Tarifaço

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Charge do Thiago para o Jornal do Commercio (PE)

Muitas têm sido as análises sobre as consequências imediatas e a longo prazo das medidas adotadas pelo presidente Trump conhecidas como tarifaço. A maioria dessas análises, feita por pessoas gabaritadas, que entendem como funciona o complexo setor do comércio internacional entre países. Quase nenhum desses estudos olha para o essencial dessas medidas, que, em resumo, segue o que prometeu o então candidato Trump em sua campanha para a Casa Branca. Sendo assim, o tarifaço vem ao encontro do lema daquela campanha: “Tornar a América grande novamente.”

Com isso, endossar as tarifas implementadas por Trump não deve ser visto como um gesto simplista ou meramente protecionista, mas como uma resposta estratégica a um impasse geoeconômico estrutural: a impossibilidade de estabilidade global diante de desequilíbrios comerciais persistentes. A existência de superávits crônicos — como o da China — contrapostos a déficits igualmente crônicos — como os dos Estados Unidos — constitui terreno fértil para tensões geopolíticas latentes e, por vezes, explosivas.

Longe de configurarem uma postura hostil, tais tarifas operam como mecanismos corretivos imprescindíveis frente à lógica expansionista e hegemônica do projeto chinês. Ao erigir barreiras ao livre-comércio com Pequim, a administração Trump não apenas busca resguardar a base industrial norte-americana, mas força o Ocidente a confrontar um dilema civilizacional: ou opta-se por Trump e pela reindustrialização da maior economia liberal do Ocidente, ou alinha-se ao modelo chinês fechado de hiper acumulação de capitais, cuja contrapartida é a desindustrialização ocidental, como acenam tecnocratas globalistas sob o comando do PCC da China.

Nesse caso, há uma série de reflexões econômicas e geopolíticas relevantes sobre a dependência do Ocidente — especialmente dos EUA — em relação à China. A começar pela dependência industrial e vulnerabilidade estratégica, o que acaba por afetar a própria segurança interna dos EUA. A questão é simples. A partir do momento em que o Ocidente reconheceu a China como Economia de Mercado a coisa desandou. O Ocidente, ao permitir que a China se tornasse a “fábrica do mundo”, passou a depender intensamente da produção chinesa para itens estratégicos — de produtos eletrônicos a insumos médicos. Isso gerou, logo de saída, uma desvantagem para o Ocidente como os riscos visíveis de interrupções na cadeia de suprimentos, como foi visto na pandemia. A pouca autonomia industrial, todos sabem, compromete a soberania econômica e a segurança interna.  Com isso, a China pode usar essa dependência como ferramenta de pressão geopolítica, como já demonstrado em diversas disputas comerciais anteriores. Com a entrada da China, houve, portanto, uma forte desindustrialização ocidental e concentração de renda.

Embora a terceirização da produção para a China tenha reduzido custos, num primeiro momento, essa estratégia causou uma forte desindustrialização em muitos países ocidentais, especialmente nos EUA. Milhões de fábricas fecharam as portas, inclusive no Brasil, gerando não só perda de empregos industriais de qualidade, com impacto direto na classe média. Por outro lado, passou a fortalecer o aumento da desigualdade: pois, enquanto os produtos ficaram mais baratos, os lucros se concentraram nas elites que controlam cadeias globais de suprimento. Não se enganem, esse modelo, urdido pelo Partido Comunista Chinês, favoreceu apenas lucros corporativos no curto prazo, em troca do enfraquecimento da base produtiva local assim como o poder de barganha dos trabalhadores no longo prazo.

O “truque” chinês consistiu em mostrar uma fictícia e artificial baixa na inflação, sustentada apenas por uma produção massiva de bens de consumo baratos oriundos da China. Isso beneficiou, principalmente, consumidores e investidores no Ocidente, mascarando problemas estruturais, que hoje parecem sufocar o Ocidente. Isso equivale a dizer que o consumo foi financiado por déficits comerciais crescentes, o que vem resultando num falso modelo. Também não houve incentivo para inovação ou reindustrialização interna, já que os produtos chineses eram imbatíveis em preço e em oferta. Vê-se logo que tal modelo é insustentável no longo prazo, pois o produtor (China) acumula poder e influência política ao mesmo tempo em que usa essas vantagens comerciais para reforçar seu poderio militar globalmente. Estratégias econômicas ensinam que qualquer crescimento assimétrico gera riscos geopolíticos e um prenúncio de guerra.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Quando olhamos para isso, precisamos reconhecer o tamanho da Apple, que vale US$ 4 trilhões em Bolsa. Isso é o PIB da Alemanha. Portanto, com quem Trump estava falando?”

Leonardo Trevisan

Leonardo Trevisan. Foto: Reprodução/CNN Brasil (21.fev.2022)

 

História de Brasília

Pois bem. Assim era no começo. Faz muito tempo que deixou de funcionar. A princípio, disseram que haviam comprado os aparelhos, mas não compraram as pilhas, que era de mercúrio. (Publicada em 29.04.1962)

Não conheço nenhuma delas

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Apoiadores de Trump na Flórida celebram a vitória após anúncio do canal Fox News – Foto: Jim Watson / AFP

 

Digam o que quiserem sobre a eleição presidencial dos Estados Unidos ou sobre a vitória de Donald Trump depois de quatro anos de perseguições e de uma tentativa de assassinato em um comício de campanha na Pensilvânia. Muitos podem não gostar da figura pessoal de Trump, arrogante e altivo, principalmente os chamados globalistas de esquerda, dentro e fora dos Estados Unidos. O que é fato inconteste é que ele foi eleito por uma votação limpa e esmagadora, que praticamente cobriu todo o mapa dos EUA com as cores dos republicanos.

O povo soberanamente escolheu quem achou que iria reverter a guinada silenciosa dos EUA rumo a uma espécie de socialismo tardio, infectado ainda pelos ventos dos movimentos Woke e Queer, que hoje minam a Europa e ameaçam afundar economica, social e politicamente toda a União Europeia.

A eleição naquele país deixou claro, pela diferença de votos, que os americanos apontaram a direção que desejam seguir. E mais do que isso, rejeitaram a direção errada que estavam seguindo. Para reforçar esse retorno às ideias liberais, os mercados americanos e principalmente os papéis na Bolsa registraram recordes de valorização, mostrando que o capitalismo, que enriqueceu dos Estados Unidos como nenhum outro país, estava de volta.

No cumprimento das promessas de campanha, Trump lembrou, em seu discurso no Congresso em 5 de março, que logo nas primeiras semanas de governo mais de 100 ordens foram assinadas, juntamente com 400 outras ações executivas com vista a restaurar o que o presidente chamou de bom senso, segurança, otimismo e riqueza. Para Trump, o povo americano o escolheu para fazer justamente esse trabalho. Mesmo medidas que são criticadas por muitos países, como o controle rígido sobre as imigrações, a população americana demonstrou total apoio, pois vinham a inquietando.

Como bem lembrado por Trump, nada do que ele poderá fazer e fará irá alegrar os democratas. Logo de cara, o presidente eleito fez o que a população pedia, que era o congelamento de todas as novas contratações federais, congelando também todas as novas regulamentações e ajuda externa. Acabei, disse ele, “com todo o ridículo esquema verde”, retirando seu país do Acordo Climático de Paris, que custava trilhões de dólares aos americanos e não era pago por outros países. Trump destacou ainda que retirou seu país da “corrupta Organização Mundial de Saúde”, se afastando também do Conselho de Direitos Humanos da ONU pelo seu reiterado antiamericanismo.

Também foi destacado o trabalho feito na eliminação de regras e regulamentos desnecessários, simplificando normas. Outra medida que teve o apoio da população, mas que foi logo reprovada pelos democratas, foi a ordem para que todos funcionários federais retornassem aos escritórios, sob pena de serem imediatamente afastados de suas funções.

Trump anunciou que deu fim também ao chamado governo armado, instrumento que permite que qualquer presidente em exercício possa processar ferozmente seus oponentes políticos. Ao mesmo tempo, deixou claro que pôs fim a todo o tipo de censura, além da volta da liberdade de expressão, que, na avaliação dele, vinha sendo limitada nos governos dos democratas.

Outro ponto destacado em seu discurso foi a decisão de acabar de vez com as políticas de diversidade, equidade e inclusão em todo o governo federal, no setor privado e nas forças armadas. “Trabalhadores devem ser contratados ou promovidos com base na habilidade e na competência e no mérito, não de acordo com a raça ou gênero”, disse ele, lembrando que essa medida teve o apoio total da Suprema Corte americana. “Removemos o veneno da teoria racial crítica de nossas escolas públicas, e eu assinei uma ordem tornando política oficial do governo dos EUA a existência de apenas dois gêneros: masculino e feminino. Também assinei uma ordem executiva para proibir os homens de praticar esportes femininos”, seguiu o presidente.

Na economia, Trump destacou sua luta para tornar o principal insumo, que é o do alto custo da energia. Para tanto, mandou reabrir mais de cem usinas de energia que haviam sido fechadas, declarando uma política de emergência energética nacional. Lembrou ainda que fará tudo para acabar com o desperdício de dólares dos contribuintes, dando todo o apoio ao Departamento de Eficiência Governamental (Doge), chefiado pelo bilionário Elon Musk. Apresentou também uma extensa lista de altos gastos impostos do Tesouro americano que vão do fornecimento de carros gratuitos para estrangeiros ilegais até milhões de dólares gastos em favor do empoderamento de povos indígenas e afro-caribenhos. Para ele, esses gastos eram verdadeiros golpes aplicados em cima dos contribuintes. Com essas e outras medidas Trump, espera reaver os bilhões de dólares desviados do tesouro e que se esvaem em meio a complexa máquina pública americana.

Ele ressaltou que, somente na área de Seguro Social, havia uma lista com milhões pessoas de 110 a 119 anos de idade e outras listas de beneficiários com pessoas de 120 a 129 anos de idade. Outras com listas de milhões de pessoas com 130 a 139 anos de idade, e outras milhões de pessoas com idade entre 140 e 149 anos. “Não conheço nenhuma delas”, disse.

 

História de Brasília

Apesar de inaugurado o telefone público, os do aeroporto estão na mesma. Eram quatro. Um foi retirado, dois não funcionaram e um funciona mal. (Publicada em 27/4/1962)

Controle de pragas

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Imagem: reprodução da internet

 

Navios graneleiros, quando não servem mais para o transporte de grãos, por fadiga de material ou outros motivos, seguem para os portos da Ásia, onde vão ser retalhados para a reutilização dos metais. Antes disso, passam por um processo de dedetização completa para eliminar ratos e outros bichos. Nesse momento que antecede a morte da grande nave, milhares de ratos, baratas e outros insetos põem-se a correr afoitos por todos os lados, fugindo desesperados da morte certa. É nesse momento que a tripulação do graneleiro descobre que havia a bordo uma imensa e antiga tripulação de bichos, que viviam escondidos, alimentando-se dos grãos transportados pela nave. Formavam, assim, uma espécie de subtripulação escondida, por décadas, nos porões escuros, reproduzindo-se e vivendo às custas do trabalho de outras pessoas. Essa tripulação clandestina causou ao longo dos anos enormes prejuízos econômicos aos transportadores, além de transmitir doenças fatais diversas.

Numa analogia ligeira, poderíamos comparar esses enormes navios graneleiros aos estados, sobretudo àqueles que endossam políticas do tipo estatizantes, nas quais o maior empresário é ninguém menos do que o próprio Estado e, obviamente, todos aqueles que vivem próximos ao poder. Hoje, a esse fenômeno que faz com que existam, simultaneamente, dois Estados convivendo ao mesmo tempo numa só figura jurídica, foi dado o nome de “Deep State”, ou Estado Profundo.

Esse termo vem ganhando cada vez mais atenção dos estudiosos e tem entrado também nas discussões políticas dentro e fora do país. O termo parece ter surgido na Turquia para descrever uma espécie de governo ou rede paralela, que, mesmo operando de maneira oculta, envolvia agentes do governo e muitos outros grupos de interesse.

Existe, sim, um sistema subterrâneo que controla, ou influencia, as decisões políticas do Estado e do governo. Na sua maioria, é formado pela própria elite de um país, que age como passageiros clandestinos nesse enorme navio que é o Estado.

Ações de dedetização, como no caso da Operação Lava-Jato, têm efeitos curtos para eliminar a totalidade desses ratos de duas pernas que operam nas sombras. A população em geral não faz a mínima ideia da existência desse tipo de Estado profundo, pois muitos partidos políticos e as grandes e múltiplas corporações cuidam para que todo e qualquer escândalo seja logo abafado e não venha à tona.

O combate ao “Deep State” exige grande dose de poder de decisão e de vontade de eliminar, pelas raízes, esse mal, que acaba sempre afetando negativamente a vida da população, pois esse Estado das profundezas, poderíamos classificá-lo dessa maneira, exerce grande influência para moldar e mudar a agenda política e econômica de um país. Essa é, justamente, a grande batalha que vem sendo travada nos Estados Unidos pelo novo governo americano.

Pelas suas repercussões e pelo alarde e pânico que têm provocado, vê-se logo que as ações de Trump contra esse verdadeiro hospedeiro danoso estão atingindo áreas antes intocáveis e de muito poder. Trump está mexendo com um verdadeiro vespeiro, contrariando a mídia e as grandes corporações que, por décadas, usufruem de um poder paralelo às custas do contribuinte americano. São bilhões ou talvez trilhões de dólares que são sorvidos pelo “Deep State” a cada ano, sem fiscalização e às escondidas da população.

Os seguidos ataques que vêm sofrendo de todos os lados, inclusive, com atentado à bala contra sua vida, evidenciam que essa é uma guerra interna de grandes proporções. Engana-se quem pensa que a existência de um Estado profundo ou das profundezas é coisa de outros países. Por aqui, a história se repete, potencializada pela inoperância e leniência da Justiça e pela certeza de que as penalidades nunca alcançarão os poderosos.

Embora opere nas sombras, não restam dúvidas de que a ação de um “Deep State” em nosso país tem contribuído enormemente para a erosão da confiança do cidadão nas instituições, criando ainda um ambiente nefasto de polarização social e política, ao excluir grandes parcelas da população dos ganhos econômicos. Trata-se, assim como nos Estados Unidos, de um processo de dedetização que, mais cedo ou mais tarde, teremos que enfrentar, caso haja o sincero objetivo de evitar que o enorme e infestado graneleiro, que é o Brasil, não venha a pique.

 

A frase que foi pronunciada:

“Invista na saúde, na sua empresa e no bem-estar da sua família. Elimine as pragas.”
Mote de uma dedetizadora

Charge do Cazo

 

História de Brasília

Um pequeno lembrete à Câmara dos Deputados, quando for distribuir subvenções: a Vasp anunciou no seu balanço de 1961 o lucro de 118 milhões de cruzeiros. (Publicada em 27/4/1962)

A borduna e o tacape

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Foto: Brian Snyder

 

Tempos de crise sugerem, logo de saída, que as armas da diplomacia não estão resolvendo as questões. Há muito se sabe que política e diplomacia devem caminhar de mãos unidas. O que não se pode admitir é que a política, com suas várias faces ideológicas, acabe contaminando os objetivos da diplomacia, fazendo-a agir de modo titubeante e parcial. Pois, a diplomacia induzida por víeis político acaba transformando a virtude em vício e o entendimento em confronto. Hoje, é mais do que necessário que o mundo faça uso das armas inteligentes da diplomacia. Não aquela acordada em bebidas alcoólicas e rega-bofe, mas aquela estabelecida por horas e horas nas mesas de negociações, sem fanatismos e sem covardias.

Ceder para conquistar. Em vista dessas premissas, o que se pode observar acerca dos últimos acontecimentos ocorridos no Brasil e no mundo é que, sem a diplomacia, estamos todos nus e perdidos em selva inóspita. No caso recente do encontro entre o presidente americano, Donald Trump, e o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, o mínimo que se pôde observar da conversa, transmitida ao vivo pelas televisões diretamente do salão Oval da Casa Branca, é que faltou diplomacia ao chefe americano. Não se faz negociação de paz, ainda mais nesse caso de agressão da Rússia contra um país soberano, sob pressão ou intimidações. Aceitar as condições apresentadas por Trump, que aliás coincidem com as condições do ditador russo Putin, equivaleria no caso de Zelensky, a uma capitulação, desonrando seus compatriotas vivos e os que tombaram defendendo seu país.

O big stick policy, ou a diplomacia da força iniciada por Roosevelt no início do século XX, parece estar de volta aos Estados Unidos. Só que os tempos são outros. É certo que os contribuintes americanos não querem mais destinar seus impostos para a continuação de uma guerra que parece que não terá um fim próximo. Mas daí a querer encostar o líder ucraniano contra a parede, exigindo uma paz imediata, mostra que a diplomacia americana está vivendo as mesmas agruras e desprezo que a diplomacia de outras partes do mundo, sobretudo, em nosso caso, a diplomacia brasileira.

Também por aqui se assiste a colocação da diplomacia de nosso país a reboque dos interesses políticos e ideológicos do atual governo. Tanto é assim que o chanceler de fato desse governo é o Celso Amorim e não o oficialmente indicado Mauro Vieira. No caso do chanceler Mauro Vieira, é até um alívio que ele não tenha que suportar o vexame de estabelecer conversações com a maioria dos ditadores do mundo, nem tenha que aparecer em fotos ao lado dos maiores e mais procurados terroristas da atualidade.

Mas ainda assim, a pasta que ele chefia, segue sempre em segundo plano dentro do atual governo, sobrando apenas assuntos de menor interesse ou as batatas quentes difíceis de ser negociadas. É o caso aqui do pedido do Supremo Tribunal Federal para que o Itamaraty entre na questão envolvendo essa Corte e os Estados Unidos com relação à censura imposta às big techs. Outro caso emblemático da falta que a diplomacia faz para aplanar os caminhos da paz e da concórdia é a recente nomeação da deputada petista Gleisi Hoffmann para ministra da Secretaria de Relações Institucionais (SRI) da Presidência, no lugar de Alexandre Padilha. Para quem não sabe, essa pasta cuida, essencialmente, das relações entre o Executivo e o Legislativo, para o estabelecimento de pontes de entendimento político. Para quem sabe também, a nomeação de Gleisi tem sido, até agora, criticada por cada nove entre dez políticos, inclusive da própria legenda do atual presidente. O próprio José Dirceu, a eminência parda do PT, afirmou que a colocação de Hoffman na pasta da SRI vai ser um desastre. Disse ele: “ vai dar Dilma”.

Não é de hoje que as relações institucionais entre o Congresso e o Palácio do Planalto deixaram de lado a diplomacia política e passaram a ser feitas na base da liberação ou não das emendas secretas, hoje, manipuladas diretamente pelo Supremo. É o mundo do tacape, da borduna e das malas cheias.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Mesmo na guerra, há regras… Esses caras não têm regras”.

Volodymyr Zelensky, durante uma entrevista referindo-se à Rússia.

Volodymyr Zelensky. Foto: Getty Images

 

Livro

Um deleite correr os olhos pelas linhas do “Lumiar de Lamparina”, um livro de memórias de Luiz Bezerra de Oliveira. Ora sorrindo, ora enxugando as lágrimas, o livro é um exemplo da riqueza de vida de tantas pessoas que atravessaram as maiores privações para alcançar a vitória nos estudos e no trabalho. Sem pé de meia, com os pés no chão.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

 

História de Brasília

A minha terceira atividade é publicidade, mas quando recebo dinheiro dou recibo, o que nem todos fazem na nossa profissão, infelizmente. (Publicada em 27.04.1962)

Sentido da palavra

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Deportados dos Estados Unidos, em imagem divulgada pela Casa Branca                     Crédito: Divulgação/Casa Branca

 

Muitos fatos correlatos, pouco ou nada explorados e até propositalmente omitidos por muitos, deveriam ser objeto de honesta reflexão, por todos que se interessam pelos casos envolvendo as recorrentes deportações de brasileiros dos Estados Unidos (EUA) para o Brasil. A começar pelo simples detalhe de que todos os brasileiros que rumaram por livre vontade para os EUA o fizeram porque não encontraram, em sua própria terra natal, condições dignas de prosperar como indivíduo ou mesmo como trabalhadores.

A desesperança e a total falta de perspectivas são os motores que impulsionam os brasileiros a buscar um futuro melhor para si e para os seus lá fora. Gerações após gerações, os brasileiros puderam constatar, da pior maneira possível que, a cada ano que passa, a deterioração da economia em geral os empurra para fora do país. A escolha é entre ficar por aqui e viver desesperançado, trabalhando apenas para sobreviver no dia a dia ou ir em busca de um sonho de melhorar de vida num país onde as coisas acontecem de fato e as chances de um futuro garantido são infinitamente maiores do que as encontradas no Brasil.

É fato que esse tipo de escolha não é fácil e a decisão tem que ser o mais rápido possível, enquanto o indivíduo pode ainda contar com o ânimo e a força própria da juventude. É fato ainda que os brasileiros vêm empobrecendo a cada ano. Para muitos, a emigração é a única e talvez a última oportunidade de melhorar de vida e, portanto, vale a pena arriscar quaisquer meios para entrar nos Estados Unidos, inclusive com risco de perder a vida nessa aventura.

As imensas agruras daqueles que se aventuram a entrar nos EUA demostram bem até que ponto vale correr esses riscos para sair de um país eternamente envolto no submundo do desenvolvimento. Não adianta dourar a pílula com fantasias de que nossos emigrantes são apenas aventureiros sem causa. Cada um desses que saem do país sabe muito bem que o empobrecimento paulatino que vão experimentando é obra de um único personagem: o governo. São os governos que tornam os cidadãos pobres, e não quaisquer outros fatores naturais ou morais.

Com isso, cabem aos governos a criação de condições para que nossos jovens permaneçam em nosso país. Obviamente não com esmolas, mas com ferramentas para construir uma nova vida.

O fato de muitos virem de volta para o Brasil, algemados e acorrentados, demonstra ainda que eles retornam de maneira forçada e contra a vontade. Pudessem escolher em permanecer lá fora, a grande maioria nunca mais voltaria para o Brasil. Houvesse um sincero mea culpa, o governo, que tanto alarde fez com essas deportações, deveria se empenhar para melhorar as condições econômicas do país e com isso reter a fuga de nossos jovens para o exterior.

Ninguém nega o fato de que viver em outro país como forasteiro e imigrante exige grande capacidade e humildade para aceitar as manifestações de xenofobia, que existem e parecem aumentar com chegada de grandes levas de pessoas nos Estados Unidos. Viver como estrangeiro num país distante sempre gera muita dor. Mas, ainda assim, vale a pena, devido às péssimas condições e incertezas de nosso país. Não se enganem: fossem oferecidas condições oficiais de transporte e permanência de nossos jovens nos Estados Unidos, a maioria de nossos compatriotas, no melhor vigor de suas existências, deixariam o Brasil sem olhar para trás.

É isso que deveria ser motivo de preocupação desse e de outros governos. Em entrevistas, os retornados não escondem a decepção com a volta forçada. Muitos até confessam que, na primeira oportunidade, irão tentar novamente ingressar nos Estados Unidos. Não há nada de especial nessa onda de emigração. A maioria dos jovens sul-americanos faz o mesmo caminho em busca de melhores condições de vida na América do Norte, principalmente as populações submetidas a regimes totalitários.

O problema não são as algemas e correntes que os deportados são obrigados a carregar consigo no retorno. O problema real são as algemas e as correntes que aprisionam muitos latino-americanos a seus países, impedindo-os da liberdade e de ter algum futuro digno.

 

A frase que não foi pronunciada:
“Não vejam as algemas dos deportados como uma forma de degradação humana. Retirando as algemas, a degradação continua.”

Dona Dita vendo o noticiário

Foto: poder360.com

 

História de Brasília
O cine Brasília há vários domingos só apresenta filmes proibidos para menores de 18 anos. É o dia das crianças comparecerem ao cinema e estão sempre impedidas. O Serviço de Comunicações do Ministério da Fazenda está com mil processos aguardando tramitação. (Publicada em 26.04.1962)

Barba e bigode

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Apoiadores de Trump na Flórida celebram a vitória após anúncio do canal Fox News – Foto: Jim Watson / AFP

 

          Embora não admita de público, a vitória patente do presidente republicano, Donald Trump, trará sim consequências que, direta e indiretamente, irão afetar o atual governo brasileiro. Foi-se o tempo em que as eleições americanas ocupavam o rodapé dos jornais por aqui. Mesmo a despeito da política externa do Big Stick e da América Para os Americanos, não havia esse estreitamento e essas interrelações capazes de influenciar o governo e até a força-lo a adotar alterações nessas relações com o irmão do Norte.

          O mundo, quer alguns desejem ou não, está num processo de formação gigantesca global. Nesse processo, é preciso lembrar que, no caso do Brasil, geografia é destino e até sina. Por mais que o atual governo busque um protagonismo dentro do Bloco dos BRICS, é certo que esse clube de além mar possui suas próprias estratégias e objetivos. E eles utilizam-se do Brasil e do resto do continente Sul apenas para formar uma base de apoio e logística próxima aos Estados Unidos, de onde pretendem alcançar a América do Norte.

         Como uma espécie de boi de piranha, o Brasil é usado assim para as manobras de China, Rússia, Irã e outras ditaduras para fustigar, de perto, os americanos. Para as esquerdas do continente, que vão sendo cercadas pelo avanço dos conservadores de direita, os BRICS representam uma tábua de salvação, onde podem se aninhar para pressionar, por viés econômicos e outros planos, os EUA.

         Caso tenha possibilidades de cumprir, ao menos, metade do que prometeu em sua campanha rumo à Casa Branca, os BRICS irão enfrentar o seu maior revés desde que foi criado. Internamente, para nosso país, a vitória de Trump trará reflexos diretos para a área econômica, podendo servir de chamariz para atrair os capitais estrangeiros que ainda insistiam em permanecer no Brasil. De cara, essa vitória elevou o valor do dólar, empurrando, mais ainda, nossa moeda ladeira abaixo.

         A maioria obtida pelo Partido Republicano no Congresso americano, juntamente com a Suprema Corte, dará um poder gigantesco ao presidente Trump, que retorna com a experiência adquirida no mandato anterior e com vontade de fazer o que não pode, quando sua reeleição foi obstada por uma vitória discutível, como no último pleito que concorreu. Já se comenta que os governos de esquerda não terão vida fácil com Trump na presidência e isso pode incluir o Brasil, que, nos últimos anos, tem fustigado abertamente os americanos, buscando comprar uma briga que, seguramente, não pode suportar nem meio round.

         Depois da Argentina, que vai seguindo, aos poucos, pelo caminho da racionalidade e da prudência, chega a vez dos Estados Unidos voltarem ao eixo e ao leito normal do capitalismo liberal, donde podem alcançar a invejada posição de maior economia e democracia do planeta. Com essa nova configuração no governo americano, o menos pior que pode acontecer ao Brasil é ele ser ignorado na política externa de Trump, o que também configuraria um imenso retrocesso para nosso país.

         A ilusão alimentada pelo pessoal de esquerda de que o Brasil pode, num mundo globalizado, seguir adiante e sem problemas, separado dos EUA, é, além de uma falácia política, a razão pelo qual estamos cada vez mais empurrados e atolados nas areias movediças de um clube internacional de ditadores, cutucando o leão com vara curta. A essa hora, Maduro está coçando o bigode e Lula, as barbas. Melhor diante dessa nova realidade, colocar bigode e barba de molho.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Quero agradecer a milhões de americanos por aparecerem em números recordes e entregarem uma vitória. Nós os retribuiremos e faremos nosso melhor trabalho. Nós daremos a volta por cima, em todos os sentidos. Este será lembrado como o dia em que o povo americano recuperou o controle do país.”

Donald Trump

Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Foto: Jim WATSON / AFP/CP

 

Agora sim

Perto do Ceub, havia uma viatura do Detran orientando o trânsito que estava caótico. Trabalho efetuado com sucesso.

 

Peso da opinião pública

Anderson Almeida, advogado criminalista, enviou-nos um artigo sobre o caso Diddy e o peso da opinião pública na responsabilização por crimes sexuais. Veja a íntegra a seguir.

–> Caso Diddy e o peso da opinião pública na responsabilização por crimes sexuais

Anderson Almeida – advogado criminalista

Formalmente, a opinião pública não é considerada para fins penais. Nada em nossa legislação confere peso ou legitimidade ao clamor popular. Materialmente, entretanto, a grita em torno de crimes midiáticos costuma influenciar ações penais.

Casos como o das acusações de crimes sexuais envolvendo o rapper Sean John Combs, conhecido também como P. Diddy, mostram um lado da relação entre Justiça e opinião pública que passa despercebido: a proteção da vítima.

O fundamento adotado para negar a fiança de US$ 50 milhões — algo em torno de R$ 286 milhões — para que o rapper respondesse ao processo em liberdade foi que ele poderia interferir nas investigações. É um argumento válido, mas que só ganha tração graças à indignação popular.

Sob esse viés, a opinião pública tem sido a fiel da balança para garantir que crimes sexuais cometidos por pessoas poderosas sejam efetivamente punidos.

No Brasil temos casos em que a opinião pública foi tão ou mais importante para a punição de agressores. Um dos casos recentes é o do empresário Thiago Brennand, condenado a mais de 20 anos de prisão em processos por violência contra mulher. Seus crimes só vieram à tona quando um caso de agressão em uma academia foi noticiado pela imprensa. Só com a exposição pública de seu algoz as vítimas decidiram romper o silêncio e procurar as autoridades.

Caso semelhante ocorreu com o médium João de Deus. Só a exposição pública — e a indignação da opinião pública — fez com que uma personalidade cortejada por empresários, políticos e famosos antes tida como intocável fosse alcançada pela lei.

Não estou pregando a violação dos direitos dos acusados de crimes midiáticos. As garantias previstas em lei devem ser preservadas sempre para a integridade da Justiça. Contudo, no que diz respeito a crimes sexuais, é inegável a contribuição da mídia e da opinião pública para romper o ciclo de silenciamento a que as vítimas costumam ser submetidas.

 

História de Brasília

Ainda na Universidade, as formas de concreto que deveriam ser retiradas em 48 dias, foram retiradas em 40 horas, por processos especiais. (Publicada em 21.04.1962)

Liberdade de imprensa

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Ilustração: reprodução da internet

 

         Quando você percebe que quase 60% dos jornalistas profissionais dos Estados Unidos já declaram, publicamente, que estão extremamente preocupados com a liberdade de imprensa naquele país e com os caminhos adotados pelos grandes veículos de comunicação, de fechamento e alinhamento com as teses da esquerda, é que o problema é deveras preocupante e pode culminar numa situação que ninguém jamais poderia imaginar.

         Pensar que, justamente na terra da oportunidade e da liberdade, a censura e a limitação do pensamento se tornaram uma ameaça real, sobretudo para a grande parcela conservadora da população, é demasiado preocupante, pois pode, em curto espaço de tempo, abrir caminhos para perseguições e todo o tipo de cerceamento de opinião, levando aquele país a uma situação surreal e mesmo explosiva.

         Essa verdadeira distopia histórica, até pouco tempo, era uma realidade cotidiana apenas em países periféricos e subdesenvolvidos, sujeitos a instabilidades políticas e submersos em ditaduras ferozes. Falar em censura nos Estados Unidos, onde a imprensa foi, desde sempre, os olhos e os ouvidos dos cidadãos, chega a ser um anátema. O pior é pensar que essa situação, que agora parece ameaçar os americanos – que por séculos conhecem e experimentam uma das mais sólidas democracias do planeta – poderá acontecer em outros países, com menores ou nenhuma tradição democrática, sobretudo na América Latina, que vive entre aberturas e fechamentos de regime. E olha que os americanos possuem, em sua retaguarda, um Legislativo e um Judiciário que se pautam fielmente pela Constituição, a mesma Carta que desde 1776 considera e leva a sério a opinião livre dos cidadãos.

          Quando aqueles que transitam nos meandros do governo americano chegam a confessar sua preocupação com a tão respeitada liberdade de imprensa, é porque sabem do que estão falando e preveem um fechamento de opinião e ideias para os próximos anos, a não ser que haja uma reviravolta política naquele país. Muito se fala de sabotagens praticadas pela China e pela Rússia e de interferências indevidas nas eleições internas dos EUA, bem como do desejo que esses países nutrem de verem a América caminhando para seu colapso econômico e de braços abertos para as ideias do socialismo.

         Caso os Estados Unidos um dia abracem as teses marxistas como modelo de Estado, a decadência econômica será então um processo natural, repetindo o que se vê em países que adotam esse tipo regime. Os profissionais de imprensa americanos, com mais tempo de serviço e, portanto, com mais experiência, são os que mais se sentem ameaçados e temerosos com a possibilidade das liberdades individuais e de ideias perderem o antigo fôlego, cedendo aos novos tempos de censura.

          Nada menos do que 12 mil jornalistas daquele país foram entrevistados pelo Pew Research Center em 2022, o que cobre uma boa margem de profissionais dessa área, com resultados muito próximos da realidade. Enquanto isso, no Brasil, compramos alambrados.

 

A frase que foi pronunciada:

“A revolução comunista é a ruptura mais radical com as relações de propriedade tradicionais; não admira que seu desenvolvimento envolva a ruptura mais radical com as ideias tradicionais”.

Friedrich Engels

Friedrich Engels. Foto: William Hall (1826–ca. 1898)

 

Elas

Leia, a seguir, a homenagem às mães composta pelo poeta Nonato Freitas.

–> O IMENSURÁVEL AMOR DE MÃE

NONATO FREITAS

Quando as tempestades fustigam a cabeça dos teus filhos, mãe, eu te vejo ainda mais guerreira, mais indômita, a carregar nos olhos de santa todo o fogo, toda a coragem, toda a argúcia da águia.

Em tua boca, mãe, vejo correr um manancial de leite e mel que adoça os lábios de teus filhos. Em tuas mãos cravejadas de amor, o cheiro de sândalo depura a alma e traz felicidade aos corações torturados dos teus rebentos.

Para iluminar as trevas dos caminhos por onde andam as criaturas geradas no teu ventre, a natureza plantou estrelas na palma dos teus pés.

No baú de minhas reminescências guardo os pincéis com que a noite esparramava o negrume das asas da Cabiúna em teus cabelos.

O tempo foi passando. E com ele, aos poucos, fui aprendendo a deslindar os mistérios da fiandeira a tecer, em sua faina diária e incansável, o fio da vida, a sábia lição do linho nas cordas do teu cabelo.

As palavras se exaurem, os signos se esfacelam quando destravo o ferrolho das portas do teu coração e toco neste amor incomensurável que dentro dele estremece como fagulhas do Céu.

Poucos falam a língua dos enigmas que se escondem nos subterrâneos do coração de uma mãe.

Quando o Onipotente resolveu inventar o tal do amor, um anjo, que nem torto era, apareceu e fez a seguinte pergunta: grande mestre, em que lugar do Paraíso o Divino vai esconder dos maus olhados tamanha preciosidade? Deus pensou, pensou, e em seguida deu a resposta: toda esta poderosa e fosforescente fonte de luz será trancafiada no fundo de um pequeno frasco cristalino. O recipiente ficará permanentemente protegido por uma legião de serafins, para que o anjo caído nunca se atreva a lográ-lo. E assim foi feito. E assim ficou escrito nas incendiadas pedras de jaspe. E Deus acrescentou: fica decretado que esses fundamentos são cláusulas pétreas.

Conforme lavrado em ata e passado em cartório, o termo celestial jamais, em tempo algum, será anulado ou sobre ele se levantará qualquer suspeição. Este frasco de amor total, perene e insubstituível, tem nome. É conhecido universalmente como coração de mãe.

 

Na luta

Defensores do Parque das Garças já arregaçaram as mangas. Começam a angariar verbas pela causa vendendo camisetas que, daqui a alguns anos, serão testemunhas da história de Brasília. Veja, a seguir, como fazer para obtê-las.

Destaque no perfil oficial do Projeto Parque das Garças no Instagram

 

Boas mudanças

Nunca o povo brasileiro esteve tão informado depois do advento das redes sociais. Por essa razão, a deputada distrital Paula Belmonte deu um passo adiante das notícias e preparou uma capacitação para os líderes comunitários acompanharem os passos da Câmara Legislativa do DF. “O portal da Câmara Legislativa permite que as pessoas pesquisem as atividades de cada parlamentar. É possível, por exemplo, acompanhar a destinação de emendas ao orçamento, que nada mais é do que o dinheiro que a população contribuiu com seus impostos”, afirmou a deputada. Se o orçamento ganhou emenda, a verba paga com os impostos precisa ser revertida aos contribuintes em serviços.

Deputada Distrital Paula Belmonte. Foto: cl.df.gov

 

História de Brasília

Com isto, o chefe da Casa Civil visa evitar o que vinha acontecendo: inúmeros funcionários transferidos vieram desgarrados de suas seções, e o Executivo continua no Rio e não em Brasília. (Publicada em 20.03.1962)

O cordão da vida e morte

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Arte: institutoliberal.org

 

         Aborto. Eis aqui uma questão que, a princípio, deveria ficar apenas ao alvitre das mulheres e de autoridades femininas, por motivos óbvios. Mas, em se tratando de um assunto que, quer queiramos ou não, estende-se para toda a família e, por tabela, acaba atingindo também a sociedade, o aborto é, de fato, uma discussão que diz respeito a todo o ser humano. Afinal, esse é tema que fala de vida e de morte, de religião, de ética, de moralidade, de cultura, de ciência e de medicina. Não é, portanto, um tema vulgar, embora muitos o tratem assim. Por isso mesmo, não é nossa intenção tratar de um assunto tão sério e em poucas linhas.

         Não resta dúvidas de que o tema aborto é uma questão enciclopédica e que acompanha a humanidade desde as cavernas, sendo praticado de várias formas, por motivos diversos e, ainda hoje, é considerado um assunto controverso, muito longe de uma aceitação plena. A discussão aqui, em pleno século XXI, embora muito longe de consenso, ganhou dimensão nunca antes verificada. A razão está no próprio alargamento das mídias sociais. Há hoje uma espécie de debate mundial sobre o tema aborto, catalisado pela Internet e que atinge praticamente todo o planeta.

         Há ainda fatores de ordem demográfica a expandir essa discussão. Num mundo em que a explosão populacional é uma questão a propiciar o aumento de catástrofes como a fome e as guerras e que apresenta, paralelamente a esses flagelos, um esgotamento dos recursos naturais da Terra e uma paulatina destruição de meio ambiente e do habitat humano, a questão do aborto parece ganhar novos matizes e não são raros aqueles que acreditam que esse pode ser um método para amainar esses problemas. Nada mais falso e mais distante da verdade.

         O maquinismo político, com manobras vernaculares, tenta ludibriar a opinião pública sobre quando realmente existe vida, enquanto a ciência transparente mostra que, “biologicamente, é inegável que a formação de um novo ser, com um novo código genético, começa no momento da união entre óvulo e espermatozoide” como afirma José Roberto Goldim, professor de bioética da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

         O aborto não é solução, mas um problema e não será por meio de métodos que buscam a morte que iremos encontrar soluções para a vida humana. Aliás, o aborto, tornou-se, em nosso tempo atual, muito mais do que um problema de saúde pública e nos remete, isso sim, a uma questão que tem muito mais implicações de ordem ontológicas, ou seja: é antes de tudo o resultado do empobrecimento do fator humano inerente a todos. Em suma, o aborto aumenta na contramão de nossas características humanas.

         O abandono do humanismo tem nos levado ao beco imundo e sem saída do abandono da vida. A decisão, tomada agora pela Suprema Corte americana, proibindo constitucionalmente a prática do aborto e delegando essa matéria para o veredito dos estados da União, não representa um retrocesso e sequer um lavar de mãos sobre esse delicado assunto. A Suprema Corte Norte Americana levou 52 anos para tomar uma decisão depois de ter sido enganada, ludibriada e iludida por Roe McCorvey que confessou não ter sido estuprada como declarou. Sarah Weddington, advogada de Roe, justificou as acusações de estupro sustentadas até que o caso chegasse à Suprema Corte dizendo, anos depois da falsa acusação, o seguinte: “Minha conduta pode não ter sido totalmente ética. Mas eu fiz por que pensei que havia boas razões.”

         Em se tratando de uma autêntica federação de estados, com independência de cada membro da união, a Corte Americana sinalizou que, internamente, seus membros, formados por juristas do mais alto gabarito, não concordam com essa prática, mas, ao mesmo tempo, não podem impedir, por razões constitucionais, os estados de praticá-las. Aqui mesmo no Brasil, o caso da menina de onze anos que engravidou e foi induzida pela juíza do caso a não abortar vai, a cada dia, ganhando novos contornos, embora todo o caso corra em segredo de justiça.

         Há suspeitas de que ela tenha mantido relações sexuais com outro menor de idade, o que pode dar uma reviravolta em todo o caso. Das infinitas opiniões sobre o tema, talvez as melhores fiquem por conta daquelas mulheres que fizeram o aborto e, passado um tempo para reflexão e amadurecimento, arrependeram-se e chegaram à conclusão de que jamais voltariam a fazê-lo novamente.

         Por certo, esse é um assunto que não acaba aqui nesse texto com um ponto final, mas que irá, com certeza, se estender pelo tempo. Por certo também é que não será por meio da morte de um ser inocente que a questão maior, que parece ser a vida dessas mães, ganhará um desfecho feliz e pacífico.

 

A frase que não foi pronunciada:

“Percebi que todo mundo que é a favor do aborto já nasceu.”

Ronald Reagan

Ronald Reagan. Retrato Oficial

 

História de Brasília

Os ministérios pedem apartamentos demais ao GTB, para não se mudarem para Brasília, e, ainda, para prejudicar o Distrito Federal, estão tentando construir o aeroporto de Brasília no Rio e Janeiro. (Publicada em 02.03.1962)

OTAN e o protagonismo da guerra

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Foto: REUTERS/Pascal Rossignol

 

         Tão perigoso quanto os estrondos provocados pelas bombas que não param de cair sobre as cidades na Ucrânia, é o silêncio com que vem se desenvolvendo as tratativas para uma possível arregimentação de tropas do ocidente, liderados pela OTAN, para fazer frente ao exército de Putin. Perigoso também é observar a entrada sorrateira da China nesse conflito, através do fornecimento, por debaixo dos panos, de suplementos bélicos para os russos. Há no ar, apesar da guerra declarada e ao vivo da Rússia contra a Ucrânia, toda uma movimentação de bastidores, ou rearrumação do tabuleiro estratégico, para o início de um grande conflito, capaz de envolver, nesse cenário, outros protagonistas, o que pode, facilmente, levar a todos para o ambiente de areia movediça impensável.

        E o que esse conflito tem haver conosco? Essa é uma questão que, pelas proporções que o evento pode adquirir e já provoca no caso dos fertilizantes e no aumento nos preços do petróleo, já fala por si. No caso de um conflito generalizado, acreditem, não existirá lugar seguro para se proteger de seus efeitos. Ainda mais quando se sabe que o Brasil, além de não possuir um poderio armado, necessário para suprir as exigências de um país continental como o nosso, não conta também com abrigos subterrâneos em concreto armado, necessários para uma eventual guerra dessa magnitude. Estamos a pé e descalços nessa tempestade que se anuncia.

        Das milhares de análises feitas por especialistas que realmente têm a dizer sobre o conflito na Ucrânia, poucos ou quase nenhum trouxeram uma clareza luminar e realista como a que foi disponibilizada agora, nas mídias mundiais, pelo professor John Maersheimer, da Universidade de Chicago. Em sua avaliação, a Ucrânia já perdeu, definitivamente, a Crimeia e o Donbass, sendo que a questão que importa agora é saber se aquele país vai perder ainda mais território para a Rússia, principalmente as terras à leste do país. Por outro lado, todos já sabem que a economia ucraniana está destruída, com suas principais cidades em processo de vir a se tornar ruínas.

        Com isso, a economia mundial será também afetada e isso trará consequências para todas as democracias ao redor do globo. Esses eventos também irão diminuir a influência americana tanto na Europa como em relação à China, onde, segundo o professor Maersheimer, deveriam se concentrar todas as atenções do governo dos EUA. Além de todo esse cenário de crise, as movimentações políticas do Ocidente estão a empurrar a Rússia diretamente para o colo dos chineses. Como se não bastasse, a OTAN, junto com os Estados Unidos e a Europa Ocidental, está, sem saber, transformando o leste do continente europeu numa região de instabilidades perigosas, o que força a presença do ocidente nessas áreas, antes sob influência da Rússia.

        Trata-se, como afirma, de uma situação desastrosa para todos. Aqui entra a questão básica: quem provocou toda essa instabilidade, desde o início. Ao contrário da voz corrente no Ocidente, que debita toda a responsabilidade por essa guerra aos russos e diretamente a Putin, o professor da Universidade de Chicago ressalta que a principal responsabilidade por toda essa crise armada cabe, principalmente, ao Ocidente e ao seu modelo de política internacional.

        A crise, segundo ele, teria começado ainda em abril de 2006, de fazer a Ucrânia e a Geórgia membros efetivos da OTAN, “a todo o custo.” Na ocasião, os russos já tinham alertado o mundo que essa seria uma situação inaceitável e que esses países não seriam, jamais, parte da OTAN. Outra análise a ser levada em consideração é a do linguista e filósofo americano Noam Chomsky, para quem os acontecimentos na Ucrânia se devem à expansão e ao avanço da OTAN sobre aquelas que seriam áreas de influência da Rússia.

        Segundo ele, mesmo que Putin fosse uma espécie de Ghandi russo, a situação de guerra seria a mesma. Para Chomsky, a OTAN não deveria continuar a existir depois de 1990, quando o império soviético deixou de existir. A guerra fria estava sepultada e a OTAN havia perdido seu sentido estratégico. Contrariando o bom senso, a OTAN não só continuou a existir, como se expandiu para próximo de Moscou, agora mudando seu objetivo de defesa para o de controle da energia do mundo, através do monitoramento das rotas e dos dutos de óleo e gás marítimos.

        Nesse sentido, a OTAN passou a ser uma espécie de força interventora americana. Diante de visões realistas como estas, o que é preciso agora é focar a atenção na movimentação feita pela OTAN, junto com os EUA, torcendo para que o ocidente siga os caminhos da razão e do bom senso, pois não há, nessa contenda, um lado a quem se possa debitar o papel de mocinho da história.

 

A frase que foi pronunciada:

Nunca houve uma guerra boa nem uma paz ruim.”

Benjamin Franklin

Benjamin Franklin. Imagem: Joseph Siffrein Duplessis, en.wikipedia.org

 

Descaso

Com a alta da gasolina, os pagadores de impostos esperam que o governo do DF invista em transporte público. É difícil para o contribuinte ver parte do metrô na Asa Sul já apresentar sinais de decadência por descaso dos responsáveis pela manutenção. Ontem pela manhã, na estação em frente ao Cine Brasília, apenas a escada rolante para descida estava funcionando. Na estação seguinte, em frente ao Clube Unidade de Vizinhança, nenhuma escada rolante do acesso funcionava.

Foto: metro.df.gov

 

UnB

Duas notícias de cães. A UnB está fazendo uma pesquisa com cães que estejam com problemas nos olhos. Desde vermelhidão a secreção. A outra novidade é que o Hospital Veterinário da UnB está com ótimos preços para castração de cães e gatos. Veja no a seguir.

–> Bom dia! Estamos iniciando as castrações eletivas de gatos, cães e gatas nas aulas de Técnica Cirúrgica da FVV/UnB. Informações http://hospitalveterinario.unb.br/servicos/castracao.

História de Brasília

Doutor Ataulpa, há a informação de que a TCB vai suspender os ônibus do Gaminha, por falta de estrada. A conservação das molas está cara, e a companhia está estudando uma maneira de suprimir a linha, se não houver melhora da pavimentação. (Publicada em 20.02.1962)

A morte do bom senso

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Foto: Sergei Supinsky/AFP/Metsul

 

        Já no segundo dia da guerra entre Rússia e Ucrânia, este espaço alertava para a urgência de providências no sentido de conter a poderosa máquina bélica de Putin, primeiro, através de uma possível declaração do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, estabelecendo a neutralidade de seu país nas questões entre Moscou e OTAN, a exemplo da Finlândia durante a guerra fria; por uma razão simples e imposta pelo pragmatismo político: a impossibilidade real da Ucrânia em conter um possível avanço da máquina de guerra russa. Segundo, para preservar a vida de cidadãos ucranianos, homens, mulheres, crianças e idosos, que seriam necessariamente alvos dos ataques russos. Conhecendo a belicosidade de Putin, essas seriam as melhores estratégias de um governante sensato, pois desmanchariam os argumentos do ditador para invadir o país vizinho.

        Não se trata aqui de pretensões em pousar de estrategista de guerra ou coisa parecida. A questão envolve o bom senso, um atributo que, em tempos de violência, desaparece como fumaça no vento. Agora, com o estabelecimento da guerra, ou mais precisamente, de um massacre sobre o povo ucraniano, principalmente sua parcela civil, parece tarde para recuar. Para complicar um problema que tende a crescer, o presidente ucraniano parece fazer o jogo que o Kremlin deseja, que é estender o conflito para toda a borda que margeia a Rússia, incluindo, nessa batalha, todos os países que faziam parte da antiga União Soviética.

        Ao apelar para que países como os Estados Unidos e a própria Otan entrem nesse conflito, o que o presidente Ucraniano está fazendo é acender o pavio para uma guerra generalizada em toda o continente Europeu, o que seria um prenúncio tenebroso para uma terceira e definitiva guerra mundial. É certo também que Putin e seus generais poderiam resolver a questão do cerco da Otan ao território russo estabelecendo um cordão de proteção armada ao longo apenas das fronteiras dos países limítrofes. Mas todas essas foram hipóteses lançadas na lata de lixo. De fato, ao açular os instintos bélicos de Putin, em nome de um patriotismo que sempre custa a vida da população local, Zelensky abriu as portas para o avanço dos russos sobre seu país.

        O mundo, que a tudo assistia e que também não acreditava numa guerra de fato, foi apanhado por um tipo de surpresa anunciada. O fato é que a Europa, que já enfrentou décadas de guerras sangrentas, teme a volta dos conflitos armados, que podem se espalhar para outros becos sem saída, preexistentes em seus territórios, como é o caso da questão das levas de imigrantes vindos da África e do Oriente, além da questão dos muçulmanos versos cristãos, ainda não resolvidas desde as Cruzadas.

        Mesmo as delicadas questões envolvendo os países Balcãs poderiam, em caso de uma guerra generalizada, voltar a incendiar todo o continente. Existe, de fato, um tênue equilíbrio político em toda a Europa que pode vir a ruir, caso haja uma escalada dos conflitos. O pavio de pólvora que poderia ser apagado nos dias que antecederam a invasão russa, não foi apagado a tempo.

        Agora, pelo desenrolar dos acontecimentos, a guerra parece que irá seguir seu curso natural, inflamando o continente e trazendo mais insegurança para todos os europeus, isso se as contendas ficarem restritas apenas à Europa. Caso outros protagonistas, como os Estados Unidos e a China, entrem nesse conflito, os rumos do planeta imbicam para um abismo sem fundo.

A frase que foi pronunciada:

O poder da palavra é ilimitado. Muitas vezes, uma boa palavra era suficiente para deter um exército em fuga, transformar a derrota em vitória e salvar o país.”

Emile de Girardin, Jornalista francês (1802-1881)

Emile de Girardin. Imagem: britannica.com

PNAD e IBGE

Nova pesquisa mostra que mais de 580 mil empresas do Brasil foram fechadas entre abril de 2019 e dezembro de 2021.

Foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press

Evento

Nos dias 12 e 13 de março, o repertório apresentado pela Orquestra Desarmônica de Brasília será John Williams. No CCBB, às 19h30, com entrada franqueada ao público.

Cartaz: ccbb.com

Equilíbrio e Contraste

Impedir o primeiro retorno das primeiras quadras pares do Lago Norte foi ótimo nos horários de pico, ou seja, no máximo por 4 horas por dia. Nas outras 20 horas, os moradores são obrigados a cumprir um percurso inútil.

Foto: comdono.com

Branda demais

Em breve, o Estatuto do Idoso será alterado pelo Projeto de Lei 154/22, que aumentará a punição para os crimes de negligência e apropriação indevida de bens, quando praticados contra pessoas com 60 anos de idade ou mais. A punição, que era de 2 meses a um ano de detenção e multa, passa para de 2 meses a 2 anos de detenção e multa. Muito pouco!

Autor — Foto: Marcelo Camargo/ABr (valor.globo.com)

Projeto Índia Amazônia

Nessa quinta-feira, o Centro de Ensino Médio 404 (CED 404), de Santa Maria, recebe o Projeto Índia Amazônia (PIAMA), em escolas e em unidades de Internação. A iniciativa incentiva a prática da leitura e debates sobre a Amazônia por meio de rodas de leitura poética e lúdicas com Chico de Aquino, escritor do texto “ÍNDIA AMAZÔNIA”. O Projeto será realizado por meio de um Termo de Fomento da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa (SECEC), do GDF.

Foto: Rondineli Borges/Divulgação

História de Brasília

Quanto aos candangos, mesmo vivendo em invasões e em barracos de madeira estão em melhor situação que em suas terras de origem, onde a fome rondava seus lares hoje abastecidos. (Publicada em 18.02.1962)