram a agir nessas localidades, impondo e constituindo verdadeiros e extensos territórios sob seu controle, onde até mesmos magistrados são perseguidos e assassinados.
A facilidade com que passaram a agir nesses territórios possibilitou, inclusive, a organização e a internacionalização de bandos de criminosos que passaram a agir de um lado e de outro das fronteiras, globalizando e fortalecendo essas organizações do crime que agem com desenvoltura, subornando autoridades, assassinado outras e impondo a lei da barbárie nesses distantes rincões.
Há muito se sabe também que boa parte da economia de muitos desses países fronteiriços é feita graças a suspeito olhar displicente das autoridades locais, quando não incentivadas pelas mesmas, como meio de sobrevivência. O que se sucede agora, com o agonizante regime da Venezuela, tem gerado um enorme problema humanitário, põe a nu uma situação que era empurrada para debaixo do tapete dos interesses.
Notícias dando conta de que o governo de Maduro teria escancarado as portas de seus presídios e empurrado o grosso da marginalidade rumo à fronteira com o Brasil é de conhecimento de muitos. Misturados a horda de refugiados que adentram nossas fronteiras todos os dias, esses criminosos, à semelhança do que ocorreu há algumas décadas entre Cuba e os Estados Unidos, chegaram para engrossar o caldo de violência que assola nosso país.
Também chega ao conhecimento das autoridades que grupos criminosos têm aliciado pessoas, em situação de desespero, para serviços ilícitos de toda a ordem. Com isso, um problema que era grande e esquecido, como o das nossas fronteiras abandonadas, entrou para o radar das autoridades. E a população apavorada se preocupa, cada vez mais, com essa perigosa liberalidade que põe em risco a paz de todos e do nosso próprio futuro.
A frase que foi pronunciada:
“En Venezuela no hay comida. ¿Cómo se dice aquí en Brasil? ¿Obrigado? Obrigado, porque aquí en Brasil hay comida”.
Refugiada em Pacaraima, Roraima
Pardal
O TSE disponibilizou um aplicativo onde qualquer tipo de infração eleitoral pode ser denunciada. Não custa nada. O “Pardal” pode ser baixado em smartphones e tablets. O nome é infeliz, pelo menos para os brasilienses, que têm o “pardal” como um nome impopular. A iniciativa é válida se for acompanhada pelo tribunal.
Oposição & Situação
Aliás, é uma situação que chamou bastante atenção nas últimas eleições. Os fiscais de partido que dividiam espaço nas seções eram muito poucos.
Convite
Por falar em eleições, Maria Lucia Fattorelli é quem manda o convite para o dia 3 de setembro. Oficina presencial da auditoria cidadã da dívida. O mote é: O que você precisa cobrar de seus candidatos nas eleições de 2018. E pergunta: Seu candidato sabe que quase a metade do orçamento federal vai para pagar gastos com a dívida? Das 9h até as 17h, no auditório da FioCruz, na UnB. Basta enviar um email para a auditoriacidada@gmail.com.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Os goianos tiveram muita sorte na eleição do suplente do sr. Juscelino, no Senado. Sendo o sr. José Feliciano, Goiás está muito melhor servido, do que se estivesse na cadeira o seu titular, sempre ausente. (Publicado em 27.10.1961)