A bola e a tribuna

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)

hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

jornalistacircecunha@gmail.com

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Foto: JEWEL SAMAD / AFP

 

         Enquanto a bola, que animava os brasileiros, para de rolar nos estádios do Qatar, o Brasil continua a viver as surpresas do dia seguinte. Nem as últimas votações no parlamento, nem o recital de promessas dos postulantes para 2023 têm despertado a confiança da nação. O futebol insosso do escrete, “com chapéus” nos mais ingênuos, parece só ter valor quando brasileiros jogam noutros times no exterior. As caras manjadas em todos os espectros deixaram de empolgar os brasileiros.

         A decepção, desde a última Copa do Mundo no Brasil, com os seguidos casos de malversação de recursos, construção superfaturada de estádios e outras falcatruas, tanto na CBF como na própria FIFA, além de jogos similares que já estimularam até a criação de uma CPI do Apito vão retraindo e constrangendo o torcedor e matando, aos poucos, a esperança de um hexa.

         Do mesmo modo, os escândalos, em sequência contínua, praticamente reduziram a pó a imagem que a população faz hoje de alguns jogadores e também de alguns políticos. O desencanto geral vem também da encenação e das mentiras, quer dos jogadores que se jogam ao chão procurando vantagens e faltas inexistentes, quer da atuação dos políticos, obrigados a desmentir seus discursos descolados da prática.

         A perda de credibilidade e o malabarismo nos pés e na retórica vêm afastando fãs e eleitores. Ainda assim, para o bem do esporte e da democracia, futebol e política devem prosseguir. Quem sabe, ali na frente, as coisas se arrumem e tudo passe a ser novo, limpo, honesto. No caso da política, a coisa é mais complicada. Os representantes do povo não gostam das vozes roucas das ruas. Nem as gigantescas manifestações de rua acendem o sinal de alerta para todos aqueles que ainda apostam no velho modo de fazer política.

          Mesmo no futebol, já foi introduzido um segundo árbitro, chamado de VAR (Vídeo Assistant Referee), que auxilia o juiz em campo a tomar decisão em lances que geram dúvidas. Uma equipe de juízes e ex-juízes de futebol se postam numa central de vídeo, acompanhando a partida por diversos monitores desde o início. Um reforço na equipe é dado por técnicos em vídeos que destrincham as dúvidas, escolhendo o ângulo perfeito, em câmera lenta e repetição da jogada. Assim, por comunicação via fone, o veredito é dado ao árbitro, que decide.

          Interessante é que, mesmo tendo tecnologia de ponta, revisão das imagens, transmissão das imagens para todo o estádio, os jogadores continuam a fingir, simular faltas e dissimular dores. No futebol, como na política, é preciso regras claras, honestas e precisas. Tanto nos campos, como nos palanques. Jogador que tomou cartão vermelho deve sair de campo. Sem possibilidade de busca de blindagem por foro de prerrogativa. O fato é que o mal desempenho, nos campos e na tribuna, tem desanimado os brasileiros, mesmo aqueles que não gostam de futebol e nem de política. Reverter essa situação extrema é que é a jogada mais importante a ser feita agora.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“No futebol, a cabeça é o terceiro pé.”

Stanislaw Ponte Preta

Stanislaw Ponte Preta. Foto: reprodução

 

Surpresa

Para chegar à Secretaria de Economia, o estacionamento é bem concorrido. Lavadores de carro sempre a postos, gentis, comércio improvisado atende às necessidades dos trabalhadores ao redor. Veja as cenas que assustaram os frequentadores daquele local, com um acontecimento inesperado, a seguir.

 

Acredite se quiser

Acesse no link German euthanasia clinics refusing unvaccinated customers, a matéria original publicada no Expectator, sobre uma das exigências de uma clínica alemã para realizar a morte assistida. É requisito para a operação que o paciente apresente comprovante de vacinação contra o Coronavírus.

Foto: Tim Boyle/Getty Images

 

ABC Prodein

Projeto Social Contraturno Escolar, que oferece, gratuitamente para a comunidade de baixa renda, aulas de informática, música, esportes, jogos lúdicos, recreação, reforço escolar e alimentação precisa de doações. O endereço é na Área Especial 22 da Estrutural. Pix 982123736.

 

ET

Resolveram colocar, no estacionamento do Sams, um balanço para crianças. O lugar inédito, completo pelo gás carbônico, deve ter sido estabelecido por alguém que não conhece crianças.

Foto: Divulgação

 

Vai entender

Um passo gigantesco para a humanidade a Embaixada de Portugal disponibilizar atendimento pela Internet. Acontece que, depois de preencher todos os campos, conferindo números e datas de documentos, a resposta vem como uma espada: Não há vagas!

Foto: Divulgação

 

História de Brasília

Se a NOVACAP resolver importar pescado, nós teremos uma Semana Santa a muito menor custo de alimentação. Já que o assunto está entregue ao desenfreio, seria o caso de o sr. Laranja aproveitar e utilizar os mercadinhos da W-4. (Publicada em 14.03.1962)

De costas para a Copa

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hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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Foto: Divulgação/Catar 2022

 

Ao contrário do que se via em edições passadas, a Copa do Mundo de Futebol, patrocinada por uma entidade (Federação Internacional de Associações de Futebol/FIFA) pra lá de enrolada com escândalos de corrupção, não tem merecido, ao menos por parte dos brasileiros despertos para as agruras atuais do país, a atenção e o apoio que possuía em tempos idos.

Hoje, a impressão que fica, em muitos, é que essa Copa no Catar se transformou num evento “prá lá de Marrakech “, distante e perdido no tempo. Hoje, a maioria dos torcedores que ainda dedicam seu tempo a assistir as disputas do ludopédio internacional, observam esses jogos com um misto de desconfiança e de saudosismo. Desconfiança porque sabem, através das redes sociais, como foi construído todo esse palco fake para hospedar os jogos. Segundo consta, mais de cinco mil trabalhadores, vindos de países pobres da Ásia e de outras partes da África, mão de obra que muito bem poderia ser classificada como escravos modernos, perderam a vida durante a construção das obras para sediar essa Copa. Trata-se aqui de trabalhadores anônimos e sem importância maior para o evento mundial.

Também chegam notícias de que os Árabes encheram as malas dos cartolas com milhões de dólares e muitos quilos de ouro para assegurar certas facilidades para esse espetáculo. Investigar as movimentações suspeitas em mais essa Copa, no país anfitrião, que é reconhecidamente uma ditadura fechada e retrógrada, não irá avançar um milímetro sequer. No Brasil, até hoje, os processos envolvendo a Copa de 2014, que abarrotam os tribunais de todo o país, também não resultaram em nada. Onde quer se ande pelas cidades do Brasil, ainda é possível ver os gigantescos e abandonados estádios de futebol, construídos com sobrepreço e desvios de toda a ordem, verdadeiros elefantes brancos ou monumentos à corrupção e à impunidade.

São, por fatos como esse, que o torcedor, que antigamente vestia a camisa do clube, hoje, vendo o que ocorre nos bastidores desse esporte, ficou desiludido com o futebol. Felizmente hoje, parte da antiga torcida acordou para as manobras e mutretas que escondem esse esporte. Usado como estratégia ufanista de muitos ditadores, que recorriam ao futebol como meio de iludir e distrair o povão das agruras e da violência dia a dia, o futebol perdeu seu colorido.

Agora, em dias de jogos da seleção brasileira, mais do que observar a partida, é preciso ficar de olho no que ocorre, ao mesmo tempo, nos bastidores da política. Alguns entendidos nessas manobras alertam para a possibilidade de a final dessa Copa coincidir com votações de projetos importantes para o país, como aquele que coloca um ponto final na possibilidade de abrir-se processos de impeachment contra autoridades togadas e outros próceres da República. Olho vivo é preciso! Nesta Copa, a melhor posição diante da TV é ficar de costas para os jogos e com a atenção voltada para dentro do campo político, onde ocorrem os jogos de Estado que nos interessam e que trazem consequências na vida cotidiana de todos.

 

A frase que foi pronunciada:

“Os caras roubam os clubes, acabam com o dinheiro, e vêm botar a culpa na Lei Pelé.”

Pelé

Foto: FRANCK FIFE

 

Invasão

De repente, o telefone toca. O Bina aponta para o (61) 2102-9522. Uma gravação avisa que um novo cartão está disponível e começa a arrancar alguns dados de quem tem paciência e ingenuidade para ouvir.

Foto: Divulgação/ALEMS

 

Manutenção

Na 706 Norte, uma pessoa caiu de uma escada em um buraco de dois metros. Com as chuvas, o GDF deve criar um canal com a comunidade para saber o estado de conservação das obras que empreende. Todos sairiam ganhando, menos quem não prestou o serviço a contento.

Foto: comerciobrasilia.com

 

Arte

Autêntico Flamenco pela Ópera Real de Madri&Fever. Programação interessante para quem aprecia música e dança espanhola. Veja os detalhes no link https://feverup.com/m/121927, antes que os ingressos acabem.

 

Rapidez e resultado

Petróleo que vale é o Petróleo fora das reservas. A riqueza de Dubai vem da rapidez com que é extraído. Se o preço internacional sobe, a Arábia Saudita produz mais e baixa o preço. O Petróleo é nosso e não vai valer mais nada em algumas décadas. Agora é a hora de extrair para investir em saúde e educação. A sugestão é do ministro Paulo Guedes.

Imagem: REUTERS/Diego Vara

 

História de Brasília

É lamentável que o plano educacional de Brasília, em tôda a sua plenitude, não seja seguido, mas já que está assim, ninguém pode deixar ir tudo por água abaixo. É preciso haver uma solução, e esta, pelo menos, foi a apresentada. (Publicada em 13.03.1962)