Evitamos buzinar

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)

Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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          Brasília vai parar. Pelo menos é o que acreditam todos a queles que entendem minimamente de trânsito. A quantidade de carros circulando hoje nas ruas do Distrito Federal indica que, a qualquer momento, as vias públicas irão literalmente colapsar devido ao intenso tráfego de mais de dois milhões de veículos. Pior é que esse número não para de crescer, com o acréscimo de milhares de automóveis entrando em circulação a cada ano. Há um limite racional, estimado pelos engenheiros, que traçam essas vias, para que o trânsito flua normalmente sem incidentes. Rompida essa margem, o que se tem são congestionamentos frequentes, acidentes recorrentes, vias intransitáveis e um enorme prejuízo para a cidade e seus cidadãos.

          É sabido que cidades onde o trânsito é caótico, todos os serviços básicos e emergenciais de atendimento entram em pane. Tal fenômeno provoca uma queda sensível não só na qualidade de vida de seus habitantes como também geram prejuízos econômicos irremediáveis. Todos saem perdendo. As autoridades e, principalmente, a classe política local deve, de uma vez por todas, entender que o planejamento urbano é o ponto mais sensível de uma cidade. Qualquer falha ou remendo no delicado ordenamento urbano pode ser causa de prejuízo a todos igualmente, levando a inviabilidade da cidade. O trânsito é um desses delicados planejamentos urbanos que deve ser elaborado, nos mínimos detalhes, bem antes da implantação de bairros ou comunidades em áreas dentro e no entorno da cidade.

         O colapso verificado na mobilidade dos brasilienses decorre do mal planejamento e da açodada política de assentamentos, feitas, unicamente, por motivações políticas eleitoreiras. Colocar as causas dos atuais congestionamentos das ruas da cidade de lado, significa, entre outros prejuízos, declarar que esses problemas irão não só continuar como poderão ser agravados num curto período de tempo, levando a situações irreversíveis.

         A prosseguir nessa tendência de estímulo ao superpovoamento, a construção de novos bairros, de alteração dos gabaritos dos prédios e outras medidas, é certo que o colapso definitivo nas vias públicas virá em seguida. Não será surpresa, se, em continuidade com essa política equivocada, logo teremos o rodízio de carros na cidade, com incremento ainda maior para a indústria de multas. Também não será surpresa se todos os estacionamentos públicos, que hoje favorecem o comércio e outras atividades, virem a ser privatizados. Outra previsão é de que os estacionamentos residenciais irão ser fechados pelos moradores locais. As áreas verdes da cidade, que cada dia que passa vão virando estacionamento, irão desaparecer pouco a pouco, destruindo uma das mais importantes escalas da cidade: a bucólica.

         Não há solução possível para o colapso no trânsito que não passe antes pelo respeito às escalas urbanas, pelo planejamento urbano, e pelo respeito aos compromissos firmados. Caso se chegue a essa fase de descontrole, o que também é uma possibilidade real, dada a sequência de ataques ao planejamento urbano, o resultado será o fim de Brasília como a conhecemos.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Dizem que o universo está se expandindo. Isso deve ajudar com o trânsito.”

Steven Wright

Steven Wright. Foto: Jorge Rios

 

Tinta

O momento de reforçar a tinta das faixas de pedestres está passando. Nas entrequadras, N2, S2 estão todas quase apagadas, trazendo mais perigo na travessia.

Foto: samambaiaempauta.com

 

Direito

Dad Squarisi reagiria, com certeza, à palavra stalking, que poderia muito bem ser substituída por perseguição. Não há razão de usar palavra estrangeira para identificar o que a Língua Portuguesa é capaz de fazer.

Dad Squarisi. Foto: correiobraziliense.com.br/dad

 

Ao redor do mundo

Comprovado o impacto negativo do celular em sala de aula. O Programa de Avaliação Internacional de Estudantes (Programme for International Student Assessment – PISA) indica a correlação negativa entre o aparelho e a aprendizagem. ‘A simples proximidade de um aparelho celular é capaz de distrair o estudante’.

História de Brasília

Não fui bem interpretado numa nota sobre a merenda escolar na escola da superquadra 107. Na minha opinião, ninguém merece mais elogios que o pessoal do plano Escolar o Plano Hospitalar. São dois planos que todo mundo quer alterar para pior, e a luta dos que o sustentam já tem custado muitos sacrifícios, mas um dia será reconhecida. (Publicada em 11.04.1962)

Capivaras, carrapatos e mortes

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Foto: Gabriel Luiz/G1

 

Não passa um dia sequer sem que a polícia florestal e mesmo os bombeiros sejam chamados para capturar capivaras em plantações, hortas, piscinas e até dentro das casas. Os moradores da orla do Lago Paranoá são os que mais vêm sofrendo com a proliferação acelerada desses grandes roedores. E esse não é um problema que vem crescendo e tomando proporções alarmantes apenas no Distrito Federal. Em algumas regiões do país, como no interior de cidades paulistas, mineiras, goianas e de Mato Grosso, a multiplicação desses mamíferos apresenta um sério problema de saúde pública, com implicações diretas também na economia de muitos municípios.

A situação chegou a tal estágio que, em muitas localidades com grande concentração de capivaras, os terrenos, alguns com centenas de hectares, vêm progressivamente perdendo valor no mercado imobiliário. Muita gente tem deixado de comprar e vender terras em que existe a ocorrência desses roedores nas redondezas por medo dos prejuízos causados à lavoura e à criação de pequenos animais, que também são atacados.

A unidade da Embrapa Pantanal produziu um livro com todos os detalhes sobre as doenças transmitidas pelo roedor. Um perigo registrado é a febre maculosa. Os sintomas da enfermidade transmitida pelo carrapato-estrela, que pode ser transportado pelas capivaras, são dores nas articulações, apatia, perda do apetite, anemia, dor de cabeça e manchas avermelhadas na pele, que podem confundir no momento do diagnóstico.

Exames sorológicos podem não diagnosticar a doença no início dos sintomas. Há necessidade de notificação compulsória nas instâncias da vigilância epidemiológica. O atraso no diagnóstico pode trazer graves complicações, que afetam desde o sistema nervoso central até os rins, os pulmões e as lesões vasculares, podendo levar a óbito.

No Distrito Federal, a multiplicação desses animais em toda a orla do Lago preocupa não só os moradores, como todos aqueles que usam esse espelho d’água para o lazer. O problema atinge também os frequentadores dos clubes sociais situados nessa região. Além da transmissão de doenças conhecidas, esses roedores, principalmente as fêmeas com crias novas, são extremamente agressivos quando sentem a aproximação de estranhos. Por isso, é frequente a morte de cães que tentam proteger o território. Trata-se, para quem já teve a triste experiência de ser agredido, de um animal selvagem e que, dependendo da situação, pode até matar suas presas, com o poder de pressão das mordidas e o corte afiadíssimo de sua dentição.

O mais assustador é que esse problema parece crescer no sentido inverso da preocupação das autoridades responsáveis. As medidas adotadas até agora, segundo informam, se limitam à pulverização de venenos contra os carrapatos do tipo estrela e ao mapeamento das populações. Moradores de áreas em que há esses animais confessam, contudo, que nunca presenciaram qualquer dessas ações.

Para alguns biólogos que acompanham esses casos, trata-se, agora, de adotar medidas visando à castração de grande parte desses bichos antes que essa invasão ganhe proporções de uma calamidade pública.

 

 

A frase que foi pronunciada:
“O biólogo precisa ter muita cautela nas explicações com abordagens evolutivas. A romantização da complexidade da vida abre brechas para a Teoria do Design Inteligente. É necessário entendermos que as mutações nem sempre são ‘inteligentes’ e que as mesmas podem ter alternativas mais eficazes.”
Gabriel Stive

 

Não efetiva
Ainda em 2017, o plenário do Senado aprovava uma lei que modificava a Lei da Acessibilidade, criando a obrigação de que pelo menos 5% dos brinquedos de parques públicos fossem destinados a crianças com mobilidade reduzida. Nem as crianças com 100% de mobilidade conseguem ter um parque decente com areia nova, brinquedos inteiros e conservados ou mesmo cerca no parquinho.

Foto: Pedro França/Agência Senado

 

Mau cheiro, bons negócios
Cada vez mais avançada, a tecnologia no campo garante que uma propriedade com 800 suínos seja capaz de produzir energia para 25 casas a partir do biogás dos dejetos dos animais. Pedro Colombari foi o primeiro a fazer esse tipo de investimento. O projeto GEF Biogás Brasil foi parar nas Nações Unidas para Desenvolvimento Industrial.

Foto: gov.br

 

História de Brasília
A carne dos dois supermercados, ontem, foi totalmente devolvida. Chegou estragada, e a população ficou sem abastecimento. (Publicada em 10/4/1962)

Para o bem geral

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Hotel Torre Palace. Foto: Renato Araújo/Agência Brasília

 

Existe, hoje, uma crise séria, na forma de subocupação ou sublocação de edifícios corporativos. Por toda a parte da cidade, o que se observa, seja aqui no Brasil, em Brasília, ou em muitas partes mundo afora, o fenômeno do esvaziamento de prédios inteiros nos apresenta uma nova realidade que, ao que parece, ainda não conseguimos entender em sua extensão e, pior, resolver esse problema que ameaça muitos centros urbanos, inclusive a própria capital do país.

Depois da pandemia, esse problema ganhou ainda mais visibilidade. No nosso caso em particular, para onde quer que você olhe, no centro do Plano Piloto, são inúmeros os edifícios totalmente desocupados. Esse é um problema que deve merecer atenção de todos. Não só dos empresários e donos desses prédios comerciais e corporativos, mas de todas as autoridades, pois essa situação anômala ameaça também a economia local, além de representar uma dor de cabeça para a segurança da cidade.

Por sua extensão, essa questão deveria merecer maior atenção do legislativo local, na forma de audiência pública, debates, CPI e outros instrumentos. O que não se pode é ignorar um problema que parece aumentar com o passar do tempo. Não fossem as instituições públicas, bancos e outras empresas de grande porte, que ainda ocupam esses edifícios, instalando aí seus serviços e repartições, o problema seria ainda mais grave.

Para complicar uma situação que, em si, aponta diretamente para a decadência precoce de nossa cidade, não se tem, por parte do poder público, um levantamento com o número exato de edifícios fantasmas. É preciso entender que essa situação, por suas características próprias, não pode ser empurrada para frente sem uma definição correta e racional.

Edifícios, quando deixados vazios ou sem a utilização para a qual foram projetados, rapidamente entram em processo de degradação, transformando-se em mais um problema. Lembrando aqui que, neste mesmo espaço, tempos atrás, descrito pelo fenômeno conhecido por “ teoria das janelas quebradas”, na qual ficou constado que a degradação de um bem ou mesmo o aumento da criminalidade começam de forma pequena, com uma janela quebrada, pichações, pequenos delitos e outros processos contra a lei, quando não reprimidos logo de início, crescem, transformando-se em verdadeira calamidade pública, agora já de difícil solução.

Não vai passar muito tempo até que moradores de rua ou outros malfeitores e viciados, impulsionados por oportunistas e sabichões, passem a promover a ocupação desses imóveis, como aconteceu no antigo Hotel Torre Palace, ocupado por desordeiros e drogados, degradando toda uma área nobre da capital, com sérios reflexos para o turismo local, para os comerciantes e todos que circulavam naquela área.

Por certo, o fenômeno do teletrabalho, em que muitos profissionais passaram a produzir diretamente de casa, também contribuiu para o esvaziamento de muitos edifícios. Mas essa é uma tendência mundial e local que, por suas características positivas, tanto na vida do trabalhador como para a economia das empresas e instituições, veio para ficar e deve ser, inclusive, incentivada.

Também a interligação dos serviços de computação, as redes e mídias em geral, criou o que os especialistas chamam de “não lugar”, no qual já não existe a necessidade de trabalhar em um ponto geográfico e específico, bastando, ao trabalhador e profissional ter, em mãos, um pequeno laptop com acesso à rede laboral.

Trata-se de um novo tempo. No entanto, essa modernidade toda, com suas facilidades, não pode, de modo algum, trazer problemas e prejuízos para o presente, sob pena de melhorarmos um aspecto específico de nossas vidas, às custas da piora de outros fatores. É preciso pensar com criatividade e para o bem geral.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“A única coisa que importa é o resultado da sua equipe. Ao liberar o controle sobre quando e onde alguém trabalha e focar apenas nos resultados, você criará espaço para sua equipe ser criativa, encontrar novas maneiras de fazer as coisas com mais rapidez e construir uma cultura mais forte.”

Mitko Karshovski, fundador da Remote Insider

Mitko Karshovski. Foto do seu perfil oficial no LinkedIn

 

História de Brasília

Ao que parece, e aí a informação não é carregada de certeza, o IAPFEST teria desviado êste dinheiro para outras obras, e por isto as superquadras 104 e 304 estão como todo mundo sabe: reduzidas a um canteiro. (Publicada em 06.04.1962)

PPCUB e o futuro da capital em jogo

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Imagem: seduh.df.gov

         Se depender da coordenação realizada pela deputada Paula Belmonte (Cidadania), que agora preside a Comissão de Fiscalização, Governança, Transparência e Controle da Câmara Legislativa do Distrito Federal, os debates que tratam do importantíssimo Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília (PPCUB) estarão em boas mãos, podendo finalmente chegar a um bom termo.

         Para a parlamentar, o caminho para se chegar a um projeto à altura da importância que a capital de todos os brasileiros possui para o país e para o mundo, já que se trata também de um patrimônio cultural de toda a humanidade, é por meio de um debate amplamente transparente, capaz de informar corretamente os cidadãos sobre o que se está discutindo agora e que certamente terá grande significado para o futuro de Brasília e de seus moradores.

         Esta coluna, inaugurada com Brasília, em 1960, desde seu início vem se posicionando ao lado da cidade e de seus moradores. Não foram poucas as vezes que, em seus editoriais, a defesa firme da capital, conforme idealizada pelas equipes de Lúcio Costa e de Oscar Niemeyer desapontaram políticos e empresários, ávidos por facilidades e outros negócios contrários ao espírito da ética pública.

         Por isso mesmo, a partir do momento em que a capital ganhou representação política própria, as preocupações dessa coluna com os destinos que a capital tomaria doravante foram elevadas às alturas. Nessas ocasiões, não foram poucos os alertas e mesmo as denúncias sobre os desvirtuamentos sofridos no projeto original da cidade.

         A classe política local, aliada aos empresários da cidade, conseguiram levar adiante, contra tudo e contra todos, projetos mirabolantes que, em pouco tempo, levaram a capital a conhecer as mesmas mazelas que já afligiam outras metrópoles do país. Do dia para noite, assentamentos dos mais diversos, muitos edificados em áreas sensíveis ecologicamente, foram erguidos. Verdadeiras cidades foram construídas sem um criterioso plano de impacto, sem projetos racionais e sem levar em conta as múltiplas exigências urbanas. Em curtíssimo prazo, Brasília experimentou um profundo inchaço urbano, com reflexos negativos em todas as áreas. A saúde, a educação, a segurança pública, a infraestrutura viária e urbana foram sobrecarregadas, causando congestionamentos e colapsos em muitos serviços.

          O crescimento desordenado e a invasão de terras públicas passaram a ser uma constante. A transformação de terras públicas em moeda de troca política, na base de “um voto, um lote”, ganhou impulso, graças às ações irresponsáveis de políticos, que incentivavam essas práticas, sendo, muitos deles, responsáveis, diretamente, pela formação acelerada e desordenada de muitos bairros e assentamentos periféricos.

         A representação política da capital, do jeito afoito que foi construída e graças também à qualidade duvidosa de muitos representantes, serviu para desvirtuar o projeto original e sui generis da capital e cujos reflexos, ainda hoje, são sentidos. Por isso quando, mais uma vez, volta-se a discutir o PPCUB, é preciso que toda a população fique atenta sobre os rumos dessa discussão, principalmente quanto a aspectos e critérios de preservação que serão fixados nesse Plano.

         A deputada Paula Belmonte, que hoje é reconhecida como um exemplo de liderança política, terá pela frente um árduo trabalho, sobretudo quando os assuntos relativos ao desenvolvimento da cidade ficarem acima do plano de preservação.

         Todo o cuidado é pouco com a ação e o lobby poderoso de políticos e empreendedores gananciosos, que enxergam, na cidade, apenas uma oportunidade a mais de lucros e ganhos imediatos. O que está em jogo nessas discussões é o futuro da capital e de seus habitantes e a qualidade de vida de ambos. Por certo, será difícil conciliar elementos de preservação com desenvolvimento. O que já foi mencionado aqui, neste espaço, e que vale a pena ser repetido, é que a cidade poderia, num sentido racional, manter intactas as áreas livres e edificáveis que ainda restam, para que tenham sua destinação definitiva decidida, somente quando todos os outros problemas urbanos existentes foram resolvidos.

         É o caso da reurbanização e modernização de toda a avenida W3 Norte e Sul. Primeiro, parte-se para essa obra, depois para a construção de mais uma quadra, como desejam muitos apressados. O mais preocupante em toda essa questão é que o envolvimento da população ainda seja tímido.

A frase que foi pronunciada:

“Falo aqui com o cidadão brasiliense. O que nós queremos para o nosso futuro em questão de políticas públicas e de dinâmica da nossa cidade?”

Deputada distrital Paula Belmonte, na abertura do Primeiro debate sobre o PPCUB

Deputada Distrital Paula Belmonte. Foto: cl.df.gov

História de Brasília

Não sabemos se o professor Hermes Lima sabe disto, mas o govêrno havia liberado u8ma verba para o IAPB construir a superquadra 109. Como o dinheiro era pouco, e não dava, o IAPB abriu mão em favor do IAPFESP, contanto que fossem concluídos os blocos em Brasília.

Hora de agir

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Foto: jornaldebrasilia.com.br

 

Segundo lição aprendida por aqueles que tiveram treinamento em guerra de selva, talvez o mais traiçoeiro e mortal de todos os combates, é preciso ficar muito atento aos movimentos do inimigo em seu raio de ação. Assim é dito e repetido: “Se o inimigo avança, nós recuamos. Se o inimigo recua, nós avançamos. Se o inimigo para, nos aquietamos”.

Como numa caçada ao rato, toda estratégia e todo ardil são necessários para pegá-lo no momento exato. Por certo, as forças de segurança conhecem essas lições. O problema aqui é que o inimigo, nesse caso aqueles que infernizam, dia e noite, a maior parte da área central da capital, continua a praticar os crimes de roubo, assalto, tráfico de drogas e outras delinquências, transformando essa parte da cidade numa verdadeira selva, habitada por feras de todas as espécies.

A insegurança e o medo são os sentimentos comuns a todos que são obrigados a transitar pela Rodoviária do Plano Piloto e por boa parte da extensa área que circunda essa região. O enorme perímetro urbano, no sentido Leste/Oeste, abrangendo desde a Catedral até ao Centro de Convenções e no sentido Norte/Sul englobando os Setores comerciais e bancários, está, literalmente, tomados por marginais e moradores de rua, que não só perderam o medo de polícia e da prisão, como fazem questão de afrontá-los, certos da impunidade e da pouca efetividade da Justiça.

Também o estado de euforia e coragem, induzido pelo consumo de drogas, dá a esses marginais o falso sentimento de poder e destemor, o que complica, ainda mais, toda essa situação.

Um levantamento elaborado pelo Observa-DF, pesquisa vinculada à Universidade de Brasília (UnB), indica que mais de 60% da população percebem aumento da criminalidade no DF. A pesquisa aponta para a mudança de comportamento vinculada ao medo. Especialistas no assunto já recomendaram aos órgãos de segurança que estabeleçam, na própria Plataforma da Rodoviária, o amplo e moderno centro de monitoramento fixo, com câmeras de última geração, para servir como central de comando e coibir o avanço da criminalidade. O que esses especialistas acreditam é que, tendo a Rodoviária como centro de comando diuturno dessas operações, cobrindo um raio de aproximadamente 5 Km, toda essa região possa voltar a ficar em paz e sobre o controle das forças de segurança, permitindo que essa área, tão nobre da capital, recupere esses espaços para os cidadãos pagadores de impostos.

É preciso lembrar ainda que o abandono de inúmeros imóveis, inclusive prédios inteiros, contribuem para a criação de espaços fantasmas, que são
imediatamente ocupados por moradores de rua e desocupados em geral. Nesse ponto, é preciso ressaltar também que o Teatro Nacional, talvez a obra mais importante da capital, do ponto de vista cultural, por sua situação de completo abandono, é mais um motivo para o processo de decadência dessa região.

Não custa chamar a atenção para o fato de que essas áreas são ainda o cartão de visita de Brasília, visitado por inúmeros turistas, que enxergam essas paisagens apenas pelas janelas dos ônibus fretados. Não por outra razão, os hotéis alertam aos que chegam à cidade para não andarem sozinhos, não portarem joias e bolsas chamativas, não saírem à noite, evitarem tomar táxis e outros transportes alheios ao hotel, entre outras precauções. Todo o cuidado é pouco para circular na área central da capital, tornada agora uma região inóspita. Uma verdadeira selva urbana.

 

A frase que foi pronunciada:

“Entenda, nossos policiais colocam suas vidas em risco por nós, todos os dias. Eles têm um trabalho difícil a fazer para manter a segurança pública e responsabilizar aqueles que infringem a lei.”
Barack Obama

 

Grande alcance
Vereadores podem contar com um novo trabalho produzido no Interlegis, do Senado. O modelo de Lei Orgânica para as câmaras municipais será apresentado na Oficina de Marcos Jurídicos, um dos minicursos oferecidos para capacitar e otimizar o trabalho das casas legislativas em todo o território nacional.

Foto: Pillar Pedreira/Agência Senado

 

Uma pena
Brasília não conta mais com o delicioso croissant da padaria Portuguesa, na 509 Norte. Vidros automotivos São Cristóvão também não conseguiu se manter com tamanha carga tributária. Aos poucos, o comercio tradicional da cidade vai desaparecendo.

 

História de Brasília

O avião do dr. João Goulart, para o vôo direto Brasília-Washington, foi reabastecido em Brasília. Com o peso do combustível o avião baixou demais sobre os calços, e ninguém conseguiu tirá-los. (Publicado em 04.04.1962)

Para outra freguesia

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Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

 

          Em entrevista concedida, nesta semana, a um importante veículo de comunicação da capital, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, mais uma vez, manifestou a preocupação de todo o Executivo local com o fato, já por diversas vezes mencionado nesta coluna, de que diversos membros de organizações criminosas estão estabelecendo residências fixas em todo o entorno da cidade. Não se trata aqui de um alerta recente, nem mesmo feito sem base na realidade. Não é de hoje que os órgãos de segurança do Distrito Federal vêm monitorando a atividade desses criminosos, como a compra de imóveis, comércios e outros estabelecimentos comerciais de fachada para montarem suas atividades ilegais.

         Com a chegada da bandidagem de alta periculosidade de outros estados, houve um significativo aumento de diversos crimes nessas regiões do entorno de Brasília, como roubos, tráfico de drogas e até assassinatos. De acordo com o governador, nessas últimas semanas, a cúpula de uma dessas organizações, com braços infiltrados em todo o país, divulgou uma espécie de ordem, diretamente de dentro do complexo penitenciário, para que seus integrantes soltos levantem a ficha de cada um dos servidores desses presídios, com o objetivo de forçar as autoridades a concederem benefícios aos apenados da facção, estabelecendo também maior controle interno dentro dessas cadeias.

           Ibaneis acredita que a aproximação, cada vez maior dessas organizações do crime do Distrito Federal, deu-se em razão da transferência dos chefões desses grupos para o Presídio Federal local recém-construído no DF. “Vemos com muita preocupação, afirmou o governador, porque eles vão tomando conta do Entorno, comprando residências, estabelecimentos comerciais. Isso tudo por conta dessa aproximação.”

           Para Ibaneis, o aumento do tráfico de entorpecentes gerou a chegada desses grupos criminosos, e também o fato de terem trazido criminosos para o Presídio Federal do Distrito Federal. Isso, diz o governador, “faz com que eles consigam se alocar nessas regiões mais próximas do presídio para obter o contato com esses líderes presos”.

         Mesmo enfatizando que as forças de segurança do DF estão atentas para as movimentações dessas organizações no Entorno, inclusive deflagrando operações nesses locais, o governador se mostrou apreensivo, pois reconhece o poderio e o perigo dessas quadrilhas. A vinda desses grupos de criminosos tem movimentado a Secretaria de Segurança que já prevê um reforço nas cidades satélites, onde os índices de criminalidade vêm crescendo. O governador citou os casos das regiões administrativas de Ceilândia, Sol Nascente e outras, que apresentam hoje elevação nas ocorrências violentas.

         Especialistas em segurança acreditam que apenas o reforço nos quadros das polícias é insuficiente para deter a chegada e a expansão dessas organizações nas proximidades da capital do país. Para eles, diferentemente do que ocorre em outras unidades da Federação, Brasília é a sede de diversas embaixadas e de muitos organismos internacionais, abrigando ainda toda a cúpula administrativa federal. Por isso mesmo, reafirmam, Brasília deveria ter um tratamento especial, convertendo-se em área de segurança máxima, livre da presença de presídios para presos de alta periculosidade, pois a presença desses chefes de facções acaba atraindo também todo o staff do crime, que orbita em torno desses presídios.

         A questão aqui é saber por que o Governo Federal não tem, em momento algum, manifestado sua preocupação ou sua solidariedade sobre essa situação delicada. O risco que a capital e seus moradores correm com a chegada desses criminosos é conhecido e já foi externado por diversas vezes às autoridades, que seguem trazendo os comandantes dessas organizações do crime para o complexo de presídio da Papuda. Por que e até quando?

A frase que foi pronunciada:      

“Já é hora de a aplicação da lei se tornar tão organizada quanto o crime organizado.”

Judy Giuliani

Charge do Cazo

 

Promessa

Elias Vidal é literalmente Brasília Novos Talentos, o time BNT na categoria sub 14 foi destaque na final da Copa Satélite do futebol base do DF, encerrando o ano com a taça na mão. Que os olheiros abram os olhos!

Cartaz publicado no perfil oficial da Copa Satélite de Futebol no Instagram

 

Tecnologia

Um dos maiores desperdícios nacionais é o coco verde. Sem aproveitar a fibra inigualável, o Brasil perde divisas. As fibras do coco têm inúmeros usos. A Embrapa Agroindústria Tropical, em parceria com a metalúrgica Fortalmag, desenvolveu uma tecnologia de processamento das cascas de coco verde que pode ser implementada em todas as áreas produtoras de coco no território nacional. Além de reduzir a disposição inadequada de resíduos sólidos, proporciona uma nova opção de renda para as regiões produtoras.

Foto: Noroes, Claudio

 

História de Brasília

Para isto, a assessoria de imprensa do Planalto recebeu ordens para alterar as passagens, e mandar os rapazes para o Rio. Mas ninguém disse quem pagaria as passagens, e se não fôsse o Batista, que ficou até de madrugada em comunicações com a Vasp, os homens não teriam embarcado, até que veio a cortesia do transporte. (Publicada em 28.03.1962)

Reforma útil

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Arte: seduh.df.gov

 

Esta coluna, por sua defesa intransigente e histórica da capital, recebe, com entusiasmo, a notícia de que o governo do Distrito Federal finalmente dará início às obras de um projeto modelo para a reforma do Setor Comercial Local Residencial Norte (SCLRN). É o primeiro passo, quem sabe, para uma reforma bem resolvida de toda a Avenida W3 Norte e Sul.

Por enquanto, o que se sabe é que essa reforma será feita, inicialmente, nas quadras 707/708 Norte. Segundo o Conselho de Planejamento Territorial e Urbano do Distrito Federal, que aprovou a primeira etapa dessa reforma, o projeto irá transformar aquele espaço, bem como as áreas no entorno próximo, de modo a se constituir como um modelo acabado, que servirá como piloto ou exemplo a ser estendido ou replicado para toda a região da W3 Norte.

A previsão é que o modelo piloto tenha um foco na acessibilidade com a instalação de calçadas mais largas, piso tátil, para os portadores de necessidades especiais, com mais arborização, ciclovias, novos mobiliários urbanos e novas praças. No Plano Piloto, nenhuma outra área, dentro de Brasília, apresenta um tamanho grau de possibilidades e de retorno econômico e social do que as Avenidas W3 Norte e Sul.

Trata-se, como ficou assentado aqui neste espaço, em diversas oportunidades, de uma avenida que, por sua extensão e localização, cortando a cidade pelo meio, de uma ponta a outra, repleta de atividades comerciais variadas, tão logo, venha a ser racionalmente reformada, trará um fabuloso retorno econômico para a capital.

Tudo isso sem a necessidade de obras caríssimas e de grande impacto ambiental, bastando, aos reformadores, nesse caso, a uniformização de pisos e fachadas, iluminação adequada, ligação por calçamento amplo das duas avenidas, policiamento e outras melhorias, todas elas dentro do âmbito de reforma e de modernização.

A geração de empregos que uma avenida comercial grande como essa pode trazer para a cidade e para o entorno da capital dá a certeza que esse é um projeto fadado ao sucesso. Do ponto de vista do turismo e de ganho para a própria população brasiliense, que terá de volta a sua mais tradicional e pioneira avenida, a reforma de toda a Avenida W3 Sul e Norte, tão logo fique pronta, atrairá não só as maiores lojas de departamento da cidade, mas também os mais sofisticados restaurantes, cafés e outros pontos de encontro, fazendo, desse imenso espaço aberto, a atração principal da capital.

Poucas cidades pelo mundo possuem a possibilidade e mesmo a sorte de trazer, à tona e à vida, uma avenida com essa dimensão. Reta e completamente plana, com amplos espaços livres e prontos a receber projetos de uma boa arquitetura, capaz de dar um novo dinamismo urbano a uma área que, por décadas, permaneceu adormecida e esquecida.

A valorização imobiliária dessa nova avenida é outro ponto a ser destacado. Não somente dos imóveis comerciais locais, mas de todo o entorno imediato. Também é de se mencionar que, uma vez realizada toda essa reforma, também as ruas perpendiculares de comércio irão, por inércia, seguir o movimento de reforma, modernizando seus espaços para não perder a freguesia.

Para a cidade, esse projeto, caso venha a ser concluído, será um verdadeiro presente de Natal e, quem sabe, o início de nova fase de revitalização de todo o Plano Piloto, esse senhor sessentão.

 

A frase que foi pronunciada:  

“Arquitetura é antes de mais nada construção, mas, construção concebida com o propósito primordial de ordenar e organizar o espaço para determinada finalidade e visando a determinada intenção.”

Oscar Niemeyer

Sob a batuta de Lúcio Costa, Oscar se diverte. Grafite e aquarela, 29x21cm, 2010 (evblogaleria.blogspot.com)

 

Natal

Hoje é o último dia para fazer compras no Bazar de Natal da Paróquia Rainha da Paz. De 10h as 20h, o público vai ver de perto o resultado da Oficina de Artes.

Cartaz publicado no perfil oficial da Paróquia Rainha da Paz

 

Ontem & Hoje

Na roda dos aposentados, é unânime. Mensagens de que outro telefone acessou o aplicativo “Meu INSS”, telefonemas incessantes oferecendo crédito consignado, ligações de bandidos avisando que seu cartão foi usado nas Casas Bahia. Deve ser a versão eletrônica da Jorgina de Freitas.

Foto: Getty

 

Prove o contrário

Uma solução tão simples que não é dada porque quem trabalha na reciclagem é invisível para a sociedade. O que custa juntar garrafas pets em casa, latas, papelão e deixar em sacos separados no lixo? Acabaria com a cena degradante de homens, mulheres e crianças manuseando lixo para escolher o que é reciclável.

Foto: Arquivo pessoal

 

História de Brasília

Ontem, como soprasse vento muito forte em Brasília, a reportagem procurou saber pelo menos a velocidade e temperatura, e não havia quem desse uma informação. Só funcionava a estação de rádio. (Publicada em 27.03.1962)

Transporte urbano gratuito

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)

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Foto: Tony Winston/Agência Brasília

 

         Algumas metrópoles mundo afora, que há algum tempo vem testando a possibilidade de ofertar transporte urbano gratuito para seus habitantes, começam agora a colher os dados dessa experiência inovadora. Pelo o que tem sido apurado até aqui, existem muito mais vantagens do que pontos negativos nessa alternativa, embora as empresas privadas vejam toda essa inovação com maus olhos, pressionando os governos para que essa nova ideia não siga adiante. Para os urbanistas, envolvidos nessa pesquisa inédita, os resultados desse teste piloto mostram que as vantagens desse modelo, superam, em muito, os pontos negativos.

        Sob o ponto de vista da racionalidade, dentro da complexa administração das metrópoles modernas, o uso de toda a malha urbana, que incluem ônibus, trens, metrôs, barcas e outros, dentro de um novo e eficaz modelo capaz de manter a cidade em movimento contínuo, sem paralisações e sem as múltiplas exigências que as frotas particulares exigem, parece apontar para uma espécie de renascimento das cidades.

         A destruição provocada a cada dia nas cidades, por um frota de carros que só aumenta, aliada aos congestionamentos e a poluição crescente, requer medidas também radicais e que a médio e a longo prazos irão se mostrar a melhor e mais racional saída para deter o envelhecimento e a decadência precoce de muitas metrópoles. Com a frota urbana uniformizada e seguindo padrões de monitoramento eletrônico contínuo, muitos dos imprevistos, vistos hoje, serão reduzidos. Para alguns essa medida acarreta até a diminuição, senão o fim, dos processos de greves e de paralisações dos transportes, movimentos estes que contribuem para a instalação e proliferação do caos nas cidades.

         A exemplo do que ocorre em locais como Luxemburgo e outras capitais pelo mundo, o transporte urbano público, feito por ônibus, trens e metrôs, sem cobrança de tarifa dos usuários, tem sido um sucesso e mostra bem que essa é uma grande e inovadora alternativa, que parece ter vindo para ficar em definitivo. Em tempos de redução de gases do efeito estufa e dos congestionamentos de trânsito, esse modelo tem mostrado que opera de forma racional, desafogando as cidades, permitindo mais qualidade de vida para seus habitantes.

         A ideia de oferecer transporte público gratuito para os usuários é um modelo que tem sido experimentado inclusive em São Paulo, por ocasião das últimas eleições. Somente com a redução dos congestionamentos do tráfego e das emissões de poluentes, há uma inegável vantagem para todos os moradores, além, é claro, de melhorar o acesso aos serviços públicos para as pessoas com baixa renda. A livre movimentação das pessoas dentro do espaço urbano, é essencial para a vida das cidades. Num paralelo rápido, o transporte urbano possui a mesma importância que a circulação de sangue tem para os seres vivos. Há, no entanto, que observar que a implementação desse modelo pode ter custos elevados, num primeiro momento, tanto para os governos locais como para os próprios pagadores de imposto. Mas as experiências têm demonstrado que essa é uma solução viável, a médio e longo prazo para algumas cidades apenas.

         A questão de quem irá pagar pela operação dos serviços de transporte público, pode ser solucionada com um melhor uso dos recursos dos impostos, que hoje são direcionados para os donos das frotas. Mesmo que a implementação de um sistema de transporte público gratuito possa enfrentar resistências de empresas de transporte privado e de outros setores afetados pela redução na demanda por seus serviços, esse deve ser um entrave a ser vencido com os novos modelos. Somente com a redução ou mesmo o fim dos inúmeros casos de corrupção e malversação dos recursos dirigidos ao setor de transporte, o cidadão já sai ganhando. O importante é avaliar cuidadosamente esse novo modelo, de forma a implementá-lo o mais rapidamente possível em nossas cidades, tendo Brasília como modelo piloto para todo o Brasil.

 

A frase que foi pronunciada:

“Todos os fatos têm três versões: a sua, a minha e a verdadeira.”

Provérbio Chinês

 

Labirinto

Impossível elogiar um funcionário do GDF. Bem atendida por Hailton Rodrigues de Souza, a contribuinte teve a primeira dúvida ao buscar o canal para o registro. O agendamento foi feito na Secretaria de Economia, no SRTV Norte. Mas, no portal do GDF, o mais próximo desse título é a Secretaria da Fazenda. Mudou para o registro no site da Ouvidoria, que só não perguntou o tipo de sangue de quem quis elogiar. Até título de eleitor foi preciso informar. Nome, endereço, nome da mãe, telefone. Por que razão? Que uso é feito de tantas informações?

Foto: Francisco Aragão/Agência Brasília

 

Censo

Por falar em dados, nos últimos anos, os domicílios da cidade receberam questionários para o recenseamento da população. Que resultados concretos a população recebe com esse levantamento estatístico? Que políticas públicas foram adotadas com os dados coletados?

Foto: Reprodução

 

Honra ao mérito
Foi o estímulo dado pelo professor iugoslavo Oleg Abramov que levou Wanduil Gaio de Souza à IBM do Rio de Janeiro, com 19 anos de idade. Em 21 de abril, Wanduil completa 40 anos de empresa, o funcionário mais antigo que começa nova vida. O conselho à geração que nasceu no tempo da Inteligência Artificial é que as pessoas, clientes ou colegas são a parte delicada e que mais importa ao lidar. O trato com as máquinas é a parte mais fácil

 

História de Brasília

Já saiu da W-3 uma prensa de papel velho, que era responsável pela invasão de ratos nos HC-3. (Publicada em 18.03.1962)

A lei contra o caos

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Foto: Acácio Pinheiro / Agência Brasília

 

          Juntamente com o parcelamento de terras no Distrito Federal, feito com base apenas em interesses políticos e imediatos, veio um conjunto complexo de consequências para o urbanismo. Como ocorre sempre nesses casos, os resultados dessa incúria com as terras públicas vieram a mostrar seus efeitos, muito tempo depois, quando os autores dessas e outras medidas interesseiras já estavam longe e livres de quaisquer imputações de dolo.

          Legislar sobre bens públicos com olhos em interesses paroquiais, nunca foi um bom negócio, nem do ponto de vista da ética pública, nem para os interesses reais da população, que é quem acaba colhendo os malefícios de políticas feitas em proveito de grupos ou com objetivos eleitoreiros. Para muitos desses novos assentamentos, cuja intenção primária era a da formação de verdadeiros currais eleitorais fincados no entorno da capital, sobravam direitos e escasseavam os deveres.

         Nessas benesses, feitas com o chapéu alheio do contribuinte, caberiam aos assentados apenas responder com o voto em favor do benfeitor com assento na Câmara Distrital, ficando todo o restante a cargo das autoridades, dentro do velho modelo patrimonialista e populista. Não obstante à necessidade social e indiscutível de aquisição da casa própria por famílias de baixa renda, o que se viu e o que se seguiu, por essas bandas e em outros estados da federação, foi a formação de autênticas indústrias de parcelamento de terras públicas, um problema que ainda hoje aflige as autoridades e que poderá perdurar por muito tempo ainda.

          As manchetes diárias dos noticiários estão aí para comprovar essa afirmação, em favor do ditado que diz que o que nasce de maneira torta dificilmente toma prumo correto. A questão aqui é saber como conciliar a existência de uma capital, minuciosamente planejada para ser o que é, com o improviso imposto por lideranças locais, de olho apenas na manutenção do poder.

         Quem observa hoje o incremento assustador da violência que tomou conta das ruas de Brasília e das diversas regiões administrativas da capital pode não suspeitar que esse fator negativo está ligado diretamente à questão dos parcelamentos açodados de terras. Mas essa é uma realidade que veio desse modo irresponsável de criar assentamentos, sem prévio planejamento urbano. Tirando os aspectos urbanos de infraestrutura, como abastecimento de água, luz, coleta de esgoto, asfaltamento, e outros, a questão relativa ao aumento da violência é visível e decorre desse modo de fazer políticas públicas sem planejamento.

         Todos os dias, as unidades de saúde e de segurança, incluídas aí os bombeiros e a defesa civil, estão sendo sobrecarregadas por atendimentos de emergência, com altos custos humanos e financeiros para todos, indiscriminadamente. De nada, nesse caos instalado, adianta aumentar o número de policiais, bombeiros ou atendentes de saúde. O grande número de ocorrências em todas essas localidades supera essas e outras providências.

          Para aqueles que estão diretamente envolvidos no combate às ocorrências diárias de roubos, assaltos, assassinatos, violência doméstica, brigas de ruas entre gangues pelo controle do tráfico de drogas e outros crimes, muitos dos quais envolvendo menores de idade, algumas soluções poderiam ser adotadas para, ao menos, minorar essa situação.

          A primeira, e talvez a mais importante, seria a imposição, como foi feito em outros locais e com êxito, de uma espécie de lei seca, com fechamento, a partir das 18 horas, de bares e outros estabelecimentos que vendem bebidas alcoólicas. Outra seria a adoção, por meio da Câmara Legislativa, de mecanismos legais que impedissem a aquisição de imóveis, por meio de programas sociais, para aqueles proprietários envolvidos e condenados em crimes. Não é possível que essas pessoas, além de receberem benefícios como imóveis de forma facilitada por programas sociais, ainda venham, como retribuição, a cometer crimes de toda a natureza, impunemente e em desfavor da comunidade.

          É preciso retomar aqueles imóveis das mãos de delinquentes, que, por sua conduta, perderam o direito a benefícios bancados pelos cidadãos de bem. O mais correto é repassá-los a quem merece de fato. Outra medida, essa de cunho direto, seria onerar diretamente aqueles indivíduos envolvidos em violência, obrigando-os a pagar pelos serviços de atendimento de urgência, que custam muito dinheiro aos pagadores de impostos.

 

A frase que foi pronunciada:

“Um bom plano é como um mapa rodoviário: mostra o destino final e geralmente o melhor caminho para chegar lá.”

Stanely Judd

 

Antes

Condomínios, prédios, empresas, todos começam a se mobilizar em campanhas proativas de proteção a roubos e furtos. Até a UnB recomeça as aulas com mais câmeras de monitoramento, botões espalhados pelo campus para acionar a segurança, além de um manual com dicas de proteção contra furtos e protocolos em casos de crimes.

Foto: fd.unb.br

 

Cultura

Na realidade, o gancho para a matéria que informa sobre a reforma da sala Martins Pena não é a geração de empregos. É a geração do conhecimento e exercício do pensamento, que são valores essenciais para o desenvolvimento da sociedade. É esse o valor dado pelo governador Ibaneis.

Foto: Sergio Amaral/CB/D.A Press

 

História de Brasília

Mas o assunto não é bem êste, e está mais ligado ao dr. Pimenta. É necessário que a captação de águas pluviais seja feita também nas superquadras, mesmo as inacabadas, como o Iapfesp. (Publicada em 18.03.1962)

Teatro Nacional

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)

hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil/Agência Brasil

 

         Estamos a caminho de vir a lamentar por dez anos o fechamento do mais importante e icônico espaço cultural da capital do país. Pensar que Brasília, com toda a importância que possa ter para o país e para o mundo, mantem fechado, a mais de uma centena de meses, o Teatro Nacional, obra fincada bem no coração da cidade, é algo assustador e ao mesmo tempo motivo de desalento e frustração para toda uma classe de artistas, dentro e fora da cidade.

         Eis aqui um modelo acabado do descaso com a cultura. Pensar também que, a pouco mais de dois quilômetros desse teatro magnífico, e que hoje serve como uma espécie de almoxarifado para o governo local, ergue-se imponente, desajeitado e inútil o mastodonte Estádio Mané Garrincha, onde caminhões de dinheiro dos contribuintes foram criminosa e desnecessariamente despejados, dói na alma dos brasilienses de bem.

         Não é por outra razão, que muitos consideram a bagagem cultural de um governante, um dos principais requisitos para todo e qualquer gestor público. De fato, nosso principal e mais belo palco para artes continua fechado porque as autoridades que tinham obrigação de cuidar desse patrimônio cultural de todos não entendem o significado do que venha a ser arte ou cultura.

         Quando um cartão de visita, do porte do Teatro Nacional, permanece por tanto tempo esquecido e fechado, cheio de lixo e tralhas, o que se depreende é que estamos todos entregues em mãos despreparadas para tal missão ou sob a gestão de gente primitiva e tosca que despreza o universo da cultura. Gente, para quem artes e artistas de toda espécie devem ser deixados à própria sorte ou ao relento.

         Não são poucos os brasilienses que se envergonham quando são perguntados, pelos visitantes, sobre o destino atual do Teatro Nacional e as salas Villa-Lobos, Martins Penna e Alberto Nepomuceno. O que teria ocorrido nos bastidores do governo local e da própria Câmara Legislativa para que esse Teatro tenha sido esquecido por tanto tempo? Não é normal, em país algum, só aos que estão mergulhados em guerra, deixarem-se ao abandono e à ruína, teatros dessa importância. Meninos e meninas que hoje andam por volta dos 10 anos de vida, desconhecem o Teatro Nacional seus espaços e sua importância. E isso é grave.

         Muitos outros moradores locais, que poderiam ter a oportunidade de conhecer a arte nesse espaço espetacular, talvez nunca venham a ter essa experiência. Escolas, que antes organizavam caravanas de alunos para visitar e vivenciar esse espaço e suas apresentações, perderam essa oportunidade. O que acontece no interior desse monumento esquecido se reflete em seu entorno próximo. Entregue ao abandono e ao esquecimento duradouro, toda essa área belíssima, com seu paisagismo bem elaborado, transformou-se hoje em área de valhacouto de delinquentes e drogados, colocando, em grande perigo, quem ousa transitar na região.

         Para os que se contentam com pouco ou se satisfazem com as promessas vãs de que aquele espaço vai voltar a vida em breve, resta admirar, de longe a arquitetura desse prédio monumental. Como uma casca de concreto a exibir, talvez, o período mais fértil de criação do arquiteto Oscar Niemeyer, o Teatro Nacional, por qualquer ângulo que se aviste, é uma obra e uma escultura de arte por si só, a iluminar as tardes e a noite da capital, sinalizando no horizonte a promessa de que seu interior e sua alma ainda hão de voltar a vida, renascendo das ruínas do abandono.

 

A frase que foi pronunciada:

“O teatro é o primeiro soro que o homem inventou para se proteger da doença da angústia.”

Jean Barrault

Jean Louis Barrault. Foto: Coleção Fotografias de Carl Van Vechten da Biblioteca do Congresso dos EUA

 

Pelo DF

Em toda essa festa da posse dos novos senadores, o comentário no cafezinho é a falta que o representante do DF, Reguffe, vai fazer. Como exemplo de parlamentar que abriu mão de todas as regalias, inclusive plano de saúde, mostrando a perfeita harmonia e ritmo entre discurso e prática.

Senador Reguffe. Foto: senado.leg.br

 

IFB

Uma herança recebida pela capital do país é o Instituto Federal de Brasília. Com campus em várias regiões administrativas, é lá que o estudante que quer crescer profissionalmente encontra os primeiros caminhos. São centenas de vagas gratuitas de formação inicial e continuada, desde moda à robótica.

IFB. Foto: Divulgação

 

Dez anos

Quem está feliz da vida com a mudança na rotina é Claudia Lyra. Hoje, é gerente de Relações Institucionais da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, CNseg.

Arte: cnseg.org

 

Boas vindas

Segunda-feira será o grande dia para a Saúde do DF. Dentistas (125), Médicos (447), Especialistas (454), Enfermeiros (220) serão nomeados para reforçar o atendimento à população.

Cartaz: divulgação da SESDF

 

História de Brasília

Há uma lei no Brasil, segundo a qual todos os prédios de mais de três andares, devem ter caixa coletora de correspondência para cada apartamento, separadamente, no térreo. (Publicada em 15.03.1962)