“Nós, os representantes do povo”?

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)

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Foto: Gabriela Oliva/O TEMPO Brasília

 

         Em tempos de guerra, o mais importante é marcar posição, escolhendo a trincheira onde estão os valores nos quais você acredita e que necessitam de sua defesa e proteção. Correr é deixar para trás seu mundo, dissolvendo-se na poeira. Acredite naqueles que dizem que a sua vida é o único bem que lhe pertence. No entanto, não se esqueça de que é no mundo que você pode manifestar sua vida. É nele que a vida pulsa e ganha ânimo. Assim como quem envia uma carta a um amigo de longa data, quem escreve no dia a dia em periódicos também conhece seus leitores, e, com eles, mantém uma cumplicidade próxima.

         É com esse xadrez de palavras e enquanto o garrote vil não dá suas últimas voltas que, mais uma vez, insistimos em marcar posição, usando esse espaço como trincheira para a defender e nos solidarizarmos com as legítimas manifestações populares que vêm ocorrendo em todo o país, há mais de um mês, em frente aos quartéis.

         Um fato, que mesmo por suas proporções inéditas, seus propósitos e coragem cívica, a grande mídia insiste em não informar. Para os leitores deste espaço, talvez a mais antiga e relutante trincheira da capital, esse é o único posicionamento sensato a ser tomado nessa grave hora. O local escolhido por esses brasileiros, nas bordas das instalações militares, foi o único que restou, pois todas as outras instituições do Estado, que poderiam servir de abrigo e amparo aos reclames desses cidadãos, simplesmente viraram as costas a esses movimentos ou mostraram a face terrível das ameaças, da opressão e do desprezo.

         Na verdade, esses brasileiros foram encurralados na área militar, que lhes deu proteção. Agora, de nada adianta fazer cara de paisagem a esses movimentos, nem os acusar de ilegítimos ou golpistas. Nem os esconder sob o sofá. O fato é que o Brasil ferve e ameaça entrar em erupção como um mega vulcão. Melhor teria sido se anteciparem aos acontecimentos, evitando que as causas desses movimentos rompessem o solo, derramando suas lavas e cuspindo fogo para todo lado.

         O não atendimento das autoridades civis aos justos questionamentos, sobre a lisura e o correto funcionamento do fabuloso maquinário eleitoral, com anteposição de dogmas sobre seu real desempenho, taxados como heresias dignas da condenação pelo martírio da fogueira, levou-nos onde estamos agora. Bastava, naquele início, o simples gesto de boa vontade, colocando à mercê do escrutínio geral todas e quaisquer dúvidas.

         Ao invés disso, usou-se dos mecanismos paralegais para ameaçar e perseguir todos aqueles que buscam apenas uma resposta, dentro do direito que reza que o Estado deve prezar pela transparência. Foi justamente essa opacidade de chumbo e o desencadear progressivo de todo esse processo que alheou os eleitores da possibilidade de aferição dos votos, que deu início a essas movimentações que não param de crescer, empurrando o país para o beco sem saída da dissidia e de um possível fratricídio generalizado. Achar, como alguns acham, que esse é um movimento popular sem maiores consequências para todos é apostar no caos.

         Para complicar e colocar ainda mais gasolina nessa fogueira, é preciso verificar que, graças à repercussão produzida pelas mídias sociais, todo o planeta assiste, de camarote, tudo o que vem ocorrendo nas principais capitais do Brasil. O mundo não só acompanha de perto, como torce, abertamente, em favor da população que está nas ruas. População em países que se viram na mesma situação confessam o arrependimento por não ter tido o sentimento patriota de enfrentar o que julgava necessário ser enfrentado.

          O falso silêncio interno, como se navegássemos num mar azul e calmo de almirante, por certo será lembrado, quanto tudo isso passar. Lembrados também serão aqueles que viraram as costas para essas manifestações espontâneas. O patriotismo, outrora tido erroneamente como o último refúgio dos canalhas e por isso deixado esquecido no fundo das gavetas do passado, parece que veio à luz, com força sua revigorada, mostrando que, talvez, esse seja o único porto seguro em que atracar.

         O vermelho rubi intenso com matizes que, em lugar e tempo algum, provou ser promissor à vida, mostra que esses movimentos, em frente aos quartéis, estão no caminho certo, mesmo indo contra um sistema poderoso dentro e fora de nossas fronteiras. A simples observação de quem são aqueles que torcem contra esses manifestantes, já, em si, é uma certeza de que a população nas ruas está onde deve estar. Antes que seja tarde demais e que o garrote vil dê sua última volta atrás do pescoço de todos.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Estou com a consciência tranqüila de ter servido bem a meu país. Tenho certeza de que sou o baiano que mais amou a Bahia. Esse meu amor talvez tenha sido a coisa mais importante da minha vida. E ser querido pelos baianos é o que me faz feliz”.

ACM

Antonio Carlos Magalhães
Foto: Agência Senado

Pratas da Casa

Na gráfica do Senado uma exposição de fotografia de fazer cair o queixo. Veja a seguir algumas fotos de Raul Grilo e Washington Brito.

 

História de Brasília

As primeiras informações dão conta de que o aumento do pessoal da NOVACAP será somente para efetivo. Nada mais injusto. Os efetivos conseguiram estabilidade irregular, e agora desfrutarão de aumento também irregular. Os que entraram depois da lei de estabilidade continuarão como estão, enquanto o custo de vida continuará aumentando. (Publicada em 14.03.1962)

Não adianta esconder

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Foto: Gabriela Oliva/O TEMPO Brasília

 

          Muitos historiadores consideram que a Proclamação da República, nos moldes como foi realizada em 15 de outubro de 1889, constituiu-se, claramente, num golpe de Estado, que marcaria o fim do Brasil Império e o início de um novo sistema de governo. O que nascia, de forma torta e um tanto improvisada, não poderia gerar outras consequência que não crises institucionais cíclicas. Até mesmo a Constituição de 1890, dada a pouca experiência dos novos mandatários, teria que ser copiada dos Estados Unidos e imposta a uma cultura que muito se diferenciava dos irmãos do Norte.

          Tratou-se aqui de uma revolução circunscrita aos núcleos urbanos, defendida por jornalistas, advogados, médicos, latifundiários, parte do clero, maçonaria e outros grupos ligados às classes mais escolarizadas. O grosso do país, que residia na área rural, nem ao menos ficou sabendo dessas mudanças e do exílio imposto, da noite para o dia, de toda a família real.

          Dizer, pois, que a Proclamação de 1889 foi movida pelos ventos da modernidade daquele período é uma balela. Nem mesmo a população dos poucos núcleos urbanos existentes naquele período no Brasil ficou sabendo da novidade e de seus desdobramentos.

          Havia, nesse movimento tipicamente de gabinetes e de conchavos, um apelo falso pelas liberdades e pela democracia, embora o principal protagonista desses apelos, representado pelo povo, tivesse sido mantido à margem do processo. Era a tal da democracia sem povo, como ainda hoje se verifica, quando os próceres da atual República resolvem, em reuniões fechadas, o destino da nação. Talvez, por essa e outras razões ligadas a um passado ainda mal resolvido, todas as grandes manifestações populares são vistas com surpresa e até um certo temor pelos donos do poder.

          Nada assusta mais um mandatário neste país do que ver multidões nas ruas clamando por seus direitos. Acreditar que o povo só é importante no momento em que está diante das urnas tem sido um desses problemas que nos mantém presos ao passado. Essa questão ganha ainda mais relevância e mais riscos quando, em pleno século em que a interconectividade mundial das redes via Internet assume um papel crucial nos movimentos populares, elevando o clamor das gentes e incendiando cada canto do planeta, em especial a nossa pátria, pela liberdade.

         Por isso, fechar os olhos ao que ocorre hoje, nesse 15 de novembro de 2022, ao que acontece em todo o país, com famílias inteiras protestando nas ruas das principais cidades do Brasil, pode ser visto como uma repetição daquela Proclamação de 1889, em que as autoridades acreditavam que o povo era apenas uma concepção abstrata e sem maiores importâncias.

         As manifestações populares, chamadas, por uns poucos desavisados, de protestos da extrema direita, são, quer queira ou não, manifestações legítimas, vindas das ruas. Fechar os olhos e ouvidos ao que se passa agora, nas ruas de todo o país, não tem o poder de fazer com que elas inexistam. Há uma proclamação pela coisa pública e um clamor retumbante vindo agora das ruas, e isso é fato, não adianta esconder.

 

A frase que foi pronunciada:

“Bom cidadão é aquele que não tolera na pátria um poder que pretenda ser superior às leis.”

Cícero

 

Comissão de frente

Veja, no Blog do Ari Cunha, o vídeo da reunião que aconteceu no início do ano quando “A Convencional” María Rivera apresentou uma proposta de criação de uma Assembleia Plurinacional de Trabalhadores e Povos, que seria responsável pela gestão da justiça, economia e decisões políticas.

 

Antidemocrático

Autoritário, absoluto, arbitrário, dominador, despótico, opressor, tirano, tirânico, dominante, autocrata, déspota, ditador, dogmático, imperativo, imperioso, magistral, mandão, opressivo, oprimente, ditatorial, iliberal, autocrático, absolutista, cesarista, discricionário, dominativo, totalitário, totalitarista, impositivo.

Alethea

Nosso querido Ari Cunha adorava contar essa fábula, sempre atual. Era o sapo que ia atravessar o rio e ouviu o grito do escorpião pedindo uma carona. Mas promete que não vai me matar? Disse o sapo desconfiado. Claro que não! Argumentou o escorpião. Se eu matar você, morreremos os dois! Argumento irrefutável. No meio do rio não deu outra. As toxinas escorpiônicas espalharam pelas costas do sapo agindo nos neurotransmissores do sistema nervoso autônomo. A intensidade do veneno foi grande, mas o pobre sapo ainda perguntou: Por quê? Porque essa é a minha natureza.

Ilustração: JF

 

História de Brasília

A saída do dr. Magalhães, do Departamento de Edificações da Novacap tem sido muito sentida. Competente, e conhecedor dos problemas do seu Departamento, sua ausência está sendo sentida em tôdas as horas. (Publicada em 13.03.1962)

O fim da linha

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Urnas eletrônicas são preparadas para eleições, em Curitiba. Foto: 18/10/2022 – REUTERS/Rodolfo Buhrer

 

É como dizem: “a montanha pariu um rato”. No oceano de fake news, que banha o Brasil de Norte a Sul, o Relatório do Ministério da Defesa, montado ao longo de mais de 90 dias e aguardado como sendo a “carta na manga” do atual governo, por sua tibieza, falta de ânimo e tino politico/estratégico, foi, para dizer o mínimo, uma decepção e um balde de água fria sobre a outra metade, ou muito mais do que isso, do eleitorado brasileiro.

Mesmo que não represente um respaldo franco e definitivo ao processo eleitoral eletrônico, conforme defendido pelo TSE, o dito Relatório, deixa visível, em outras falhas, o total despreparo dos técnicos militares do país para aturarem no complexo universo das tecnologias digitais. Ou os militares adentraram num campo de batalha como bisonhos e não encararam a cruzeta, ou se fazem de jangais que não enfrentam o sanhaço. Num mundo em que boa parte das guerras de conflitos agrega grandes quantidades de elementos das tecnologias digitais, a demonstração de que nossas defesas armadas ainda patinam no beabá desses avanços deixa os cidadãos preocupados. Ademais, era, por muitos, já dado como certo, que o Relatório não avançaria significativamente dentro do sistema eletrônico de votação, não só pela falta de vontade com que o TSE demonstrava em aceitar as bisbilhotices, mas, sobretudo, porque a própria apresentação desse documento já vinha em uma hora em que, bem ou mal, o atual governo parecia ter jogado a toalha.

A única estratégia, de fato, contida nas entrelinhas do documento do Ministério da Defesa, era a de não criar mais arestas com o governo que chega. De resto, ficou o dito pelo não dito. Cheios de dedos, dúvidas e escusas, o Relatório, que também tem o aval das Forças Armadas, diz, por detrás das linhas tortas, que essa Instituição, à semelhança do que já ocorre com o Legislativo e o Judiciário, está à disposição do novo governo. O mais lamentável, em todo esse drama, que vivem aqueles que se intitulam patriotas e conservadores, é a constatação de que, cedo ou tarde, terão que assistir os mais dignos oficiais das Três Forças baterem continência e outros salamaleques rituais para personagens que, ainda ontem, respondiam por um conjunto de crimes, que facilmente podem ser enquadrados como traição ao país.

Em outros tempos, crimes dessa natureza, pelos efeitos maléficos e de longa duração que provocam para toda a nação, eram punidos com a extradição e outras penas mais severas. Infelizmente, a não aceitação, por parte do Congresso, de que a corrupção fosse classificada como crime hediondo, à semelhança do que ocorre agora com o abuso sexual contra crianças, levou-nos a assistir a uma eleição totalmente atípica e fora dos padrões civilizatórios. Também o esfacelamento de leis, como a Ficha Limpa e a da prisão em segunda instância, contribuiu para que chegássemos a esse ponto de parada de nossa triste história. Daqui, onde nos encontramos agora, a próxima estação de parada desse trem pode ser também o fim da linha.

Timing é tudo

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Foto: bandnewsfmcuritiba

 

        Timing, uma expressão da língua inglesa, pode ser entendida como sendo também o tempo certo, momento de agir. Há um timing para todas as ações humanas. Passado esse momento, perde-se a oportunidade e a abertura momentânea para que as ações surtam seus maiores e mais eficazes efeitos. De um modo geral, o timing necessita ser respondido à altura, no exato momento ou no tempo próprio. Passada essa janela, que pode variar de segundos a anos, a resposta a um fato perde seu potencial e a ocasião escapa para sempre.

         Todo o mundo foi pego de surpresa durante a pandemia por seus efeitos mortais. No Brasil e em muitas partes do mundo, a indecifrável doença foi recebida com muitas dúvidas e poucas respostas. Vacinar uma população inteira com um composto onde não há assinatura do responsável na bula despertou desconfiança. Mesmo assim, não faltou vacina e o protocolo mundial foi obedecido. Mas o governo pode ter perdido o timing quando demorou a providenciar a união dos maiores institutos e laboratórios do país, como a FioCruz e o Butantan, ofertando-lhes, em medida de emergência, todos os recursos financeiros e logísticos para uma resposta imediata ao vírus, conclamando também a fusão de vários laboratórios e centros de pesquisa, espalhados pelo país, para reunirem esforços na pesquisa de uma medicação adequada.

         Vieram o panorama posterior e seus reflexos nas eleições de outubro. Perdeu-se o timing. Com isso, o Supremo encontrou um mote jurídico certo para abrir as portas da cadeia e de lá retirar seu candidato favorito “para consertar o Brasil”. Como não houve manifestação capaz de impedir o feito, foi realizada essa estratégia inédita e impensável para aqueles que lidam e que são operadores da Justiça em nome do Estado. Mais uma vez e de boca aberta, perdeu-se o timing.

         Quando as Forças Armadas, a quem é assegurada a defesa, a integridade e a garantia da ordem e da segurança interna, bem como de suas leis, conforme artigo 143 da Carta de 88, deixaram de agir, impedindo que um condenado em três instâncias voltasse à atividade política, colocando, novamente, em sério risco, a segurança interna do país, deixou que o timing passasse. Não agiu naquele momento e não pode agir a posteriori. Mesmo aqueles que não cursaram a Escola Superior de Guerra e outros centros de formação estratégica sabiam que o que se seguiu depois, com a anulação dos inquéritos contra o principal personagem do maior caso de corrupção do planeta e do país, traria sérias consequências para a segurança interna nacional, o que vem se confirmando pelas manifestações populares que não param de acontecer.

         Ou é preciso uma mudança nos currículos dessas instituições superiores, que ensinam estratégias de segurança interna, ou faltou timing e coragem para o estabelecimento de um conjunto de ações legais, visando impedir o avanço e o enraizamento de doutrinas globalistas de esquerda dentro do Estado.

         Agora que esse avanço vem sendo feito à luz do dia, e com proteção de instituições do próprio Estado, é tarde, mas não impossível. Também o atual presidente da República, depois de mais de 40 horas em silêncio sobre os resultados de uma eleição, totalmente tutelada pelo Tribunal Superior Eleitoral, perdeu o timing, quando em pronunciamento ao lado de todo o seu gabinete, não expôs, abertamente e de maneira franca, sua visão sobre o que se passou nesses dois pleitos e sua percepção do que virá amanhã.

         Poderia muito bem ter dito que foi esmagado pelo sistema que aí está. Que se viu impossibilitado de agir, quando esse sistema enfiou, goela abaixo da nação, um candidato flagrantemente impedido de concorrer, e que, diante dessa pressão interna e externa, contra um candidato do sistema, viu-se abandonado por aqueles que mais deviam apoiá-lo.

         Poderia ter exposto os bastidores dessa que chamamos de República e que a maioria dos brasileiros desconhece totalmente. Com isso e mais uma vez, fechamos as portas depois de roubados.

A frase que foi pronunciada:

“O importante é não parar de questionar. A curiosidade tem sua própria razão de existir.”

Albert Einstein

Albert Einsten. Foto: Arthur Sasse/Nate D Sanders Auctions/Reprodução

 

Agenda

Dia 10 deste mês, a Câmara dos Deputados vai receber educadores para discutir as diretrizes curriculares nacionais para a formação de professores. A iniciativa é da deputada federal petista Rosa Neide.

Deputada federal Rosa Neide. Foto: camara.leg

 

Presença

Dados impressionantes divulgados pelo GDF mostram a redução de crimes contra à vida no DF. Foi a maior redução desde o ano 2000. Outro índice registrado pela Secretaria de Segurança é em relação aos roubos em transportes públicos. Caem pelo terceiro mês consecutivo.

Foto: ssp.df.gov

 

Chegando

Grupo chinês da Xamano Biotech vai ocupar uma área de quase 500 m2 na UnB. A parceria foi firmada em solenidade entre a gigante da biotecnologia chinesa e a Universidade de Brasília. A reitora Márcia Abrahão está animada com a ampliação e fortalecimento da estrutura de pesquisa na instituição.

Representantes da administração superior, do PCTec e da Xamano Biotech durante assinatura de acordo com a empresa chinesa para instalação de um Centro Integrado de Tecnologia e Inovação (CITI) na Universidade. Foto: André Gomes/Secom UnB

 

História de Brasília

Mas o pior é que o Instituto já construiu aragens de prédios que ainda não foram terminados, e insiste em não fazer a do bloco 5, sob as mais insistentes alegações de que “não há condições no momento”. (Publicada em 13.03.1962)

A fumaça das urnas eletrônicas

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Foto: bbc.com

 

       Onde há fumaça, – ecoava o filósofo de Mondubim -, há fogo! O que ninguém pode negar hoje é a existência de uma colossal nuvem de fumaça pairando e encobrindo toda a área que abrange desde o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), passando pelo supremo (STF), englobando parte do Legislativo (Câmara e Senado) e indo lançar suas sombras sobre do Executivo Palácio do Planalto e Ministério da Defesa.

        O denso fumaceiro, com forte cheiro de coisa queimada, não é um fenômeno recente. Há tempos, toda aquela área, onde se concentram as sedes dos Poderes do Estado, vem sendo encoberta por essa espessa cortina branca, que pode ser vista de longe, inclusive do espaço. Para os mais atentos e que não se deixam levar por certezas absolutas, num tempo de incertezas devolutas, há indícios de que qualquer coisa está ardendo e produzindo muita fumaça.

        Os noticiários do país, mesmo aqueles que tecem os fatos sob a diáfana luz das ideologias, não podem ignorar a existência desse fenômeno, sob pena de fecharem os olhos para o que pode estar ocorrendo bem debaixo do nariz de todos. É preciso levar, até as últimas consequências, as acusações, feitas pelos principais próceres da República, tendo à frente ninguém menos do que o próprio chefe do Executivo, sobre a lisura das urnas eletrônicas, sua pretensa inviolabilidade e, pior, quaisquer possibilidades de fraudes na apuração e na contabilidade dos votos nas eleições de outubro deste ano. Bate boca e outras discussões políticas sobre a funcionalidade das urnas eletrônicas de nada adiantam, enquanto todas as informações não forem amplamente disponibilizadas, esclarecidas e transparecidas, tanto para os diversos candidatos, como para os eleitores.

        Não há possibilidade de uma aceitação pacífica sobre o dito modelo eletrônico de votação, apenas com base no que afirmam para a imprensa os ministros do TSE. Mesmo com todas as vênias e o reconhecimento à capacidade e honestidade de cada um no comando desse pleito, é preciso notar que estamos diante de sérias denúncias, feitas inclusive pelo ocupante do mais alto cargo do Executivo.

        Ou se esclarecem essas e outras dúvidas, ou qualquer resultado que venha após o fechamento das urnas poderá gerar conflitos de grandes proporções. A polarização política extremada exige que a luz da verdade ilumine todo o processo. Pensar que toda essa confusão, que pode descambar em lutas fratricidas poderia, muito bem, ser resolvida apenas com a adoção do voto impresso. Não há porque o tribunal negar a solicitação do presidente Bolsonaro para que as Forças Armadas também acompanhem a contagem dos votos em parceria com o TSE para uma apuração compartilhada. Que perigo haveria nisso?

       De nada adianta a presença de observadores internacionais ou mesmo de auditorias contratadas, como quer agora o presidente Bolsonaro, se permanecerem dúvidas e outras interrogações que o pessoal especializado não sabe responder. Ou por falta de conhecimento técnico, ou por falta de acesso ao sistema. O que se sabe é que tecnologia alguma está 100% seguram de invasão hacker. Se existe impossibilidade de conferência e apuração dos votos, paralelamente àquelas feitas pelas urnas eletrônicas, que seja implementada em nome da paz e para a segurança daqueles que irão votar e para os próprios candidatos.

        Até agora, as interrogações feitas pelo pessoal especializado do Exército não foram devidamente respondidas. Eleições dão trabalho. Mais trabalho ainda darão as possíveis consequências que se seguirão, caso as dúvidas não sejam todas sanadas. Na Bíblia, em Jeremias 17:5, está o aviso: Maldito o homem que confia no homem. Em tempos difusos como o nosso, esse trecho poderia ser adaptado para a seguinte sentença: Maldito o homem que confia no voto eletrônico.

 

A frase que foi pronunciada:

“A ignorância de um eleitor em uma democracia prejudica a segurança de todos.”

John F. Kennedy

John Fitzgerald Kennedy. Foto: bbc.com

 

O outro lado

Sobre as questões colocadas pelas Forças Armadas sobre as urnas ao TSE, o tribunal esclarece que “cabe destacar que são apenas pedidos de informações, para compreender o funcionamento do sistema eletrônico de votação, sem qualquer comentário ou juízo de valor sobre segurança ou vulnerabilidades. As declarações que têm sido veiculadas não correspondem aos fatos nem fazem qualquer sentido.” Sendo assim, a população aguarda as respostas.

TSE. Foto: tse.jus

 

Revisão já

Vicente Limongi traduz as palavras dos moradores do DF. O valor do IPTU subiu de forma desigual aos salários. Deve ter havido algum erro no processamento de dados. Limonge protesta quanto ao valor pago: “Como pagador de impostos, não sou beneficiado em rigorosamente nada. A insegurança é brutal. Mesmo com alarme. O asfalto é remendado ou esburacado. A luz costuma falhar. Demora a voltar. As calçadas são sujas e quebradas. O matagal e a sujeira tomam conta dos lotes. O transporte público é tenebroso. A polícia não contém a barulheira das festas intermináveis. Quando chove, transbordam os bueiros da pista principal, alagando os gramados.”

Charge do Arionauro Cartuns

História de Brasília

O pessoal da Cidade Livre que se mudou para a Asa Norte está vivendo momentos difíceis. A Prefeitura localizou as residências numa quadra que, posteriormente, foi vendida ao Exército. (Publicada em 23.02.1962)

Eles passarão

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Foto: Gazeta do Povo/Arquivo

 

            Dizia, com toda a razão, o filósofo de Mondubim que “o mesmo risco que corre a árvore, corre o lenhador.” Aplicando esse aforismo ao que parece ocorrer hoje no Brasil, mais precisamente quanto ao papel constitucional das Forças Armadas na estabilidade política o social do país, vis a vis ao alinhamento ideológico dessa instituição a governos que vão e vem ao sabor das eleições.

           Há, no ar, um risco de que a gigantesca árvore, representada pelo Estado Democrático de Direito, tombe sobre a cabeça dos cidadãos, levando o país, de roldão, de volta a março de 1964. Não é fora de propósito lembrar que tanto Lula, como Bolsonaro, por diversas vezes, e até de modo velado, já deixaram entender que anseiam pelo apoio irrestrito das FAs às suas pretensões políticas.

           É sabido que as Forças Armadas estão, como reza a Carta de 88, sob autoridade suprema do Presidente da República e é nesse ponto que se apegam esses extremos da política, para fazer valer seus pontos de vista. Os ensinamentos da Venezuela estão bem aí nas bordas de nossa fronteira para servir como alerta da possibilidade dessa abdução do poderio militar em proveito de governos, sejam quais forem.

           Lá, as FAs foram totalmente aparelhadas para servir de suporte, como guardiãs de um governo condenado por todo mundo civilizado, levando à ruína total daquele que já foi um dos mais prósperos países de nosso continente. Lula e seu ideólogo de algibeira, José Dirceu, já declarou à imprensa que um dos maiores erros do seu governo foi o de não ter captado, para seu entorno, o grosso das Forças Armadas.

           Também não tem escondido sua pretensão de que, caso eleito, irá corrigir, de imediato, esse erro, transformando essa Força num braço auxiliar e armado de seu partido, seguindo os ensinamentos do próprio Presidente Maduro, da Venezuela, onde até uma força paramilitar foi organizada para eliminar a oposição.

           A possibilidade do atual ministro da Defesa Braga Neto vir a compor a chapa de Bolsonaro como vice, além da instalação de diversos militares em postos chaves do Estado, são sinais, dizem os observadores, de que há, em andamento, um lento e progressivo aparelhamento do governo com vistas a assegurar que, no caso de reeleição, haja uma atração das FAs para a órbita do Executivo.

           Em matéria intitulada “Reação ao uso político das Forças Armadas”, publicada nesse jornal, de autoria de Cristiane Noberto e Rafhael Felice, o general Santos Cruz diz, textualmente, que Bolsonaro vem fazendo uso político e exploração das Forças Armadas. Santos Cruz, um militar respeitado por seus pares e que conhece por dentro o funcionamento e o espírito das FAs, não se intimida em afirmar que o atual governo tem como estratégia pessoal cooptar os militares, tanto para a sua base eleitoral como para seus propósitos.

           O fato é que as FAs correm nessas eleições o risco de virem a cair na cantilena tanto das esquerdas como da direita. Caberá, à população que tudo assiste, equilibrar-se entre esses dois abismos, caso o que reza a Constituição vir a ser transformado em letra morta. Por certo, tanto a direita como a esquerda, nessa altura dos acontecimentos, já se certificaram que a perpetuação no Poder passa primeiro pela captação das Forças Armadas.

           O que não se pode negar é que existe hoje, entre o oficialato das Fas, simpatizantes de um lado e de outro. Mais do que nunca, os brasileiros devem torcer para que os caminhos constitucionais prevaleçam sobre a vontade de governos. Eles passam, a gente fica.

A frase que foi pronunciada:

A prisão não são as grades, e a liberdade não é a rua; existem homens presos na rua e livres na prisão. É uma questão de consciência.”

Mahatma Gandhi

Foto: Rühe/ullstein bild/Getty Images

Urgente

São mais de 200 mil famílias cadastradas na assistência que ainda não conseguiram atendimento. A falta de pessoal para administrar os problemas sociais no DF reflete a inércia gerencial que parece ter perdido a obstinação em não convocar os aprovados no concurso da Sedes/2018 e começa a preparar a chamada da lista de especialistas e técnicos em assistência social.

Foto: Divulgação/Sedes-DF

Antes das eleições

Deputado Federal Júlio César Ribeiro, da base do governo, pelo partido Republicanos, está acompanhando as emendas parlamentares feitas para o DF, inclusive a nomeação dos aprovados no concurso da Sedes/2018. Representantes dos 466 aprovados estiveram em comissão no auditório José Alencar. Entre eles, apenas 20 administradores aguardam pela promessa do governador em nomear todos.

Publicação realizada no perfil oficial do deputado federal Júlio César no Instagram

 

Poder

Também do Republicanos, nascido em São Paulo, e representante do DF, o deputado distrital Martins Machado, tem se desdobrado para fazer valer sua palavra aos aprovados nesse concurso. De um lado, mostram empenho aos aprovados e, de outro, aguardam a resposta que é justamente o indicador do poder desses parlamentares junto ao GDF. Fato interessante é que o deputado, ao perguntar, um por um dos representantes dos aprovados, o cargo e a classificação, ficou espantado ao perceber que apenas 3 administradores foram nomeados até agora e exclamou: “Para administrador está triste mesmo!”.

Publicação realizada no perfil oficial do deputado distrital Martins Machado no Instagram

SOS

Desde 1967, a Casa do Pequeno Polegar recebe crianças carentes de 1 a 3 anos em período integral. Agora as instalações precisam atender exigências dos Bombeiros, mas não há caixa para mais esse gasto durante todas as dificuldades que a pandemia impôs. Quem quiser ajudar o PIX é 00.094.714/0001-06 ou Banco do Brasil, agência 3129-1, CC 15387-7

História de Brasília

O hall dos elevadores do bloco 1 dos ministérios não tem mais onde sejam colocados cartazes. Agora, até plantas de clubes já estão sendo expostas. (Publicada em 17.02.1962)

Pazuello em seu labirinto

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Foto: Reprodução / CNN

 

Em “O general em seu labirinto”, o escritor e prêmio Nobel de literatura em 1972, Gabriel Garcia Marquez (1927-2014), narra, em romance histórico, os últimos dias de vida de Simón Bolívar, conhecido como “o salvador” e considerado, por muitos, como o grande herói da independência de parte do continente latino-americano, a Nova Granada.
Só que, nesse livro, o que emerge das páginas é um personagem de carne e osso, com todas as suas contradições humanas, ressaltadas ainda mais pela idade avançada, que faz com que esse herói dispa de sua imagem de mito, mostrando toda a sua decrepitude de um fim de vida melancólico, aumentada por sua dependência física de seu criado pessoal.
Guardadas as devidas e distantes diferenças entre esse personagem e o nosso, já famoso e notório, general Pazuello, que caiu nas graças do presidente, o que nos resta, em termos de analogia entre o protagonista do romance famoso e o nosso estrelado militar, pode ser resumido apenas no sugestivo título do livro. É justamente nessa espécie de labirinto à brasileira que, de repente, ganhou destaque nacional o referido general Pazuello.
Não por suas proezas e façanhas, que inexistem, mas por sua absoluta falta de vontade própria a transparecer no seu desânimo e apatia acentuados, e que o levou a afirmar que se submetia às ordens de um simples capitão, expulso do Exército. Surpreendentemente, foram essa sua inércia e subserviência cega que acabaram por deflagrar, ao menos, duas severas crises internas ao governo que serve.
Realmente Pazuello está enclausurado em seu labirinto, mas não está sozinho. Depois de sua passagem caótica no Ministério da Saúde, numa ocasião em que os brasileiros morriam como moscas nas portas dos hospitais superlotados, fato que o levou a ser o principal depoente na CPI do Covid e que, muitos apostam, pode lhe custar a liberdade, mais uma vez, esse nosso às avessas, por seu esmorecimento, subiu inadvertidamente em um palanque político, esquecendo-se de que esse gesto é vedado a militares da ativa, conforme inciso V, parágrafo 3º do Art. 142 da Constituição e o Estatuto das Forças Armadas.
Mesmo contrariando o que dizem essas normas, o general, por interferência direta do próprio presidente, não foi punido, como era a expectativa geral da maioria absoluta do oficialato. Com isso, o presidente da República, uma vez mais, fez valer sua vontade pessoal, como várias autoridades do país.
Trata-se aqui de uma crise e tanto, cujos os desdobramentos podem ser lançados para o futuro, mas que, por certo, virão para, quem sabe, romper com essa ideia estapafúrdia de denominar essa Força de “meu exército”.

A frase que foi pronunciada:
“Somos muitos pequenos fantoches movidos pelo destino e fortuna por meio de cordas invisíveis; portanto, se é assim como penso, deve-se preparar-se com bom coração e indiferença para aceitar as coisas que vêm em nossa direção, porque não podem ser evitadas, e opor-se a elas requer uma violência que rasga muito nossas almas, e isso Parece que tanto a fortuna quanto os homens estão sempre ocupados em assuntos de nossa antipatia, porque o primeiro é cego e o segundo só pensa em seus interesses.”

Marcello Malpighi, foi um médico, anatomista e biólogo italiano. Pioneiro na utilização do microscópio, sendo considerado por muitos um dos fundadores da fisiologia comparativa e da anatomia microscópica. (Wikipédia)

Marcello Malpighi. Imagem: wikipedia.org

TV Comunitária
Amanhã e segunda-feira, a TV Comunitária, canal 12 da NET DF, apresenta tudo sobre as eleições presidenciais no Peru e outros assuntos de interesse da América Latina.

Publicação no perfil oficial da TV Comunitária no Instagram

Franciscano
Assim como o Feng Shui trabalha a harmonia do espaço, a forma de o senador Girão se dirigir aos seus ouvintes cativa com as primeiras palavras: Paz e Bem! Seguir as regras dos frades menores é tudo o que esse país precisa.

Senador Girão. Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

Perda
Deixa-nos Octaciano Nogueira, analista da política brasileira com vários livros publicados, verdadeiros tesouros sobre a história do Brasil. Seu acervo, além de registro importante, é uma alternativa para consulta para os líderes que desejarem um norte para o país, com caminhos menos tortuosos evitando os mesmos erros.

Octaciano Nogueira. Foto: Moreira Mariz / Agência Senado

História de Brasília
O problema da Asa Norte tem que ser visto sem o lado político. Há, de fato, prédios merecendo reparos sérios, e o IAPC os havia notado antes de receber a construção. (Publicado em 02/02/1962)

Bem-vindo à selva cabocla

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

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Foto: PF/Divulgação

 

Não é nada fácil a vida de delegados, juízes, promotores ou quaisquer outros profissionais da justiça, que fazem, da lei, o objetivo central de suas funções, e que por, força do cargo, se veem obrigados a residir e exercer suas tarefas na imensa e nada amistosa região amazônica.

Há muito se sabe que essa região e, sobretudo, os milhares de quilômetros de fronteira seca, entre o Brasil e os países da América Latina, representam um teste para todo profissional da justiça, incluindo policiais e militares, devido aos perigos e desafios que ocorrem rotineiramente naquela parte do Brasil. Esses abnegados profissionais da justiça sabem muito bem que estabelecer os ditames da lei numa região selvagem e hostil pode lhes custar a própria vida.

Quadrilhas numerosas e fortemente armadas e com ramificações variadas na sociedade e no establishment local fazem desse trabalho uma missão para poucos. O intenso comércio ilegal de produtos das mais variadas espécies, capaz de enriquecer um indivíduo da noite para o dia, é um chamariz natural para toda sorte de aventureiros e de gente disposta a tudo para fazer fortunas fáceis.

Definitivamente esse não é um lugar seguro para operadores da justiça ou outros profissionais medrosos. São inúmeras as histórias de juízes e outros operadores da justiça que passam 24 horas do dia sob intensa proteção policial, dormindo cada noite num lugar, muitas vezes na própria delegacia, porque ousaram enfrentar o crime organizado da região. Mesmo assim, muitos deles perderam a vida ao primeiro descuido.

Fosse esse o único perigo que enfrentam, ainda estaria tudo sob controle. O pior, nesse mundo sem lei, é que muitas vezes o inimigo se esconde do lado de dentro da muralha, sob a forma de um policial cooptado pelo crime ou mesmo de empresários e políticos cujas fortunas provêm muitas vezes de atividades ilícitas e outras empreitadas ilegais rendosas.

O perigo maior para todo o xerife honesto que se aventura nesse faroeste caboclo é saber identificar o verdadeiro chefão e operador dessas quadrilhas, que agem como fantasmas na noite, mas que deixam um rastro de destruição e mortes por todo o lado. Escondidos nas mais altas posições sociais e institucionais locais, esses cidadãos insuspeitos utilizam do status que alcançaram para dar livre trânsito ao trabalho das quadrilhas, quer facilitando-lhes o exercício do crime, ou livrando-lhes da perseguição da justiça.

Usam da influência que possuem para dinamizar e dar uma certa aparência legal a seus negócios escusos. Da exploração ilegal de madeira, ouro, pedras preciosas, minérios raros, até do furto e exportação de espécies exóticas da flora e fauna é que vêm boa parte dessas fortunas mal explicadas, além, é claro, do contrabando de armas e drogas. Com essa gente poderosa e com trânsito livre na capital e no Poder, todo o cuidado é pouco.

Qualquer bisbilhotice maior que possa revelar ou mesmo indicar a possibilidade da existência desses negócios escusos, operados por essa elite local, pode custar aos representantes da justiça ou o cargo, com sua transferência imediata e sem aviso prévio ou motivo, ou, em último caso, a cabeça do próprio ousado. É essa a realidade que há décadas temos naquela parte do Brasil e que muitos fingem não enxergar.

A frase que foi pronunciada:

Ninguém é dono da multidão, ainda que creia tê-la dominada.”

Eugène Ionesco

Eugène Ionesco. Foto: wikipedia.org

Será

Leitora nos envia um lembrete. Alguém está monitorando o Sr. Deputado Jean Willys?

Jean Willys. Foto publicada em seu perfil oficial no Instagram.

Amplidão

Estava mesmo precisando de uma boa reforma, o Setor de Rádio e TV Sul. Parte tão antiga da cidade estava esquecida no tempo. Novas calçadas dão conforto e segurança aos pedestres e motoristas.

Foto: Renato Alves/Agência Brasília

Sempre Verde

Um quadro iluminado, na avenida W3, que definia a velocidade ideal para o motorista pegar todos os sinais abertos era de uma tecnologia simples e ideia inteligente. O acidente de ontem na W3 mostra que, se ainda existisse o aparato, as pessoas estariam mais seguras.

Prova cabal

Uma casa sem hierarquia vira anarquia. Um povo sem instituições que se respeitem perde todo o respeito pelas regras. É o caso do lockdown. STF, STJ, PGR, Governo Federal e governo local não se entendem e o cidadão fica completamente perdido. Estamos definitivamente sem segurança jurídica.

Charge do Amarildo

História de Brasília

Outro dia, o sr. Ibrahim Sued dizia em sua coluna sobre um baile no qual não serão aceitas máscaras: para quê, se somos mascarados o ano inteiro? (Publicada em 31.01.1962)

Questão de tempo

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ARI CUNHA

Visto, lido e ouvido

Desde 1960

com Circe Cunha e Mamfil

colunadoaricunha@gmail.com;

Charge: portalodia.com
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         Na avaliação de especialistas em segurança pública, o Rio de Janeiro já se transformou, de fato, num narco estado, semelhante ao que foi no passado a cidade de Medellin, na Colômbia. Segundo o IBGE, das 11,5 milhões de pessoas vivendo em favelas em todo o Brasil, cerca de 12,5% estão no Rio de Janeiro. Nessa cidade, aproximadamente 25% dos moradores vivem numa dessas favelas, onde a falta de infraestrutura básica capaz de emprestar o mínimo de dignidade aos cidadãos é um traço comum.

         Em meio a esse caos urbano, de onde o estado parece ter se exilado há décadas, os cariocas que ainda resistem em abandonar a antiga capital fazem o que podem para escapar do dia a dia de violência, usando dos mais impensados meios para não vir a se tornar também mais um número perdido nos formulários sobre estatísticas de criminalidade.

         Aplicativos de celular ajudam os cariocas a fugir dos tiroteios que acontecem praticamente sem interrupção ao longo do dia e da noite, inclusive nos bairros da zona sul, assolados por uma onda de crimes e arrastões jamais vista. Cercada por traficantes fortemente armados de um lado, por milícias de outro, tendo como retaguarda um governo em que boa parte foi parar atrás das grades por malfeitorias com o dinheiro público, o carioca é hoje refém de um estado dentro do estado.

          Dados divulgados pelo Instituto de Segurança Pública apontam indicadores comparativos entre o ano passado e esse ano. O aumento de homicídio doloso subiu 8,9% no Rio de Janeiro. Em relação a intervenção policial, o número de mortes cresceu 26,3%. Investigar, num exercício de memória, que caminhos foram tomados para que a cidade fosse mergulhada nesse pesadelo sem fim contribui muito para minorar esse flagelo.

         Um quadro dessa magnitude em que o problema ganhou dimensões que ultrapassam a capacidade da antiga capital resolver o problema de forma isolada, causa surpresa que até o momento não se tenham adotado medidas excepcionais para por fim a esse estado de guerra que sufoca a cidade.

Charge: essaseoutras.com.br
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         A intervenção militar, na área de segurança daquele estado, até o momento não tem surtido os efeitos que os idealistas esperavam. A diminuição tímida de alguns indicadores de violência e criminalidade e o aumento paralelo em outros, demonstra, na prática que as Forças Armadas, não possuem, nem de perto o preparo técnico e tático para enfrentar um meliante que age usando subterfúgios e ardis de guerrilha, misturados com o mais puro banditismo.

          Para piorar uma situação que se agrava a cada dia, parte da classe política do estado ainda instiga a população e a mídia a se voltar contra as poucas ações profiláticas dos militares, acusando-os de discriminação contra a população de baixa renda.

         Enquanto as autoridades não se entendem, preferindo abrir caminhos fáceis para a possibilidade de reeleição desses mesmos personagens que sempre assistiram do camarim seleto a cidade se desintegrar, a população prefere se esconder dentro de casa.

          O Rio de Janeiro das noites festivas que muitos conheceram, da cidade que não dormia, ficou no passado. Com a economia combalida pelo excesso de crise e de violência urbana, o Rio é hoje o retrato acabado de uma cidade que amanhã será também a nossa. É só uma questão de tempo se não houver mudanças.

A frase que foi pronunciada:

“O crime vai diminuir quando o Brasil for um país com mais desenvolvimento. Em Berlim, a criminalidade é baixa, mas não porque têm muitos policiais nas ruas, mas pelo grau de desenvolvimento daquele país. Hoje, estamos enxugando gelo na questão da Segurança Pública.”

José Mariano Beltrame

Charge: kiaunoticias.com
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Solidariedade

Mais um mês para arrecadar recursos para o João Vitor poder usar aparelho auditivo. Terceirizada do Ministério da Defesa, a tia de João sonha em ver o sobrinho se desenvolver nos estudos. Link para contribuir: https://www.vakinha.com.br/vaquinha/ajude-me-a-ouvir. Veja mais detalhes no blog do Ari Cunha.

PLS 140

Fernando Gomide informa que a Comissão de Constituição e Justiça do Senado debate 3 projetos de grande importância para a saúde no nosso país. Dentre eles, o PLS 140/2017, que busca dar celeridade e transparência aos procedimentos do SUS. Esse projeto elenca os atos que constituem improbidade administrativa, além de prever a punição dos responsáveis.

Charge: chavalzada.com
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Agenda

Hoje, o Conselho de Entidades de Promoção e Assistência Social e suas associadas farão uma manifestação pacífica às 10h em frente ao Palácio do Buriti para assegurar a continuidade das atividades das instituições sem fins lucrativos que trabalham com crianças, adolescentes, jovens, idosos e pessoas em grau de vulnerabilidade social. O governador Rodrigo Rollemberg deve receber a Diretoria do Cepas para ouvir as reivindicações. Afinal, trata-se de uma parceria que o governo deve valorizar.

Duo

Segunda-feira, dia 28, Ricardo Vasconcelos (contrabaixo) e Francisca Aquino (piano) vão se apresentar no teatro da Escola de Música de Brasília, na 602 sul, às 19h30. Entre 28 e 30 de maio, o professor Ricardo Vasconcelos realizará a Semana do Contrabaixo.

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Cada funcionário, entretanto, que compreenda o momento que vive, e sinta que uma carta é coisa sagrada, um telegrama tem que chegar ao seu destino, e uma encomenda não pode ser retida. (Publicado em 20.10.1961)