Novo Enem

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

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Imagem: g1.globo.com

 

Criado em 1998, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, o Exame Nacional de Ensino Médio (ENEM) serviu, num primeiro momento, como ferramenta de avaliação da qualidade dessa etapa escolar para a elaboração de políticas públicas que tornassem possível a modernização do modelo tradicional, pela introdução paulatina de mudanças nos currículos escolares, de modo a torna-lo mais atraente para os alunos, contribuindo assim para evitar a grande evasão escolar que ocorria nessa fase.

Para atrair mais a atenção para importância desse exame em todo o território nacional, a prova passou a servir também para facultar o ingresso nas universidades públicas, em substituição ao vestibular.

Posteriormente, o exame permitiu, aos alunos com boas notas, a aquisição de bolsa de estudo para ingresso em faculdades particulares, dentro do chamado (ProUni). Graças a essas e outras mudanças, o Enem se tornaria o maior certame de avaliação do país e o segundo do mundo em número de participantes. Não é por outra razão que o Enem é hoje uma das mais disputadas provas de avaliação, com uma média aproximada de mais de seis milhões de inscritos a cada edição realizada.

No Distrito Federal, os inscritos nesse ano chegam a quase 96 mil, o que representa quase 2% dos que irão fazer a prova em todo o país. De acordo com Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pela elaboração das provas, a maioria dos que se inscreveram esse ano na capital são mulheres, sendo a maioria composta de pretos e pardos, com idades entre 17 e 19 anos. Esse tem sido, ao longo desses anos, o teste, por excelência, que abre as portas para o acesso aos cursos universitários para as classes de menor renda do país.

Como todo sistema de avalição, o Enem necessita reciclar e modernizar-se a cada período, de modo a garantir sempre a adesão de milhões de jovens brasileiros e sua integração em todos os cursos do ensino superior, acabando com privilégios nesse setor, anteriormente dominado apenas pelas classes mais ricas do país.

Dessa forma, o INEP vem estudando a aplicação do Exame na versão digital, já a partir de 2020. Num primeiro momento, essa aplicação ocorrerá em modelo-piloto, sendo progressivamente aplicado no modo digital até o ano 2026, quando o Enem se tornará então um exame totalmente realizado de modo digital.

Para os coordenadores da prova, o futuro do Enem é se converter num exame digital, acompanhando a evolução tecnológica que ocorre no Brasil e no restante do mundo. Com isso, segundo os especialistas, será possível a realização de provas em várias datas ao longo do ano, por agendamento. Haverá ainda uma economia de mais de R$ 500 milhões que eram gastos com a impressão das provas, o que equivale a um ganho enorme para o meio ambiente. Também por esse modelo, será possível a utilização de novos tipos de questões, com vídeos, infográficos e outros recursos dessa tecnologia. A nova modalidade digital permitirá também que o exame seja aplicado em mais municípios do país, aproximando e agregando mais inscritos.

Em 2020, o Distrito Federal fará parte dessa nova experiência com a aplicação das provas do Enem no modelo-piloto. Trata-se de um grande avanço que pode, inclusive, reduzir muito as possibilidades de vazamentos de questões, tornando o sistema de avaliação mais rápido e seguro.

 

 

 

A frase que foi comunicada:

“Meu voto é de consciência, não é vendido”

Deputada Tábata Amaral

 

 

 

Dica

Uma solução interessante de painel eletrônico para a Câmara Legislativa seria publicar, diretamente no portal da CLDF, o registro de presença e voto dos deputados. O voto e a presença seriam por biometria. Outras casas legislativas já adotam esse procedimento.

Foto: Carlos Gandra/CLDF

 

 

Surpresa

Quem se aventurar pelas Olimpíadas e Paralimpíadas 2020 estará perto do que há de mais avançado em tecnologia no mundo. Os japoneses já estão preparando os tradutores simultâneos e os transportes mais modernos para os deslocamentos pelas arenas. Todas as novidades estão fechadas à sete chaves. O que está divulgado é a certeza de que os visitantes serão surpreendidos.

Foto: Associated Press

 

 

Divulgação

Em Parceria com o ILB – Instituto Legislativo Brasileiro, o #InstitutoIlluminante realizará a Palestra: “Os Impactos da Lei Geral de Proteção de Dados – LGPD na Sociedade Brasileira” a ser proferida pelo Dr. Adriano Mendes, especialista em Direito Digital e expert no tema. O evento será no dia 6 de agosto. Veja mais detalhes a seguir. A LGPD, sancionada recentemente, entrará em vigor definitivamente em agosto de 2020 e atinge diretamente todas as Empresas e Instituições Públicas e Privadas, sujeitando-as a multas milionárias e à eventual suspensão de suas atividades.

Saiba mais e inscreva-se em: A Lei Geral de Proteção de Dados – LGPD e os Impactos na Soc. Brasileira por Instituto Illuminante

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Dizer que uma equipe não possui ética profissional é um falso que se levanta, e que sérios danos poderá causar ao congresso como fonte de opinião. (Publicado em 25/11/1961)

Reforma da Previdência evidencia a velha política

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Imagem: institutoliberal.org.br

 

Na votação em primeiro turno do projeto de reforma da Previdência, ocorrido a pouco, mais uma vez ficou evidenciado o descompasso existente, na maioria dos atuais partidos políticos, com relação as necessidades e os pleitos demandados pela realidade social e econômica do país. Tirando as oposições, que perderam, por completo, a sintonia com a maioria da população, as demais legendas, que tendiam a apoiar a proposta reformista, aproveitaram a situação de desespero do governo para extrair o máximo de vantagens, reavivando o antigo sistema do toma lá, dá cá, impondo ainda o recebimento de benefícios alheios ao projeto, como foi o caso do aumento, vergonhoso, do Fundo Eleitoral, conforme ficou constatado.

Essa insaciável fome por dinheiro demonstrada pelos partidos e as barganhas que se estabeleceram, por ocasião das negociações para a votação do projeto, deixaram claro para a população que o velho modelo político e oportunista ainda resiste com força dentro do Congresso e nem mesmo as últimas eleições foram capazes de amortecer. Por certo, há ainda muito a ser feito para mudar o velho sistema político que insiste em se perpetuar a despeito da grande rejeição demonstrada pelos brasileiros.

Nem mesmo a aprovação em primeiro turno dessa proposta convenceu o público, principalmente quando se verificou que o resultado final do texto ficou aquém das perspectivas e foi moldado às exigências dos grupos de pressão, dentro e fora do parlamento. Nesses debates ficaram ainda evidenciados que estão nos partidos os principais obstáculos à renovação no modo de fazer política, razão pela qual fica mais uma vez comprovada a necessidade vital de uma profunda reforma nessa área.

Reforma que deve ser imposta exclusivamente por meio de projeto popular e que, ao contrário das dez medidas contra a corrupção, não sofra retaliações e venha a ser esvaziada pelo Legislativo. Um caso que chamou a atenção de todos para o envelhecimento desse modelo, que tem no caciquismo dos partidos seu ponto alto, foi a dissidência dos deputados oposicionistas Tábata Amaral (PDT-SP) e Felipe Rigoni (PSB-ES), entre outros 17 parlamentares que aderiram ao texto-base da reforma e que por essa posição foram duramente criticados e ameaçados de expulsão.

No Nordeste, onde 70% da bancada votou pela reforma, o que ficou demonstrado é que os apelos locais pela melhoria na Previdência e a realidade local falaram mais alto do que os princípios de fidelidade partidária que, ao final, nada mais é do que a vontade dos donos de fato das legendas.

Com isso, os velhos dogmas e os figurões políticos, mesmo a despeito das vantagens recebidas, foram encostados contra a parede e terão que, cedo ou tarde, fazer um exame de consciência ou então que reverem novas estratégias, caso queiram permanecer ainda com a cabeça fora da linha d’água e com algum prestígio.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Com os novos tempos, há piratas também interceptando as ondas da Internet”.

Dona Dita, bordadeira.

 

 

Passe livre

O assunto passe livre para estudantes está provocando muita discussão. Seria apenas para estudantes de baixa renda ou apenas estudantes? A votação na Internet está tecnicamente empatada.

Foto: diariodotransporte.com

 

 

Reparos

No desenho de avião feito para criar Brasília, uma das turbinas já estourou. É de dar arrepios andar pelo Setor Comercial Sul. Salas vazias, prédios ociosos, local completamente fantasma. O estudo para reativar essa área deve respeitar as regras e normas de gabarito já definidas pela setorização da cidade. Mas que alguma coisa precisa ser feita, não resta dúvidas.

Foto: Ed Alves/CB/D.A Press

 

 

Volta por cima

Outros lados da cidade completamente entregues ao tempo são a W3 Norte e Sul. Uma maquiagem daqui, um ajuste de lá. Ainda não foi possível revigorar o local com fins de semana sem carro e pistas cheias de mesa e luz para receber os turistas e o público ávido por novidades.

Foto: mobilize.org.br – W3 Norte

 

 

Capoterapia

É comum, nos gramados da Universidade de Berkeley, na Califórnia, ver estudantes em rodas de capoeira. Se por lá é tão agradável, por aqui é mais. Adaptada para o pessoal da Terceira Idade, a capoterapia está se espalhando por Brasília e sendo muito bem recebida. A equipe do secretário Osnei Okumoto está fortemente empenhada em levar a saúde para os moradores da capital pela capoterapia.

 

 

Elas

Quem ganha com a divulgação e patrocinadores é o futebol feminino. Estudos prontos para estimular o esporte nas escolas, tanto do futsal feminino quanto dos jogos no gramado. O assunto vai ser discutido em breve na Câmara dos Deputados em audiência pública.

Foto: educacao.mg.gov.br

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Houve deputados que da tribuna da câmara verberaram contra o Hospital Distrital, e fizeram referências as mais desagradáveis contra os médicos. Injusto, e indigno, um pronunciamento desses. (Publicado em 25/11/1961)

Desmonte ou enxugamento

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Foto: agenciabrasilia.df.gov.br

 

Todo bom gestor sabe muito bem que o inchaço da máquina pública, provocado geralmente por indicações políticas de apoiadores para cargos estratégicos sem a devida qualificação, está na raiz do problema que gera a má prestação de serviços à população. Com isso, fica comprovado que não é quantidade de pessoas, lotadas num determinado órgão, que necessariamente produz bons serviços ao contribuinte. A qualidade e o pronto atendimento às demandas da comunidade dependem basicamente da qualificação técnica e profissional desses servidores e não de seu número.

A população em geral também já percebeu esse detalhe e tem apoiado, de pronto, medidas que visem conferir melhor atendimento, com o máximo de racionalidade nesses serviços; e é ela quem mais sofre os efeitos diretos dessa superlotação nas repartições públicas, principalmente com o aumento de gastos que acaba recaindo sobre os pagadores de impostos.

Há, no entanto, que saber distinguir bem o que vem a ser o enxugamento da máquina pública, visando a melhoria do atendimento com o mínimo de gastos, com desmonte dessa máquina, objetivando atingir determinados fins políticos e eleitorais mais ao agrado do nicho de determinados eleitores. Uma coisa é fazer promessas de campanhas, tendo como horizonte apenas as próximas eleições. Outra, bem diferente, é tomar pé dos problemas e das necessidades enfrentadas por determinados órgãos para adequá-los às exigências da realidade do dia a dia dos cidadãos.

Nesse sentido, passados mais de dois meses da extinção da Agência de Fiscalização (Agefis) e sua substituição pelo órgão DF Legal, conforme promessa de campanha do atual governador, ainda não foi possível saber, ao certo, se essa proposta foi realmente compensadora para os brasilienses do ponto de vista da melhoria dos serviços e da redução de gastos.

De fato, as denúncias sobre invasões e de ocupações irregulares de terras públicas seguem acontecendo, o que fez com que alguns analistas se convencessem de que essa mudança veio mais para pacificar a Câmara Legislativa, principalmente aqueles distritais que sempre tiveram nessas ocupações ilegais uma fórmula de angariar simpatizantes e votos.

Outra preocupação e dúvida é quanto ao enxugamento ou desmonte da Secretaria de Estado de Desenvolvimento e Habitação do GDF (Seduh-GDF). Recentemente, a exoneração sumária ocorrida no quadro de arquitetos dessa pasta vem chamando a atenção para o que o sindicato da categoria chama de desmonte. Temem os profissionais do setor que a substituição desses técnicos gabaritados e concursados por pessoas sem competência profissional na área possa comprometer os serviços do órgão, responsável pelo planejamento urbano, meio ambiente, paisagismo e arquitetura.

Numa cidade planejada e construída nos mínimos detalhes e que é patrimônio cultural da humanidade, o esvaziamento de uma das suas principais pastas, causa perplexidade e deixa, em aberto, a proteção dessa valiosa riqueza cultural e arquitetônica, admirada em todo o mundo.

 

 

 

 

A frase que não foi pronunciada:

“Essa linguagem Chacal nos desliga da vida. A violência nos torna agradável. Vejam as notícias, os desenhos animados. Fomos condicionados a isso.”

Marshall Rosenberg, em Princípios da Comunicação Não Violenta, 20 anos atrás.

Foto: facebook.com/Marshall-Rosenberg

 

 

Fenearte

Se as crianças não conhecem as opções de brinquedos para substituir a tela de TV ou tablet, continuam sem brincar como crianças. Em Olinda, a Feira Nacional de Negócios do Artesanato (Fenearte), está vendendo brinquedos artesanais como água. Com preço justo. Veja a seguir alguns deles.

Foto: sescsp.org.br

 

 

 

Agetop

Depois de aplicar uma multa por guiar com o farol apagado, os guardas posam para um self registrando a satisfação. O problema é que, a poucos quilômetros da chegada a Pirenópolis, dois buracos enormes recepcionam os turistas que antes das férias são obrigados a trocar o pneu. Difícil imaginar o governador Caiado satisfeito com essa informação.

 

 

Luta à vista

A medida provisória da “Liberdade Econômica” para autuações trabalhistas promete um batalhão protestando nas casas legislativas. O Ministério Público do Trabalho reage mostrando o lado obscuro do Carf Trabalhista. Em entrevista ao jornal Valor Econômico, o procurador Márcio Amazonas, secretário jurídico da Procuradoria-Geral do Trabalho, disse que a MP não estende normas trabalhistas, mas enfraquece a estrutura da fiscalização, tirando poderes dos auditores fiscais. Além disso a decisão que deveria ser técnica será passada para autoridades políticas.

 

 

Eu livre

Enquanto o estrangeiro Glenn Greenwald bota banca no país exigindo liberdade de imprensa, seus amigos, como Jean Wyllys, já avisaram que vão processar quem compartilhar notícias do Pavão Misterioso.

Imagem: jornaldacidadeonline.com

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Cabe, agora, à Câmara dos Deputados, confirmar a decisão do Senado, e dar a Brasília mais hospitais e mais escolas. (Publicado em 24/11/1961)

Um gigante comandado por anões

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Foto: divulgação do presidente Bolsonaro

 

Dificilmente, numa possível situação em que não houvesse tamanho antagonismo político no país, quase beirando a insanidade, um candidato com o estilo de Jair Bolsonaro, deputado com décadas de mandato, conhecido por suas posições agressivas e extremadas e com fama de falar o que vem à cabeça, teria chances de chegar à Presidência da República. Ainda mais coligado com um partido nanico e sem propostas e programa político claro. De fato, dentre os elementos que surpreendentemente alçaram Bolsonaro ao mais alto cargo do Poder Executivo, o que mais se destacou foi justamente o clima de acirramento e de polarização entre uma esquerda caída em desgraça, por conta de inúmeros crimes praticados e que perfaz praticamente todo o Código Penal, e uma proposta erigida às pressas que se contrapunha a tudo o que estava sendo proposto durante a campanha.

Foi, portanto, na esteira desse faro e senso de oportunidade, que a campanha do candidato do PSL sagrou-se vitoriosa, contra tudo e contra todos os prognósticos divulgados pelos mais celebrados cientistas políticos naquela ocasião. Sem verbas estratosféricas e sem permutas antiéticas. Obviamente que a realidade do país haveria de exigir muito mais que uma vitória erguida sobre os escombros de uma esquerda moribunda. Uma coisa é a confirmação da vitória proclamada pelo Tribunal Superior Eleitoral. Outra, é aquela que passa a surpreender e assustar os novos mandatários, tão logo eles tomam assento no terceiro andar do Palácio do Planalto.

Com as finanças depauperadas ao extremo e com uma classe política sempre   alheia aos problemas nacionais (como confirma a aprovação, agora, pela Câmara dos Deputados no aumento do fundo eleitoral de R$ 1,7 bilhão para R$ 3,7 bilhão), administrar o Brasil, dentro dos estritos ditames republicanos e éticos, não é tarefa que possa ser levada a cabo de modo afoito, muito menos com base em improvisos e voluntarismos.

Chama a atenção a notícia de que o presidente estuda a possibilidade de indicar seu filho e deputado federal, Eduardo Bolsonaro, para ocupar a cadeira como embaixador do Brasil em Washington, uma das missões mais relevantes e especializadas em termos políticos e econômicos para as relações externas de nosso país e que, pelo bom senso, sempre foi ocupada por ministros de primeira classe, com longa experiência em diplomacia dentro do Ministérios das Relações Exteriores.

O gesto paternalista e com viés de nepotismo, caso venha a ser confirmado, trará repercussões internas e externas imprevisíveis, podendo inclusive abalar as relações entre os dois países, com prejuízos claros para o Brasil. A essa possibilidade de implementar medidas açodadas, se somam outras de igual potencial incerto, como é o caso da indicação, também anunciada a poucos dias, para a próxima vaga no Supremo Tribunal Federal, de um candidato com um perfil “terrivelmente evangélico”, como se isso fosse condição necessária para tão relevante função, uma vez que a Constituição exige notável saber jurídico e reputação ilibada.

Esse e outros acenos às bancadas específicas dentro do Congresso Nacional revelam, entre outros vícios, a estreiteza de visão desse e de outros presidentes que o precederam sobre a enormidade e complexidade de um país como o Brasil, um gigante que parece estar condenado a ser governado por políticos sem a mesma grandeza e não raramente obtusos.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Quem mais usufrui a liberdade de imprensa são os que se livraram dela e passaram a usar a mídia social!”

Charge: Nani Humor

 

 

Mais motos

Ao todo, são 34% a mais de motos disponíveis no mercado em 2019. A Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas divulgou que, em junho, foram produzidas 67.991 motocicletas. Falta formação educativa aos motoqueiros que cortam carros, ultrapassam pela direita e chutam retrovisores.

Foto: Arquivo Tecnodata

 

 

Inovação

Mais dois novatos não votaram com a legenda. Tabata Amaral (PDT-SP) e Felipe Rigoni (PSB-ES), do Acredito e do RenovaBR, movimentos que pregam distância da política tradicional. Os dois parlamentares estreantes sentem na pele que a velha política das siglas permanece: antes de votar pelo país, vem o partido que os elegeu.

Imagem: institutoliberal.org.br

 

Novo presidente

Dentro da rigidez militar, está a escolha pelo mais barato. Por essas e outras que ninguém vê o presidente Bolsonaro ostentando em vinhos ou hotéis caríssimos. Pelo contrário, a comitiva do Mercosul, que ficará em Bento Gonçalves, terá a hospedagem calorosa e modesta.

Foto: istoe.com.br

 

 

Transformações

Aproximando a lupa da lei que impede a venda e distribuição de sacos de compra no DF, fica uma dúvida: qual material a natureza destrói mais rápido, uma sacola de supermercado ou embalagens de arroz, feijão, sabão? Todas as opções, inclusive sacolas plásticas, podem virar corda, vaso de planta, tapete… Enquanto a lei do deputado Leandro Grass (Rede), que já foi sancionada pelo governador Ibaneis Rocha (MDB), não entra em vigor, veja a seguir como reciclá-las.

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

A dotação para as fundações de Brasília, que era de 900 milhões, sofreu redução para 500 milhões no próximo exercício. O prefeito Sette Câmara foi ao Senado, mostrou a nossa arrecadação, argumentou, discutiu, provou, esclareceu e venceu. O Senado aumentou para dois bilhões, no próximo ano. (Publicado em 24/11/1961)

Progresso sem ordem

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Não é de hoje que a Operação Lava Jato, o juiz Sérgio Moro e os procuradores do Ministério Público de Curitiba, tendo Deltan Dallagnol à frente, vêm sendo fustigados por todos aqueles que, direta ou indiretamente, sofreram com as repercussões legais dessa exitosa investigação, sobretudo o pessoal da oposição, capitaneados pelo Partido dos Trabalhadores. A esse conjunto de indivíduos, contrariados pelo rigor da lei, vieram se somar políticos de diversos partidos, todos igualmente enrolados com a justiça. Fazem parte desse clã de insatisfeitos, empresários espertalhões, uma camarilha dos mais caros advogados do país, receosos com a possibilidade de perder milhões de reais com a defesa, eticamente indefensável desses criminosos, e, obviamente, uma boa parte das instituições de Direito, comandadas por esquerdistas camuflados, bem como uma parcela da imprensa bancada por essa gente e sabe-se Deus por mais quem.

Trata-se de uma espécie de contraofensiva desferida em oposição a uma nova postura da justiça que tem primado por fazer cumprir o que manda o Art. 5º da Constituição, que diz que “todos são iguais perante a lei” e que, pela primeira vez em nosso país, ousou mandar processar e prender grandes figurões da República juntamente com a elite dos empresários nacionais, todos, até então, tratados como cidadãos intocáveis e muito acima dos efeitos das leis.

É esse pessoal que, agora reunido em torno de um estrangeiro, desacreditado no próprio país de origem, que parece ter encontrado uma brecha para desmanchar o trabalho de cinco anos de toda essa operação, fechando, talvez, a única janela de oportunidade, aberta em séculos de impunidade, capaz de mudar os rumos do Brasil.

Reunidos em torno de um fato claramente criminoso, que foi o grampeamento das comunicações entre agentes da lei, essa miríade de oportunistas dos mais diferentes matizes sonha em sabotar a Operação Lava Jato, numa nítida inversão de valores morais, fazendo dos xerifes, os bandidos e desses, os paladinos da justiça.

De fato, o que se verifica agora nessa movimentação, que se quer é legítima, é que a Hidra se move por baixo da lama, tentando manter-se viva de forma a perpetuar o antigo regime, o status quo secular. Essa agregação de forças do atraso ilude-se ao acreditar ter encontrado um rumo para seguir em frente, contrariando todo um país que vem exigindo nas ruas o abandono do passado.

Deliram se pensam formar uma frente única, ou coisa que valha, para sabotar a verdadeira justiça e de quebra inviabilizar o novo governo. De fato, não passam de velhos fantasmas de um passado mal assombrado que todos os brasileiros de bem querem ver bem sepultados e cobertos pela poeira do esquecimento. A esses vampiros da nação, mais uma vez reunidos, o povo irá responder com crucifixos, estacas de madeira e muito alho.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“O Brasil está cada vez mais próximo de entrar no caminho do emprego e da prosperidade”.

Presidente Bolsonaro

Foto: Sérgio Lima/Poder360 – 9.abr.2019

 

 

Só mais uma lista

Entre uma conversa e outra, agora há provas contundentes do esquema de furar fila em hospital público por pedidos políticos. Há também provas de funcionários que vendem vagas. Há investigações de funcionários que levam material do hospital para casa. Agora faltam os nomes dos médicos que recebem salário e não trabalham.

Charge do Marcos

 

 

Juntos

Secretaria de Educação e Secretaria de Segurança Pública continuam em parceria para mais escolas militarizadas. Mas o GDF dá à comunidade a oportunidade de escolher o que quer para os filhos que estão interessados em estudar. Quando tudo estiver bem, quem sabe a parceria passe a ser com a Secretaria de Cultura para expandir as escolas parques e escolas de música.

FOTO: Augusto Fernandes/ESP. CB/D. A. Press

 

 

Pop

Brasília está muito melhor que Nova York em termos de acolhimento a moradores de rua. O Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua conta com um corpo de trabalhadores dedicados que dão mais dignidade a essas pessoas rejeitadas pela sociedade.

Clique aqui e veja o folder explicativo sobre o Centro POP

Foto: Agência Brasília/Divulgação

 

 

Nova era

Comemoração no Núcleo de Mídias Sociais da Secretaria de Comunicação Social. Mais de 1 milhão de seguidores na página do Senado no Instagram. O aumento de seguidores no último semestre foi de 57%. Ângela Brandão, diretora da Comunicação Social, não previa um aumento tão significativo. A participação da sociedade nas mídias sociais tem estreitado a relação com a política e com os políticos.

Print: instagram.com/senadofederal

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

É integral o apoio da Novacap ao Círculo de Pais e Mestres. Durante o próximo período de férias, a Escola Parque será cercada, as obras internas serão concluídas, e a piscina passará a funcionar normalmente. (Publicado em 24/11/1961)

Tecido social rasgado

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Foto: istoe.com.br

 

Aprender com as experiências e com os exemplos históricos de outros povos, em muitos casos, tem sido um bom remédio para países que assim evitaram o cometimento dos mesmos erros, induzidos pelas mesmas causas. São muitos os exemplos preciosos legados que tem servido para poupar esforços inúteis ou mesmo para evitar a perda de vidas e o colapso de muitas nações.

Lições vindas de tempos e lugares distintos, ensinam que a base e a manutenção de uma nação coesa, contra as adversidades e a desagregação estão tanto na sua riqueza imaterial, no caso a cultura comum, como em outros fatores, tal como o sentimento de pertencer e de ter sua origem e a de seus ancestrais num determinado lugar, onde principalmente possa ser aceito como “cidadão” de posse de direitos inalienáveis, garantidos em lei. É justamente esse conjunto de vínculos afetivos e culturais que formam a União. Mesmo num mundo globalizado, onde muitos países vão se fundido em blocos homogêneos, o sentido de raízes e ancestralidade não se perde com facilidade. Para uma nação, relativamente nova como a nossa, formada há pouco mais de cinco séculos, resultado da miscigenação entre três povos de três continentes distintos e que, para muitos estudiosos no assunto, ainda está em pleno processo de formação, custa a crer que, num espaço de tempo tão curto, já possa apresentar sinais preocupantes de desagregação de seu tecido social. Para muitos, trata-se de um fenômeno decorrente da enorme e histórica desigualdade social que, segundo pesquisas demonstram, vem se recrudescendo nas últimas décadas.

O Brasil hoje ocupa um dos primeiros lugares no ranking internacional de desigualdade, com 30% da renda nacional concentrada em mãos de apenas 1% da população.  Para outros, esse fenômeno precoce de esgarçamento do tecido social, onde os indicadores de violência oficiais registraram 64 mil homicídios em 2018, foi amplamente catalisado pela inoperância do Estado em lidar, de forma justa e efetiva, com principais problemas nacionais, como saúde, segurança, educação, entre outras providências necessárias.

Na avaliação de analistas, esse processo de secessão social vem sendo impulsionado ainda por fatores como os antagonismos políticos e a crença de que a superação desses problemas só se realizará com a destruição das forças oligarcas.

Também há os que creem que a interrupção desse processo de desagregação social só poderá ocorrer com o fim de todos os privilégios, o que corresponde também ao fim da corrupção, com o combate, sem tréguas, contra todas as formas de crimes, a começar pelo crime do colarinho branco, que desvia recursos preciosos que poderiam servir para, ao menos, remendar nosso tecido social.

 

A frase que foi pronunciada:

“Mas o tempo, o tempo caleja a sensibilidade.”

Machado de Assis, escritor brasileiro

Foto: escritas.org

 

 

Câmara

Para a oposição que acusava o governo de comprar votos para a reforma da Previdência, a assessoria do deputado Alexandre elencou todas as manchetes de jornais que estampavam compra de votos contra o impeachment da ex-presidenta do Brasil.

Foto: reprodução/IstoÉ

 

 

Nova palavra

A overdose de vaidade da deputada Joice Hasselmann não ofusca a sua coerência. Esse foi o resultado de uma conversa no café da Câmara sobre a amarelidade do vestido da parlamentar.

Foto: Marcos Corrêa/PR (Último Segundo – iG)

 

 

Fim de festa

Não convence mais nenhuma gota homeopática pingada pelo Intercept. Já está virando piada. Hora de colocar a viola no saco.

Foto: odivergente.com.br

 

 

Passado e futuro

Hoje começa a temporada do clássico Os Saltimbancos, com a direção de Hugo Rodas. De 5ª a domingo, sempre às 16h. Até 4 de agosto, no CCBB.

Cartaz: culturabancodobrasil.com

 

 

Elisa

Veja a seguir o trabalho da escultora mineira Elisa Pena.

 

 

Melhorias

Enfim, o guard rail em um dos lados da barragem do Paranoá.

Foto: der.df.gov.br

 

 

Curiosidade

Carlos Fernando de Moura Delphim, paisagista e arquiteto, tempos atrás, encaminhou ao então presidente do Iphan, Luiz Fernando de Almeida, um documento em que pedia o tombamento do céu de Brasília como Paisagem Cultural Brasileira.

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O fato de se combater comunismo falando mal da União Soviética, ou botando Cecils Borés nos calcanhares dos outros, é fazer o que faz o almirante Pena Botto: estimular o desenvolvimento do comunismo. (Publicado em 24/11/1961)

Efeitos perversos e duradouros da corrupção

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Foto: thoth3126.com.br

 

Uma das múltiplas consequências da corrupção, e talvez a mais deletéria, é que seus efeitos nocivos se prolongam por anos, causando mais estragos à medida em que as Cortes não conseguem, em tempo hábil, pôr um ponto final nesses processos, devido não apenas a morosidade da justiça e a possibilidade infinita de medidas recursais, mas, sobretudo, em razão do poder econômico que geralmente possuem os indivíduos e empresas envolvidos nesses casos.

Essa é a realidade da maioria dos casos envolvendo grandes somas de dinheiro, normalmente provenientes dos cofres públicos, ou seja: recursos dos cidadãos. Todos os brasileiros vêm acompanhando com atenção os enormes esforços feitos, por exemplo, pela força tarefa do Ministério Público de Curitiba, onde estão os volumosos processos da Operação lava Jato em processar e reaver essa fábula de dinheiro que foi roubada dos cofres da União e sua luta contra um exército dos mais caros advogados do país, contra a oposição política e contra a velha ordem que sempre controlou o Brasil, como uma propriedade particular. É graças à luta desses pequenos e solitários Dom Quixotes, que os moinhos da corrupção vêm sendo postos a baixo, para o gáudio da população que passou a enxergar, nesses cavaleiros, talvez a última esperança de reconstruir um país justo e igualitário.

Aqui mesmo em Brasília, em decorrência direta da chamada maioridade política, empresários e políticos locais uniram esforços para copiar esse modelo criminoso que grassava pelo país, introduzindo na capital o fenômeno da corrupção em larga escala. Exemplo material dessa sanha pode ser visualizado nas duas maiores obras erguidas na cidade: o Estádio Nacional Mané Garrincha e o Centro Administrativo – Centrad, em Taguatinga. O primeiro, orçado inicialmente em R$ 6,9 milhões, custaria aos contribuintes, quando concluso, R$ 1,9 bilhão, dos quais mais de R$ 600 milhões foram apontados como superfaturamento, pagamento de propina e outros desvios, sendo então o mais caro estádio da Copa de 2014 e um dos mais caros do planeta. De quebra, deixou uma despesa mensal de R$ 2,2 milhões mensais somente na conta de água, fora outras despesas como luz e conservação. Isso, numa cidade sem tradição ou times de ponta no futebol. Foi preciso implorar para que os empresários assumissem o comando do elefante branco de concreto armado. O mesmo se sucedeu com o Centrad, que custou mais de R$ 1 bilhão dos contribuintes e cujo o valor global da Parceria Público-Privada (PPP) foi estimado em R$ 6 bilhões, dividido em parcelas mensais de R$ 12,6 milhões ao longo de 22 anos.

Entregue em 2014, a obra mastodôntica ainda está vazia e necessita de diversos ajustamentos junto à justiça para ser entregue ao GDF. Também nessa obra gigantesca, espalhada por 180 metros quadrados, o Ministério Público detectou o pagamento de propinas e outras vantagens indevidas a políticos, empresários e a legendas partidárias locais tanto pela notória Odebrecht como através da Via Engenharia. Mesmo fechada, essa obra produz custos mensais não informados ao contribuinte, o que deve perdurar, já que está emaranhada em mais de 60 processos que correm na justiça em diversas instâncias.

Obviamente que os responsáveis diretos por essas duas obras esperam, com a ajuda da banca milionária de advogados e com a morosidade da justiça, que esses crimes prescrevam e que a conta seja paga em sua integralidade pelos brasilienses.

 

 

 

A frase que não foi pronunciada:

“Mas por que está todo mundo chorando? Não temos um estádio em Brasília agora?”

Mané Garrincha, pueril, sem tomar conhecimento das planilhas contábeis.

Foto: copa2014.gov.br

 

 

Reconhecimento

Comemoração na Secretaria de Educação, sob a batuta de Rafael Parente, que está perto de ter na nova escola da 912 Sul uma referência no ensino inclusivo. Voltada para surdos, as matrículas deverão atender pelo menos 1.000 alunos, que terão a oportunidade de despontar graças aos estímulos no esporte e na interação social.

Foto: facebook.com

 

 

Lá e cá

Elogiando Jô Soares, Alex, que era o garçom do programa, está no Chile ganhando a vida como guia turístico. Morando numa habitação bastante modesta, agradece ao ex-chefe por ter mostrado um outro lado da vida. Já o Jô tem enfrentado problemas de saúde.

Foto: istoe.com.br

 

 

Novidade

Nomes aprovados ontem por comissões do Senado: Sílvio Roberto Oliveira de Amorim Júnior, indicado pela Procuradoria Geral da República para o Conselho Nacional do Ministério Público; Fernanda Marinela de Sousa Santos, indicada pela OAB para o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP); Sandra Krieger Gonçalves, indicada pela OAB para o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) e Josué Alfredo Pellegrini para o cargo de diretor da Instituição Fiscal Independente (IFI). Essa indicação ainda passará pelo Plenário.

Foto: Marcos Oliveira

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O leite nos supermercados está custando 30 cruzeiros. Nos mercadinhos da W-4 estão cobrando 45. É roubo. (Publicado em 24/11/1961)

Os milhões de olhos e ouvidos dos internautas

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Imagem: jornaldacidadeonline.com

 

Questões levantadas por muitos internautas que acompanham de perto o desenrolar das revelações obtidas por meio de escutas ilegais e divulgadas pelo site The Intercept Brasil mostram, de forma clara, que boa parte da opinião pública que trafega nas redes sociais não apenas vem pondo em dúvida a integridade desses diálogos, como passou a estabelecer, por conta própria, as conexões entre os diversos fios soltos que vão aparecendo a cada nova denúncia.

O que se tem nesse episódio agora é que milhares de investigadores amadores online e por todo o país passaram a investigar o caso e a divulgar cada passo em falso e cada pequeno detalhe deixado para trás pelos denunciantes. Num país que desde 2005 vive em permanente estado de atenção e onde a realidade política se mistura com a ficção do realismo fantástico, o surgimento de mais esse subenredo, dentro do mega escândalo levantado pela Operação Lava jato, reacendeu o interesse do público sobre a tragédia da corrupção. Com isso, o público vem interagindo com o desenrolar do enredo, o que pode levar a um desfecho imprevisível dessa trama.

O material colhido até agora sobre esse caso já possui um volume considerável. De saída, esses novos Sherlock Holmes passaram a seguir a trilha que leva à fonte desses diálogos, certos de que todo esse episódio se insere numa trama para desmanchar toda a Operação Lava Jato, por meio de uma campanha visando desacreditar seu principal juiz. A negativa dos denunciantes em entregar todo o material para a perícia da justiça, sob a alegação de que toda ela não é confiável, parece não ter convencido os internautas.

Muitos afirmam inclusive que se os bandidos revelados por essa Operação combinavam minuciosamente o esquema que os levariam aos cofres públicos, por que os agentes da lei não poderiam fazer o mesmo, já que se tratava, no caso, de defender o Estado de uma bem engendrada organização criminosa? Para conferir mais surrealismo a toda essa história, um tal site intitulado Pavão Misterioso vem divulgando supostos diálogos entre o deputado JW, que teria vendido o cargo para o marido de Glen Greenwald. Neles o ex-parlamentar cobra parcela do dinheiro devido e que não estaria sendo honrado por conta das fiscalizações feitas pelo COAF nas movimentações financeiras desse trio. Ficção ou não, o fato é que o Tribunal de Contas da União determinou que o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente do Coaf prestem depoimento sobre o uso do conselho para monitorar atividades financeiras dos responsáveis pelas divulgações do site Intercept Brasil.

Entre fatos e ficções, o público, entre eles jornalistas independentes, revelam notícias dando conta da aquisição do complexo da Editora Abril, que publica a Veja, por André Esteves, controlador do BTG, também chamado de o banqueiro de Lula, razão pela qual a antiga e prestigiosa revista se aliou e passou a defender os relatos publicados pelo site TIB. Como não podia deixar de ser, assuntos dessa natureza têm polarizado discussões entre os políticos. Também esses debates vêm sendo esmiuçados pelos internautas. Cedo ou tarde, pelo número de pessoas debruçadas sobre o assunto, a verdade pode vir à tona e revelar inusitado desfecho quando menos esperarmos.

 

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Fatos alternativos ou fake news são apenas outros nomes para propaganda.”

Johnny Corn, comediante e ator irlandês-americano

Foto: facebook.com/johnnycorn

 

 

No Senado

Dos 217 países tidos como democráticos, apenas 9,68% impedem candidaturas sem filiação partidária, o que prova que a existência da democracia nada tem a ver diretamente com partidos políticos. Kajuru, eleito com milhões de votos, agora não tem partido. Reguffe também não. Parece que os senadores que abrem mão dos privilégios incomodam as siglas enquanto deveriam ser enaltecidos.

Foto: senado.leg

 

 

Lembrete

É bom lembrar que houve uma consulta pública sobre a ideia de dispensar a autorização dos vizinhos para transformar a residência do morador, caso seja a vontade dele, em um endereço de CNPJ. Artesão, advogado, psicólogo, arquiteto, por exemplo. A preocupação é com a falta de planejamento. O fluxo do trânsito, a frequência de pessoas estranhas na rua, tudo é possível para tirar o sossego (maior bem defendido pelos moradores).

 

 

 

Mudanças

No Brasil, com uma frota de mais de dois milhões de caminhões circulando dia e noite por estradas em péssimas condições, não causa surpresa que a maioria dos produtos comercializados longe de suas áreas de produção alcancem preços surpreendentes para os padrões nacionais de renda. Agrava mais essa situação, o fato de que o crescimento da malha rodoviária não acompanha, nem de longe, o crescimento da frota. Nos últimos dez anos, essa defasagem aumentou. Para um crescimento da frota de caminhões da ordem de 110%, a malha aumentou apenas 11,7%. Que falta faz um trilho por esse país.

Foto: fetropar.org

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O leite nos supermercados está custando 30 cruzeiros. Nos mercadinhos da W-4 estão cobrando 45. É roubo. (Publicado em 24/11/1961)

Arte e alma das cidades

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Foto: Inframerica/Divulgação

 

Na maioria das principais cidades do mundo, sobretudo nos países desenvolvidos, a exposição de objetos de arte ao ar livre, como fontes, esculturas, casarios e outras criações históricas e culturais é cultuada e preservada pela população como uma verdadeira riqueza material, que testemunha o talento de sua gente e o empenho de muitos em construir e manter uma cidade civilizada e bela, para ser apresentada ao mundo.

Um exemplo desse empenho em proteger e exibir com orgulho obras de grandes artistas pode ser observada em Roma, na Itália. A cidade é uma verdadeira galeria de arte a céu aberto e essa característica faz daquele sítio um dos mais visitados de todo o mundo, gerando enormes lucros para cidade, advindos do turismo. Infelizmente não é o que acontece atualmente no Brasil. O incêndio no Museu Nacional do Rio de Janeiro, uma tragédia anunciada por muitos especialistas, deu ao mundo o exato valor que dispensamos à cultura, à história e, sobretudo, às artes. O Rio de Janeiro, que no passado chegou a ser comparado em beleza à Paris, possuía, em suas principais praças e avenidas, um conjunto belíssimo de fontes e esculturas de grande valor artístico e que foram, ao longo do tempo, sendo depredados por vândalos, sob o olhar displicente das autoridades.

Até mesmo os cemitérios que abrigavam grande quantidade de trabalhos artísticos foram vilipendiados e roubados um a um. Nesse sentido, falar em arte num país onde se furtam até tampas de bueiro parece uma perda de tempo ou coisa de alienado.

Vivemos em outro planeta Terra, onde a violência e a ignorância parecem dar o tom ao nosso modus vivendi. Em Brasília, concebida para ser a capital de um Brasil, as coisas não são diferentes. Muitos trabalhos artísticos espalhados pela cidade, tanto ao ar livre como em muitos lugares de pouco acesso do público, sofrem com o descaso. Nossa desatenção, com um patrimônio que é de todos nós, já é notória.

O roubo de uma grande escultura em aço de autoria do consagrado artista Yutaka Toyota, situada no centro do antigo e movimentado Balão do Aeroporto, permanece ainda um mistério, cuja a desimportância dada ao fato explica muito nosso subdesenvolvimento. O mesmo continua a ocorrer hoje com obras de grandes artistas que contribuíram na elevação da capital como patrimônio cultural da humanidade. Status, diga-se de passagem, que corremos o risco de perder, a continuar o descaso com essa nossa riqueza. Nesses últimos dias, tem chamado a atenção as péssimas condições de conservação notadas nas obras de azulejos e painéis de Athos Bulcão, cujo os cento e um anos de nascimento foram comemorados nesse sábado, na sede da fundação que leva seu nome.

A situação levou inclusive o Ministério Público a intervir, como foi no caso dos painéis de aço no aeroporto internacional de Brasília. Há alguns anos, um prédio de uma antiga distribuidora de veículos na Asa Norte demoliu os azulejos em seu posto de combustível. Outro Painel, na mesma loja, foi coberto com propaganda da empresa, o que chegou a gerar protestos nos clientes. A maioria das obras desse artista, expostas ao ar livre, encontra-se em situação que requer reparos por conta dos maus tratos e pela ação de vândalos. Para os especialistas, é necessária uma ampla ação de educação patrimonial nas escolas e em toda a parte, de modo a chamar a atenção para essa riqueza que é a alma da cidade.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Arquitetura é música congelada”.

Arthur Schopenhauer, filósofo alemão do século XIX.

Arthur Schopenhauer. Pintura de Jules Lunteschütz, 1855.

 

 

Ponte Norte

Com a expansão desenfreada das habitações e a quantidade de carros extrapolando a capacidade das pistas do Paranoá, Varjão e da Bragueto, o projeto da ponte do Lago Norte volta à tona. Ou deveria voltar. O problema é que terrenos já desapropriados para esse fim estão misteriosamente ocupados.

 

 

Em 30 dias

Saíram duas resoluções da ANP que determinam mais clareza nos preços de combustíveis líquidos e gás natural. Quem produz ou importa os derivados serão obrigados a publicar os preços de cada ponto de suprimento do mercado brasileiro. Já as distribuidoras continuam obrigadas a encaminhar seus preços apenas para uso interno da agência.

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

 

 

Censo

Tarefa que só alguns conseguem. Questionários extensos acabam mascarando as respostas, já que o entrevistado começa a se sentir incomodado. Com menos orçamento – mas não é essa a questão -, o IBGE terá pela frente um trabalho interessante: diminuir as perguntas sem perder a qualidade das informações. Isso acontecerá com o Censo Demográfico de 2020. Susana Guerra, presidente da instituição, explicou na Câmara dos Deputados que o mundo está com operações mais enxutas e que o trabalho terá a mesma qualidade.

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Uma das poucas Comissões de Inquérito da Câmara que devolveram saldo, foi a do café, presidida pelo sr. Dirceu Cardoso, que, findos os trabalhos, devolveu aos cofres da câmara a importância de 80 mil cruzeiros. (Publicado em 24/11/1961)

Uma reforma xôxa

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Foto: PABLO VALADARES (AGÊNCIA CÂMARA)

 

Pelo que se pode apreender, até o momento, com a aprovação da reforma da previdência na comissão especial da Câmara dos Deputados, é que as mudanças introduzidas no texto, no que diz respeito especificamente aos professores, ainda é tímida, para dizer o mínimo. O que parece ter predominado na queda de braço entre governo e as diversas categorias profissionais do país é a pressão de grupos corporativos e o forte lobby desse pessoal presente ao longo de todo o processo de discussões desse projeto. Quem fala mais alto e ameaça mais com retaliações de todo o tipo tem mais chance de ser contemplado com benesses no texto final. A eliminação de privilégios, que está na raiz do problema e que demonstra as injustiças e das desigualdades entre as diversas profissões, praticamente permaneceu inalterada. Nada foi modificado, substancialmente com relação à aposentadoria de políticos, de juízes e de outras categorias situadas no topo do funcionalismo. Para esses, até o presidente da República atuou para manter os privilégios.

Diante do que ficou posto no texto do relator e, de acordo com o que foi visto até aqui, foram justamente as categorias mais privilegiadas, aquelas que pressionaram no sentido de fazer da reforma, um texto anódino e até insignificante. De fato, o que se pode constatar, de forma melancólica, é que a montanha pariu um rato com o mesmo aspecto feio daquele gestado pelo legislativo no pacote anticrime.

Notícia pior é que esse texto pode, durante as votações nos plenários da Câmara e do Senado, ser alterado à tal ponto que, da proposta original, encaminhada ao Legislativo, reste somente o título do projeto “Reforma da Previdência”, escrito na capa.

Com relação aos professores, o pouco poder de lobby e pressão desses profissionais resultou numa proposta morna, que não chega a alterar em profundidade o sistema que aí está e que poderia ser melhorado, de forma a garantir melhor proteção à categoria tanto na ativa como na aposentadoria. Não se trata aqui de privilégio, quando se verifica que essa é a categoria profissional com melhor tratamento por parte do Estado na grande maioria dos países desenvolvidos. E por uma razão básica: a educação é, seguramente, o alicerce do desenvolvimento. Não existe país algum que logrou desenvolver-se sem a correta preparação intelectual e técnica de sua população.

Uma reforma que viesse a amparar adequadamente os professores poderia não apenas devolver o prestígio ao exercício do magistério, tornando para os mais jovens uma carreira promissora, mas, sobretudo, garantiria que, no futuro, as próximas gerações fossem libertas das correntes das desigualdades sociais por meio de uma educação de alta qualidade desenvolvida por profissionais com segurança e proteção trabalhista.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Eu tenho muita desconfiança dessa CPI. Ela não me agrada, a princípio. Eu não confio na motivação por trás dela. Acho que pode ser uma ameaça à liberdade de expressão”.

Deputada pelo DF, Bia Kicis, sobre a CPI de notícias falsas.

Foto: camara.leg.br

 

 

Só?

Cancún, Cidade do Panamá, Buenos Aires, Lisboa, Miami e Punta Cana. Isso é tudo o que o aeroporto Internacional de Brasília tem a oferecer de viagens internacionais na capital da república. Não há concorrência suficiente, por isso os preços estão nas nuvens.

Foto: bsb.aero

 

 

Tornado

Um caminhão recolheu tudo o que via do lado de fora da Feira dos Importados. Foi um rebuliço, mas não houve quem impedisse a operação DF Legal. Do lado de dentro, tudo certo.

Foto: jornaldebrasilia.com

 

 

163 anos

Bombeiros do DF comemoraram de forma diferente o aniversário da corporação. Fizeram uma campanha para recolher doações e levaram no Lar dos Velhinhos, amenizando a preocupação dos dirigentes da instituição. O capitão Wilson de Souza não escondia a emoção de ver a participação da comunidade em ajudar.

Foto: Joel Rodrigues / Agência Brasília

 

 

Equilíbrio

Casos de excessos no TJDFT devem ser apurados internamente. Para a ouvidoria, não há novidade quanto ao número de reclamações em relação ao atendimento ao público. A atitude esperada é a apuração. Já os casos de elogios, que são muitos, não chamam a mesma atenção.

Foto: brasiliadefato.com.br

 

 

Necessidade

Com a expansão desenfreada das habitações e a quantidade de carros extrapolando a capacidade das pistas do Paranoá, Varjão e da Bragueto, o projeto da ponte do Lago Norte volta à tona. Ou deveria voltar. O problema é que terrenos já desapropriados para esse fim estão misteriosamente ocupados.

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O Caduceu e a cobra, que representam o emblema médico, sofreram alteração no desenho da ambulância do Senado. Parecem um cifrão de uma perna só. (Publicado em 24/11/1961)