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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Criada na Grécia antiga pelos filósofos Sócrates, Platão e, principalmente, Aristóteles, a ética sempre foi entendida como um eixo orientador da vida humana, um critério para a virtude, para a justiça e para a convivência social pautada pelo bem comum. Não por acaso, transformou-se em disciplina própria dentro da filosofia, justamente porque estabelece o fundamento do que deve ser uma vida virtuosa, pacífica e feliz. Quando se observa esse legado, percebe-se que ética e moral são indissociáveis, sobretudo nas relações sociais e políticas, pois ali se decide não apenas o destino de instituições, mas de gerações inteiras.
Na política, ética não é um ornamento teórico; é condição de governança. Envolve honestidade, transparência, responsabilidade, justiça e respeito aos direitos humanos. Sem esses princípios, qualquer governo, por mais robustas que sejam suas estruturas, transforma-se em mero simulacro de poder, incapaz de promover desenvolvimento real ou estabilidade institucional. O Brasil conhece bem esse processo corrosivo. Há décadas, a população assiste, perplexa e cada vez mais descrente, ao desfile contínuo de escândalos de corrupção que corrói a confiança no Estado e fere de morte a própria democracia.
Do Mensalão à Operação Lava Jato, passando agora pelos casos de desvios bilionários que atingem aposentados, justamente o grupo mais vulnerável e que deveria ser protegido, o país revela, repetidas vezes, uma ferida que nunca cicatriza. A cada novo escândalo, a sensação é de que a ética se tornou presença rara, quase exótica, no exercício da política nacional. E o mais grave: enquanto a sociedade clama por integridade e justiça, o Estado e seus representantes demonstram uma surdez seletiva, incapaz de ouvir a demanda mais básica de um povo que deseja apenas ser governado com decência.
É preciso reconhecer um fato incômodo: a corrupção, no Brasil, não é fenômeno difuso ou espontâneo. É, por excelência, um produto gerado pelo próprio Estado e por seus agentes eleitos ou não. Nasce onde há concentração de poder, baixa transparência, impunidade crônica e estruturas burocráticas que facilitam o desvio, o superfaturamento e o uso privado do dinheiro público.
Ao longo do tempo, isso produziu uma cultura institucional que normaliza a imoralidade, que tolera o ilícito como método administrativo e que recompensa quem deveria ser punido. Os efeitos são devastadores. A corrupção drena recursos essenciais para a educação, a saúde, a segurança pública e a infraestrutura. Impede investimentos estratégicos, retarda o crescimento econômico, afugenta empresas sérias e desestimula qualquer tentativa de planejamento de longo prazo. Pior ainda: consolida uma pedagogia perversa para as novas gerações, ensinando, pelo exemplo dos poderosos, que vantagem pessoal vale mais do que o interesse coletivo.
Não há futuro possível para um país que cresce desconectado da ética. As crianças e jovens que hoje assistem ao noticiário e veem governantes, gestores públicos e empresários envolvidos em tramas criminosas aprendem que o Estado pode ser capturado, que a lei é maleável e que a impunidade é quase garantida. Esse aprendizado tácito destrói a confiança social e amplia o cinismo político, abrindo caminho para novas formas de autoritarismo e para o descrédito completo das instituições democráticas.
Por isso, o debate sobre ética na política não pode mais ser adiado. Trata-se de uma urgência nacional, de uma agenda civilizatória. O país precisa recuperar a centralidade da virtude na vida pública, reconstruir mecanismos de controle, fortalecer órgãos de fiscalização, proteger denunciantes e punir com rigor quem trai o interesse público. Mais do que isso: precisa reafirmar que o Estado existe para servir ao cidadão, e não o contrário.
Sem ética, nenhuma nação se sustenta. O Brasil já pagou caro demais pelo distanciamento da moralidade pública. Persistir nesse caminho é condenar as próximas gerações a um futuro reduzido, injusto e moralmente desabitado. A reconstrução ética do país é, portanto, a única obra verdadeiramente inadiável porque dela dependem todas as demais. A escola, a família e a comunidade precisam assumir um compromisso explícito com a construção de valores como honestidade, responsabilidade, respeito, empatia, justiça e valores que, quando enraizados na infância, tornam-se a base sólida de uma sociedade íntegra.
Educar eticamente não significa impor doutrinas, mas oferecer às crianças ferramentas para discernir o certo do errado, compreender as consequências de seus atos e reconhecer que o bem comum depende da ação de cada indivíduo. Ensinar ética às crianças é, portanto, uma estratégia de longo prazo para a transformação do país. É formar cidadãos capazes de rejeitar práticas imorais, pressionar por governos íntegros e participar da vida democrática com consciência e coragem. Se quisermos que as futuras gerações vivam em um Brasil mais digno, precisamos começar pelo óbvio: ensinar ética enquanto ainda estamos moldando o caráter de quem irá herdar este país. Sem isso, continuaremos reféns da mesma engrenagem que, há décadas, corrói nossa democracia e compromete nossos sonhos coletivos.
A frase que foi pronunciada:
“Não há dúvida de que, à medida que a ciência, o conhecimento e a tecnologia avançam, tentaremos realizar coisas mais significativas. E não há dúvida de que sempre teremos que ponderar essas ações com ética.”
Ben Carson

História de Brasília
Excelente iniciativa, a da delegacia do IAPC em Brasília, determinando a dedetização de todos os apartamentos. Os inquilinos terão que comprar apenas uma lata de querosene, para se verem livres das baratas que estão invadindo todos os apartamentos. (Publicada em 12.05.1962)
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Na publicação do best seller “The beautiful tree”, do pesquisador James Tooley, foi aberta e exposta ao mundo uma ferida antiga e muito mal cicatrizada, relativa ao debate sobre a qualidade da educação nos países em desenvolvimento, sobretudo aquela ministrada nas escolas públicas. O pesquisador britânico demonstrou, por meio de um rigoroso trabalho de campo em diferentes continentes, algo que muitos governos tentam sistematicamente ocultar: que as populações mais pobres, cansadas da ineficiência crônica do Estado, estão criando suas próprias soluções educacionais, financiando com grande sacrifício pequenas escolas privadas de baixo custo que, embora invisíveis à narrativa oficial, produzem resultados superiores aos da rede pública.
Essa revelação foi recebida com desconforto justamente porque expôs a distância entre o discurso paternalista dos governos e a realidade enfrentada pelas famílias que vivem nas margens das estatísticas. No Brasil, essa realidade não é apenas semelhante: é ainda mais gritante. Há décadas, o país convive com um sistema educacional que consome volumes colossais de recursos públicos, mas entrega resultados medíocres, quando não desastrosos.
Ano após ano, as avaliações nacionais reiteram a incapacidade estrutural do Estado de garantir alfabetização plena, proficiência mínima em matemática ou mesmo um ambiente escolar seguro. Em vez de avanços sólidos, o que se vê são sucessivas reformas anunciadas com pompa, planos estrondosos, metas que expiram sem nunca terem sido alcançadas e, ao final, milhões de estudantes que concluem etapas escolares sem aprender o básico. Essa realidade é conhecida, debatida, lamentada, mas raramente enfrentada com honestidade. E enquanto governos discutem comissões, diretrizes e marcos regulatórios, famílias pobres brasileiras buscam alternativas.
Nas periferias urbanas, nos sertões e nas áreas ribeirinhas, florescem discretamente pequenas escolas comunitárias, creches improvisadas, instituições confessionais de baixo custo e iniciativas independentes sustentadas por mensalidades modestas, pagas com enorme esforço. Elas não contam com subsídios estatais, não são celebradas em conferências internacionais, tampouco aparecem nas estatísticas oficiais. No entanto, são procuradas porque oferecem algo essencial: ensino efetivo, disciplina, controle social direto e, principalmente, a sensação de que existe ali um compromisso real com o aprendizado das crianças.
Assim como Tooley registrou em suas viagens pela Índia ou pela África, o Brasil também tenta invisibilizar essas experiências. A burocracia estatal, ao mesmo tempo em que falha em entregar qualidade, cria barreiras para que essas iniciativas prosperem. Exige-se delas um nível de regularização estrangulador, muitas vezes incompatível com sua realidade material, ao mesmo tempo em que se tolera a precariedade estrutural da própria escola pública. O paradoxo é evidente: cobra-se excelência administrativa de quem está tentando suprir uma ausência do Estado, mas aceita-se, como inevitável, o baixo desempenho de escolas cuja manutenção consome bilhões. Trata-se de uma inversão de prioridades que revela mais sobre a proteção de interesses políticos do que sobre uma preocupação genuína com a educação de crianças pobres.
Reconhecer sua eficácia significaria admitir que o problema da educação brasileira não é, prioritariamente, falta de recursos, mas sim de gestão, accountability, responsabilidade e visão de longo prazo. Significaria aceitar que a liberdade de escolha das famílias pode produzir resultados mais sólidos do que estruturas burocráticas incapazes de se reformar. A verdade é que o Brasil vive hoje uma contradição profunda: dispõe de um dos maiores orçamentos educacionais do mundo em valores absolutos, mas entrega índices de aprendizagem comparáveis aos de países muito mais pobres.
É um esforço silencioso, invisível, doloroso, mas que revela uma fé inabalável na educação como caminho de ascensão social. O Brasil precisa encarar essa realidade com maturidade. Ignorar ou perseguir iniciativas independentes não resolverá o fracasso estrutural da educação pública. Pelo contrário, apenas ampliará o fosso entre a retórica estatal e a experiência concreta das famílias. Se o objetivo nacional é garantir aprendizagem real, então o país deve reconhecer, apoiar e estudar esses modelos alternativos, não para substituírem o Estado, mas para ensinarem ao Estado como reconstruir sua própria credibilidade.
The Beautiful Tree traz a lição de que não é que o Estado deva desaparecer. É que, quando ele falha reiteradamente, a sociedade encontra caminhos. E no Brasil, como em tantos outros lugares, a árvore bonita já começou a brotar entre os escombros da negligência oficial. Cabe aos governantes decidir se continuarão a arrancá-la, em nome de uma narrativa que não se sustenta, ou se finalmente permitirão que ela cresça, iluminando caminhos que há muito tempo deixamos de percorrer.
A frase que foi pronunciada:
“Se uma nação espera ser ignorante e livre, em um estado de civilização, ela espera o que nunca existiu e nunca existirá.”
Thomas Jefferson

História de Brasilia
Os outros Institutos bem que poderiam fazer a mesma coisa, para que a campanha se verificasse simultaneamente em todo o Plano Pilôto. (Publicada em 12.05.1962)
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Governos contemporâneos, reconhecendo a correlação inequívoca entre proteção infantil e prosperidade societal, alocam recursos crescentes para políticas públicas integradas, com o Brasil destinando aproximadamente 1,8% do PIB a programas de educação infantil em 2024, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em parceria com o Ministério da Educação, embora ainda distante dos 6% recomendados pela UNESCO para garantir acesso universal a creches e pré-escolas de qualidade, meta que, se alcançada, poderia reduzir em 15% as desigualdades de aprendizado até o ensino fundamental, conforme projeções do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), em seu Human Development Report de 2023.
Nesse ambiente metropolitano cada vez mais desconectado dos ritmos naturais e das interações espontâneas com o meio ambiente, o relatório da UNICEF Urban Child de 2023 revela que 68% das crianças em megacidades passam menos de uma hora diária em atividades ao ar livre, comparado a 85% nas áreas rurais, contribuindo para uma prevalência de obesidade infantil que atingiu 38 milhões de casos globais em 2022, segundo à OMS, enquanto o confinamento em espaços virtuais restringe o brincar lúdico a telas, com crianças de países de renda média dedicando, em média, 3,2 horas diárias a dispositivos eletrônicos até os sete anos de idade, conforme o estudo Global Kids Online da London School of Economics de 2024.
Para segmentos socioeconomicamente vulneráveis, a abreviação da infância assume contornos ainda mais dramáticos, com 72 milhões de crianças envolvidas em trabalho perigoso em 2021, de acordo com a OIT, incluindo 29 milhões em atividades que comprometem diretamente o desenvolvimento físico e mental, situação observável em centros urbanos brasileiros onde, segundo o IBGE PNAD Contínua de 2023, aproximadamente 1,7 milhão de menores entre cinco e dezessete anos exercem alguma forma de ocupação remunerada, muitas vezes em condições que violam convenções internacionais e perpetuam ciclos intergeracionais de pobreza, com uma probabilidade 45% maior de abandono escolar precoce.
A neuroplasticidade cerebral característica dos primeiros anos, período em que o cérebro pode formar até um milhão de novas sinapses por segundo, como destacado pela UNICEF em seu Early Moments Matter de 2023, torna imperativa a oferta de estímulos multissensoriais e relacionais de qualidade, pois privações nesse estágio reduzem em até 20% o volume do hipocampo em adultos, estrutura associada à memória e regulação emocional, conforme meta-análises publicadas na revista Nature Neuroscience em 2024, evidenciando que intervenções como programas de visitação domiciliar para famílias de baixa renda podem elevar o QI médio em sete pontos e diminuir em 30% os comportamentos antisociais na adolescência.
Pesquisadores que investigam as raízes da criminalidade e da violência social, compilando dados de cortes longitudinais em mais de 50 países pelo Instituto de Criminologia da Universidade de Cambridge em seu World Crime Trends de 2024, demonstram que indivíduos submetidos a infâncias marcadas por negligência ou abuso apresentam taxas de encarceramento 2,5 vezes superiores à média populacional, enquanto investimentos em educação infantil universal reduzem em 12% os índices de criminalidade juvenil a longo prazo, conforme avaliações de impacto do programa Head Start nos Estados Unidos, que acompanha beneficiários desde 1965.
A felicidade humana, perseguida com intensidade ao longo da existência adulta, encontra suas fundações mais sólidas nas memórias afetivas da infância, com o Gallup World Poll de 2025 indicando que 72% dos adultos que relatam altos níveis de bem-estar subjetivo associam essa condição a experiências de brincadeira livre e segurança emocional nos primeiros dez anos de vida, contraste que se aprofunda em sociedades onde o tempo infantil é comoditizado, com crianças de classes médias urbanas dedicando até 15 horas semanais a atividades estruturadas segundo o American Journal of Play em 2024, reduzindo o espaço para a imaginação espontânea que neurocientistas da Universidade de Yale identificam como precursora da criatividade inovadora em 65% dos casos estudados.
Outrora valorizado como a mais preciosa riqueza, o tempo descompromissado da infância, que se estendia em dias aparentemente infinitos e noites repletas de possibilidades, é agora quantificado pelo Relatório Tempo e Sociedade, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) de 2023, como o recurso mais escasso nas famílias urbanas brasileiras, onde pais empregados passam em média apenas 34 minutos diários em interações de qualidade com filhos menores de seis anos, contribuindo para uma geração que, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do IBGE de 2024, apresenta taxas de ansiedade 40% superiores às registradas na década de 1990 entre adolescentes de 12 a 17 anos.
A redescoberta desse tesouro perdido, abandonado nas veredas floridas que conduziam à maturidade acelerada, emerge como imperativo civilizatório à medida que o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento em seu relatório especial, Childhood in the Anthropocene de 2025, projeta que, sem reversão das tendências atuais de compressão temporal infantil, até 2030, cerca de 250 milhões de crianças sofrerão déficits de desenvolvimento cognitivo devido ao estresse crônico e à falta de brincadeira livre, demandando uma reconfiguração societal que priorize o tempo não estruturado como direito fundamental e motor de progresso humano sustentável.
A frase que foi pronunciada:
“Criar é tão difícil ou tão fácil como viver. E é do mesmo modo necessário.”
Fayga Ostrower

História de Brasília
O regime parlamentarista trouxe, também, alteração no sistema escolar. No Colégio D. Bosco, de Brasília, os alunos estão organizados de maneira parlamentarista, e o Primeiro Ano B, já elegeu o seu presidente e o Conselho. ( Publicada em 11.05.1962)
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É sintomático de nossa era o modo como tratamos as crianças. A infância, uma fase essencial ao desenvolvimento humano, tem sido comprimida, encurtada, empobrecida — e, em muitos casos, apagada. Ao contrário do que se poderia imaginar em tempos de avanços tecnológicos e maior acesso à informação, assistimos a um fenômeno alarmante: a corrosão da infância como etapa legítima, protegida e insubstituível da vida humana.
A espécie humana, ao longo de sua evolução, foi moldando-se a partir do prolongamento da fase infantil. Essa expansão do tempo de dependência e aprendizado, característica exclusiva do Homo Sapiens, permitiu o florescimento da linguagem, da cultura, das emoções e da inteligência social. Crianças que brincam, exploram, expressam-se e se sentem seguras são as sementes de uma sociedade mais justa, saudável e inovadora.
Entretanto, o mundo moderno parece seguir na contramão. O que antes era considerado tempo necessário para crescer tornou-se, para muitos, um luxo dispensável. A urbanização desordenada, a violência social, o consumismo e a lógica do desempenho precoce invadem a rotina das crianças. Submetidas a agendas sobrecarregadas, privadas de contato com a natureza e expostas precocemente às telas, muitas já não vivem a infância — apenas sobrevivem a ela.
A UNICEF alerta: “As experiências vividas nos primeiros anos moldam profundamente o futuro de cada ser humano. O cérebro infantil, sobretudo nos primeiros mil dias, estabelece cerca de um milhão de novas conexões por segundo. É nesse intervalo que políticas públicas devem intervir com maior intensidade”. Infelizmente, em vez de fortalecer essa janela de ouro do desenvolvimento, o Brasil vem falhando. O investimento público na primeira infância está aquém do necessário. Segundo relatório da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, apenas 0,47% do PIB é destinado à atenção integral à primeira infância, patamar considerado insuficiente para garantir impacto positivo a longo prazo.
Mas não é apenas nas planilhas do orçamento que a infância vai sendo reduzida. É no cotidiano banalizado da exploração infantil, no silêncio diante da evasão escolar, na omissão frente ao trabalho infantil que o país revela sua negligência crônica.
A ex-ministra do Supremo Tribunal Federal, Ellen Gracie, certa vez declarou que “a proteção da infância não é apenas um dever moral — é uma obrigação constitucional”. De fato, a Constituição de 1988 estabelece no artigo 227 que é dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à educação, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar. No entanto, quando se analisa o que tem sido feito em termos de políticas públicas estruturantes, o cenário revela uma distância brutal entre a letra da lei e a realidade das ruas.
Nos centros urbanos, a infância é comprimida entre o medo e o concreto. Nos rincões do país, ela é muitas vezes interrompida antes mesmo de florescer. Para os mais pobres, a infância termina cedo: meninos empurram carrinhos de recicláveis, enquanto meninas cuidam dos irmãos mais novos em casas improvisadas. São vidas que amadurecem antes da hora, roubadas do tempo do encantamento, do lúdico, do afeto.
Como consequência, surgem adultos que não puderam ser crianças. Indivíduos que cresceram sem o suporte emocional adequado, sem espaço para elaborar medos ou desenvolver autonomia. A psiquiatria já demonstrou a ligação entre traumas infantis e transtornos como depressão, ansiedade, transtornos de personalidade e até mesmo tendências violentas. A infância desassistida não é apenas uma injustiça; é também um risco social.
Num recente fórum internacional sobre juventude, a psicóloga chilena Neva Milicic afirmou: “A criança que cresce sem brincar é um adulto em potencial que não aprendeu a criar saídas. O brincar ensina a resiliência, a negociação, a empatia”. Ora, se é no brincar que se desenvolvem as principais habilidades para a vida em sociedade, o que esperar de uma geração criada à base de tarefas exaustivas e isolamento digital?
A neurocientista canadense Adele Diamond defende que “as funções executivas mais complexas do cérebro — aquelas que nos tornam humanos — começam a ser moldadas nos primeiros anos de vida, e dependem de experiências ricas e afetuosas”. Isso nos leva à constatação de que investir na infância não é caridade. É, antes, a mais inteligente e estratégica política de desenvolvimento.
Se quisermos um país menos desigual, menos violento e mais equilibrado, precisaremos começar pelas crianças. Não apenas em slogans, mas em ações concretas, investimentos duradouros e compromisso real com o futuro.
A Frase que foi pronunciada:
“Grande é a poesia, a bondade e as danças. Mas o melhor que há no mundo são as crianças.”
Fernando Pessoa, em “Liberdade”

História de Brasília
O senhor Martins Rodrigues, que reside em Brasília, e que daqui a pouco arrasta o pé , bem poderia patrocinar essa causa em benefício do Distrito Federal, com a autoridade de líder da maioria. (Publicado em 08.05.1962)
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Ainda não será para amanhã ou para futuro próximo que assistiremos nossas universidades públicas aceitarem em paz o pluralismo de pensamento. Foram décadas de esforço para uma convergência de opinião. A diversidade de ideias e, sobretudo, o respeito pelo pensamento do opositor ainda são tabus dentro de nossas instituições de ensino superior, onde parece imperar o dogmatismo e a estatização do pensar único e uniforme.
A uniformidade de debates e discussões vai contra o próprio sentido de universalidade do saber. É como dizem: quem acerta no centro do alvo, perde todo o entorno. É fato reconhecido que foram os centros de saber, onde havia a aceitação de uma miríade de ideias, que mais a ciência encontrou solo fértil para se desenvolver e dar frutos. Diversos são os vídeos mostrando alunos contrários ao pensamento único reinante, no campus, serem hostilizados e agredidos. Mesmo a bandeira nacional ou o verde e amarelo são estigmatizados dentro dessas instituições. Aqueles que ousam abraçar os símbolos nacionais, são logo perseguidos e ameaçados com violência.
A questão é saber onde todo esse ódio ao diferente irá conduzir nossos pensadores. Em outros países esse fenômeno de intolerância também ocorre. A uniformização do pensamento nas universidades é um fenômeno extremamente prejudicial para o avanço do conhecimento e da ciência. A própria origem do termo “universidade” remete ao conceito de universalidade, isto é, um espaço onde diferentes ideias, perspectivas e saberes coexistem e dialogam para promover o desenvolvimento intelectual e social. Quando se impõe um pensamento único, o ambiente acadêmico perde sua vocação natural de ser um espaço plural, crítico e aberto à inovação.
Ainda não está totalmente aceito entre nós que a ciência e o saber evoluem justamente a partir da diversidade de ideias e da contestação de paradigmas. Grandes revoluções científicas ocorreram porque pesquisadores ousaram desafiar o senso comum de sua época, como Galileu, Darwin ou Einstein, que enfrentaram fortes resistências. Se o ambiente acadêmico não favorece o debate e o contraditório, corre-se o risco de estagnar e reproduzir apenas dogmas ideológicos, transformando o espaço de estudo em uma espécie de “igreja laica”, onde se cultua apenas uma narrativa oficial.
A hostilidade contra o pensamento divergente, seja de alunos, professores ou pesquisadores, vai contra os princípios democráticos e científicos. A perseguição a quem carrega símbolos nacionais, como relatado em alguns episódios, é um sintoma grave de intolerância e sectarismo. Quando o ambiente universitário passa a ser dominado por grupos que atuam como “guardiões da ideologia”, o espaço crítico se reduz e a livre investigação essencial para o progresso humano se torna inviável.
Em termos internacionais, o pluralismo de ideias é visto como um dos fatores determinantes para que universidades alcancem posições de destaque em rankings globais. As instituições mais respeitadas no mundo como Harvard, Oxford ou MIT valorizam o debate, o pensamento crítico e a diversidade de pontos de vista, justamente por entenderem que o progresso acadêmico e científico nasce do confronto de ideias, e não de sua uniformização.
No Brasil, a falta de pluralidade ideológica nas universidades públicas tem contribuído para a queda na qualidade da produção científica e na inovação tecnológica, resultando em instituições menos competitivas globalmente. É preciso resgatar o espírito de diálogo e tolerância, pois apenas um ambiente verdadeiramente plural será capaz de formar cidadãos críticos, pesquisadores criativos e soluções para os desafios complexos da sociedade contemporânea. Democracia e liberdade de pensamento andam de mãos dadas, e é justamente em ambientes onde existe pluralidade de ideias, livre debate e respeito ao contraditório que a ciência encontra terreno fértil para inovar e prosperar.
Nos séculos XIX e XX, por exemplo, nações como os Estados Unidos, o Reino Unido, a França e a Alemanha, todas com instituições democráticas relativamente sólidas em determinados períodos tornaram-se berços de descobertas científicas e avanços tecnológicos que mudaram o mundo: da eletricidade ao avião, do antibiótico ao computador. Isso porque a democracia não apenas protege a liberdade de expressão, como também estimula o pensamento crítico, a pesquisa independente e a meritocracia intelectual. Em outros regimes, a ciência costuma ser instrumentalizada para servir a interesses ideológicos ou militares. Um exemplo clássico é a perseguição a cientistas e intelectuais na União Soviética sob Stalin, quando teorias científicas que não se alinhavam à ideologia do regime — como a genética mendeliana — foram proibidas, causando um atraso científico significativo. Situação semelhante ocorreu na Alemanha nazista, quando pesquisas foram filtradas sob critérios raciais e políticos, destruindo a liberdade acadêmica. Já em democracias abertas, a diversidade de ideias e o financiamento competitivo à pesquisa permitiram avanços de impacto global. Basta observar como o projeto do genoma humano, a internet e as vacinas modernas surgiram de contextos democráticos, nos quais universidades e centros de pesquisa podiam trabalhar de forma autônoma e cooperativa.
Outro ponto crucial é que, em países democráticos, a ciência não fica restrita a uma elite ou a um aparato estatal, mas beneficia diretamente a sociedade. O acesso a novas tecnologias, medicamentos, fontes de energia e métodos educacionais se dá de forma mais ampla e acelerada. A Revolução Verde, que ajudou a combater a fome em várias partes do mundo, e o avanço da tecnologia digital, que hoje conecta bilhões de pessoas, foram frutos de ecossistemas democráticos. Para que o Brasil possa competir globalmente, é urgente resgatar esse espírito democrático dentro das universidades, onde toda ideia possa ser debatida e testada sem medo.
A frase que foi pronunciada:
“A ciência é inerentemente antiautoritária tal como a democracia. Ao contrário do que por vezes se julga, em ciência não existem autoridades, mas sim especialistas, pois apenas à realidade se reconhece autoridade para escolher entre hipóteses rivais.”
Timothy Ferriss

História de Brasília
Um dos graves problemas do ex-Distrito Federal é o do trânsito. A capsula que conduziu Glen Jr. Ao kosmos levou, do Galeão para a Cinelândia, um terço do tempo que gastou para uma volta em tôrno da Terra.
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A linguagem é um poderoso instrumento de construção de significados, de interação entre os humanos e de construção de ideias. Sem ela, o desenvolvimento da sociedade e todo o progresso que conhecemos na história da humanidade seria outro, talvez menos brilhante e bem mais lento. Educação, cultura de toda uma diversidade de saberes nascem e fluem por intermédio da linguagem. Sócrates foi o mestre da linguagem e da palavra. Toda a sua obra se baseia no uso da palavra, pois enxergava que, por meio da linguagem, era possível alcançar a verdade. Dizia ele: “fala para que eu te veja”. Pelo uso e prática da maiêutica, questionava incansavelmente seu interlocutor na longa estrada em busca do conhecimento que leva a verdade. Parir a verdade, eis a técnica do grande filósofo. Também a psicanálise se baseia na maiêutica, pois busca trazer à tona o que está guardado no inconsciente, buscando aqui a cura pela fala. Desde cedo, ficou patente o poder de conduzir os homens pela força da linguagem e da palavra.
Os políticos, os clérigos e todos aqueles que estavam acima e à frente das populações souberam usá-las para seus propósitos. Com isso, a linguagem foi usada tanto para iniciar guerras como para proclamar a paz, para trazer o progresso e para deixar ruínas. Se, portanto, a palavra nasce das ideias, é nesse campo que todos aqueles que buscam dominar o homem querem influir. Ao tornar o homem um ser desprovido de ideias próprias, estamos conduzindo-o para um lugar onde podemos melhor controlá-lo. A linguagem liberta e aprisiona. Nos regimes totalitários, caçar o direito a voz e a linguagem tem sido a primeira medida dos tiranos. Garcia Lorca (1898-1936), o mais importante poeta espanhol durante a guerra civil, dizia: “o mais terrível dos sentimentos é o sentimento de ter a esperança perdida”, pois, para ele “ há coisas encerradas dentro dos muros que, se saíssem de repente para a rua e gritassem, encheriam o mundo”. Apenas por utilizar o poder da linguagem, acabou fuzilado pelas forças de fascistas de Franco, sendo os seus restos mortais escondidos até hoje.
O perigo que o poder da linguagem possui quando gestada por uma mente desse calibre, tornara-o uma arma letal contra o regime e a opressão. O lado das sombras também sabia do poder da linguagem e usava-a sem cerimônias por meio de uma propaganda massiva a incutir o medo e a renúncia à fala. Neste contexto, nada mais velho e também mais eficaz do que fiscalizar o que é dito verbalmente ou por escrito. Por isso, antes de aprisionar o homem, é preciso aprisionar suas ideias.
A liberdade de expressão, que na maioria das constituições de países do Ocidente é um dos temas principais, vai, nessa primeira metade do século XXI, sendo, pouco a pouco, limitada e restringida, pois contraria o pensamento daqueles que se acham, erroneamente, donos do poder ou de uma situação momentânea de poder. Talvez, esteja aí o tão repetido sentido de censura, denominado nesses tempos de novilíngua ou mais precisamente de wokismo. A esse tipo de anti-linguagem, somam-se confusões propositais ao idioma, de forma a corrompe-lo desde a raiz. Sem a linguagem, aprisionada em proposições que busca eufemisticamente “regular as mídias sociais”, o ser humano capitula de forma mais ligeira. Ao caçar o direito à palavra, a crítica ou a defesa, como temos visto nestes tempos surreais, os seres humanos são reduzidos à condição de um enorme formigueiro, silencioso e sem sentido. Assim temos que cortar a palavra ou a linguagem é cortar também uma das poucas maneiras de se aproximar da verdade. Notem que a verdade aqui, nesse caso, não é só o que é certo e aceitável, mas o que é belo e ético ao mesmo tempo, ou seja: sem a liberdade da linguagem, não há caminho possível rumo à tão desejada felicidade humana, que, afinal, é o Santo Graal de todo o propósito humano.
A frase que foi pronunciada:
“Sentimo-nos livres porque nos falta a linguagem para articular a nossa falta de liberdade.”
Slavoj Žižek

Vírgula
Solução simples para as ardilosas armadilhas contra os idosos. Realizar um empréstimo consignado sem a autorização do titular isenta o cliente do banco ou do INSS a pagar a conta. Simples assim.

Ponto final
Esse assunto recebeu espaço no legislativo, que agora cria uma lei para multar o banco. Melhor que a multa, seria a isenção do pagamento do empréstimo não autorizado. Mal cortado pela raiz.

Exclamação
É preciso um apelo dos produtores para que o governo reconheça a importância do cacau brasileiro. Mais cacau puro nos chocolates vendidos no país é o que a classe pede. O que parece óbvio precisa ser gritante!

Aspas
“Nesse plano geral do mundo para exterminar os idosos, poderiam começar pelos corruptos”! Disse Eliana de Siqueira Alves.

Em cerrado
Como sempre Nicolas Behr, canta Brasília em poesia contagiando a todos que amam essa cidade. “Nem tudo o que é torto é errado. Veja as pernas do Garrincha e as árvores do cerrado.”

História de Brasília
O caso do BNDE era um abuso porque mantinha fechadas as casas, mas o movimento grevista, inclusive insuflando alunos foi recebido com reserva pelo povo. Êste é o fato. (Publicada em 02.05.1962)
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Existe um fenômeno arraigado em nossa cultura que deveria nos tornar obrigatoriamente objeto de estudo para, quem sabe, buscar uma terapia coletiva ou mesmo um tratamento mais objetivo e firme, antes que essa mania venha a destruir-nos como nação ou país. A questão aqui é ir ao encontro de respostas que possam esclarecer essa propensão nacional em depredar todo e qualquer bem público, seja ele de valor artístico, histórico ou outro qualquer ao alcance das nossas mãos. Nossas cidades são o reflexo dessa mania niilista coletiva.
Essa situação se agrava ainda mais quanto mais nos afastamos dos centros urbanos, onde o policiamento é mais escasso, se não, inexistente. Com isso, nada escapa da ação quase coordenada da multidão de vândalos. Basta um descuido das autoridades e lá se vão estátuas, bancos de praça, ornamentos, postes de iluminação, jazigos, universidades, tampas de bueiros, chafarizes e todo e qualquer equipamento mobiliário público.
Nessa insanidade coletiva, entram ainda ônibus e trens urbanos, metrôs, ponto de paradas, rodoviárias, banheiros públicos, placas de orientação. A sequência de bens da coletividade que são pichados, quebrados, incendiados, roubados ou que desaparecem no ar, é infinita. Há como que uma espécie de compulsão por arruinar o que é de todos, transformando nossas cidades em cenários de guerra.
Talvez, essa psicose em massa reflita um pouco as consequências de um país, onde, aproximadamente, 60 mil pessoas são vítimas de violência, a cada ano. Sabe-se, hoje, que morrem mais pessoas assassinadas, em nosso país, do que na maioria das guerras e conflitos que ocorrem pelo mundo, na atualidade. Desse modo, para um país reconhecidamente violento, nada mais natural do que um cenário de fundo, onde tudo parece ruínas.
Num primeiro momento, o que parece claro é que duas medidas de profilaxia se mostram necessárias e urgentes. A primeira, é a educação de base, com as escolas incumbidas de ensinar as boas práticas urbanas, ensinando nossas crianças a respeitar e preservar todo e qualquer bem público, afinal, eles são para o usufruto comum e estão onde estão graças aos recursos oriundos de cada um de nós. É preciso que as escolas se ocupem da tarefa de civilizar ou recivilizar as novas gerações. Talvez, essa seja uma missão mais importante ou prioritária do que ensinar outras disciplinas. Antes até do que aprender a ler e escrever e fazer outras operações de aritmética, é necessário aprender a ser um cidadão. Esse papel humanizador das escolas parece ter se perdido com o tempo em meio a outras exigências enganosamente mais urgentes.
Outra media profilática necessária é a punição exemplar para os protagonistas dessa psicose em massa. Nesse sentido, somente a rápida intervenção punitiva, obrigando vândalo a pagar pelos estragos, pintar muros e paredes ou cumprir pena de restrição de liberdade pode resolver parte desse problema que afeta a todos.
É do conhecimento das áreas de psicologia que ambientes degradados fisicamente, sujos, mal iluminados ou sem segurança, aumentam também os casos de distúrbios mentais, pois o indivíduo, mesmo inconscientemente, vê-se imerso num cenário de pesadelo, onde todo o entorno parece se constituir numa ameaça. Não é por outra razão que a maioria de nossas cidades são vistas pelos estrangeiros como feias, deterioradas ou ameaçadoras. Essa percepção negativa tem consequências também negativas para nossa economia, pois afugentam os turistas.
É preciso destacar que essas atitudes irracionais em massa, de destruir nossos bens públicos, decorrem ainda e com grande frequência dos exemplos de comportamento que vêm de cima, com o comportamento recorrente de nossas autoridades do não respeito e comedimento pelos recursos públicos. Lembrem-se que o vandalismo é sempre uma corrupção do indivíduo ou das massas, que enxergam, nessas atitudes, um meio de vingança contra os poderosos e seus modos de agir no comando do Estado.
Nesse caso, como ensinava o psicólogo Gustave Le Bom (1841-1931): “As massas nunca têm sede de verdade; elas se afastam de evidências que não agradam seus gostos, preferindo deificar o erro, caso este as seduza.” Mais do que deificar os erros, os brasileiros buscam, nessas manifestações de depredação dos bens públicos, imitar tudo aquilo que enxergam nos andares de cima. Esse modelo de comportamento nacional demonstra também a urgência, cada vez mais premente, de retirar esse lobo que parece devorar cada indivíduo de dentro para fora, transformando-o numa espécie sui generis, digna de todo o cuidado de uma junta médica e mental.
A frase que foi pronunciada:
“Um homem que rouba por mim, fatalmente, roubará de mim.”
Theodore Roosevelt

História de Brasília
Os três diretores acusados pelo sr. Hélio Fernandes como “traquejados no manejo da maior máquina de corrupção” são os senhores Frank Ballalai May, Vasco Viana de Andrade e Jaime Almeida. O dr. Frank, antes da Novacap, era diretor do Banco do Nordeste. Valeu sempre como um homem de bem. O dr.Vasco substituiu o dr. Moacir Gomes e Sousa e o dr. Bernardo Sayão. Fêz um milhão e meio de metros quadrados de asfalto dentro do Distrito Federal, afora as outras obras, e o dr. Jaime Almeida, lidando sempre com a parte financeira, tem mantido a impecabilidade que todos conhecem. (Publicada em 25.04.1962)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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É uma pena que nenhuma das mais importantes obras da literatura mundial entre para a grade curricular das escolas públicas. Nossos jovens acabam perdendo a oportunidade de entender o mundo ao redor. Sem esse entendimento, tornam-se também presa fácil dos labirintos opressores do mundo, diluídos num amálgama disforme e sem propósitos.
Na luz do conhecimento, estão os mapas e os passaportes para o caminhar com o salvo-conduto necessário para a construção de uma vida digna, longe das teorias que buscam transformar os homens numa espécie de formigueiro coletivo, cujo único propósito é o da sobrevivência. A perda do individualismo e a deformação da persona de cada um, tão caras aos renascentistas e que tantos progressos trouxeram para o entendimento e desenvolvimento da humanidade, é, talvez, a mais severa punição infligida aos homens.
Infelizmente, nossas escolas, por suas precariedades humanas e materiais prejudicam mais do que ajudam na formação humanística dos alunos. Prejudicam porque ensinam e incentivam a competição entre os indivíduos, tornando o processo doloroso para os alunos e fonte de rivalidades. Prejudicam também porque não estimulam a correta cooperação, preferindo o caminho mais fácil da pasteurização do ensino, levando os alunos a trabalhar em grupos, em que apenas uma minoria participa e é ativa e o restante, mesmo sem esforço algum e se mantendo passivo, fica com os mesmos louros.
Talvez o que fique de positivo nessas experiências coletivistas, é que esse método mostra, na prática, como funcionam certas teorias políticas comuns e socializantes, na qual as massas produzem as riquezas que são incorporadas apenas pelas elites do aparelho partidário. O Santo Graal buscado pela humanidade é, para além das recompensas espirituais, a felicidade na Terra, boa parte do propósito humano.
É certo que para atingir tal estado de satisfação e recompensa, as necessidades individuais precisam ser atendidas, tais como direito à liberdade de opinião, igualdade perante as leis, direito à propriedade entre outros ganhos. Quando quaisquer desses direitos não são atendidos, o que se tem é o esmagamento do indivíduo e sua transformação numa espécie de zumbi sem vontade própria. Talvez seja esse um dos principais objetivos da escola: mostrar a cada um as possibilidades infinitas do indivíduo, além de fazê-lo entender os perigos de que certas doutrinas políticas coletivistas apontam para um futuro oposto do que prometem e são, sobretudo, um caminho seguro para a servidão e a postergação da felicidade.
E é aí que entra a obra como o Caminho da Servidão do ganhador do Prêmio Nobel de economia, Friedrich von Hayek (1899-1992). Óbvio que uma obra desse quilate ou similares, como 1984, de George Orwell (1903-1950) passam longe da grade curricular de nossas escolas, por motivos que nem mesmo os professores mais preparados sabem explicar. No caso da obra de Hayek, esse autor, demonstra, quase cientificamente, como políticas coletivistas geram uma sociedade dependente de governos, com os indivíduos deixando de perseguir progresso e mobilidade social e econômica, preferindo se esforçar para integrar as doutrinas políticas do governo de plantão, em que a influência pessoal e os contatos privilegiados com a cúpula do governo passam a ser entendidos como o único caminho para a prosperidade.
Para von Hayek, o controle exercido por governos coletivistas, acabam por produzir também um controle de ordem psicológica, modificando o caráter do povo, induzindo as pessoas a se voltarem umas contra as outras e em favor unicamente do governo. Fica patente em sua obra que somente a liberdade econômica pode conduzir à plena liberdade política. Ao inverter essa equação, o que se tem é a perda de liberdade, com o povo desprovido tanto de liberdade econômica quanto política.
Nesse ponto, Hayek mostra que é a propriedade privada um dos principais alicerces da liberdade individual. Como ensinava Hannah Arendt (1906 – 1975), “a educação é o ponto em que decidimos se amamos o mundo o bastante para assumirmos a responsabilidade por ele”, pois “os direitos humanos é o direito a ter direitos”. Também para ela, “o mais radical revolucionário tornar-se-á um conservador no dia seguinte à revolução.”
Voltando a Hayek, a propriedade privada é também garantia de vida privada e um caminho livre para perseguir o que o indivíduo deseja para sua vida, sem intromissões do governo. “O individualismo (…) tem como características essenciais o respeito pelo indivíduo como ser humano, isto é, o reconhecimento da supremacia de suas preferências e opiniões na esfera individual, por mais limitada que esta possa ser, e a convicção de que é desejável que os indivíduos desenvolvam dotes e inclinações pessoais” diz o autor dessa obra básica.
A frase que foi pronunciada:
“Do meu ponto de vista, a globalização econômica é a nova forma adotada pelo totalitarismo. O chamdo neoliberalismo é um capitalismo totalitário.”
José Saramago

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Repensar a democracia no Brasil, suas virtudes e vícios, talvez seja o principal desafio a ser enfrentado em nosso tempo por todos aqueles que, de uma forma ou de outra, desejam o bem do país, a pacificação da nação e, sobretudo, um futuro menos distópico para as próximas gerações.
De fato, pelo que temos assistido até aqui, não há, por parte do Estado, nem vontade, nem iniciativas que busquem um verdadeiro projeto para o Brasil. Talvez, por isso, o tão sonhado país do futuro vai, como em outras ocasiões, sendo postergado. Afinal, pensar o país fora da bolha política e em total sintonia, como deseja a maioria da população, virou uma espécie de ultraje aos que desejam a manutenção do status quo. Nem mesmo nas universidades, berços do pensamento, observa-se iniciativas sinceras devotadas a pensar o Brasil. Permanecemos naquele limbo de dúvidas, com a única certeza de que existe um projeto para o país que aponta sempre para o atraso e o descaso.
A perversidade herdada de tantos séculos de escravidão e exploração do homem pelo homem moldou entre nós uma classe dominante e política insensível a questões como as desigualdades. Uma elite incapaz de se situar dentro do Brasil real. Observe, como exemplo desse desdém pelo país, a reunião entre os governadores e o atual presidente para tratar de um plano de segurança, a fim conter, segundo o governo, o avanço contínuo do crime organizado sobre a estrutura do Estado. Se houvesse, de fato, um projeto para o Brasil, esse teria começado lá atrás, quando problemas dessa natureza estavam apenas dando seus primeiros passos.
Há décadas, o educador Darcy Ribeiro alertava para o crescimento desse problema: “Se os governantes não construírem escolas, em 20 anos faltará dinheiro para construir presídios.” De lá para cá, a situação da violência em nosso país foi num crescendo tal que, hoje, o governo busca soluções milagrosas e ainda enviesadas de ideologias para resolver um problema que parece ter crescido para além das possibilidades de o Estado resolver.
Talvez tenhamos, nos últimos anos, mais presos nas celas que existem ou construído mais presídios do que universidades e escolas. Isso é uma anomalia que não tem fim. Estamos fadados a correr eternamente atrás do rabo, como um cão endoidecido, consertando a fechadura depois de ter a porta arrancada. Reuniões como a ocorrida nesta semana no Palácio do Planalto mostram que, além das pantomimas habituais, o cerne do problema escapa das mãos dos políticos, como areia fina.
Ao mesmo tempo em que presídios de segurança máxima são erguidos, o Estado, pelas mãos de seus magistrados, libera o uso das drogas, um dos principais insumos para mover a máquina do crime organizado. Boa parte de nossas metrópoles ostenta hoje periferias que são áreas controladas por uma criminalidade fortemente armada e que não aceita a intromissão do Estado. Nessas periferias onde mandam as quadrilhas, as escolas foram transformadas em zonas de alto risco para os professores, com o tráfico de drogas correndo solto e todo o tipo de violência.
Ciente dessa questão, muitos governadores buscaram, no modelo de escolas militares, uma solução exitosa para fazer com que esses estabelecimentos funcionassem com um mínimo de eficácia. Educação não se faz sem um mínimo de disciplina. Muitas mães de alunos aprovaram o modelo, mas o Estado, por questões ideológicas, achou por bem pôr um fim nessas escolas, sem ouvir os contribuintes, retornando ao modelo antigo no qual os alunos mandam. E pensar que existe país pelo mundo que transforma antigos presídios em escolas ou hospitais, por absoluta falta de meliantes para prender. Acreditar que a maioria dos políticos resolverá o problema de violência em nosso país é persistir na ilusão. O descaso é também uma forma de violência e uma derrota para todos. Diante de uma situação que tomou proporções continentais, o que temos que fazer agora é buscar meios para que, num futuro breve, não tenhamos que negociar diretamente com uma espécie de Estado paralelo governado por facções do crime.
A frase que foi pronunciada:
“A escola é uma prisão onde se aprende a ser livre”
Quintino Cunha
Errei
Na última quinta-feira (31/10), cometi dois erros. O primeiro é referente ao número de mortos no rompimento da barragem do Fundão, em Mariana, que foram 19 no total. O outro é referente a Fundação Renova, que continua ativa, e não extinta como diz no texto. Veja mais detalhes do assunto a seguir.
–> Conforme previsto no acordo de repactuação, a transferência das iniciativas executadas pela Fundação Renova para a Samarco será feita de forma gradual e planejada em até doze meses, com aproveitamento do conhecimento das equipes da Fundação. As ações realizadas pela Fundação Renova, que passam a ser obrigação de fazer da Samarco no âmbito da repactuação, seguirão em andamento.
A Fundação Renova informa que até setembro de 2024 foram destinados R$ 38,2 bilhões às ações de reparação e compensação. Desse valor, R$ 15,05 bilhões foram para o pagamento de indenizações e R$ 2,99 bilhões em Auxílios Financeiros Emergenciais, totalizando R$ 18,04 bilhões em 447,2 mil acordos. Ações integradas de restauração florestal, recuperação de nascentes e saneamento estão acontecendo ao longo da bacia e visam à melhoria da qualidade da água.
Att,
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Fundação Renova – Documento Publico
Portas abertas
Centenas de pessoas de Goiás e Brasília com o sobrenome Chaves articulam um grande encontro para os próximos meses.

Inovação
Abertas as inscrições pela Biolab, até 15 de novembro, para startups com soluções inovadoras para a saúde. É uma grande oportunidade para as universidades com pesquisas de ponta que têm a oferecer propostas efetivas desde o papel da IA e novas oportunidades na jornada médica, soluções em softwares para otimização do desenvolvimento. No blog do Ari Cunha, o assunto com detalhes.
História de Brasília
“Na Universidade de Brasília, um tapeceiro chegou para cobrir a parede. O mestre de obras disse que a parede não havia sido levantada. Sente aí e espere um pouco.” (Publicada em 21/41962)
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Num mundo em que as tecnologias e as ciências se converteram no mais importante capital de um país, fica evidente que quanto mais desenvolvida for uma nação, mais e mais cientistas e pesquisadores ela necessita para manter alto seu padrão de desenvolvimento humano.
Só para se ter uma ideia da importância das ciências para o desenvolvimento de um país, os Estados Unidos investiram aproximadamente R$ 500 bilhões em pesquisas no ano de 2021 e vêm aumentando gradativamente esses valores a cada ano. Lá, a maioria das centenas de universidades investem em pesquisa, pois sabem que esse é o modelo de ensino que mais atrai investimentos, além, é claro, de conferir prestígio a essas instituições.
O governo federal americano investe pesado em pesquisas acadêmicas por meio de agências como o Departamento de Saúde e Serviços Humanos, Departamento de Defesa; Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço; Departamento de Energia; e o Departamento de Agricultura. Os governos estaduais também investem em pesquisas, bem como os fundos próprios das instituições, organizações sem fins lucrativos ou apoiadores privados entre outros negócios. Esses investimentos em pesquisas são avaliados de forma séria e servem para medir o grau de atividade de pesquisa de uma universidade. Essas instituições são avaliadas ainda por indicadores como publicações, citações, comercialização de descobertas, além de prêmios acadêmicos recebidos. Apenas no ano de 2022, 21 universidades ultrapassaram a marca de U$ 1 bilhão em pesquisas e desenvolvimento. Somente a Universidade de Johns Hopkins investiu U$ 3,18 bilhões em pesquisas e desenvolvimento.
Com relação ao Brasil, no mesmo ano de 2021, segundo o Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação, foram investidos em pesquisa algo como 1,2% do PIB, mas esse valor vem diminuindo ano a ano. Também o setor empresarial, que no passado chegou a investir grandes somas em pesquisas, passou a reduzir esse tipo de investimento, em decorrência das más condições econômicas do país, agravada pela elevação sem precedentes da carga tributária e de outros encargos.
O Brasil segue na contramão dos países desenvolvidos quando o assunto é investimento em pesquisas. Não por outra razão, os cientistas e pesquisadores brasileiros, assim que alcançam um patamar de conhecimento respeitável, tratam logo de sair do país em busca de outras instituições e empresas estrangeiras, dispostas a bancar, o quanto for, por pesquisas que levem a descobertas valiosas. O fato é que, sem dinheiro, não há ciência, nem coisa alguma. A cada novo corte nos gastos do governo, as áreas das ciências e educação são as mais penalizadas. Desde sempre, nosso país assiste calado a uma verdadeira diáspora científica, com milhares de pesquisadores abandonando o Brasil, quer por vontade própria, quer por motivo de convite de empresas e universidades interessadas em seus trabalhos. Em termos de financiamento em pesquisa, não há como competir com países como os Estados Unidos, Alemanha ou China. Por outro lado, também não existe, por parte do governo, uma crença ou convicção sedimentada na importância das pesquisas para o progresso do país.
No último mês de julho, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico (CNPq), por pressão dos próprios acadêmicos do país, anunciou que fará a abertura de um processo de seleção para o Programa de Repatriação de Talentos – Conhecimento Brasil. Pelo edital do Programa haverá a escolha de até mil projetos de pesquisadores que trabalham hoje no exterior e que, porventura, desejam retornar ao Brasil. A ideia é oferecer uma bolsa mensal, mais verbas para pesquisa, viagens e outros benefícios, como contratação de plano de saúde para a família e previdência.
Um dos empecilhos, além do dinheiro oferecido lá fora, é que as ciências hoje experimentam um novo modelo, em que a mobilidade é parte integrante da própria ciência, já que os pesquisadores precisam trocar informações, conhecer novos métodos de pesquisa, novos equipamentos e um mundo de outros meios para a realização de pesquisas.
Atualmente, há aproximadamente 1.200 pesquisadores brasileiros espalhados por cerca de 42 países, embora o número exato de cientistas que deixaram o Brasil ainda seja desconhecido e pode ser ainda muito maior. A fuga de cérebros em nosso país é antiga e persiste ainda hoje, sendo um indicativo de que estamos distantes ainda do ideal de pesquisa e portanto do ideal de desenvolvimento.
A frase que foi pronunciada:
“O mercado de ações está cheio de indivíduos que sabem o preço de tudo, mas o valor de nada.”
Philip Fisher

Desrespeito
O marketing agressivo das operadoras de celular não permite que o cliente manifeste sua vontade. Até permite. Mas não há treinamento para aceitá-la. Depois de responder que não há interesse na promoção, é apresentada outra oferta. A seguir uma negativa e outra promoção. E a conversa se desenrola presa em um script lido por alguém desprovido de respeito e empatia. Os idosos são os que mais sofrem.

História de Brasília
Em vista dos últimos acontecimentos o prefeito Sette Câmara mandará publicar no “Diário Oficial” todos os pagamentos efetuados pela Novacap. A Comissão entrará em funcionamento imediatamente não se sabendo, entretanto, do afastamento ou não do dr. Laranja Filho. (Publicada em 18.04.1962)


