Em reconhecimento aos trabalhadores do Brasil

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)

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Charge do Cazo

 

Não é de hoje que os trabalhadores, que possuem o direito líquido e certo, de receber o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), enfrentam uma verdadeira Via Crucis para sacar esse dinheiro. Além de toda a burocracia a ser vencida, uma a uma, pelo trabalhador, mesmo com o aval por escrito que o dinheiro está liberado para saque, a CAIXA depende de uma área de controle, compliance ou conformidade que  ainda exige do trabalhador certidões fora da lista exigida e publicada.

A sentença é irrecorrível na Justiça do Trabalho, entre outros documentos, tudo, na visão de quem passou por esse processo Kafkiano, para dificultar e até mesmo retardar, ao máximo, o acesso do cidadão à um recurso que é seu, retirado compulsoriamente e mês a mês de seu salário.

Lotes que já estavam prontos para o pagamento datados para saque no dia 29 de dezembro, data certa e sabida de que as instituições bancárias estariam fechadas, já que é o último dia útil do ano. Um desrespeito previsto no Estatuto do Idoso. A saber: Capítulo 2, Art. 96. Discriminar pessoa idosa, impedindo ou dificultando seu acesso a operações bancárias.

Ciente dessas dificuldades e entraves surreais, não surpreende que proliferem, no país, um cem número de empresas de advocacia e despachantes, todas elas especializadas em destravar esses recursos. O problema é que para ter acesso a esses intermediadores providenciais, o trabalhador terá que desembolsar do próprio bolso os custos desse serviço, que não é barato. Isso, quando o juiz responde à tempo.

Na origem desse problema, como em muitos outros presentes no dia a dia dos brasileiros, estão os famigerados loteamentos políticos a infestar, de cima a baixo todas as instituições e empresas públicas de nosso país. Nesse caso, todas essas instituições passam a serem geridas e organizadas com pessoas pouco ou nada capacitadas para o exercício dessas funções.  O comando desses órgãos obedece apenas à lógica política e ao interesse dos partidos e do governo, que age distribuindo cargos em troca de apoio para suas propostas.

Ao trabalhador, lá na ponta, que possui seus direitos adquiridos e deles necessita, não é feito qualquer esforço para aliviar-lhe o fardo e as exigências descabidas. Diante desse descaso, que se repete há anos e sem solução, os tribunais acabam recebendo milhares de ações anualmente, todas elas impetradas pelos trabalhadores, no caso seus advogados, apenas para que a CAIXA pague o que é devido, acrescido de danos morais.

Muitos acreditam que essa protelação sistemática é feita para dar ainda mais lucros para esse banco estatal, com a aplicação desses recursos no mercado financeiro. Não são poucas também as notícias trazidas diariamente pela imprensa, relatando as dificuldades e atrasos na liberação do FGTS para os trabalhadores. Basta observar um detalhe simples para saber que há algo de podre no reino da Dinamarca. Todo e qualquer trabalhador celetista tem uma conta bancária. Por que a aposentadoria e o FGTS não são depositados imediatamente nessa conta, à pedido do trabalhador?

Com isso fica, mais do que comprovado que o governo e aqueles que possuem a responsabilidade por todo esse processo, ou não sabem dessas dificuldades e por isso nada fazem para saná-las, ou sabem mas viram as costas para o “monte de ninguém”.

Mesmo os aplicativos disponibilizados pela Caixa e, que em tese, serviriam para facilitar o acesso do trabalhador aos seus direitos, constantemente estão travados ou saindo do ar, segundo a Caixa, por excesso de consultas simultâneas ou instabilidade no sistema.

Também nesses serviços online as exigências e complexidade, dificultam a vida do trabalhador, pouco afeito ao universo virtual. O que muita gente esquece é que a burocracia exagerada, aliada a gestões de cunho político partidário, acabam por produzir mecanismos de corrupção que afetam o livre acesso do trabalhador ao FGTS.

Não são poucos também os casos de malversação desses recursos para programas habitacionais e outros fins, com os prejuízos dessas operações marotas sendo obrigatoriamente debitadas na conta dos trabalhadores. Se um conselho precioso cabe aqui nesse espaço, recomenda-se, principalmente aos trabalhadores que estão prestes a receber o dinheiro que lhes cabe do FGTS, que se arme de paciência, humildade, sabedoria para conseguir chegar depois de décadas de trabalho ao que lhe cabe sem esperar qualquer reconhecimento.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Cachorro também é ser humano”

Antônio Rogerio Magri, ministro do Trabalho e da Previdência

Antônio Rogério Magri

 

Ilário

Chega a ser engraçado a Justiça cobrar de R$10 mil a R$10 milhões de um carroceiro. Não pense que é fácil trabalhar neste país.

Foto: Divulgação

 

História de Brasília

O defeito que tem é não ter nascido em Mondubim, mas isto a gente arranja com um título. Falando do governador do Ceará, disse que com governo federal ou sem governo federal Parsifal Barroso perderá. (Publicado em 01.04.1962)

 

Impostos para o desenvolvimento do Brasil

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Charge do Jean Galvão

 

Ainda hoje, muito se discute entre nós sobre a urgência de uma reforma tributária que seja mais harmônica e que onere mais quem mais possui. “Quando o governo é justo, diz em Provérbios 29:4, o país tem segurança; mas, quando o governo cobra impostos demais, a nação acaba na desgraça”.

Tomando a Bíblia pelo seu aspecto secular, na qual está registrada parte da história humana, ocorrida naquela região do planeta, o que se observa, apenas com relação à cobrança de impostos, extraída de forma bruta e autoritária, daquelas populações que viveram naquele período, a sensação que temos é de que pouco ou nada dessa tributação desigual e forçada foi alterada nos dias de hoje em nosso país, mesmo depois de passados dois mil anos.

Ostentamos sem muito orgulho o campeonato de nação com uma das maiores cargas tributárias do mundo. Se observarmos o aspecto de retorno desses impostos para a sociedade, então seremos campeões absolutos. É como se esse aspecto da exploração do homem pelo homem, mesmo em sociedades ditas modernas, permanecesse congelado no tempo.

Apenas resumindo toda a complexa discussão sobre a falta de equidade na cobrança de impostos verificada, hoje, no cotidiano dos brasileiros, nada mais atual do que essa observação colhida há 20 séculos passados. A situação do ponto de vista da segurança pública do país, onde a criminalidade e a violência são realidades diárias que assustam não apenas os brasileiros, mas todo o mundo civilizado, evidencia que, de fato, pelo volume absurdo de tributação, a “nação acabou em desgraça”.

De fato, sob o ponto de vista histórico, o cristianismo veio para abalar as estruturas terrenas, estabelecendo uma espécie de conflito pacífico entre o que seria a justiça divina e a justiça dos homens. Contudo, o personagem central viria a ser o Novo Testamento. Jesus, não questionava, de forma frontal, o pagamento de impostos às autoridades que comandavam seu país. Mesmo deixando claro que os cristãos deveriam obedecer às autoridades terrenas, muitos conflitos aconteceram naquelas regiões por causa da cobrança de impostos exagerados.

O que a Bíblia histórica enfatiza é que os impostos estão dentro das leis, portanto é preciso cumpri-las. “Se a lei da terra afirma que todos devem pagar impostos de guerra, então é isso que devemos fazer. É a lei. Mas devemos, porém, trabalhar e rezar muito para mudar essa lei,” É o que recomendava em Romanos 13:1 e é o que parece que devemos fazer hoje, se desejamos ver implantado uma espécie de justiça tributária.

Nesse ponto, a discussão é remetida aos representantes da população com assento no Congresso. Uma discussão, ao que parece não ser do interesse deles nem do governo, visto que parte significativa desses impostos vão parar, exatamente nas mãos deles, em forma de emendas compulsórias e outros infinitos benefícios pessoais.

Com relação ao retorno desses impostos na forma de serviços à população, no mesmo trecho da Bíblia, era recomendado que “uma alternativa seria ter a possibilidade de determinar que nossa parte do imposto de guerra seja utilizada nos esforços de paz. Esse caminho seria a forma legal, construtiva e positiva de resolver a situação”.

É o que não ocorre entre nós, mesmo sabendo que não estamos em guerra. O que está implícito em passagens como essas é que os impostos só se tornam justos, quando revertidos em benefício de todos.

Em outra passagem referente a João Batista, contida em Lucas 3,10-18, era recomendado aos cobradores de impostos: “ Não cobreis nada mais do que foi estabelecido”. Aos oficiais de justiça (soldados) que acompanhavam os cobradores de impostos (publicanos), era recomendado: “Não maltrateis a ninguém, nem tomeis dinheiro à força; não façais denúncias falsas e contentai-vos com o vosso salário”. A cada um o que lhe é devido, ensina o livro histórico.

 

A frase que foi pronunciada:

“A ciência mais difícil é desaprender o mal.”
Antístenes

 

Inferno
Com medo de ataques de extremistas, as igrejas católicas na Alemanha e Áustria estão com a segurança reforçada até o ano novo. Cães farejadores foram usados antes que as portas das catedrais fossem abertas. A entrada de turistas está proibida.

Imagem referencial | Unsplash

 

Fato
Por falta de uma regulação mais precisa pelos órgãos de vigilância de saúde, o Brasil se tornou campeão mundial em exames de imagens e exames laboratoriais. Com isso muitos pacientes são submetidos a uma bateria de procedimentos clínicos, muitos deles, absolutamente desnecessários e inócuos do ponto de vista do diagnóstico.

Foto: Exame/Site Exame

 

Cri-cri
Cinemas também não podem impor a pipoca vendida no local. Venda casada é vetada ao consumidor.

Foto: Adriano Vizoni/Folhapress

 

História de Brasília

Andes de uma semana após falar na Câmara dos Deputados contra o número de viaturas da polícia, o deputado Bezerra Leite precisou de uma rádio patrulha na sua cerâmica, tendo sido atendido prontamente, graças ao equipamento contra o qual ele falara no Congresso.

O quebra-cabeças de Marco Aurélio Mello

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O ministro Marco Aurélio Mello. Foto:
CARLOS HUMBERTO /SCO/STF

 

          No âmbito do estudo da História, algumas regras se mostram fundamentais para que se evitem tropeços e interpretações estranhas aos fatos descritos. A primeira dessas regras, e que deve ser seguida à risca pelos historiadores, é que não se deve julgar os fatos históricos, sob pena de levar o estudioso a caminhos afastados da verdade.

          A outra regra, e que serve também como lição, é que entender fatos do passado com a cabeça posta no presente, em sintonia com a evolução e os avanços da sociedade hodierna, não permite entender toda a extensão dos fatos pretéritos, pois a História é apenas o testemunho do passado. E é esse testemunho que, volta e meia, vemos emergir na forma de livro, depoimento, confissão ou documento e outros indícios, e que serve como peça a encaixar num quebra-cabeça complexo e cheios de nuances valiosas, que facilitam o entendimento de nossa história recente.

         Como o único ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) a votar contra o chamado Inquérito do Fim do Mundo, Marco Aurélio Mello, agora aposentado, sempre, em suas manifestações dentro dessa alta Corte, mostrou-se um juiz independente, posição que muitas vezes era considerada como descolada de certos consensos arbitrários e corporativistas, mostrando-se sempre fiel aos seus princípios de magistrado, com pensamento próprio e singular.

         É justamente por essa liberdade de pensamento que os depoimentos atuais desse ex-ministro são importantes para o entendimento de nossa história recente. Por outro lado, é visto que a Suprema Corte, passou, nesses últimos, anos, a assumir um papel e um protagonismo ativo e até principal nos fatos históricos contemporâneos. A descrição, que outrora caracterizava essa Corte, com seus integrantes falando apenas nos autos, ficou no passado. Hoje não há um brasileiro sequer que não acompanhe as decisões desse Poder, principalmente em decorrência das diversas polêmicas na qual essa Corte se viu envolvida e também pelas repercussões que essas decisões acabam trazendo para a vida de cada cidadão.

          De tanto atuar fora dos autos e para além de suas competências, não são poucos os brasileiros que veem o desempenho atual dessa Corte, como bem próximo de uma ditadura da toga. Pelo sim, pelo não, o ex-ministro, em seus diversos depoimentos a jornalistas e aos formadores de opinião, tem afirmado que “o pior tipo de ditadura é a ditadura do Judiciário”, já que esta é a instância máxima.

         Segundo tem afirmado, e por diversas vezes, “se um ministro atuar fora das balizas legais, o que ocorrerá em outra instância?, pergunta.” É sabido, diz ele, em outra entrevista, que toda vez que invadíamos outro poder, como o Legislativo, lançávamos um bumerangue que poderia retornar a nossa testa”.

         Na opinião de Marco Aurélio de Melo, de quem presenciou e atuou no funcionamento interno do STF, por várias décadas, quando a Corte extrapola suas prerrogativas, ela acaba indo para a vitrine e, na vitrine, o estilingue funciona”. Para Marco Aurélio Mello os brasileiros não se conformam com o fim da força tarefa da Lava Jato, sendo que se o ex-juiz Sérgio Moro tivesse permanecido na 13ª Vara de Curitiba, hoje ele estaria também no Supremo. Marco Aurélio disse ainda que, nas eleições de 2022, votou no ex-presidente Jair Bolsonaro, justificando que, por sua trajetória de ex-ministro do Supremo, jamais votaria em Lula, uma vez que sua atuação e condenações posteriores seriam um impeditivo mais do que suficiente.

         “A base e a medula da administração pública são os princípios consagrados nas Leis da Leis que é a Constituição Federal, ensina o ex-ministro, para quem é preciso observar os princípios da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, publicidade, eficiência e transparência, princípios esses que viabilizam o acompanhamento diário da administração pública.

         Como proponente na criação da TV Justiça, a publicidade dos atos da Suprema Corte é fundamental para a democracia e para seu consequente aperfeiçoamento. “A administração pública, diz, é avessa a sigilos e segredos.”  Essa transparência, contudo, deve obrigar o STF a agir sempre com discrição e longe dos holofotes.

         Com relação a indicação de Flávio Dino para uma vaga no STF, Marco Aurélio diz esperar que ele não leve mais política (do tipo partidária e ideológica) para o Supremo. São depoimentos valiosos e que mostram um outro lado de nossa história recente e que assegura a crença de que existe ainda personagem cuja trajetória enriquece nossa República.

 

A frase que foi pronunciada:

“Onde esteve o Estado que não previu isso?”

O ex-ministro do STF, Marco Aurélio de Mello, atribuiu os atos violentos que ocorreram em Brasília ao Estado como um todo. (GM)

 

Fato

Por falta de uma regulação mais precisa pelos órgãos de vigilância de saúde, o Brasil se tornou campeão mundial em exames de imagens e exames laboratoriais. Com isso muitos pacientes são submetidos a uma bateria de procedimentos clínicos, muitos deles, absolutamente desnecessários e inócuos do ponto de vista do diagnóstico.

Foto: Exame/Site Exame

 

Consumidor

É bom que os consumidores saibam que pessoas físicas podem perfeitamente fracionar embalagens de mercados que forçam a compra total do produto. Outro dia, em um grande supermercado, um cliente separou uma cartela com 30 ovos que vinha em uma caixa com duas cartelas e provou no caixa que era seu direito levar apenas uma bandeja.

Foto: reprodução da internet

 

Cricri

Cinemas também não podem impor a pipoca vendida no local. Venda casada é vetada ao consumidor.

Foto: Adriano Vizoni/Folhapress

 

História de Brasília

Andes de uma semana após falar na Câmara dos Deputados contra o número de viaturas da polícia, o deputado Bezerra Leite precisou de uma rádio patrulha na sua cerâmica, tendo sido atendido prontamente, graças ao equipamento contra o qual êle falara no Congresso.

Paz em 2024

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Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

 

         Muitos falam e chegam até a desejar, com a sinceridade relativa de hoje em dia, que o ano que se inicia será repleto de paz. Será o ano em que os brasileiros reencontrarão o caminho da convivência e da harmonia. O que a maioria dessas pessoas não percebem, ou fingem não perceber, é que a tão almejada e sonhada paz só se tornará realidade concreta quando for seguida e contemplada por uma justiça plena.

         Não aquela concedida sob medida e em doses miúdas pelos novíssimos intérpretes dos regimentos e das leis, todos eles munidos de um poder absurdo e que, ao final, enxovalha a própria Justiça. A Justiça, em sua essência, é o veículo da paz. Sem ela, tudo fica retido no mundo relativo dos desejos e da boa vontade, mas que não vai além de promessas esvaziadas. Para um país como o nosso, político, social e economicamente fracionado, não há como pensar em paz, quando se nota, logo de saída, a distância enorme que separa o Brasil real daquele vivido por sua classe dirigente. Não há Justiça nesse campo, pois o cidadão, neste país, hoje, vive e trabalha duro para custear, de forma obrigatória, uma realidade que não é a dele.

          Pode parecer estranho, mas no tempo da Operação Lava Jato, um período curto, mas de grande esperança geral, havia um sentido de paz, que parecia pairar sobre todos. Finalmente o país iria se ver livre de uma praga histórica que, por séculos, mantinha os brasileiros como refém do passado, atados a um subdesenvolvimentismo crônico.

         Esse sentimento de paz vinha embalado, justamente, no presente da Justiça. Naquele interim de nossa história, brasileiros de todas as origens puderam sentir na pele o que era a paz. Finalmente o país deixaria de pertencer a uns poucos e seria colocado sob a responsabilidade de todos. Aqueles sim foram anos de paz. Até mesmo o mundo do crime organizado, formado por indivíduos avessos aos colarinhos brancos, sentiu os ares de mudança e, com o baque sofrido, também recuou.

         A satisfação com que a população assistia, a cada dia, a fila imensa de políticos e empresários de alto coturno sendo conduzidos para a prisão, mostrava que a paz em nosso meio também era possível. Curioso notar ainda que cada um desses velhos corruptos que eram levados ao catre aumentava, na mesma intensidade, o sentimento comum de paz. Uma paz profunda, só conhecida pelas crianças.

          Obviamente que a paz não é exatamente isso, ou somente isso. Mas em nossa situação, levada até as últimas consequências da dignidade humana, essa era a nossa paz. A paz derradeira, de não mais precisar sonhar em deixar o país para trás e emigrar para outras terras. Tudo o que deveria ser nosso, desde sua origem, voltava a ser nosso dali em diante. Mas a paz, que era de fino cristal, fugiu de nossas mãos, indo se estilhar contra o chão.

          Desfeita, peça por peça, toda a Operação Lava Jato, aquela legião de anjos caídos banidos para as profundezas da Terra, voltaram com ainda mais sede de roubar a nossa paz, punindo agora quem quer que ouse enfrentá-los. É como se o Brasil tivesse desabado sobre os brasileiros, soterrando-nos sobre escombros. Desejar paz para os que estão agora sob essas ruínas é um sonho para 2024.

A frase que foi pronunciada:

“A força do direito deve superar o direito da força.”

Rui Barbosa

Foto: academia.org

 

Sofás e tapetes

Décadas atrás, o Banco da Lavoura abria várias frentes de empréstimos: empréstimo de formatura, empréstimo escolar e empréstimo nupcial. Isso quando o Poder Público usava os cofres da União para prover Segurança, Transporte, Saúde. Hoje, os empréstimos são para suprir a falta de segurança, o péssimo estado da Saúde Pública, o sucateamento dos transportes e os perigos oferecidos pelas escolas públicas, obrigando o cidadão a, além de pagar altíssimos impostos, arcar com despesas extras de saúde, educação e transporte, já que a Constituição não é cumprida.

Banco da Lavoura de Minas Gerais S.A. : Belo Horizonte (MG).          Foto: biblioteca.ibge.gov

 

Fato

Por falta de uma regulação mais precisa pelos órgãos de vigilância de saúde, o Brasil se tornou campeão mundial em exames de imagens e exames laboratoriais. Com isso, muitos pacientes são submetidos a uma bateria de procedimentos clínicos; muitos deles, absolutamente desnecessários e inócuos do ponto de vista do diagnóstico.

Foto: Exame/Site Exame

 

Consumidor

É bom que os consumidores saibam que pessoas físicas podem perfeitamente fracionar embalagens de mercados que forçam a compra total do produto. Outro dia, em um grande supermercado, um cliente separou uma cartela com 30 ovos que vinha em uma caixa com duas cartelas e provou, no caixa, que era seu direito levar apenas uma bandeja.

Foto: reprodução da internet

 

Cricri

Cinemas também não podem impor a pipoca vendida no local. Venda casada é vetada ao consumidor.

Foto: Adriano Vizoni/Folhapress

 

História de Brasília

Andes de uma semana após falar na Câmara dos Deputados contra o número de viaturas da polícia, o deputado Bezerra Leite precisou de uma rádio patrulha na sua cerâmica, tendo sido atendido prontamente, graças ao equipamento contra o qual êle falara no Congresso.

Lembranças da Inteligência Natural

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Lula e sua equipe de ministros. Foto: Ricardo Stuckert.

 

           Para que seja possível entender, com mais clareza, a natureza do atual momento político atravessado pelo país, sob a perspectiva de um novo e exclusivo modelo de democracia relativa desenhada conforme o desejo de uma elite dirigente instalada no poder, é preciso, antes de tudo, adentrarmos no que os dicionários definem como Ponerologia e Patocracia.

          Os termos, ambos criados pelo psiquiatra polonês Andrzej M. Lobaczewski dizem muito sobre o atual momento político nacional. O primeiro pode ser definido como o estudo do mal ou mais especificamente como ciência da natureza do mal, adaptada a propósitos políticos. Em sua obra, “A Science on the Nature of Evil Adjusted for Political Purposes”, por diversas vezes banida, por motivos óbvios, Lobaczewski  descreve, com fatos históricos, um sistema de governo forjado por uma minoria psicopata ao assumir o controle da vida de pessoas numa sociedade.

          Esses indivíduos passam então a ocupar posições em cargos políticos e de influência intelectual, sobretudo dentro das universidades, agindo aqui como uma espécie de “pedagogos da sociedade”. Em comum, eles nutrem ideias do tipo grandiosas, geralmente tendo como fonte processos mentais patológicos, que não os impede de impor suas teses e métodos.

          Nesse caso, o resultado vem com o empobrecimento da cultura e das tradições e com a deformidade do caráter das pessoas. Com isso, o cidadão passa a perder a capacidade de raciocínio lógico, incapaz de distinguir a verdade da mentira, passando a aceitar a paralógica desses psicopatas.

         Daí decorre também o segundo conceito criado por Lobaczewski, a patocracia, definida como o modo como os psicopatas influenciam no avanço da injustiça social, e com isso, abrem caminho para a tomada do poder.

         As características concretas a definir ambos os conceitos estão em toda a parte, desde a extrema desigualdade perante as leis de uns grupos em relação a outros, como no desejo contínuo de controlar os meios de comunicação; passando por corrupção generalizada, e, no caso atual, feita pelos mesmos personagens de volta ao poder; a supressão do individualismo; a valorização de artes e artistas que se enquadram no novo modelo. Nesse caso aqui abre-se um parêntese para lembrar que o atual governo destinou R$ 16 bilhões da Lei Rounet, com foco para artistas que o apoiam.

         Há ainda o empobrecimento dos valores morais, como é o caso da destruição da família, da religião, do conceito de pátria; a ideologia fanática; a intolerância e a suspeita aos que pensam diferente; o controle centralizado; prêmios para delatores; e pouca ou nenhuma transparência com o governo adotando medidas secretas e com alto controle interno.

         Governo paranoico, com legislação excessiva e arbitrária, e com o poder de decisão da sociedade removido; hipocrisia e desprezo para com os cidadãos. Governo exercido pela força, pelo medo, pela exploração da sociedade por meio de impostos e encargos excessivos, pela restrição da vida espiritual, considerada como doutrinação, pela divisão arbitrária das pessoas, por cor, sexo, credo e a instigação da luta entre eles; além da supressão da liberdade de expressão e de debates públicos e protestos, bem como pela violação de direitos humanos, como verificado no caso dos milhares de presos do 8 de janeiro passado, com detenção sem acusação formal, tortura e abusos.

A frase que foi pronunciada:

“De fato eles podem imitar sentimentos, mas os únicos sentimentos reais que parecem ter – aquilo que os move e os leva a representar diferentes dramas para o efeito – é uma espécie de “fome predatória” pelo que querem.”

Andrzej Lobaczewski

Divisas

O engenheiro paulista João Conrado do Amaral Gurgel apresentava, no programa Silvio Santos, o primeiro carro elétrico do Brasil. Era o ano de 1974. Assim como Gurgel, milhares de gênios brasileiros são humilhados e desprezados pelas nossas autoridades.

João Augusto do Amaral Gurgel apresentando o Itaipu no Programo Silvio Santos

 

Manha

Pela história de Brasília, escrita por Ari Cunha nesta coluna, em 1962, mudamos pouco ou nada de lá para cá. Pior é que muitas tendas distribuídas na região do Plano Piloto são habitadas por cidadãos que têm casa. Pegam as crianças e começam o acampamento pela manhã, à espera de caridade.

Foto: globoplay.globo.com

 

Concentração

Um acidente raro na L4 Norte ontem à tarde. A via foi interditada porque ciclistas causaram o acidente entre si. Concentrados em velocidade, normalmente com a vista baixa, o elemento surpresa foi suficiente para o estrago. Clavícula, ombro, braço foram as partes mais atingidas. O Corpo de Bombeiros chegou rápido ao local e transportou os feridos mais graves para o hospital Home.

Foto: CBMDF/Divulgação

 

História de Brasília

A polícia não demonstrou o mínimo desejo de cooperar com a cidade, evitando a proliferação de barracos. Efetivamente sua missão é outra, e desde que haja disposição em não ajudar, calaremos a bôca. Vamos bater noutra porta, contando que o Plano Pilôto não seja tão prejudicado. (Publicada em 28.03.1962)

Dor que vem da ilusão

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Foto: Bigstock

                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                  Especialistas em movimentações financeiras e peritos em seguir os intrincados caminhos tomados pelo dinheiro de origem duvidosa e suspeita, sabem muito bem que o crescimento exponencial dos ambientes de jogos de azar no Brasil veio para complicar o trabalho da polícia, ao mesmo tempo em que vai aplainando as trilhas operadas pelo crime organizado.

          Ninguém, em sã consciência, pode acreditar que a expansão das casas e sites onde a jogatina corre solta veio para contribuir com impostos e geração de mais empregos, ajudando, assim, o crescimento da economia do país. Jogos de azar, por sua própria denominação, representam azar e perda para a imensa maioria daqueles que gostam de fazer apostas, e, ao contrário, muita sorte e ganhos fáceis para os proprietários desses estabelecimentos, sobretudo os ocultos.

         Na ponta do sabre da lei, esse tipo de negócio opera com trinômio: desonestidade, esperteza e impunidade, e vem na esteira da leniência de nossa Justiça e na corrupção que infesta muitos setores ligados à fiscalização dessas atividades.

         Para o cidadão de bem, que foge desses ambientes viciosos, a expansão desse tipo de negócio irá favorecer o fortalecimento financeiro dos grupos ligados ao crime organizado. Trata-se, para muitos críticos dessas atividades, de uma verdadeira lavanderia de dinheiro, instalada a céu aberto e com a proteção e complacência do Estado.

         É preocupante notar que, num país com tantas dificuldades, algumas delas já vencidas há séculos pelos países desenvolvidos, os jogos de azar venham ganhando popularidade. Como é fácil enganar a população, sobretudo aquela formada por indivíduos com pouca escolaridade. Políticos e empresários favoráveis a essas atividades sabem disso. Os cassinos online no Brasil estão por todo o lado, ao simples acionar de uma tecla, e vêm fazendo estragos às economias das famílias.

         País subdesenvolvido como o nosso e que parece ser, cada vez mais, resultado de um projeto político medonho muito bem pensado é o paraíso para a jogatina. Sabedores dessa espécie de zona franca estabelecida pelos jogos de azar, empresas estrangeiras, vieram para cá, cheias de planos e vontade de ganhar dinheiro fácil. O Brasil, terra de nosso Senhor, já conta com aproximadamente seis centenas de sites de apostas, onde circulam livremente centenas de milhões de reais.

         Com as facilidades oferecidas pelo mundo digital, a construção de cassinos reais ficou para trás e hoje quase 40% dos apostadores online jogam fora seus recursos, em cassinos virtuais. A roleta, o blackjack, jogos de mesa e caça-níqueis fazem a ilusão dos apostadores e a alegria de muitos empresários ligados à contravenção e outros crimes.

         Junto ao Congresso e ao governo, os lobbies seguem forte e a questão ganha prioridade junto aos políticos, sobretudo aqueles que gostam de dinheiro. Dizer que a taxação dessas casas de apostas irá para seguridade social, esportes ou turismo é desculpa daqueles que sabem que isso jamais irá ocorrer. Jogos de azar, por sua tradição e história, estão ligados umbilicalmente à contravenção e ao crime, sendo muito mais motivo de preocupação do que de distração.

         Aposentados e outros pequenos poupadores são atraídos para esses jogos e sugados em suas economias. O cartão de crédito e o Pix facilitam toda a transação e prejuízo, para esses apostadores. Gente famosa, entre jogadores e artistas são contratados para servir de chamariz para esses negócios. Empresas de jornalismo e a mídia como um todo é patrocinada com o dinheiro desses novos cassinos.

         Ninguém ousa falar a verdade sobre o que ocorre. Nunca foi tão fácil apostas em jogos de azar no Brasil, anunciam esses empresários e amigos do alheio. Falar em transparência nesses negócios é outra falácia ou música para boi dormir. Nunca haverá luz do Sol sobre essas atividades, pois elas operam no escurinho, à meia luz ou à luz de velas, num clima romântico semelhante àquele existente nos Estados Unidos durante a Lei Seca.

         Pelos smartphones, os apostadores fazem sua fezinha onde quer que estejam, mesmo durante o horário de expediente. No Brasil, quase 100% dos apostadores fizeram seus jogos via smartphones. Também o Pix já representa quase 100% das operações de depósitos por ocasião das apostas.

         O Governo Federal, que mantém suas loterias e casas de jogos abertas por todo o país e comandadas pela Caixa Econômica, finge não ver a transformação do Brasil num imenso cassino virtual, com o dinheiro da população correndo a rodo para o bolso desses empresários espertalhões. Não há como negar que a população em geral sente um certo prazer mórbido em ser iludida por políticos e por esses novos bicheiros.

A frase que foi pronunciada:

“O idiota útil, por definição, é idiota demais para saber que é útil e quem o utiliza.”

Olavo de Carvalho

Olavo de Carvalho. Foto: Reprodução

Por que será?

Num consultório, um senhor pediu para trocar o canal para qualquer noticiário, pois aquela música dava nos nervos. A resposta da atendente foi uma surpresa. “A doutora nos proibiu de mudar de canal. Ao lado, há um consultório de psicologia para crianças e elas não podem assistir notícias pela TV”.

Foto: Thinkstock / VEJA

 

História de Brasília

No mais, tudo ausente. Os processos paralisados, e todo o mundo no Rio acompanhando a fofoca do Segadas Viana com o cel. Ardovino, e ficando mais perto da briga Jânio-Carvalho Pinto. Assim começamos a semana. (Publicada em 28.03.1962)

Para outra freguesia

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Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

 

          Em entrevista concedida, nesta semana, a um importante veículo de comunicação da capital, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, mais uma vez, manifestou a preocupação de todo o Executivo local com o fato, já por diversas vezes mencionado nesta coluna, de que diversos membros de organizações criminosas estão estabelecendo residências fixas em todo o entorno da cidade. Não se trata aqui de um alerta recente, nem mesmo feito sem base na realidade. Não é de hoje que os órgãos de segurança do Distrito Federal vêm monitorando a atividade desses criminosos, como a compra de imóveis, comércios e outros estabelecimentos comerciais de fachada para montarem suas atividades ilegais.

         Com a chegada da bandidagem de alta periculosidade de outros estados, houve um significativo aumento de diversos crimes nessas regiões do entorno de Brasília, como roubos, tráfico de drogas e até assassinatos. De acordo com o governador, nessas últimas semanas, a cúpula de uma dessas organizações, com braços infiltrados em todo o país, divulgou uma espécie de ordem, diretamente de dentro do complexo penitenciário, para que seus integrantes soltos levantem a ficha de cada um dos servidores desses presídios, com o objetivo de forçar as autoridades a concederem benefícios aos apenados da facção, estabelecendo também maior controle interno dentro dessas cadeias.

           Ibaneis acredita que a aproximação, cada vez maior dessas organizações do crime do Distrito Federal, deu-se em razão da transferência dos chefões desses grupos para o Presídio Federal local recém-construído no DF. “Vemos com muita preocupação, afirmou o governador, porque eles vão tomando conta do Entorno, comprando residências, estabelecimentos comerciais. Isso tudo por conta dessa aproximação.”

           Para Ibaneis, o aumento do tráfico de entorpecentes gerou a chegada desses grupos criminosos, e também o fato de terem trazido criminosos para o Presídio Federal do Distrito Federal. Isso, diz o governador, “faz com que eles consigam se alocar nessas regiões mais próximas do presídio para obter o contato com esses líderes presos”.

         Mesmo enfatizando que as forças de segurança do DF estão atentas para as movimentações dessas organizações no Entorno, inclusive deflagrando operações nesses locais, o governador se mostrou apreensivo, pois reconhece o poderio e o perigo dessas quadrilhas. A vinda desses grupos de criminosos tem movimentado a Secretaria de Segurança que já prevê um reforço nas cidades satélites, onde os índices de criminalidade vêm crescendo. O governador citou os casos das regiões administrativas de Ceilândia, Sol Nascente e outras, que apresentam hoje elevação nas ocorrências violentas.

         Especialistas em segurança acreditam que apenas o reforço nos quadros das polícias é insuficiente para deter a chegada e a expansão dessas organizações nas proximidades da capital do país. Para eles, diferentemente do que ocorre em outras unidades da Federação, Brasília é a sede de diversas embaixadas e de muitos organismos internacionais, abrigando ainda toda a cúpula administrativa federal. Por isso mesmo, reafirmam, Brasília deveria ter um tratamento especial, convertendo-se em área de segurança máxima, livre da presença de presídios para presos de alta periculosidade, pois a presença desses chefes de facções acaba atraindo também todo o staff do crime, que orbita em torno desses presídios.

         A questão aqui é saber por que o Governo Federal não tem, em momento algum, manifestado sua preocupação ou sua solidariedade sobre essa situação delicada. O risco que a capital e seus moradores correm com a chegada desses criminosos é conhecido e já foi externado por diversas vezes às autoridades, que seguem trazendo os comandantes dessas organizações do crime para o complexo de presídio da Papuda. Por que e até quando?

A frase que foi pronunciada:      

“Já é hora de a aplicação da lei se tornar tão organizada quanto o crime organizado.”

Judy Giuliani

Charge do Cazo

 

Promessa

Elias Vidal é literalmente Brasília Novos Talentos, o time BNT na categoria sub 14 foi destaque na final da Copa Satélite do futebol base do DF, encerrando o ano com a taça na mão. Que os olheiros abram os olhos!

Cartaz publicado no perfil oficial da Copa Satélite de Futebol no Instagram

 

Tecnologia

Um dos maiores desperdícios nacionais é o coco verde. Sem aproveitar a fibra inigualável, o Brasil perde divisas. As fibras do coco têm inúmeros usos. A Embrapa Agroindústria Tropical, em parceria com a metalúrgica Fortalmag, desenvolveu uma tecnologia de processamento das cascas de coco verde que pode ser implementada em todas as áreas produtoras de coco no território nacional. Além de reduzir a disposição inadequada de resíduos sólidos, proporciona uma nova opção de renda para as regiões produtoras.

Foto: Noroes, Claudio

 

História de Brasília

Para isto, a assessoria de imprensa do Planalto recebeu ordens para alterar as passagens, e mandar os rapazes para o Rio. Mas ninguém disse quem pagaria as passagens, e se não fôsse o Batista, que ficou até de madrugada em comunicações com a Vasp, os homens não teriam embarcado, até que veio a cortesia do transporte. (Publicada em 28.03.1962)

Plano Nacional de Educação

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Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

 

         Em janeiro próximo, uma conferência convocada pela Presidência da República poderá alterar, significativamente, os rumos da educação no Brasil, caso as chamadas pautas progressistas, propostas por entidades como a CUT e o MST, venham, de fato, a ser implementadas dentro do Plano Nacional de Educação 2024-2034.

         Para alguns poucos educadores, que estão de olho nesse absurdo e discordam frontalmente da possibilidade de  pautas ideológicas comporem as diretrizes desse e de quaisquer outros Planos de Educação, essa iniciativa pode prejudicar a educação no país, empurrando os alunos para as piores classificações nos certames internacionais de ensino aprendizagem, se é que isso seja possível, e transformar as escolas públicas brasileiras numa espécie de puxadinhos do partido no poder, submetendo os alunos a uma lavagem cerebral perigosa e desnecessária. Caso essas propostas venham a ser aprovadas no Conselho Nacional de Educação (CONAE), a quem cabe decidir sobre os rumos do PNE, nos próximos dez anos, será decretado o fim da educação no Brasil, como a conhecemos, e o começo de um processo estratégico, que fará das escolas do país, não ambientes democráticos e voltados para o crescimento humano, mas em centros de doutrinação e de formação de verdadeiros militantes de esquerda, prontos para agirem sob o comando do partido instalado no poder.

         O mais preocupante é que não se ouvem vozes balizadas, nem mesmo nas universidades, ou dos acadêmicos sobre esse absurdo. Até mesmo a mídia tem ficado calada sobre mais essa tentativa de arruinar a já tão combalida escola pública brasileira. Para tanto, caravanas de militantes, vindas de diversas partes do país, estarão em Brasília, sob o comando da CUT e do MST preparando e discutindo propostas e políticas públicas educacionais, que, posteriormente, serão absorvidas pelo Ministério da Educação e postas em prática para serem devidamente desenvolvidas em sala de aula nos quatro cantos do país.

         Quaisquer outros atores, nesse processo de transformação da educação em doutrinação, e que não comungam com o ideário das esquerdas, foram convidados ou sequer avisados desse encontro. Pelo documento-base vazado dessa conferência, é possível ler que “se faz urgente a contraposição efetiva do Estado, nas suas diversas esferas federativas, às políticas e propostas ultraconservadoras.”

         Na mira desses militantes, travestidos de educadores e democratas de um lado só, estão, além do fim das escolas militares, o chamado homeschooling ou a educação familiar. Aliás, as famílias e sua constituição natural e cultural também são alvo desses militantes.

          Quem possa pensar que essas ações não irão longe, é preciso lembrar que os colégios cívico-militares estão sendo desconstituídos pelo governo em todo o país, mesmo contra o que deseja a população. Na Câmara dos Deputados, tramita o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) 56/23 que revoga o decreto que criou, durante o governo de Jair Bolsonaro, o Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares (Pecim).Em entrevista ao jornal Câmara Notícias os deputados Rogério Correia (PT-MG) e Fernando Mineiro (PT-RN) argumentam a revogação do Decreto defendendo que a gestão escolar deve ser feita por profissionais da educação. “A Lei de Diretrizes e Bases da Educação não prevê a possibilidade de que seja exercida por militares, cujas responsabilidades funcionais são distintas dos profissionais da educação”, pontuam.

          Outro alvo predileto desses agitadores da educação é o agronegócio, apresentado para os alunos como um mal a ser erradicado. Para aqueles que estão antenados aos seguidos ardis da esquerda em nosso país, a ideologização do ensino, com conteúdo claramente doutrinário de esquerda, segue tática antiga, proposta pelo teórico italiano Antonio Gramsci (1891-1937), criador da chamada hegemonia cultural, que propunha a necessidade de educar os trabalhadores para formar uma base para as esquerdas. Para ele, a revolução comunista deveria ser iniciada nas escolas desde os primeiros anos de estudo. Trata-se de um caminho já percorrido e conhecido pela humanidade, que levou, durante o século XX, mais de 120 milhões de indivíduos ao encontro da morte e da miséria.

A frase que foi pronunciada:

“Contribua para a derrocada dos valores morais, da honestidade e da crença nas promessas dos governantes, nossos parlamentares infiltrados nos partidos democráticos devem acusar os não comunistas, obrigando-os, sem pena de expô-los ao ridículo, a votar somente no que for de interesse da causa”.

Frase do item 9 do “Decálogo de Lenin”, enviada por Joanir Serafim Weirich

Ilustração: Reprodução do site do PCB

 

Coco Verde

Um dos maiores desperdícios nacionais é o coco verde. Sem aproveitar a fibra inigualável, o Brasil perde divisas. As fibras do coco têm inúmeros usos. A Embrapa Agroindústria Tropical, em parceria com a metalúrgica FortalMag, desenvolveu uma tecnologia de processamento das cascas de coco verde que pode ser implementada em todas as áreas produtoras de coco no território nacional. Além de reduzir a disposição inadequada de resíduos sólidos, proporciona uma nova opção de renda para as regiões produtoras.

Foto: Noroes, Claudio

 

História de Brasília

A ausência do governo é total. Os jornalistas chineses iam embarcar para a Bahia ontem de manhã. Receberam a informação de que o presidente João Goulart os receberia, mas no rio. (Publicada em 28.03.1962)

A arte da medicina

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Imagem: cajademedicos.com.

          Saúde talvez seja o maior bem que um ser humano pode usufruir ao longo de sua vida. Também não é para menos, já que viver em plenitude só é possível para quem goza de boa saúde.  Por isso mesmo é que a prestação de serviços de saúde, realizada por hospitais, clínicas e consultórios, sejam eles públicos ou privados, é de suma importância para a manutenção de uma sociedade produtiva.

          A questão é também um assunto de segurança e deve ser sempre tratada com a máxima atenção pelos governos federal, estadual e municipal. Aqui é tão importante a qualidade como a quantidade. O Distrito Federal, com uma população em torno de 3 milhões de habitantes, possui oficialmente 13.230 profissionais médicos registrados. Esse montante equivale à uma proporção de 4,35 médicos por cada mil habitantes. É uma média duas vezes maior que a nacional, que é de 2,18 médicos para cada mil brasileiros.

         Nesse universo local, os especialistas somam mais de 70%, contra aproximadamente 26,5% de médicos generalistas o chamado clínico geral. Também essa relação entre generalistas e especialistas é a melhor do Brasil. Mesmo que o Distrito Federal possua, entre todos os estados da Federação, a maior concentração de médicos, tanto na rede pública como nos estabelecimentos de saúde privados, ainda assim não são poucas as reclamações dos usuários sobre a qualidade desses serviços.

         Obviamente que, em comparação com o restante do país, Brasília pode ser considerada um paraíso. Isso porque quase 3% de todos os médicos do Brasil estão aqui na capital. Isso confere ao Distrito Federal uma responsabilidade enorme, já que essa proporção de médicos, de hospitais e clínicas, obriga a capital a atender praticamente todos os municípios em seu entorno e de outros estados.

          Por isso, é comum ver-se ambulâncias de outras localidades, trazendo pacientes de longe para serem atendidos na capital. Aqui está ainda a maior força de trabalho cirúrgica do Brasil, o que atrai muitos brasileiros para nossos hospitais. Ao todo, o Brasil conta com 562.206 médicos – ou 80% a mais do que há uma década atrás.

         Olhando de perto esses números exuberantes da relação médico por habitantes em Brasília, o que se nota é a existência ainda de nichos de atendimento de saúde que deixam muito a desejar, tanto nos hospitais públicos como nas clínicas particulares.

         Há, do ponto de vista dos pacientes, um problema que parece inerente à própria formação de médicos, sobretudo dos profissionais mais jovens. De um modo geral, o que os pacientes observam é que o atendimento é frio, distante e burocrático. Com uma prática descuidada dessa natureza, não surpreende que os diagnósticos, não raro, resultam erros primários, isso quando não levam o doente a outas enfermidades e à morte. Talvez falte às gerações mais novas aquilo que os filósofos e médicos gregos chamavam de anamnese, que é o diálogo estabelecido entre o profissional de saúde e o paciente, de modo a estimulá-lo a lembrar de situações e fatos que, possivelmente, o levaram a sua doença. Prática que torna possível reconstituir a história clínica dos pacientes.

         O que parece é que esse diálogo – que, muitas vezes, pode ser longo e redundante – foi substituído hoje por uma bateria de exames clínicos, feitos por máquinas e patologistas que, muitas vezes, dão um diagnóstico que não ajuda o doente e pode até complicar seu caso. Boa parte dos erros médicos decorre justamente da simples incapacidade de o médico mal escutar o que diz seu paciente. Com isso, multiplicaram-se os casos de erros médicos a tal ponto que hoje já existe inclusive diversos advogados e médicos legistas especializados nesses casos e que recebem grandes somas de dinheiro por essa atividade.

         Também os pedidos, junto aos tribunais de justiça, de indenizações milionárias, aumentam significativamente, trazendo, para a profissão de médico, um risco adicional cada vez maior. Casos de negligência, imperícia e imprudência lotam os tribunais de justiça em todo o país, inclusive em Brasília. Se em medicina nada é absoluto, já que ela não é uma ciência exata, sendo mais uma arte situada, isso sim, na confluência de várias outras ciências, o erro, como condição humana, acaba sendo inerente à sua prática.

          Para um profissional experiente não existe, pois, doenças e sim doentes, já que cada indivíduo responde de forma distinta a um mesmo problema. Não é por outra razão que aqueles pacientes que, por sua condição de portadores de bons planos de saúde, preferem escolher médicos mais idosos e mais experientes, principalmente na arte da paciência, que é a de escutar o que diz o interlocutor. Essa capacidade de escutar e refletir sobre o que se ouve, tem sido um os dons humanos que mais tem diminuído de uns tempos para cá, talvez provocado pela retração da empatia nesses tempos modernos.

         E não pense que esse é um problema afeito apenas ao atendimento médico público. Também médicos particulares, mesmo os mais afamados, incorrem no erro de não escutar adequadamente seus pacientes, convencidos de sua infalibilidade. Mas esses são apenas os iludidos por um ego gigante.

A frase que foi pronunciada:

“A ninguém darei por comprazer, nem remédio mortal nem um conselho que induza a perda. Do mesmo modo não darei a nenhuma mulher uma substância abortiva. Conservarei imaculada minha vida e minha arte.”

Parte do Juramento de Hipócrates adotado pelas escolas de Medicina

 

História de Brasília

Ocorre que a carta sobrescrita à máquina veio parar em Brasília. E para piorar, a AP n. 7 mandou para o Ministério da Educação, que não tem nada com o caso. A carta, finalmente veio parar em nossas mãos, e já seguiu para a Bahia por nossa conta. A importância gasta será debitada ao DCT, para doutra vez trabalhar melhor. (Publicada em 28.03.1962)

Campo da esperança e paz

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Foto: gov.br

 

         Não foram poucas as vezes em que o Governo do Distrito Federal alertou o chefe do Executivo para o perigo tanto da construção de um presídio de segurança máxima nos arredores da capital, como da transferência de presos de alta periculosidade para as prisões de Brasília. Não foram poucas também as justificativas dadas para que a capital do país ficasse resguardada do convívio próximo de lideranças do crime organizado.

         Pelo fato de abrigar, em seu território, todas as representações diplomáticas e organismos internacionais com os quais o Brasil se relaciona, a capital, desde sua criação, foi considerada como área de segurança. Além disso, é aqui também que estão sediados os 3 Poderes da República, todos os ministérios e demais órgãos da administração nacional, alguns deles de vital importância para o controle de todo o Estado.

         Por essa e outras características próprias, o Distrito Federal não pode, de forma alguma, experimentar e vir a sofrer ataques do crime organizado, como os observados rotineiramente em outras partes do país, com saques ao comércio, queima de ônibus, guerras entre gangues e outros atentados de grande monta perpetrados por essas quadrilhas, que, em muitos casos, chegam a decretar a paralização total das atividades urbanas.

         Para Brasília, isso seria uma calamidade, com repercussões em todo o mundo. Com a vinda desses líderes do crime para a capital, não ficariam descartadas também a possibilidade de sequestro e mesmo a morte de autoridades. Depois de fazer ouvidos moucos aos seguidos pedidos feitos pelo governo local para manterem as organizações criminosas e suas lideranças bem longe do quadrilátero da capital, o Governo Federal não só construiu um gigantesco complexo penitenciário de alta segurança nos arredores de Brasília, como ainda trouxe para essas prisões os maiores chefões do crime organizado em operação no país, instalando-os por aqui, sem dar a mínima explicação para essa perigosa atitude.

         Agora, segundo aqueles que acompanham o desenrolar desse caos anunciado, é tarde demais para aceitar que o GDF estava coberto de razões. Não é demais reconhecer agora que as principais facções do crime brasileiro estão atuando não só em 24 estados da Federação como estão operando aqui também, bem no coração do Brasil.

         A vinda desses chefões para a capital foi seguida também por todo o staff do escritório do crime, formado por pombos correios, travestidos de advogados, familiares, contadores, olheiros e demais hierarquias do crime, que passaram a se instalar nos arredores da capital, prontos para executarem as ordens vindas diretamente de dentro do presídio de alta segurança.

          O poderio dessas facções criminosas é surpreendente. Seus representantes, disfarçados em lideranças sociais, conseguem até agendar encontros com autoridades do governo, como foi o caso recente da chamada “Dama do tráfico amazonense”, que esteve no Ministério da Justiça. A imagem de bandido pés de chinelo ficou no passado.

          Hoje, essas organizações do crime reúnem em torno de dezenas de milhares de comparsas, movimentando bilhões de reais por ano. Contando com armamentos de última geração, que chegam fácil nas mãos dos bandidos por meio de nossas extensas e mal policiadas fronteiras, esses bandos começaram também a se submeter a intensos treinamentos paramilitares e estão prontos para tudo.

          Não se sabe ainda como essa situação delicada vai terminar por aqui, mas seja como for, a cada dia fica mais difícil para a capital se desvencilhar dessa proximidade perigosa e cortar esse mal pela raiz.

 

A frase que foi pronunciada:

“Apurou-se que parte dos comandos que chegava aos faccionados soltos – que, no PCC, integram a chamada ‘sintonia da rua’ – era transmitida por faccionados presos.”

Da Polícia Civil para o Correio Braziliense

Foto: Lucio Bernardo Jr.

 

Mãos à obra

Campus da UnB está fervilhando com novas construções. Ao todo, são 9 edificações para a faculdade de agronomia, biotecnologia, medicina veterinária e saúde. “Propusemos a criação da Comissão Permanente de Infraestrutura para melhorar esse aspecto que é tão sensível na nossa Universidade e no serviço público em geral. Uma das atribuições dessa comissão é acompanhar as obras que estão em curso e isso tem acontecido periodicamente. A comissão é bastante atuante”, afirmou a reitora Márcia Abrahão ao jornal da UnB.

Foto: Mozaniel Silva/Secom UnB

 

Surpresa

Por falar em UnB, com milhares de alunos em Brasília, o jornalista Paulo José reuniu o apreço de duas gerações quando foi a uma festinha de formatura do Ensino Fundamental. Pais e avós das crianças o reconheceram e não deixaram de lhe dar um abraço.

Jornalista Paulo José. Foto: editoracontexto.com

 

História de Brasília

Nós, que queremos ajudar a administração do DCT, temos um caso a citar hoje. A Casa da Louça, de Itabana, Bahia, mandou uma carta, pagando 10 cruzeiros de selos para a Mercantil Garboggini Ltda, em Salvador. (Publicada em 28.03.1962)