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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Dois problemas, causados em sua origem, têm colocado mais entraves à séria discussão sobre o consumo e/ou a liberação das drogas em nosso país. O primeiro deles reside no fato de que o Supremo, avançando o sinal, achou por bem liberalizar o consumo dessas substâncias, atropelando decisões que, por seu amparo constitucional, manda ser feito no âmbito do Poder Legislativo, onde estão os representantes da população.
É aí nesse Foro que essa importante decisão deveria ser levada adiante. O segundo problema é que, por falta de estudos mais aprofundados e mesmo de um debate amplo e aberto em âmbito nacional, essa discussão tem muito ainda que caminhar. Colocar o carro na frente dos bois, como ensinavam os antigos, é um contrassenso. Deixar que esse assunto seja, de forma definitiva, decidido por pessoas que, por sua vivência profissional, revelam total desconhecimento da questão, é tão perigoso como a tentativa de impor ordenamentos que vão contra o consenso geral, costumes e tradições de nossa sociedade. O mais sensato nessa discussão toda, feita por doutos juristas, seria começar a construção desse projeto de liberalização, pelo alicerce e não pelo telhado.
Uma das milhares de medidas legais que poderiam ser adotadas, antes do regramento de liberalidades, seria obrigar as escolas e os meios de comunicação a promoverem campanhas sistemáticas e contínuas, alertando para os perigos físicos e psicológicos do consumo dessas substâncias, com anúncios em milhões de pontos espalhados pelo país. Ou seja, primeiro educar.
Um outro ponto racional seria a adoção de medidas legais para cercar o problema, impedindo que ele adentrasse nas instituições públicas. Para isso bastaria a exigência de exames para detectar o consumo dessas substâncias, para todo o funcionalismo público, incluindo aí alunos e professores das escolas públicas, médicos, policiais, militares, políticos e toda uma infinidade de profissões pagas pelo contribuinte.
Com essa obrigação os profissionais que gozam de estabilidade funcional e de prerrogativa e que precisam desses empregos e funções pensariam duas vezes, para não serem exonerados a bem do serviço público. Não faz sentido o pagador de impostos financiar os vícios e maus costumes de uma parcela do funcionalismo. Essa simples medida, impediria ainda muitos acidentes e outros contratempos. Não é de hoje que se sabe que o consumo de substâncias proibidas por parte do funcionalismo é alta e acarreta grandes prejuízos aos cidadão.
A liberalização de substâncias psicotrópicas, que seguramente afetam a produção cognitiva dos indivíduos, por seus males, deveria, em contrapartida, deixar claro para aqueles que fazem uso desses produtos, que, por lei, ele passa a ser visto pelo Estado, e por tabela, pela própria sociedade, como um indivíduo incapaz de prestar quaisquer serviços públicos para a população. Não se enganem: em qualquer situação em que um dependente químico atue, haverá sempre uma possibilidade de risco à segurança da sociedade.
Como a dificuldade em combater a disseminação das drogas reside, basicamente, em posturas individuais e subjetivas, fazendo, de cada cidadão, um juiz de si próprio, é preciso começar as ações de restrição de consumo pelo próprio indivíduo, limitando seus passos e impedindo que ela haja como agente propagador desse mal do século. Não é estabelecendo quantidades de drogas que cada um pode portar que se adotam medidas efetivamente eficazes, mas fazendo com que cada um, individualmente, tenha a possibilidade de livre escolha do caminho que quer seguir.
A frase que foi pronunciada:
“As pessoas usam drogas, legais e ilegais, porque as suas vidas são intoleravelmente dolorosas ou monótonas. Eles odeiam o trabalho e não encontram descanso no lazer. Eles estão afastados de suas famílias e de seus vizinhos. Deveria dizer-nos algo que nas sociedades saudáveis o uso de drogas é comemorativo, alegre e ocasional, enquanto entre nós é solitário, vergonhoso e viciante. Precisamos de drogas, aparentemente, porque nos perdemos.”
Wendell Berry, A Arte do Lugar Comum: Os Ensaios Agrários
Amadores
Sistemas administrativos não se cruzam causando enorme prejuízo aos contribuintes. É inimaginável que as polícias deste país com dimensões continentais não tenham um banco de dados em comum. Nem tribunais conjugam informações com a Secretaria da Fazenda local ou federal.
Sem pudor
Para quem critica os cartórios, fica a fala de um funcionário que sabe o que diz. “Não fossem os cartórios em Brasília, os grileiros estariam vendendo frações da calçada da Praça dos Três Poderes.”
Só no Brasil
Uma senhora, que parecia querida de todos os funcionários do Detran, atendia o público descascando uma manga suculenta.
História de Brasília
A razão para o que ocorre, é que o deputado, sendo cearense, trouxe, de sua terra, uma cozinheira que prepara excelentes tapioquinhas de côco, e a afluência de amigos não é devido a outra coisa, senão a uma demonstração pantagruélica, com variações para a mandioca. (Publicada em 27.03.1962)
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Não se sabe ao certo que propostas ou discursos o atual governo levará à Conferência de Mudanças Climáticas promovida pela Organização das Nações Unidas (COP 28), que ocorrerá em Dubai, entre os dias 30 de novembro e 12 de dezembro. Por certo, o mundo inteiro estará de olho nesse encontro, o que pode tornar essa Conferência uma excelente vitrine e uma oportunidade ímpar para que os outros países e o Brasil, inclusive, mostrem que projetos reais possuem e como têm feito para torná-los exequíveis.
Nessa COP 28, o Brasil, segundo todos os analistas acreditam, terá papel de destaque. Não propriamente por ações derivadas do governo, que, ao que se sabe, não possui canais abertos com esse importante setor de nossa economia, mas por causa, sobretudo, do papel desempenhado pelos pecuaristas e por toda a cadeia privada ligada ao agronegócio.
Ser considerado hoje como o maior produtor mundial de alimentos, confere ao Brasil uma posição sem precedentes nesse encontro e dá, ao país e à sua força de trabalho, um protagonismo dos mais nobres e elogiáveis.
Não é de hoje, por conta da força do lobby internacional ligado ao meio ambiente e aos mercados consumidores, cada vez mais ciosos também com a preservação do planeta, que o agronegócio brasileiro vem se precavendo e melhorando suas práticas em busca da preservação dos recursos naturais. A antiga imagem do produtor, alheio ao mundo moderno e suas necessidades ficou para trás. Quem visita hoje os homens de negócio ligados ao campo percebe estar na presença de gente sofisticada e plugada no mundo moderno. O maquinário e a tecnologia de ponta substituíram as enxadas e o arado. Mesmo a criação de animais experimenta o que de melhor existe hoje em tecnologia para a pecuária.
O mercado exige e os lucros são assentados justamente nesse tipo de demanda especial. Mesmo os aspectos sanitários dos animais são observados de perto, pois qualquer distração nessa área provoca prejuízos imensos e sujam a reputação em questão de segundos. Em negócios desse tipo, onde tudo é grande e delicado, não adianta fingir. Os protocolos internacionais precisam ser seguidos rigorosamente. Tudo é visível por especialistas que a toda hora vigiam o setor, quer por tecnologia de satélites, tudo vê em tempo real.
Segundo dados divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), houve, entre 2021 e 2022, um crescimento da área plantada de grãos de mais de 81% e uma aumento de produção da ordem de 433%. São números fantásticos, ainda mais quando se verifica que o aumento na produção de grãos não provocou um aumento nas áreas de plantio. Isso significa mais produção sem necessidade de desmatar mais áreas nativas. O que importa, nessa Conferência, e talvez o governo não esteja atento a esse fato, é que o mundo sabe exatamente o que ocorre em nosso país, mesmo que por aqui se façam de desentendidos.
Portanto, de nada adianta ir para essa Conferência e apresentar dados otimizados e fora da realidade e, como é de praxe, usar a tribuna como se fosse um palanque político e eleitoral. Os satélites de última geração em tecnologia não mentem. Por isso, de nada adianta mentir sobre o alarmante incêndio que cobriu Manaus de fumaça por semanas ou as queimadas no Pantanal, que seguem ardendo como nunca.
Também em relação ao desmatamento do Cerrado é preciso dizer a verdade mostrando que as ações do atual governo estão ainda muito longe do que seria razoável e que a imensa região do Matopiba continua sendo devastada. De fato, o que o governo teria, de modo oficial e verdadeiro, a oferecer ao mundo, nessa COP28, baseia-se, em grande parte, no trabalho realizado pela iniciativa privada, que colhe agora seu momento de júbilo fora da influência e de ações do governo.
A frase que não foi pronunciada:
“Minha filha, lei não é poesia! A lei que dá margem à interpretação é inútil. É roteiro de novela.”
Dona Dita, pensando na Justiça de outros países
Muito boa
Casal com recém-nascido estava ouvindo as notícias na TV sobre a aprovação da PEC do Senado que limita decisões monocráticas do STF. O marido comenta: Parece que ele acordou. A esposa assustada pergunta: o neném? Não, Rodrigo Pacheco!
Grilagem
Grileiros arregaçam as mangas e recomeçam a agir na certeza da impunidade. Entre o Paranoá e o Setor de Mansões do Lago Norte, o desmatamento não é mais com fogo. O veneno vai matando o cerrado e escorrendo para o lago. Ou o governo age imediatamente, ou vamos assistir o Não Vale a Pena Ver De Novo.
História de Brasília
A razão para o que ocorre, é que o deputado, sendo cearense, trouxe, de sua terra, uma cozinheira que prepara excelentes tapioquinhas de côco, e a afluência de amigos não é devido a outra coisa, senão a uma demonstração pantagruélica, com variações para a mandioca. (Publicada em 27.03.1962)
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Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Repetia o filósofo de Mondubim que a diferença entre o remédio e o veneno está apenas na quantidade. Infelizmente o mundo moderno parece ter perdido essa e outras receitas, mergulhado que está num mar de excessos, vivendo numa espécie de abundância e exageros que fogem totalmente do que seja racionalidade.
O consumismo, que seria um fenômeno possibilitado pelo capitalismo, surge agora também como uma antítese à bonança, colocando em risco a existência do próprio homem. O problema é que o consumo não se restringe apenas a bens materiais, estendendo-se muito além dos desejos humanos.
O turismo, tal qual ele se desenvolve hoje em todo o mundo, parece ter rompido, definitivamente, as barreiras do que se pode considerar aceitável e positivo, transformando muitos países e regiões do planeta em lugares expostos a um grande e contínuo fluxo de visitantes, uma horda de estrangeiros que muitas vezes supera o número de habitantes locais.
Com isso, o cotidiano dos habitantes dessas áreas é radicalmente alterado, transformando cada dia dos moradores locais num verdadeiro inferno, onde tudo passa a ser disputado. Fenômeno idêntico, e talvez com maiores repercussões negativas, vem ocorrendo no caso particular do grande e crescente fluxo de imigrantes. Quer queira, quer não, o imigrante adulto já traz de seu país de origem toda a bagagem cultural que adquiriu ao longo da vida. Isso faz com que ele não se deixe integrar com facilidade aos costumes locais do novo lar. E isso é um problema que vem se agravando nos últimos anos, gerando conflitos que muitas vezes acabam resultando em mortes.
De certo modo, as previsões para os países que mais recebem populações de imigrantes não são boas. O aumento dos conflitos armados no terceiro mundo e as alterações bruscas trazidas pelo efeito estufa ao meio ambiente em todo o mundo têm forçado, cada vez mais, o deslocamento de populações inteiras pelo planeta. Os conflitos étnicos se espalham por toda parte. Na mesma direção, aumentam os casos de racismo e, principalmente, de xenofobia.
Relatos de intolerância contra os estrangeiros se multiplicam. Caso emblemático aqui, para ficar apenas na geografia dos países de língua portuguesa, é o de intolerância dos nativos de Portugal contra a imigração dos brasileiros que para lá foram se estabelecer; o que, à primeira vista, poderia parecer um ganho para a terra Lusa, já que o envelhecimento daquela população, juntamente com a queda acentuada de natalidade, vinha provocando um esvaziamento sério populacional do país. Aldeias inteiras, à semelhança do que ocorre também na Espanha e na Itália, estão hoje sem moradores. Mas, ainda assim, as populações desses países estão cada vez mais insatisfeitas com o fluxo imigratório.
No caso de Portugal, segundo pesquisa e depoimentos de brasileiros residentes lá, a xenofobia cresceu nos últimos anos mais de 830%, o que é um percentual altíssimo, e que não deixa de surpreender, já que muitos brasileiros possuem a noção de que a terrinha distante, antiga colônia, é um lugar acolhedor para aqueles que falam o mesmo idioma e possuem pontos históricos coincidentes. Nada mais enganoso.
Em lugares como Lisboa e Porto os casos de maus tratos aos brasileiros se sucedem. Estima-se que mais de 400 mil brasileiros vivam hoje naquele país, o que perfaz cerca de menos de 8% da população lusa. Na verdade, a presença de brasileiros em solo português é, para os locais, cada vez mais incômoda.
Também a noção histórica distorcida e passada aos portugueses, desde os primeiros anos de ensino, tem mostrado que a colonização foi excepcionalmente benéfica aos brasileiros, sendo os colonizadores formados por pessoas do mais alto grau de humanismo, todos eles devotados ao bem-estar das populações submetidas. Também os livros de história de Portugal mostram aquele país como uma nação muito superior à brasileira. Nada mais falso do que isso. Essa pretensa superioridade racial, repassada de geração em geração, faz com que os portugueses se sintam na condição de humilhar os brasileiros que lá estão, com piadas xenófobas e mesmos discursos diretos do tipo: “Fora brazucas”, “vão para sua terra”, “não queremos vocês aqui”.
Essas e outras ofensas são ditas com frequência e mesmo pichadas nos muros das casas dos imigrantes. Brasileiros, com descendência portuguesa e que procuram a embaixada de Portugal e os consulados espalhados pelo país, em busca de cidadania, vão na ilusão de que em Portugal serão bem recebidos por todos, afinal são dois países irmãos. Assim que chegam a Portugal, ficam sabendo que a coisa não é bem assim. São maltratados desde o desembarque. Na condição de estrangeiros, não são bem-vistos em parte alguma daquele país. Por mais que se esforcem, ficarão sempre na condição de estrangeiros, apartados do convívio dos nativos, xingados e mesmo expulsos de muitos lugares.
Os portugueses possuem a noção falsa de que estão trabalhando para sustentar os imigrantes idos do Brasil. Em 2020, os brasileiros contribuíram com mais de 350 milhões de euros para a segurança social portuguesa. Em 2021, esse número saltou para mais de 414 milhões de euros. Ou seja, dinheiro pago ao sistema de apoio aos trabalhadores imigrantes e que incluem também os portugueses. A questão toda está no dilema vivido hoje por uma multidão de brasileiros que ruma para Portugal: ou ser cidadão de segunda e terceira classe num Brasil dominado pelo ódio de uma esquerda míope, ou ser eternamente estrangeiro e escorraçado além-mar, tratado como perigoso por uma malta de saloios iletrados, que acreditam ser cosmopolitas.
A frase que foi pronunciada:
“Dino leva mais seguranças à Câmara do que à favela da Maré.”
Deputado Capitão Alden (PL-BA)
História de Brasília
O deputado Martins Rodrigues, líder da maioria, tem notado que ao contrário do que ocorre comumente, seus amigos o procuram mais de manhã cedinho, à hora do café, e não à noite, para um uísque e conversa política. (Publicada em 27.03.1962)
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Esta coluna, por sua defesa intransigente e histórica da capital, recebe, com entusiasmo, a notícia de que o governo do Distrito Federal finalmente dará início às obras de um projeto modelo para a reforma do Setor Comercial Local Residencial Norte (SCLRN). É o primeiro passo, quem sabe, para uma reforma bem resolvida de toda a Avenida W3 Norte e Sul.
Por enquanto, o que se sabe é que essa reforma será feita, inicialmente, nas quadras 707/708 Norte. Segundo o Conselho de Planejamento Territorial e Urbano do Distrito Federal, que aprovou a primeira etapa dessa reforma, o projeto irá transformar aquele espaço, bem como as áreas no entorno próximo, de modo a se constituir como um modelo acabado, que servirá como piloto ou exemplo a ser estendido ou replicado para toda a região da W3 Norte.
A previsão é que o modelo piloto tenha um foco na acessibilidade com a instalação de calçadas mais largas, piso tátil, para os portadores de necessidades especiais, com mais arborização, ciclovias, novos mobiliários urbanos e novas praças. No Plano Piloto, nenhuma outra área, dentro de Brasília, apresenta um tamanho grau de possibilidades e de retorno econômico e social do que as Avenidas W3 Norte e Sul.
Trata-se, como ficou assentado aqui neste espaço, em diversas oportunidades, de uma avenida que, por sua extensão e localização, cortando a cidade pelo meio, de uma ponta a outra, repleta de atividades comerciais variadas, tão logo, venha a ser racionalmente reformada, trará um fabuloso retorno econômico para a capital.
Tudo isso sem a necessidade de obras caríssimas e de grande impacto ambiental, bastando, aos reformadores, nesse caso, a uniformização de pisos e fachadas, iluminação adequada, ligação por calçamento amplo das duas avenidas, policiamento e outras melhorias, todas elas dentro do âmbito de reforma e de modernização.
A geração de empregos que uma avenida comercial grande como essa pode trazer para a cidade e para o entorno da capital dá a certeza que esse é um projeto fadado ao sucesso. Do ponto de vista do turismo e de ganho para a própria população brasiliense, que terá de volta a sua mais tradicional e pioneira avenida, a reforma de toda a Avenida W3 Sul e Norte, tão logo fique pronta, atrairá não só as maiores lojas de departamento da cidade, mas também os mais sofisticados restaurantes, cafés e outros pontos de encontro, fazendo, desse imenso espaço aberto, a atração principal da capital.
Poucas cidades pelo mundo possuem a possibilidade e mesmo a sorte de trazer, à tona e à vida, uma avenida com essa dimensão. Reta e completamente plana, com amplos espaços livres e prontos a receber projetos de uma boa arquitetura, capaz de dar um novo dinamismo urbano a uma área que, por décadas, permaneceu adormecida e esquecida.
A valorização imobiliária dessa nova avenida é outro ponto a ser destacado. Não somente dos imóveis comerciais locais, mas de todo o entorno imediato. Também é de se mencionar que, uma vez realizada toda essa reforma, também as ruas perpendiculares de comércio irão, por inércia, seguir o movimento de reforma, modernizando seus espaços para não perder a freguesia.
Para a cidade, esse projeto, caso venha a ser concluído, será um verdadeiro presente de Natal e, quem sabe, o início de nova fase de revitalização de todo o Plano Piloto, esse senhor sessentão.
A frase que foi pronunciada:
“Arquitetura é antes de mais nada construção, mas, construção concebida com o propósito primordial de ordenar e organizar o espaço para determinada finalidade e visando a determinada intenção.”
Oscar Niemeyer
Natal
Hoje é o último dia para fazer compras no Bazar de Natal da Paróquia Rainha da Paz. De 10h as 20h, o público vai ver de perto o resultado da Oficina de Artes.
Ontem & Hoje
Na roda dos aposentados, é unânime. Mensagens de que outro telefone acessou o aplicativo “Meu INSS”, telefonemas incessantes oferecendo crédito consignado, ligações de bandidos avisando que seu cartão foi usado nas Casas Bahia. Deve ser a versão eletrônica da Jorgina de Freitas.
Prove o contrário
Uma solução tão simples que não é dada porque quem trabalha na reciclagem é invisível para a sociedade. O que custa juntar garrafas pets em casa, latas, papelão e deixar em sacos separados no lixo? Acabaria com a cena degradante de homens, mulheres e crianças manuseando lixo para escolher o que é reciclável.
História de Brasília
Ontem, como soprasse vento muito forte em Brasília, a reportagem procurou saber pelo menos a velocidade e temperatura, e não havia quem desse uma informação. Só funcionava a estação de rádio. (Publicada em 27.03.1962)
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Um dos graves problemas, se não o maior de todos eles, apontados aqui neste espaço desde sempre, diz respeito a politização de cunho ideológico que as instituições do Estado Brasileiro vêm sendo submetidas, transformando esses órgãos públicos em verdadeiros aparelhos do partido no Poder.
Para o cidadão, que acredita ainda viver numa democracia, onde os serviços públicos seriam, por lei, infensos a ideologias e apartidários, tal distorção não apenas dificulta o dia a dia dos brasileiros, como cria uma casta de privilegiados ou cidadãos de primeira classe, desde que comunguem da mesma crença dos mandatários de plantão.
A abdução da máquina do Estado por um partido transforma o próprio Estado numa espécie de extensão dessa legenda. Mesmo entidades que não sobrevivam propriamente dos recursos públicos, mas que servem aos cidadãos, quando abduzidas por partidos políticos, no mínimo, deixam de cumprir suas funções com isenção. Exemplos atuais são a OAB e a UNE, duas instituições presentes na vida nacional e que, em outros momentos no passado, prestaram serviços relevantes à sociedade, mas que, hoje, dominadas por agentes partidários, transformaram-se em apêndice da esquerda no Poder.
Isso sem citar as universidades públicas, quase todas enfeitiçadas por doutrinas de esquerda, preocupadas mais em formar militantes do que profissionais capacitados.
No passado, a Ordem dos Advogados do Brasil, juntamente com a Associação Brasileira de Imprensa, e mesmo a União Nacional dos Estudantes, tiveram papel fundamental na defesa da democracia e em prol das liberdades individuais, enfrentando o aparelho do Estado com destemor e mesmo com o sacrifício pessoal de seus membros. Esse tempo já vai longe e vem sendo encoberto pela poeira do esquecimento e pelo manto da indiferença e da inoperância com que essas instituições se transformaram. Enfileiradas, de modo cego, surdo e mudo ao lado do governo, essas entidades se transformaram não só em omissas, como em muitos casos se alinham automaticamente ao lado das teses do governo, deixando a população perplexa e mesmo indignada com essa mudança de caráter.
O caso da OAB, num país onde a justiça nunca ficou ao lado dos mais necessitados, é o mais emblemático e preocupante. Fechou não somente os olhos para combate à corrupção, no caso da Operação Lava Jato, como tem permitido, entre seus membros na direção, apoio total aos desmandos do atual governo. Além disso, tem se omitido sistematicamente em apoiar os advogados que defendem os presos políticos do 8 de janeiro, permitindo que o Supremo cometa abusos e ilegalidades das mais gritantes. Dominada por uma casta de advogados ligados diretamente à esquerda, a OAB tem, em seus quadros, os maiores escritórios de advocacia, muitos deles criados para defender um grande contingente de indivíduos envolvidos nos mais escabrosos casos de corrupção e malversação do dinheiro público.
Sociedades de advogados, como o grupo Prerrogativa, que age abertamente em caráter exclusivo em defesa dos criminosos do colarinho branco, ganhando com essa prestação de serviço, rios de dinheiro, não recebe por parte da OAB qualquer admoestação. Além disso, essa instituição também tem feito ouvidos de mercador ao trabalho dos escritórios de advocacia que possuem, entre seus sócios, pessoas ligadas por laços familiares aos ministros das altas cortes, como se tudo isso fosse ético do ponto de vista da advocacia. Quem te viu e quem te vê. No futuro, quando forem revisitar esses tempos sinistros em que vivemos, entidades como essa e outras encontrarão o destaque de rodapé que merecem entre as instituições do tipo colaboracionistas.
A frase que foi pronunciada:
“Se ages contra a justiça e eu te deixo agir, então a injustiça é minha.”
Mahatma Gandhi
Pendência
A comunidade católica espera a missa de reparação na Catedral. A profanação do templo ainda não foi esquecida. As homenagens eram para Paulo de Tarso Sanseverino. O evento foi desvirtuado se transformando em um desrespeito total ao local. Quem assistiu a cena de perto conta detalhes da instrumentalização do evento.
O pessimista
Lançado em Brasília um teatro grandioso com performances que arrancam aplausos do público. É bom lembrar que, depois de apresentada a peça, as cortinas se fecham, e cada um volta para a sua casa. Era só uma encenação.
Vida Nova
Marcelo Vaz, secretário de Desenvolvimento Urbano e Habitação comemora o projeto de revitalização ou requalificação da Avenida W3. Começa nas quadras 707/708 da W3 Norte e a execução se estenderá para as outras quadras já no ano que vem.
História de Brasília
O Serviço de Meteorologia, do ministério da Agricultura, que funcionava em Brasília, foi abandonado totalmente. O chefe foi transferido, funcionários entraram em férias, e ninguém foi substituído. (Publicada em 27.03.1962)
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Insegurança, que os dicionários explicam ser um sentimento a induzir nas pessoas uma sensação de mal-estar, ansiedade e nervosismo, é hoje, infelizmente, um mal comum a afetar a maioria de nossa população. Dizer que nada neste mundo eterno é uma coisa normal. Outra, totalmente diferente, é observar a população ser submetida a experiências de mudanças bruscas de entendimento, de orientação, de leis, de costumes, de tradições e tudo mais.
Insegurança jurídica, provocada sobretudo por decisões intempestivas do Judiciário e dos outros Poderes, e que não leva em conta a lenta e gradativa evolução natural da sociedade, é hoje o que mais tem provocado nos brasileiros essa sensação de vulnerabilidade da realidade e das próprias leis, alteradas ao sabor dos ventos ideológicos e feitas sob medida para atender às demandas daqueles que estão instalados em posição de mando.
Chamar à razão os que, de posse de um poder momentâneo, creem, por bem, reinventar uma espécie de roda quadrada, é perda de tempo. O pior é quando toda essa insegurança institucional passa a invadir a esfera da psicologia humana, em nosso caso, induzindo os brasileiros a um estado emocional que conduz e desencadeia um verdadeiro ataque de pânico geral.
Não por outra razão, o Brasil é hoje o campeão em mais uma modalidade pouco virtuosa, no caso aqui, de consumo de ansiolíticos, sobretudo os classificados na classe dos benzodiazepínicos. Não se iluda: o aumento expressivo nas crises de ansiedade, detectados pelos serviços de atendimento médico, em todo o país, resulta não apenas de pré-disposições pessoais ou familiares, mas possuem suas raízes também nessa insegurança disseminada aos quatro ventos, que torna o injusto em justo e que passa a confundir o virtuoso com o vicioso e dissipado.
É o caso aqui de construir uma paráfrase com o que disse Rui Barbosa, quando observou: de tanto verem triunfar as nulidades, a desonra e a injustiça, os brasileiros, sujeitos à realidade nacional distorcida, entregam-se em grande número aos barbitúricos, às bebidas e outras drogas lícitas e ilícitas.
Não há mais como antes, o exemplo vindo de cima ou o consolo trazido por lideranças aptas a conduzir pelos caminhos seguros da ética. O estresse psicossocial, por suas origens e por seus efeitos reais sobre a mente dos indivíduos, tem boa parte de suas causas justamente no âmbito da sociedade.
É no meio social, em que o indivíduo está inserido e onde busca laços afetivos e de segurança que, no nosso caso, está-se a induzir, em doses cavalares, os sentimentos de perda de identidade e de valores, que vão sendo destruídos pelos próceres no poder. É o caso aqui da legalização do aborto, das drogas, do desmanche das leis de improbidade administrativa, da lei da ficha limpa, da prisão em segunda instância e de uma série de outras modificações feitas para atender os iconoclastas e niilistas, todos eles dispostos a fazer vingar um mundo distópico e em ruínas.
A frase que foi pronunciada:
“Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte Constituição da República Federativa do Brasil.”
Preâmbulo da Carta Magna. Só para relembrar
Descaso
Impossível compreender a razão de não se colocar uma barra de proteção que impeça a passagem de carros no momento em que o trem se aproxima. Primeiro o alarme e depois a trava desce, impedindo que os carros sigam em frente até que o trem passe. É o mínimo de segurança que se pode oferecer à população. O acidente do ônibus na linha do trem em Brasília é prova desse descaso.
Acidente entre trem e ônibus deixa um morto e 4 feridos | Jornal da Noite – YouTube
Segredo
Hoje, no Anfiteatro 9 da UnB, às 19h30, o maestro David Junker vai receber uma homenagem do pessoal do Madrigal. Presença maciça do Coro Sinfônico, ex-alunos, amigos e participantes de vários corais regidos por Junker. Afastado para cuidar da saúde, o maestro nem sonha com essa homenagem. Junker é o maior educador de audiência da música erudita em Brasília.
Nesta Rua – Concerto Jubileu de Prata Madrigal UnB: Regência: Maestro David Junker – YouTube
Debate
Interessante a discussão na audiência pública que discutiu o papel do hidrogênio verde no Brasil e no mundo, em Brasília. O evento, promovido pela Subcomissão Especial de Hidrogênio Verde e Concessões da Câmara dos Deputados, conduzido pelo deputado Leônidas Cristino (PDT/CE), contou com a presença do presidente do Conselho Regional de Química da 21ª Região Alexandre Vaz Castro. Na Europa, as plantas de hidrogênio não são mais feitas onshore, em terra, e sim no mar, por questão de segurança.
Hidrogênio Verde no Brasil e no Mundo – CME – Subcomissão Especial – 13/11/2023 – YouTube
História de Brasília
O Serviço de Meteorologia, do ministério da Agricultura, que funcionava em Brasília, foi abandonado totalmente. O chefe foi transferido, funcionários entraram em férias, e ninguém foi substituído. (Publicada em 27.03.1962)
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Vídeo que circula nas redes sociais mostra três jovens francesas sendo importunadas por uma dezena de homens mulçumanos, em mais um caso, entre dezenas que ocorrem todos os dias no continente europeu, em que radicais praticantes dessa religião se acham no direito de assediar mulheres por vestirem trajes ocidentais.
No caso em questão, as jovens estão usando calça tipo moletom e camisetas sem manga. O que diferencia esse caso de outros, em que as mulheres apanham muito ou são violentadas com selvageria, é que os agressores, nesse caso, não sabiam que essas três jovens eram praticantes de luta marcial. Nas imagens que se seguem, vemos primeiro as jovens sendo molestadas com violência. Em seguida elas decidem reagir, mesmo em desvantagem numérica, e partem para cima dos machões de Alah com todo o tipo de técnicas aprendidas na academia de luta.
O vídeo mostra uma reação inesperada dessas jovens que surpreende a todos. Os homens levam uma verdadeira surra, sendo que as jovens, depois da lição dura, saem correndo para seus destinos. As imagens têm feito sucesso, sendo que alguns internautas dizem que toda a cena de pancadaria é fake.
Seja como for, essas são representações bem vivas na memória e no desejo de milhares de mulheres europeias, que gostariam que essas cenas fossem reais e seus algozes fossem recebidos com a mesma violência que praticam contra elas. O fato aqui é que muitas mulheres, assustadas com que vem acontecendo em seus países, estão buscando treinamento de autodefesa, pois sentem que os dias de liberdade, tão caro aos ocidentais, estão perto do fim por causa da imigração desenfreada, sobretudo aquela que permitiu a entrada de radicais religiosos.
Fredrik Hagberg, membro líder do grupo Juventude Nórdica, descreveu, à PBS News, a Suécia depois do acolhimento aos refugiados muçulmanos radicais: “As portas do inferno foram abertas. Um caos total na Suécia. E cada vez ficando pior. Mais e mais imigrantes entrando no país todos os dias. A violência crescendo contra os cidadãos suecos. Crianças e mulheres estão pagando um alto preço. A polícia não tem estrutura para cuidar de tudo sozinha, por isso sou simpatizante de os ‘Vigilantes’. Nós temos que participar.”
São centenas de casos de violência que ocorrem todos os dias no continente europeu, em que radicais praticantes dessa religião se acham no direito de assediar mulheres por vestirem trajes ocidentais, ou combatem a cultura local impondo a própria cultura.
Relatos de como é dura a vida das mulheres sob os regimes mulçumanos são bem conhecidos. São nessa condição, cidadãs de terceira classe, tratadas com desprezo e violência, sendo que seus algozes raramente são punidos. Livro que chega agora às prateleiras, das poucas livrarias que ainda restam, mostram bem essa situação bizarra. Dentre esses três, merecem destaque “A virgem na jaula: um apelo à razão”; “Infiel: a história da mulher que desafiou o Islã” e “Herege: por que o Islão precisa de uma reforma imediata”, todos de autoria da escritora Ayaan Hirsi Ali, nascida na Somália.
Hirsi viveu na pele o que denuncia. Ainda jovem foi submetida à mutilação sexual, prática ainda corrente por aquelas bandas. Sofreu nas mãos da Irmandade Muçulmana, contraindo matrimônio contra sua vontade, como é também usual nesse mundo primitivo. Depois de ser ameaçada de morte por suas convicções e luta, resolveu fugir para o Ocidente.
Depois de muito trabalho e preparação, passou a lecionar na prestigiosa Universidade de Harvard, sendo mencionada pela revista Time com uma das cem celebridades mais influentes do planeta. Por essa posição e por sua luta em prol de uma reformulação do Islã, está jurada de morte pelos fundamentalistas. Por seus conhecimentos e vivência Hirsi, sente-se à vontade para alertar o mundo ocidental sobre os perigos que corre, nesses tempos de novas Cruzadas.
Para ela, a civilização ocidental está correndo uma tríplice ameaça decorrente do autoritarismo e do expansionismo das grandes potências comunistas da China e Rússia, além do expansionismo e ascensão do islamismo global, tudo isso embrulhado na propagação desenfreada da ideologia Woke, que parece corroer os princípios morais dessa e das próximas gerações.
Em entrevista concedida ao portal O Antagonista, a escritora alerta para o perigo que o Ocidente corre com essas três ameaças, que irmanadas formam uma verdadeira força capaz de fazer corroer toda a herança Judaico-Cristã. Diz ela: “Reconheci, na minha longa jornada através de um deserto de medo e de dúvidas, que existe uma maneira melhor de gerir os desafios da existência do que o Islã ou a descrença tinham para oferecer.”
A frase que foi pronunciada:
“Não estamos preparados para essa situação. A seguridade social não tem suporte para atender essa demanda. Vamos trabalhar para enviar de volta os refugiados que não honraram o direito de viver na Suécia.”
Anders Ygeman, ministro do Interior da Suécia
História de Brasília
E tôda a imprensa do país deve usar de todos os recursos ao seu alcance, para combater, também, os “carunchos” da classe, infestados por tôdas as vias, dentre os verdadeiros profissionais. (Publicada em 27.03.1962)
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Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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À medida em que a população idosa aumenta, aumentam também os casos de violência, numa correlação de fatos que tem assustado muito todos aqueles que conhecem de perto o assunto. “Em medida considerável, o tempo do idoso do DF tem sido preenchido por violência, uma violência tão cruel quanto endêmica, que deixa a céu aberto a debilidade de seus amores e os fins de vida mais funestos do que se poderia esperar”, diz o estudo intitulado Mapa da Violência Contra a Pessoa Idosa no DF, que reúne pesquisas realizadas ao longo de dez anos de existência da Central Judicial do Idoso (CJI), organizado pelo TJDFT, MPDFT e DPDF.
Considerada um projeto pioneiro nessa área, a Central Judicial do Idoso (CJI) tem buscado acolher a pessoa idosa em toda a sua complexidade, estimulando sua participação na defesa de seus próprios interesses. De acordo com seus criadores, a CJI trabalha subsidiando as autoridades do sistema judiciário, orientando e prevenindo situações de violência e violação da pessoa idosa e promovendo a análise multidisciplinar das situações de negligência, abandono, exploração ou outros tipos de violência, buscando soluções de consenso para conflitos e encaminhando a demanda aos órgãos competentes. Para tanto, como ressaltam seus coordenadores a CJI tem investido no fortalecimento dessa rede de proteção social, por meio da interlocução e integração entre as diversas instituições públicas.
Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), a violência contra a pessoa idosa é caracterizada pelo “uso intencional da força ou do poder real, podendo resultar em lesão, morte ou dano psicológico, deficiência de desenvolvimento ou privação”.
O Estatuto do Idoso, instituído em 2003 (Lei 10741/03), define, em seu art. 19, parágrafo primeiro, a violência contra o idoso como qualquer ação ou omissão praticada em local público ou privado que lhe cause morte, dano ou sofrimento físico ou psicológico.
Segundo os dados do Disque 100 – Módulo Idoso, fornecidos pela Secretaria de Direitos Humanos, o DF que sempre havia figurado nas primeiras posições pelo número de registros de denúncias, apareceu em 2016, na décima posição, com 419,50 casos. Já na Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos. mais de 65 mil denúncias foram feitas no primeiro semestre de 2023; segundo especialistas, as pessoas estão se sentindo confiantes em denunciar.
Estudos comprovam que a violência contra os idosos não está relacionada diretamente a questões econômicas ou a pobreza, mas a múltiplos outros fatores como a violência estrutural, a violência da discriminação e a violência da negligência que negam, aos mais pobres, o acesso a serviços de saúde e à assistência de qualidade.
O fato é que a pobreza na idade avançada tende a aumentar a dependência produzida por condições físicas e psicológicas, como atesta Cecília Minayo, da Fiocruz. Temos assim que a violência contra os idosos de baixa renda podem ser do tipo estrutural, interpessoal e institucional.
O que explica, em parte, o aumento da violência contra os idosos é, segundo Ladya Maio, em sua obra Desafios da Implementação de Políticas Públicas de Cuidados Intermediários no Brasil, “que a família brasileira não tem mais condições de ser a única protagonista, nem de exercer sozinha a tarefa pela complexidade dos cuidados demandados pelos idosos, seja pela falta de condição financeira, seja pela ausência de parentes que possam compartilhar esse mister, pela necessidade de trabalho externo, principalmente em razão da mudança do papel social exercido pelas mulheres, ou de problemas derivados da violência intrafamiliar.”
Trata-se de um problema de grandes proporções se formos avaliar as verdadeiras condições oferecidas hoje pelo Estado às populações idosas e de baixa renda.
A verdade é que, diferentemente do que ocorre no Distrito Federal, onde já existe uma superestrutura para, pelo menos, avaliar esse problema previamente, o atendimento adequado aos idosos no Brasil ainda tem muito que progredir.
A renda da população idosa é considerada alta, com mais de cinco salários mínimos. Esse fato explica, em parte, porque muitos idosos ainda assumem o papel de chefes e provedores de família. A ideologia da velhice como decadência, doença ou problema, no caso brasileiro, está repleta de contradições e não corresponde ao imenso e crescente espaço ocupado pelas pessoas idosas na família, na economia e em outras instâncias, ainda que isso não fique claro no reconhecimento que a sociedade lhes deve.
A frase que foi pronunciada:
“Quando a velhice chegar, aceita-a, ama-a. Ela é abundante em prazeres se souberes amá-la. Os anos que vão gradualmente declinando estão entre os mais doces da vida de um homem. Mesmo quando tenhas alcançado o limite extremo dos anos, estes ainda reservam prazeres.”
Sêneca
História de Brasília
Nossa solidariedade ao colunista Ibrahin Sued, do “O Globo”, pela campanha contra os chantagistas da imprensa do Rio. Desassombrado e vigoroso, o colunista está reagindo violentamente contra as publicações imorais editadas para fazer chantagem. (Publicada em 27.03.1962)
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Chegamos a um tal paroxismo na ânsia arrecadatória do governo que, onde quer que haja brechas passíveis de serem ocupadas por cobranças de novas taxas e novos impostos, ali serão inseridos, imediatamente, novos sorvedouros do dinheiro público. Trata-se de um mecanismo que, contrariamente ao que acreditam as autoridades monetárias do governo, afugenta investidores ao mesmo tempo em que cria, na mente dos pagadores de impostos, um certo sentido de sobrevivência e de urgência, semelhante ao que ocorre nos períodos de guerra, fazendo com que os indivíduos busquem, mesmo fora das regras legais, maneiras de salvar seu dinheiro da gana arrecadatória do governo que, rarissimamente, devolve esses impostos em serviços para a população.
Não se sabe ao certo por que os técnicos do governo ligados à área econômica desprezam ou fingem desconhecer a chamada curva de Laffer. Segundo esse conceito, em um determinado ponto da curva ascendente, ocorre um ponto de inflexão, ou seja, o aumento na tributação resulta sempre em uma receita menor que antes.
Para os que desdenham desse conceito, a diminuição dos impostos em uma sociedade estimula a economia como um todo. Obviamente que, nesse cálculo, entra também a segurança jurídica com a manutenção de regras racionais e o empenho em cumprir metas pré-estabelecidas. É tudo o que não temos no momento.
A economia vive, portanto, de estímulos e incentivos positivos, não aqueles destinados aos “chamados campeões nacionais”, todos eles amigos do sistema, mas a toda a sociedade. Em outras palavras, o que temos aqui, neste momento da nossa economia, é o limite ou ponto extremo, a partir do qual as receitas irão despencar, faça o que fizer o governo.
Não por outra, dados do próprio Ministério da Fazenda têm mostrado uma recorrente queda de receitas pela quarta vez neste ano. De janeiro a setembro, essa arrecadação caiu 0,78 %. Sem o agronegócio, essa queda seria ainda muito maior. Mesmo puxando a economia, o setor agrário é visto pelo governo como uma atividade que ainda paga menos impostos. E é aí que o governo, mais uma vez, despreza a Curva de Laffer. Tributando mais esse setor, em pouco tempo, as receitas do governo encolherão, pois o estímulo à atividade cessará também.
O problema com gestores pouco ilustrados é que a matemática só faz sentido se aponta com números a seu favor. Há que separar política partidária de política de Estado e essa é uma lição tão árdua como o reconhecimento tácito de erros cometidos. O orgulho entra nessa equação em desfavor do governo se esse não deixar de lado o antolho ou viseira ideológica. Um caso exemplar dessa visão obtusa pode ser conferido na política do governo em limitar, e mesmo inibir, a expansão da energia solar. Foi só a tecnologia ser aperfeiçoada, dando, aos consumidores, chances mais acessíveis de gerarem sua própria energia elétrica, que o governo viu, nessa brecha, uma oportunidade de criar a chamada “taxação do sol”.
O marco legal editado pelo governo veio para encarecer os custos para os usuários de energia solar e, de quebra, gerar mais lucros para os cofres do governo. O denominado Marco Legal da Geração Distribuída, que entrou em vigor em janeiro, por meio da Lei nº 14.300/22, prevendo a aplicação de uma taxa e um fim aos subsídios para quem gera sua própria energia solar, veio para desestimular a prática em prejuízo de toda a sociedade.
Se o governo agisse para estimular a obtenção de painéis solares, facilitando e universalizando o acesso a essa tecnologia, em pouco tempo, o país ensolarado ver-se-ia livre às concessionárias e aos seus tributos e taxas escorchantes. Mas isso não é feito, porque o governo enxerga, nessa facilidade, uma perda de arrecadação e isso é, dentro do terreno baldio dos cérebros do governo, um anátema.
A frase que foi pronunciada:
“A solução governamental para um problema geralmente é tão ruim quanto o problema.”
Milton Friedman
Expressivos
As causas mais comuns de câncer nas mulheres é o câncer de mama e, nos homens, o câncer de próstata. Os gastos com a doença são expressivos. Dados do estudo “Quanto custa o câncer?”, do Observatório de Oncologia, do Centro de Estudos Estratégicos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e do Movimento Todos Juntos Contra o Câncer, demonstram as despesas. Foram de R$4 bilhões em 2022, as quais representaram 3% dos recursos públicos federais na área da saúde.
História de Brasília
Quanto ao mais, resta lembrar que o “buffet”, do Baile da Cidade, no Teatro Nacional, fornecido pelo Francisco Gagliardi, do GTB, foi abundante e de excelente qualidade, e foi todo preparado em Brasília, constituindo isto, apenas um ato de rotina. (Publicada em 27.03.1962)
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Não é de hoje que parte da imprensa e alguns operadores da Justiça têm chamado a atenção para o lento e progressivo movimento do crime organizado em direção à máquina do Estado, não só em instâncias como o legislativo municipal, estadual e federal, mas nas esferas do Judiciário e no próprio Poder Executivo. Trata-se de um processo que não começou agora, mas que vem ganhando intensidade à medida em que essas organizações crescem em poderio e em eficiência como qualquer grande empresa.
A sofisticação e os métodos de ação vão se aprimorando a cada mudança no comando desses grupos. As novas gerações de criminosos, alguns com formação universitária, enxergam esses negócios com olhos de empresários e sabem que o melhor a fazer, nesses tempos de tecnologia avançada, é organizar-se com métodos e critérios, criando ramificações no lado sadio da sociedade, sem que ninguém perceba.
Obviamente que, para essa empreitada, o primeiro passo é qualificar seus integrantes, financiando seus estudos, contratando gente especializada nos diversos ramos de atividade empresarial e tudo mais. O passo seguinte é adentrar a máquina do Estado, instalando-se no coração do poder. Para isso, financiam candidatos a diversos cargos públicos. Em seguida, partem para cima da atividade política, financiando candidatos comprometidos com essas atividades ilícitas ao mesmo tempo em que impedem outros candidatos de concorrer na vasta área dominada pelo crime organizado.
Como o próprio nome diz, o crime organizado vai, a exemplo dos bicheiros, abandonando as antigas atividades ilícitas e buscando novos negócios mais lucrativos e mais diversificados. Noutra ponta, os criminosos partem diretamente para o suborno de autoridades e mesmo de juízes, comprando a liberdade entre outros benefícios. Para os que não aceitam suas ofertas, os criminosos ameaçam e matam.
Não são poucos os juízes do nosso país que necessitam de segurança armada 24 horas por dia, dormindo cada noite num local e vivendo uma vida de prisioneiro de fato. Também a imprensa tem mostrado que não são poucos os casos de juízes apanhados vendendo sentenças. A transformação do Brasil em corredor internacional do tráfico de drogas e armas, facilitado pela imensidão de milhares de quilômetros de fronteiras secas e pouco vigiadas, deu aos integrantes das diversas quadrilhas do crime organizado, insumos fartos para suas atividades ilegais.
O crescimento e a lucratividade desse tipo de negócio são facilitados e até insuflados pela leniência com que o poder público lida com a questão. Leis de progressão de regime, saidinhas, visitas íntimas, bolsas concedidas aos familiares de presos, liberalização das drogas, advogados não revistados e muitas outras aberturas e facilidades são postas à serviço da bandidagem, em nome de uma falsa humanização dos condenados.
Mas é, na política nacional, principalmente aquela parte que vive à base do toma lá, dá cá, dos orçamentos secretos e dos escândalos rotineiros, que os neófitos oriundos do mundo do crime, também chamados de colarinhos novos, encontrarão os adversários à altura de suas ousadias.
Aí, nesse Olimpo, terão muito o que aprender para chegar ao status de um autêntico colarinho branco, intocável, impávido e impoluto. O problema com essa infiltração do crime organizado no mundo da política é que, nesse novo ambiente, nem os maiores especialistas do planeta em criminologia saberão quem é quem.
A frase que foi pronunciada:
“Temos de colocar esse problema no radar: violência, criminalidade organizada, como impedir a sua infiltração nas instituições e como o Estado reocupar espaços que estão perdidos para o crime organizado. E isso ocorre no Rio de Janeiro e na Amazônia. Portanto, é um fenômeno nacional, continental”.
Ministro Luís Roberto Barroso
Barbaridade
A manchete que nunca saiu: “Ministro de Bolsonaro recebe a dama do tráfico em seu gabinete.” Imaginem! Dois pesos e duas medidas. Isso não é democracia.
Debate
Interessante a discussão na audiência pública que discutiu o papel do hidrogênio verde no Brasil e no mundo, em Brasília. O evento, promovido pela Subcomissão Especial de Hidrogênio Verde e Concessões da Câmara dos Deputados, conduzido pelo deputado Leônidas Cristino (PDT/CE), contou com a presença do presidente do Conselho Regional de Química da 21ª Região, Alexandre Vaz Castro. Na Europa, as plantas de hidrogênio não são mais feitas onshore, em terra, e sim no mar, por questão de segurança.
História de Brasília
A ressalva em tôrno dos frangos foi feita a propósito, porque as autoridades deviam saber que a granja do Torto, onde reside o presidente da República, tem uma excelente criação de frangos, e era quem fornecia para todos os banquetes realizados em Brasília. (Publicada em 27.03.1962)