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ARI CUNHA – In memoriam
Visto, lido e ouvido
Desde 1960
com Circe Cunha e Mamfil;
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Desastre. Essa, talvez seja a palavra que melhor defina e resuma o depoimento prestado pelo ex-presidente Lula à Justiça Federal em Curitiba. Durante quase três horas, coube ao ex-presidente exercer sua defesa de forma autônoma, sob o olhar congelado de seu advogado de defesa, acuado com a tática imposta pelo seu cliente parlapatão.
Aos limites intelectuais conhecidos, Lula, como sempre, buscou interpor sua retórica de palanque, na tentativa de enredar a jovem juíza no seu raciocínio circular. Não deu certo. Ao assumir a própria defesa, desde o primeiro depoimento, Lula imaginara, do alto de sua arrogância, que com sua diatribe poderia facilmente dar um nó no processo, inviabilizando o prosseguimento de toda a acusação contra ele, sob o argumento de perseguição política.
Ocorre que uma coisa é a narrativa criada para dar dinâmica à vida política. Outra, é a narrativa que se busca para contornar as penalidades da lei. Nas ruas, a narrativa é feita de imaginação. Nos tribunais, a imaginação fica por conta do veredito do juiz.
Os antigos diziam que não basta ter dignidade para viver. É preciso dignidade também para morrer. Quando lá atrás, reconheceu que “quem conta uma mentira passa a vida inteira mentindo”, Lula não sabia que essa seria exatamente sua sina, diante das muitas evidências reunidas pelas investigações do Ministério Público contra ele.
Com isso, o ex-presidente segue sua ladainha, emendando narrativas por cima de narrativas e, pior, envolvendo um número sempre crescente de outras pessoas, esticando um roteiro, que, a princípio, era só seu. Mal assessorado, mal aconselhado e cercado de fanáticos, Lula não enxerga sua própria existência e as ruínas que vai deixando para trás de si.
Praticamente todos aqueles que cruzaram seu caminho foram arrastados para o seu labirinto. Como um fauno ou um minotauro, Lula tem aprisionado em seu mundo sua família, seus amigos, seu partido, o país e a própria vida. Trata-se de um personagem complexo. Talvez o mais complexo a passar pela presidência da República. De fato, Lula e seu governo simbolizam hoje exatamente o oposto do que a população almeja.
Liberta do labirinto bolivariano, o que a sociedade busca agora é se distanciar desse pesadelo mitológico. Após os episódios do mensalão, os deuses do Olimpo deram uma segunda oportunidade ao ex-presidente de renascer das cinzas. Recomposto, Lula ascendeu ao ponto mais alto da fama e da gloria. O mundo lhe rendeu homenagens. Os pés de barro do grande ídolo não resistiram ao peso das muitas culpas. Lula é hoje apenas uma sombra melancólica de si mesmo.
A frase que foi pronunciada:
“O PT é como uma galinha que cacareja para a esquerda, mas põe os ovos para a direita.”
Brizola
Mudanças
Tanto os bancos públicos quanto privados poderão deixar de conceder empréstimos ou financiamentos a pessoas jurídicas em débitos com o FGTS. A CCJ da Câmara dos Deputados, sob relatoria do deputado Fausto Pinato, aprovou o Projeto de Lei sobre o assunto. A ideia é balizar instituições públicas e privadas na concessão desse tipo de crédito.
Lixo
Veja as fotos no blog do Ari Cunha do estrago que o sistema de drenagem do Paranoá Parque está causando ao lago. O Ibram já foi notificado sobre o assunto, mas o lixo ainda está no local.
Linha férrea
Trem para cargas, pessoas, menos acidentes nas estradas, mais mobilidade pelo país. Apesar das verbas bilionárias já aplicadas no setor ferroviário, trechos em obras são abandonados dando prejuízo aos contribuintes. Agora é acompanhar o Fundo de Desenvolvimento Ferroviário que foi aprovado em comissão mista e segue para a Câmara dos Deputados.
Cobrança
Até hoje a água utilizada pelos agricultores que plantam às margens dos rios Corumbá, Preto e Maranhão não é cobrada. De olho no nicho, a Adasa planeja acabar com a festa em três anos. Um estudo feito pela UnB indica os caminhos para a cobrança.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
A prefeitura não tomou nenhuma providência, para embargar as obras de alvenaria, que estão sendo construídas no canteiro de obras do IAPFESP. (Publicado em 05.11.1961)
ARI CUNHA – In memoriam
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Um mundo novo parece se descortinar para os governantes que assumirão a partir de 2019. Com uma renovação significativa de nomes nos poderes Legislativo e Executivo, o que os cidadãos aguardam agora é a decolagem do avião Brasil para longe dessa que foi a mais longa e prolongada crise já experimentada por todos os cidadãos.
Obviamente que ainda falta um bom percurso a seguir. Como as reformas necessárias ao país, principalmente a política, ficaram no meio do caminho, o jeito é encontrar mecanismos de governança que fujam do velho padrão dos balcões de negócios, tão prejudiciais ao país.
O presidencialismo de coalizão, que dentro de um sistema republicano serviria para integrar esforços entre Executivo e Legislativo, foi tão distorcido e corrompido entre nós ao longo desses anos que persistir nesse modelo é rota certa para novos impasses institucionais, talvez até mais graves e insolúveis. Nesse sentido, tanto o presidente Bolsonaro, como o governador eleito pelo Distrito Federal, Ibaneis Rocha, necessitam atuar com o máximo de prudência. Ceder a esses impulsos, por menores que sejam, é dar um reinício a um ciclo sem fim. O que torna a governabilidade cada vez mais delicada, no plano federal e no plano local, é que ao lado da quantidade de legendas disputando espaço no poder, os próprios partidos parecem estar sendo engolidos pelo fenômeno das bancadas de interesse, muito mais organizadas e sedentas.
À esse fato, já em si preocupante, o que parece estar acontecendo é o surgimento, ainda embrionário, de uma bancada formada por políticos militares, uma espécie de bancada das Forças Armadas. Com o aparecimento desses novos grupos políticos acima dos partidos, a governabilidade de coesão adentra num novo patamar.
A melhor estratégia para enfrentar essa Hidra de Lerna moderna parece estar na luz saneadora da transparência pública absoluta, capaz de eliminar os conchavos à meia luz e impedir a proliferação desses germes perigosos. No caso específico do Distrito Federal, o que preocupa aqueles que acompanham o dia a dia da política é a frenética movimentação de bastidores dos mesmos partidos atolados, até a orelha, nos mais escandalosos casos de corrupção.
Quem observa, com atenção, as figuras que surgem nos fundos das imagens nesses encontros, nota, aqui e ali, rostos sorridentes que, na realidade, deveriam estar, há muito, hospedados nos presídios. Para esses, a eleição de um correligionário pode ser entendida como uma absolvição das faltas pretéritas, e quem sabe a oportunidade de voltar a delinquir.
Aos olhos do cidadão fica a dúvida. Com a justiça, sempre lenta e obsequiosa com os poderosos, fica a resposta.
A frase que foi pronunciada:
“Um falso amigo e uma sombra assistem apenas enquanto o sol brilha.”
Benjamin Franklin
Contradição
Um dos argumentos da Suprema Corte, para rejeitar e desobedecer a lei que instituiu o voto impresso, foi a falta de verba que incrivelmente apareceu para turbinar o salário de seus ocupantes. A dúvida continua no ar.
Leitor
Sou aposentado, tenho 62 anos e resido na SHIGS 713 Sul – Bloco M. Nos últimos anos, não vemos serviço de limpeza, manutenção e varrição das áreas verdes das quadras residenciais de Brasília. Em particular, a nossa. O caso já virou problema de saúde pública, pois a falta de limpeza e manutenção tem provocado a proliferação de mosquitos, insetos de todos os tipos, inclusive com casos de dengue na família.
Continua
Já abri vários protocolos na Ouvidoria do GDF acionando o SLU e a Novacap, mas em vão. Eles não acompanham e nem cobram o atendimento desses protocolos. Já liguei várias vezes e já mandei e-mails e contatos para as Ouvidorias do SLU e Novacap que sequer respondem. É visível o total abandono de nossa cidade!
Veredicto
A W3 Sul e as quadras residenciais 700 não têm qualquer limpeza e manutenção. Mas pagamos elevados impostos e o GDF paga a empresas terceirizadas por esses serviços. Por que não é feito? Por que não é cobrado e fiscalizado? Algo fede muito mais que o lixo que se acumula e nos traz doenças! Ou incompetência ou corrupção.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Funcionários precipitados declararam, há meses, que em dezembro seria inaugurado o terceiro supermercado. Efetivamente, a obra estava em bom andamento, mas está completamente paralisada. (Publicado em 05.11.1961)
ARI CUNHA – In memoriam
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Nas escolas Zen budistas que ensinam as artes no manejo com o arco, a perfeição só é alcançada quando o arqueiro consegue atingir o centro do alvo escolhido, antes mesmo de disparar a flecha.
No acórdão, aprovado no último dia 7 pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e, diga-se, por unanimidade, ficou assegurado, doravante, a fiscalização nas contas da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Coube ao ministro Bruno Dantas, relator do caso, o disparo da flecha zen que pode atingir, em cheio, a antiga e misteriosa relutância dessa Ordem em apresentar seus números à sociedade. Isso, mesmo antes de a Ordem entrar com ação junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a decisão histórica.
Ao afirmar que “a OAB exerce papel fundamental de vigilante sobre o exercício do poder estatal e de defesa da Constituição e do Estado Democrático de Direito e por essa razão, deve ser a primeira, entre os conselhos de fiscalização profissional, a servir de exemplo, e apresentar uma gestão transparente e aberta ao controle público”, o que o ministro Dantas fez foi lançar o alerta para o anacronismo da postura da entidade.
Com dezenas de advogados à sua disposição, a OAB sempre encontrou, nas filigranas e nos labirintos das nossas leis, rotas de fuga para não trazer seus números à luz, quando se sabe que essa instituição arrecada algo em torno de R$ 1 bilhão ao ano. O que explica parte dessa dinheirama é que a Ordem sempre contou também com o corporativismo de classe, de gente espalhada nos mais variados pontos cardeais dentro do Estado.
Surpreende a todos a insistência com que a OAB mantém uma postura contrária ao grande esforço exigido pela nação para aperfeiçoar e dar transparência à toda imensa máquina do Estado. A prestação de contas ao cidadão, dentro de um Estado Democrático de Direito, como lembrou o ministro Bruno Dantas em seu parecer, “está intimamente ligada ao princípio republicano”. Para o ministro Walton Alencar Rodrigues, “Uma instituição que arrecada verbas de caráter tributário, recursos públicos de advogados, autarquia corporativa ou corporativista que não presta contas. Imaginem R$ 1,5 bi aplicados em finalidade antidemocrática? Não temos ideia para onde está indo o dinheiro, nem os advogados têm. Tenho plena convicção da decisão que o Tribunal está tomando.”
O que os brasileiros esperam dessa importantíssima entidade de defesa dos direitos da cidadania é que ela ajuste seu comportamento, divulgando, sem a necessidade de imposição da justiça, o seu livro de balanços. A entidade, nesse esforço que é de todos, poderia demonstrar seu engajamento efetivo no combate à corrupção e ir mais além, obrigando seus filiados, principalmente aqueles que têm colocado ao serviço dos mais notórios corruptos do país, a divulgarem, exatamente, a origem desses honorários milionários recebidos.
Com isso, boa parte do ralo histórico, por onde vazam parte importante do dinheiro público, ficaria obstruída para sempre.
Pessoas e entidades que buscam ocultar recursos necessitam estar sob a mira constante dos arqueiros zen dos órgãos de controle.
A frase que foi pronunciada:
“Isso é um desrespeito ao contribuinte. Vai aumentar o teto constitucional e gerar um efeito cascata. É uma irresponsabilidade fiscal e uma vergonha moral!”
Senador Reguffe (DF), que votou contra o aumento dos ministros do STF, em discurso no plenário.
Surpresa
Na avaliação do Ministério do Trabalho, a Lei que altera a CLT está promovendo nova cultura nas relações entre trabalhadores e empregadores. Admilson Moreira dos Santos, secretário-executivo, disse em entrevista que o trabalho intermitente, que todos pensavam que geraria um grande número de contratações, por demanda do empregador, não apresentou o resultado esperado.
Mudanças
Já Aline Laredo comentou que foi um ponto interessante nas mudanças da lei, o empregado recear a reclamação trabalhista porque se o fizer de má fé poderá ser condenado a pagar custas e honorários. Também se faltar a audiência sem justificar, esta não será arquivada como antes. Se optar pela falta, o empregado pode ficar impedido de dar entrada novamente além de ser responsável pelas custas do processo anterior que arquivou.
Apartidário
Joaquim Levy é um nome que independe ter sido parte do staff de Dilma Rousseff. Ser cogitado para o BNDES é bom para o Brasil porque trata-se de um engenheiro naval com doutorado em economia. Trata-se de competência.
Honra ao Mérito
Bela homenagem a Chang Dorea, professora do Departamento de Matemática e orientanda de pesquisas de mestrado e doutorado em Matemática, Estatística e Engenharia. Na UnB, desde 75, recebeu o título de professora emérita. A relação com Brasília foi de troca. A Universidade ganhou muito com a presença da mestra que encontrou o Brasil de braços abertos.
Memória
Adauto Candido Soares, da UNESCO, Hernani Heffner, da Associação Brasileira de Preservação Audiovisual, Rita Marques, do Conselho Executivo da Fiat, Marcos Tavolari, Secretário de Direitos Autorais e Propriedade Intelectual do Ministério da Cultura, Vera Barroso, jornalista e apresentadora do programa Sem Censura (TV Brasil) serão mediadores no Seminário Memória, Identidade e Futuro – a preservação audiovisual hoje, no CCBB do Rio. Aguardamos a transmissão desse importante debate.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
O serviço de trânsito devia proibir o tráfego de carroças pela pista central do Eixo Monumental. Se esses veículos utilizassem o acostamento seria muito melhor, mais lógico e menos perigoso. (Publicado em 05.11.1961)
ARI CUNHA – In memoriam
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Insensibilidade talvez seja a palavra que melhor, e de modo mais suave, consiga explicar o aumento 16,38%, concedido pelo Senado, aos ministros do Supremo Tribunal Federal, no apagar das luzes do atual governo e no fim de boa parte da atual legislatura.
Para um fato, até corriqueiro, dentro das conhecidas e seculares desigualdades sociais do país, os Três Poderes, conseguiram, ao mesmo tempo e de forma certeira, decepcionar toda a nação. Restou um gosto amargo para toda a sociedade e uma certeza de que ainda temos muito que evoluir para dotar a maioria das instituições do país de certo grau de probidade e zelo com a coisa pública.
A impressão que ficou gravada na mente da maioria dos brasileiros é que ainda existe um fosso imenso separando a população e suas elites. Ademais a manobra que resultou na mais pura vitória de Pirro, deu, aos contribuintes, a certeza de que as lideranças do país continuam divorciadas do restante da sociedade, principalmente da realidade vivida por milhões de brasileiros.
Para uma manobra, feita em cima do laço, deixou aos cidadãos a suspeita de que houve um estratégico e maquiavélico acordo de bastidores para encher os bolsos de suas Excelências, proporcionando um natal gordo para uma fatia minúscula da população, já muito bem aquinhoada.
Fica ainda, e o que é pior, a impressão de que poderá haver, mais uma vez, o tradicional toma lá, dá cá, melhorando o humor e, quem sabe, empurrando para as calêndulas, os muitos processos judiciais que grande parte dos parlamentares respondem naquela alta corte. Mesmo que não existam, de fato, nenhuma dessas razões, o que fala mais alto e, à vista de todos, é o momento inoportuno para a concessão de tal agrado.
Com isso e sem dúvidas, aumenta o desejo de reformas profundas em todas as instituições do Estado, que ponha um fim definitivo nessa dissintonia entre o alto e a base da pirâmide nacional. Não chega a ser surpresa, para ninguém, que desde a sua formação, o Brasil sempre foi um país marcado por profundas desigualdades sociais.
Não se justifica, portanto, sob nenhum aspecto, que o teto salarial desses cortesãos seja elevado ainda mais, sobretudo quando se sabe a enorme dificuldade vivida por dezenas de milhões de brasileiros, há anos em busca de emprego. O que surpreenderia é se algum ministro viesse a recusar o aumento inoportuno. Como teve coragem o representante do DF no Senado, senador Reguffe.
Surpreende ainda que pessoas, consideradas inteligentes, das quais se esperam um comportamento, no mínimo ético, tenha embarcado nessa canoa furada, ajudando a aumentar o descrédito dessas instituições junto à população. Fica ainda, dessa experiência astuta, a convicção de que estamos muito mal representados.
A frase que foi pronunciada:
“Há poucas coisas totalmente más ou totalmente boas. Quase tudo, especialmente da política do governo, é um composto inseparável dos dois, de modo que nosso melhor julgamento da preponderância entre eles é continuamente exigido”.
Abraham Lincoln, em discurso à Câmara dos Representantes em 20 de junho de 1848
Orçamento
A roda continua girando. Dezembro se aproxima e as emendas parlamentares precisam ser garantidas. A proposta orçamentária foi enxertada com mais de 9 mil emendas. Deputados e senadores definem as áreas onde serão aplicadas. O que o brasileiro desconhece é como monitorar o uso desses R$ 88,3 bilhões. É preciso divulgar onde e quanto cada estado aplicará a verba. A própria população cuida do resto. Segunda-feira, o deputado Alceu Moreira vai apresentar o parecer na Comissão Mista de Orçamento.
Tarefa hercúlea
Veja no blog do Ari Cunha um vídeo produzido pela TV Senado onde mostra as diversas tentativas de enxugamento da máquina pública por presidentes como ponto de partida administrativo. Daria certo e seria uma economia real, mas na coxia da política é possível vislumbrar uma ópera paralela. Esse é o ponto nevrálgico onde o presidente Bolsonaro deverá optar: o apoio de seus eleitores ou dos articuladores políticos.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Não começou, como esperávamos, a “Operação Valeta”. Todas as avenidas estão com valetas afundando, e, enquanto isto, a EBE continua abrindo outras. (Publicado em 05.11.1961)
ARI CUNHA – In memoriam
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Quando passaram a alardear a narrativa de “herança maldita”, os lulopetistas sabiam exatamente o significado do alcance dessa expressão. Nunca, em tempo algum, essas palavras fizeram tanto sentido como agora. De fato, o que os brasileiros vivenciam é exatamente isso. Recebemos todos, o mais profundo e duradouro legado maldito.
Muitos acreditam que o país levará mais de uma década para se livrar completamente dos estragos provocados por esse conjunto de desgovernança. Para qualquer direção que se olhe, os escombros estão à mostra. Não bastasse a corrupção avassaladora que danificou moral e economicamente o país, os efeitos desse patrimônio negativo se fazem sentir até nos mais elementares aspectos da vida nacional.
Depois que os organismos de análise global passaram a instituir rankings, o Brasil vem ocupando seguidamente as piores colocações. Com isso, ficou impossível esconder da população o resultado da lacuna deixada pelos últimos governos. O mais recente desse ranking, revelado ao público agora, foi feito pela Varkey Foundation, organização voltada para a educação. Há uma forte percepção em nosso país da falta de respeito dos alunos com os mestres, salários vergonhosos e uma carreira pouco segura para os profissionais.
A cada ano, aumentam os relatos de agressões físicas e morais contra os professores. Com isso, aumentam também os casos de doenças psicológicas e físicas entre esses profissionais.
Segundo o documento intitulado Índice global de status de professores de 2018, uma pesquisa feita com a população de 35 países, o Brasil passou a ocupar a última posição no quesito prestígio do magistério.
No Brasil, das mil entrevistas feitas com pessoas entre 16 e 64 anos, apenas 9% dos questionados acreditam que existe respeito e consideração para com os professores. Só 20% das famílias brasileiras encorajariam seus filhos a seguir essa carreira.
Ao atingirem em cheio uma das peças mais importantes para a construção do futuro de uma nação, fica fácil avaliar que o estrago deixado ainda persistirá por muito tempo.
É fácil entender que o quesito respeito aos professores significa estudantes com melhor desempenho e que, portanto, atraídos naturalmente para profissão.
Nos últimos anos a orientação passada às escolas é que os alunos, no geral, têm sempre razão. Dizia o filósofo de Mondubim: “Se crianças não precisassem da orientação de adultos nasceriam como uma manga e cairiam quando amadurecessem.”
Há que se registrar também que as pessoas que desvalorizam o magistério e seus profissionais tomam como base os baixos salários recebidos pela categoria. Assim fica criado um ciclo vicioso onde os professores são desvalorizados porque ganham pouco e ganham pouco porque não são valorizados adequadamente por políticas públicas.
Por outro lado, verifica-se ainda que professores não contam com o apoio das famílias como nos demais países, onde é obrigação que participem efetivamente das atividades escolares dos filhos.
A Lei de Diretrizes e Base da Educação (LDB), promulgada em 1996, passou a recomendar que todos os professores da educação básica tenham formação universitária. Não surpreende que muitas faculdades do país deixaram de oferecer o curso de pedagogia, o que é um indicativo preciso do desprestigio da profissão.
A questão aqui é: haverá futuro para um país cuja população ficou à margem do conhecimento?
A frase que foi pronunciada:
“Eu divido a Humanidade em duas metades: de um lado os que gostam de mim e concordam comigo. Do outro, os equivocados.”
Ariano Suassuna
Online
Realmente há uma mudança no mundo. As principais livrarias norte americanas preferiram a venda online. Fecharam as portas. A Saraiva, Fnac e Cultura estão indo pelo mesmo caminho.
Os melhores
Muita gente não sabe que Samambaia é a maior produtora de técnicos de luz e som das maiores festas do Plano Piloto. Com o desemprego, um vizinho passa a informação da necessidade dessa mão de obra para o outro, ensina a profissão e o resultado é uma cidade repleta de trabalhadores nos pontos de ônibus chegando em casa com o nascer do sol.
Puxado
Universidades fazem de tudo para agradar a juventude que acabou de fazer provas do Enem. Jogos eletrônicos, sinucas, tênis de mesa, autoramas, tudo disponível ao final da saga. Mas o resultado não foi o esperado. Depois de horas de prova, a turma preferiu seguir o caminho de casa e descansar.
Amor 9
Comunidade unida é comunidade segura. Esse é o mote da Associação dos Moradores do Trecho 9 do Lago Norte. A comunidade está se mobilizando para plantar quase 300 mudas em áreas verdes. Com o apoio do Administrador do Lago Norte, Marcos Woortmann, e com a diretora do viveiro, Adriana. O evento será no próximo domingo, dia 11/11, data em que se comemora o Dia do Idealista e terá início às 9h, com a presença da equipe da Administração e de seus apoiadores idealistas, dentre eles o Rotary e a OAB Sustentabilidade. Veja as fotos da movimentação no blog do Ari Cunha.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Quando o ônibus vai da cidade para a Asa Norte, ao chegar próximo ao primeiro bloco, o motorista para o carro, e espera que todos os passageiros passem pela borboleta. É um capricho que ninguém vence, apesar de ilegal. (Publicado em 04.11.1961)
ARI CUNHA – In memoriam
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O aumento do desmatamento para o avanço sem fim da agricultura e para a criação de gado irá atingir o Brasil de duas maneiras certeiras: irá impactar negativamente no prestígio do país, levando os consumidores externos ao boicote dos nossos produtos, e trará ainda desequilíbrios permanentes, como secas e desertificação de grandes extensões de terras, acabando com a fertilidade do solo, com a biodiversidade e afetando diretamente o clima brasileiro.
Para se ter uma ideia desse problema, os cientistas já comprovaram que o desmatamento no Cerrado tem provocado uma diminuição em cerca de 10% das chuvas nessa região. Questões outras, como a fusão do Ministério do Meio Ambiente, propostas pela campanha de Bolsonaro e que preocupavam os ambientalistas, já foram resolvidas.
Cada um desses órgãos possui uma pauta extensa e própria e essa junção prejudicaria tanto o setor agrário como do meio ambiente, o que afetaria a sustentabilidade ambiental. “Um dos grandes beneficiados desta sustentabilidade é a própria agricultura, devido ao aumento de produtividade ao se mesclar ambientes naturais com ambientes agrícolas”, afirmam os especialistas.
A frase que foi pronunciada:
“A agricultura para um homem honrado e de mente elevada é a melhor de todas as ocupações ou artes pelas quais os homens adquirem os meios de vida.”
Xenofonte
Oferta e demanda
Próximo à Unieuro, na L2 Sul, há um lugar onde as pessoas descartam roupas, móveis, eletrodomésticos e objetos em geral. Outras pessoas buscam por esses objetos no mesmo local. Solidariedade sem alarde.
Xilogravura
De 27 de novembro até 10 de fevereiro, o Museu da República mostrará Xilogravuras Populares. Poetas, cantadores e xilógrafos estarão presentes. O material é extenso. Inclusive, de coleções particulares com assinaturas de Ariano Suassuna, Dila, Jota Borges, Mestre Noza, Palito e Samico.
Celíacos
Questões sobre a doença celíaca já fazem parte de provas para adolescentes. Mas o Brasil ainda está longe de respeitar os pacientes com essa doença autoimune.
Ergométrica
Ivan Lins foi quem fez propaganda de uma cadeira para quem tem problemas na lombar. Vale a pena ver a imagem no blog do Ari Cunha. Os elogios foram muitos, mas como não testamos, apenas repassamos a novidade.
Seguro de vida
“Essas condições de trabalho, infelizmente, não condizem com um mínimo razoável de segurança”, lamentou a senadora Ângela Portela. Ela se referia aos jornalistas que trabalham em áreas perigosas sem ter proteções físicas e administrativas das empresas. Haverá um impacto, pois a ideia inicial era uma porcentagem de 10% no salário, mas resolveu-se adotar um seguro de vida aos profissionais da informação. Também foi prevista uma indenização pecuniária aos beneficiários do segurado no caso de morte por acidente em serviço.
Lei frouxa
Ano após ano, há notícias dando conta de pessoas presas por participação em esquema de propina. Alguma coisa deve fazer com que o crime valha a pena, já que ainda existe muita gente optando por esse caminho.
O pato
Nada como ler notícias antigas para ter certeza que patinamos no tempo. Há dois anos, o governo anunciou um déficit de R$139 bilhões nas contas públicas para os próximos anos. A solução é sempre a mesma. Aumentar os impostos. Assim foi feito. O rombo permanece e os impostos só aumentam.
Espírito de corpo
Mulheres pensam a longo prazo. Um exemplo é a Coronel Sheyla, 1ª mulher no comando da Polícia Militar do DF, que prometeu priorizar a saúde da PM. Uma profissão tensa precisa de uma retaguarda que mantenha a corporação, no mínimo, saudável. A Oficial foi convidada pelo governador eleito, Ibaneis Rocha, e vai assumir o cargo a partir de 2019.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
A Asa Norte é de morte. Quem depende de transporte, então sofre por todos os pecados. A demora do ônibus, em geral, é de 40 minutos, e até que chegue à rua da Igrejinha, já terá dado uma viagem por todo o Plano Piloto. (Publicado em 04.11.1961)
ARI CUNHA – In memoriam
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Ao novo governador que chega, todo o crédito é devido. Isso não quer dizer que a imprensa e principalmente a população, sobretudo aquela que votou em seu oponente, vá fechar os olhos para as novas diretrizes que vierem a ser adotadas pelo GDF a partir de primeiro de janeiro de 2019.
Principalmente medidas que venham alterar, para pior, o planejamento urbano de Brasília. A Lei de Uso e Ocupação do Solo (Luos) tem sido, desde seu surgimento, uma verdadeira caixa de marimbondos para os últimos governadores que o antecederam. Nenhum deles conseguiu levar a bom termo o conjunto de normas que introduz e modifica alguns aspectos da vida urbana da capital.
As razões para esses constantes adiamentos são várias, mas o fundamental é que a Lei bate de frente com os múltiplos interesses da população. Querer a aprovação agora, no fim dessa legislatura e do mandato de seu antecessor, definitivamente, não é uma boa medida. Os diversos riscos apontados por entidades comunitárias e de defesa do patrimônio histórico, arquitetônico e urbanístico, com certeza, poderão contaminar sua gestão, logo na largada, criando situações irreversíveis que poderão repercutir ao longo de todo o seu mandato.
Manda a prudência que normas complicadas como essa, regulando praticamente todo o funcionamento de uma cidade, que na sua parte principal, foi milimetricamente estudada e planejada, seja decidida somente após exaustivos debates com as miríades de entidades especializadas no assunto. Cuidaria melhor S. Exª se antes de apressar o passo, aprovando projeto tão complexo e vital para a cidade, cuidasse de outros aspectos urbanísticos, até mais urgentes, como a revitalização das W3 Norte e Sul, a recuperação do Setor Comercial Sul, as invasões, os puxadinhos, entre tantos outros necessitando a tempos de profundas reformas.
Lembramos ao sr. Ibaneis que essa Coluna vem acompanhando, pari passu o crescimento da cidade desde os fins dos anos cinquenta. Desde aqueles longínquos dias, assumimos uma posição em defesa da nova capital. Sabemos o quão difícil foi chegarmos até aqui.
Com a emancipação política da capital, fato que nos opusemos desde o primeiro dia por sua precipitação e por que víamos nessa medida razões que iriam beneficiar muito mais os especuladores e empreendedores do que o futuro da própria capital e de seus habitantes, demonstrou-se acertado. A capital a partir de então, experimentou um inchaço sem precedentes, destruindo praticamente todos os serviços públicos que eram exemplo para todo o país. Hoje o que temos é uma cidade sucateada que convive com os mesmos problemas das demais capitais espalhadas pelo país. Portanto cabe aqui um conselho a quem ainda é detentor de crédito junto aos cidadãos: cuidado com áulicos e bajuladores que sopram em seu ouvido, isolando-o da realidade que se arrasta fora dos limites do Buriti.
E sobre questões de planejamento urbano, que teve à frente uma dupla dos maiores gênios já reunidos num só propósito: Não pretendam reinventar a roda com outro formato!
A frase que foi pronunciada:
“Além de uma certa velocidade, os veículos motorizados criam um afastamento que eles próprios podem encolher. Eles criam distâncias para todos e diminuem para apenas alguns. Uma nova estrada de terra através do deserto traz a cidade à vista, mas não ao alcance, da maioria dos agricultores brasileiros de subsistência. A nova via expressa expande Chicago, mas suga aqueles que estão bem longe de um centro da cidade que se transforma em um gueto.”
– Ivan Illich, Energia e Equidade
Imperdível
Aida Kellen, Duli Mittelstedt e Sergio Morais prometem um concerto de alto padrão na apresentação de “O negro e a sua música”. Dia 14 às 19h30, no Teatro do Espaço Cultura Ary Barroso, no Sesc da 504 Sul.
Debates
Falando em música, o debate esquentou no Senado na audiência pública comandada pelo senador Cristovam Buarque. O arrefecimento veio quando Cláudia Queiroz resumiu o que a classe queria ouvir. A participação efetiva e democrática dos brasileiros na escolha dos representantes da entidade. Era o que estava registrado em um manifesto nascido no Fórum Nacional de Música. Na prática, o que os músicos querem são novas eleições.
Lar São José
Bem engajado nas redes sociais, o Lar São José, ligado à Casa do Candango, aceita todos os tipos de doação. É só agendar que a Kombi busca. Como o Natal está chegando e os corações se aquecem, segue o número para contato: 3591-1051.
Agenda
Por falar nisso, “A solidariedade unindo as nações” é o mote da Feira das Embaixadas. Toda a verba arrecadada será doada para instituições de caridade do DF. Dia 10 de Novembro, no Parque da Cidade.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Os funcionários trabalham sem nenhuma comodidade, num barraco impróprio, onde, quando lavam o andar superior, os de baixo suspendem o trabalho, por causa da água que vem do teto. (Publicado em 04.11.1961)
ARI CUNHA – In memoriam
Visto, lido e ouvido
Desde 1960
com Circe Cunha e Mamfil;
colunadoaricunha@gmail.com;
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Timing, uma expressão da língua inglesa, ganhou, entre nós, um significado além daquela proposta pela palavra em sua origem. Entre os brasileiros, a expressão passou a significar aquele que age no tempo certo, em sintonia com as demandas do momento. Foi justamente o que aconteceu agora com a eleição de Jair Bolsonaro. Não se sabe se consciente dessa atitude ou não. O fato é que apresentou sua candidatura à presidência mesmo contra todas as probabilidades e contra a previsão dos principais órgãos de pesquisa de opinião e de grande parte da imprensa televisiva, radiofônica e impressa.
Venceu com um discurso direto e sem rodeios, falando exatamente o que os eleitores queriam ouvir naquele momento. Pode ser que os ventos mudem, mas até lá terá feito seu trabalho. Nesse sentido, Bolsonaro teve o timing preciso e se destacou dos demais concorrentes e quase sendo eleito ainda no primeiro turno.
Se de certa forma foi uma vitória fácil e de baixo custo, o desafio que terá pela frente será ciclópico. Bolsonaro sabe, e já disse, que se falhar nessa missão, as chances do Partido dos Trabalhadores, ou mais precisamente o lulismo, retornar são imensas e ele voltará ainda mais assanhado e arrasador. O futuro presidente sabe também que serão feitas todas as tentativas possíveis, lícitas ou não, para desestruturar sua gestão nos próximos anos. É do seu conhecimento também que a imensa rejeição ao lulismo, empurrou boa parte do eleitorado ao encontro de sua pregação.
Dos enormes desafios que terá pela frente, um se destaca como o fundamental e que poderá garantir, inclusive, sua reeleição. Trata-se de uma tarefa por demais delicada e que pode acarretar muitas críticas e dissabores, mas que se faz premente, se quisermos, algum dia, ocupar um lugar de destaque no mundo das ciências. Para tanto, terá que contar com a assessoria dos melhores e mais bem preparados auxiliares.
A reforma das universidades públicas é hoje o maior e mais sensível desafio de todos. Já se sabe que o conhecimento científico é um dos principais referenciais de riqueza de uma nação. País rico é aquele que produz hoje ciência e tecnologia. O problema maior nesse caso, e mais urgente, é descontaminar ideologicamente as universidades públicas, livrando-as dos grilhões obtusos de uma esquerda anacrônica, que usa essas instituições como braços avançados de partidos radicais. Deixando claro que há exceções.
Quem visita hoje qualquer universidade pública no país se depara com o caos, com a depredação, com as invasões, com as paralisações constantes dos trabalhos, com alunos semianalfabetos que só sabem repetir refrães gastos e sem sentido.
Ademais, é preciso reforçar, lembrar e cobrar o fato de que essas instituições são bancadas pelos contribuintes. Obviamente que não se trata aqui de retirar das universidades a pluralidade de pensamento, necessária e fundamental para o desenvolvimento de toda e qualquer ciência. Que não venham com inversão dos sentidos semânticos. Sugestão de leitura: A corrupção da inteligência, de Flávio Gordon.
Quem viaja pelo mundo, e mesmo os estudantes bolsistas, se assusta com a qualidade das universidades estrangeiras, principalmente com a ordem interna adotada pelas reitorias. Não há depredação do patrimônio, não há evasivas para não assistir aulas. Professores e alunos produzem e são constantemente cobrados.
Não surpreende, pois, que esses países ostentem altos níveis de ensino e são detentores da maioria dos prêmios Nobel do mundo. Tristemente, o Brasil, pelo seu tamanho e importância, não sabe o que é e qual a importância dessa premiação.
De saída, uma boa medida seria o estabelecimento de um novo teto salarial, que passaria a ter como referência o salário de um professor ou pesquisador universitário, com dedicação exclusiva e no final de carreira. É um parâmetro justo para quem orientou e instruiu nossas autoridades e líderes.
Quando o país passar a adotar esse novo referencial, as coisas vão mudar, com todos voltando a desejar e respeitar a profissão de educador. Antes, contudo, é preciso fazer uma faxina geral nessas instituições, demitindo e jubilando professores e alunos que não fazem jus ao que recebem. Dispensar aqueles que os contribuintes desembolsam para bancar os privilegiados.
Ou é isso ou continuaremos patinando na lama por mais um século, vendendo milho e soja como feirantes do planeta, isso em pleno século XXI.
A frase que foi pronunciada:
“Se então um fim prático deve ser atribuído a um curso universitário, eu digo que é o de treinar bons membros da sociedade… É a educação que dá ao homem uma visão clara e consciente de suas próprias opiniões e julgamentos, uma verdade em desenvolvê-los, uma eloquência em expressá-los e uma força em exortá-los. Ensina-o a ver as coisas como elas são, ir direto ao ponto, desenredar um misto de pensamento para detectar o que é sofista e descartar o que é irrelevante ”.
– John Henry Newman, a ideia de uma universidade
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
PS.: A Embaixada de Israel quer saber a razão do título da nota “Atiradores”, na coluna do dia 04/11/2018. Eu não sei porque o título não foi dado por mim.
E mais: os parafusos da chapa são por conta do proprietário do carro. Então acontece isto: ou a chapa é presa com arame, ou o proprietário do carro terá que procurar o Paraguaio para lhe vender seis parafusos, que custam 60 cruzeiros. (Publicado em 04.11.1961)
ARI CUNHA – In memoriam
Visto, lido e ouvido
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Anão político é, dentre outras definições, aquele indivíduo que, pela total ausência de caráter, se deixa conduzir e manipular por outrem, com o único objetivo de manter, em sua posse, nacos ou migalhas de poder. Para tanto, orienta sua conduta contra o bom senso e a realidade, cumprindo o papel que, de fato, não lhe cabe, por suas diminutas limitações morais, sendo descartado tão logo terminada sua missão.
Esse parece ser o enunciado que melhor e mais precisamente retrata o ex-chanceler dos governos Lula, Celso Amorim. Curiosamente, e graças sobretudo à sua diligente atuação visando converter todo o antigo e prestigioso Itamaraty às hostes petistas, também o Brasil acabou ganhando o desonroso título em 2014. Naquela ocasião, e por conta de uma política totalmente errática adotada pelo país, o Brasil foi rotulado por Israel de anão diplomático. Tínhamos, assim, baixa estatura no comando da política com o exterior, alguém igualmente apequenado, remando contra a corrente mundial.
Como resultado, o que o país colheu, como recompensa, foi a desmoralização completa do Ministério das Relações Exteriores, destruindo mais de um século de diplomacia, que um dia foi o orgulho de todos os brasileiros. Além de colocar o país numa situação vexaminosa perante o mundo, o MME dos tempos lulistas foi desavergonhadamente usado para expandir o ideário de um socialismo canhestro e anacrônico, que lançava o país de volta ao passado pré derrubada do Muro de Berlim. Com a condenação e prisão de seu líder maior, a quem parece venerar como uma espécie de santo, Amorim, que muitos alcunharam de tamborim da esquerda, tem percorrido o mundo, com o dinheiro do contribuinte, desqualificando o Brasil, sem a menor cerimônia, falando mal das instituições, sobretudo da Justiça.
Em sua pregação pelo planeta, o ex-embaixador, de triste memória e que reduziu o Itamaraty quase à escombros, vem cumprindo, à risca, a missão que lhe delegou o Partido dos Trabalhadores, de desacreditar nosso país perante todas as nações, repetindo como um papagaio a narrativa ensaiada de que o Brasil vive um momento de diminuição das liberdades e a caminho de uma ditadura pior do que a de 1964. Incrível é que um homem, com certa cultura, se deixou abduzir por um analfabeto que delirava em transformar o Brasil numa Venezuela.
Em boa hora, o general Heleno, futuro ministro da defesa, criticou abertamente o comportamento desse ex-chanceler, taxando-o de antipatriota e de fazer uma ampla campanha no exterior contra seu próprio país, mentindo sobre a prisão de Lula. O que causa grande surpresa e mesmo indignação, nesse périplo louco protagonizado por Amorim, é que alguém cuja formação profissional foi toda construída dentro da Casa do Barão do Rio Branco (1845-1912) e cuja premissa é defender seu país, custe o que custar, sai pelo mundo pregando contra sua própria pátria, descumprindo a mais elementar das lições impostas a todo e qualquer embaixador. Não causaria nenhuma contrariedade, para o cidadão e contribuinte, caso o Itamaraty resolvesse expulsá-lo de seus quadros, à bem da imagem do país.
A frase que foi pronunciada:
“Se tudo parece sob controle, você não está indo rápido o suficiente.”
Mario Andretti, piloto automobilístico.
Melhorou
Leitores avisam que deu resultado. Havíamos divulgado sobre garagens que cobram pela permanência, que deixavam o relógio da entrada 4 min atrasados. Agora são só dois minutos. Vale colocar os óculos para conferir.
Perigo iminente
No grupo Nós que amamos Brasília, Geraldo de Oliveira Uzeda assina a nota e mostra fotos da Galeria dos Estados com rachaduras indicando movimentos mais profundos.
Homenagem
Ludmila Thommen, oncologista, é incansável para amenizar a dor e tristeza de mulheres com câncer mamário. Com uma turma, planejou uma exposição para levantar o astral de suas pacientes. Muitas delas deram o depoimento que esse foi o primeiro momento de felicidade desde o dignóstico. Paulo Henrique, tatuador famoso da cidade, mais conhecido como Kbça, faz a sua parte unindo amigos profissionais para fazer gratuitamente a pigmentação de mamilos e aréola em mulheres que passaram pela cirurgia de mastectomia.
Leite e Mel
Caesb está de mal a pior em termos de atendimento. Faltou água por 4 dias no Trecho 9. Apesar de inúmeras ligações, nada de solução. Houve até uma atendente que orientou a não ligar mais de uma vez. O protocolo registrado seria apenas o primeiro. Depois todos já sabem. A água volta da cor de mel escuro e a seguir cor de leite. “Aparecerá aqui a terra prometida, onde correrá leite e mel.” Será que Dom Bosco falava da Caesb quando descrevia Brasília?
Mudanças
Por falar nisso, está na pauta da Câmara dos Deputados uma sugestão de lei que fará com que essas concessionárias sejam obrigadas a dar descontos na conta dos consumidores quando não prestarem o serviço como deveriam.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Para emplacamento, o contribuinte terá que levar 100 cruzeiros em selos. Se não o fizer, terá que rodar trinta e quatro quilômetros, ida e volta, ao Plano Piloto, para comprar o selo e emplacar seu carro. (Publicado em 04.11.1961)
ARI CUNHA – In memoriam
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Comunicólogos e outros estudiosos dos fenômenos das interlocuções humanas no Brasil foram todos, sem exceção, apanhados de surpresa com a eleição agora de um presidente da República, consagrado pelas urnas graças ao poder de penetração e de irradiação instantânea das mídias sociais.
Com isso, jornais, revistas, televisão, e mesmo as rádios, ficaram em segundo plano, perdendo o antigo poder de construir e destruir reputações. Balançada também ficou boa parte da imprensa, outrora considerada um 4º poder do Estado. Com isso, fica na poeira da estrada e do tempo os cidadãos Kane daqui e doutras bandas do mundo. Isso é bom? É ruim? Só o tempo dirá. Colocada, desde sempre, como porta-voz da sociedade, os novos tempos muito devem ao papel da imprensa. Principalmente numa América Latina, acostumada a viver longos períodos com baixos índices de liberdade e de democracia. De fato, o que assusta os entendidos dos fenômenos da comunicação é a chegada, repentina, de um novo player no jogo de convencimento da população.
Claro que a eleição do candidato do PSL contou, também, com a enorme rejeição de seu concorrente e principalmente de seu partido, transformado, nas mídias sociais, numa espécie de quadrilha criminosa. Mesmo o poderio fatal das fake news, que transitam no mesmo espaço das novas mídias, foi incapaz de suplantar a vontade popular, dando vitória à um candidato que é o antípoda da turma de esquerda.
Esse mesmo fenômeno havia acontecido durante a campanha de Barack Obama nos Estados Unidos. Naquela ocasião, as mídias tradicionais também foram surpreendidas com esse novo poder que se anuncia. De fato, ao disponibilizar a posse de um celular na mão de cada brasileiro, uma revolução silenciosa foi operada, inaugurando uma nova categoria de cidadão onipresente e de uma democracia direta e instantânea. Isso é bom? É ruim? Nem mesmo os maiores especialistas no assunto sabem ao certo.
O fato é que essas novas tecnologias vieram para ficar e acabaram ocupando um espaço que muitos nem sabiam que existia. À semelhança de seu colega americano, o presidente, agora eleito, comunica-se diretamente com a sociedade e com seus apoiadores, através das redes sociais em tempo real, em vídeo, imagens ou textos, quebrando qualquer protocolo da liturgia do cargo.
Utiliza esse recurso sempre que acha necessário ou quando um assunto passa a ocupar a preocupação dos cidadãos. Obviamente que um fenômeno dessa magnitude, em muitas partes do planeta, tem sido estudado e esmiuçado de perto.
Em coletiva recente, o presidente eleito, convencido da independência conquistada com as redes sociais, impediu, pela primeira vez na nossa história, que importantes redes de jornalismo tivessem acesso à sua entrevista. Isso é bom? Certamente que não, mas esses são os novos tempos, gostemos ou não.
A frase que foi pronunciada:
“Antes de 2018 os poderes eram Executivo, Legislativo, Judiciário e Imprensa. Atualmente os poderes são: Internautas, Executivo, Legislativo e Judiciário.”
Parte do texto Cai na Real, ainda não escrito, mas vivido.
Leitura
André Lima, ex-secretário do meio ambiente do GDF é um “Empreendedor Socioambiental”. Veja a capa do livro de sua autoria, 30 anos da Constituição Federal e os Direitos Socioambientais no blog do Ari Cunha.
Acidentes
Infelizmente, além da violência social, Fortaleza lidera o ranking, com São Paulo, de violência no trânsito. Em 2017 foram mais de 245 mil acidentes de trânsito registrados. Só nas capitais, o total de ocorrências soma 43.803.
Consequências
Resultado de investigações prendeu muita gente envolvida com grilagem no DF. Os que estão soltos precisam pagar o que devem.
Viva
Fernando Cesar Mesquita é o único fundador e ex-presidente vivo da Casa do Ceará em Brasília. A festa dos 55 anos foi grande para inaugurar o novo prédio principal da entidade. Vale lembrar que a instituição é uma referência em assistência social, com vários cursos profissionalizantes, médicos de diversas especialidades para atendimento à comunidade, além de um lar de idoso.
Release
Na imprensa internacional, recebem destaque a decisão do presidente eleito Jair Bolsonaro de transferir a Embaixada do Brasil em Israel para Jerusalém, assim como a proposta do general da reserva, Augusto Heleno, futuro ministro da Defesa, sobre o uso de atiradores de elite contra criminosos. Em entrevista para o DW, o diretor da Fundação Konrad Adenauer no Brasil, Jan Woischnik, avalia que o governo Bolsonaro era uma incógnita e que o respeito à democracia, aos direitos humanos e ao Estado de Direito facilitará a manutenção de uma cooperação de alto nível entre a Alemanha e o Brasil.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Como poder arrecadador, o governo precisa dar mais atenção aos seus funcionários e aos contribuintes. Queremos nos referir ao Departamento de Trânsito. (Publicado em 04.11.1961)