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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Arcabouço, que os dicionários definem como estrutura óssea para dar sustentação aos animais vertebrados, seria, na nova versão apresentada agora pelo relator da matéria, deputado Cláudio Cajado (PP-BA), o esqueleto econômico da tão esperada atual política econômica no Brasil. Seria porque é certo que ele será modificado no Congresso. Prestes a completar seis meses de governo e em meio às turbulências políticas e institucionais que o país atravessa, por conta, justamente, da falta de projetos e de previsões mínimas de gestão, o que se tem, de fato, nesse momento, são ainda promessas de cumprimento de metas, colocadas num papel para dar algum sentido à atual gestão.
Para aqueles que observam de longe toda essa cena, a apresentação do esqueleto econômico do governo se dá nesse momento, porque se deveria, até por experiência própria, ter apresentado um plano coerente para o país, mas o partido não cuidou desse “detalhe”, confiando apenas no tino político do chefe do Executivo, de que tudo seria ajeitado no devido momento.
Uma vez mais, reinstalados no Palácio do Planalto, descobriram que a realidade era bem mais complexa e mais difícil do que supunham e que a solução para esses problemas distava milhares de quilômetros de qualquer avaliação precipitada. Para o chefe do Executivo, esse era um desafio que deveria ser cumprido por seus auxiliares, ocupado que estava e está com sua agenda internacional, que a oposição já identificou como um prolongamento de sua lua de mel, bancada pelos cofres públicos.
O que parece que realmente interessa é que esse esqueleto erguido agora permita que sejam tirados nacos de carne do corpo da União, sem que isso provoque a morte do escalpelado. Preocupa, sobretudo ao presidente, que essas novas regras tragam, em suas linhas gerais, normas que impeçam que ele seja punido com um impeachment, como aconteceu com a ex-presidente Dilma, em caso de novas pedaladas fiscais.
A responsabilidade fiscal, regra básica para a administração dos recursos públicos e que anteriormente punia com exatidão os maus gestores, foi, e não poderia ser diferente, deixada de lado. Em caso de a gastança, ir além das metas previstas, os punidos, dessa vez, não serão os políticos perdulários, mas os servidores públicos e os aposentados que poderão ficar sem a correção de seus rendimentos frente à inflação. Mesmo que afirme que o Bolsa Família e o salário mínimo ficarão protegidos, não há segurança efetiva de que essa intenção será mantida até ao final do governo.
Até mesmo o pedido de votação de urgência, feito por lideranças governistas, indica a possibilidade de que o PLP 93/2023 passará pelo Congresso como um trem bala carregado de intenções de gastos e indiferente à sustentabilidade fiscal e à desaceleração econômica do país prevista para o próximo ano. Os economistas mais realistas estão prevendo é que a proposta terá, como resultado final, uma soma igual a zero, com efeitos praticamente nulos nas contas do país. Para um governo que começou mal, sem planos ou projetos de gestão, a implosão do teto de gastos, em mais de R$ 200 bilhões, apenas para fazer cumprir promessas de campanha, o arcabouço atende tão somente à pressão imediata da realidade, contornando o problema dos gastos, mas não resolvendo a questão econômica do Estado.
Nesse ponto, a questão toda se resume à volta da responsabilidade nos gastos públicos, para evitar que o mal, que assola hoje países como a Argentina, não se repita também no Brasil. Houvesse apenas a intenção de cumprir regras já estabelecidas e que deram certo no passado, toda essa pantomina aflitiva perderia razão de ser.
A frase que foi pronunciada:
“O teto de gastos sociais está sendo mantido no ‘arcabouço fiscal ’para privilegiar o pagamento de uma chamada dívida pública nunca auditada.”
Maria Lucia Fattorelli
Ritmo
Interminável, a obra da W3 tem causado transtorno todos os dias em horário de pico. Não se veem os homens trabalhando sábado, domingo ou feriados para adiantar o final dessa obra.
Frei João Benedito
Extremamente ativo, o reitor e responsável pela Basílica Santuário São Francisco de Assis deixou o coração dos fiéis entre o susto e a devoção. Foi uma separação repentina, o que traz mais dor. Mas basta pensar na agitação do frei João Benedito, seus planos e concretizações, sermões e aulas, que os que têm fé logo ficam aliviados da tristeza, por saber que uma pessoa tão querida certamente está em um lugar especial.
Pesquisas científicas
Há vários trabalhos arquivados bastante interessantes, na Universidade de Pernambuco, sobre vacinação e anencefalias. Foi mais ou menos em 2011 que o STF autorizou o aborto nesses casos.
História de Brasília
Candango de um bom gôsto foi aquele que armou um barraco em frente à superquadra Rio de Janeiro, da Graça Couto. É o único barraco localizado no Eixo Rodoviário, e o bom gôsto fêz com que os fundos ficassem para as superquadras, e a frente para a pista de alta velocidade… (Publicada em 20.03.1962)
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Criado em março de 1991, a partir do Tratado de Assunção, no Paraguai, o bloco econômico regional, intitulado Mercosul, visava, segundo seus idealizadores, levar adiante um antigo sonho do continente de um projeto de construção de um mercado comum de livre comércio na América do Sul, à semelhança do que já existia na Europa, com o Mercado Comum Europeu.
No papel e na cabeça de alguns de seus criadores, a ideia era boa e poderia resolver antigos problemas do continente, que eram, pela ordem, a desigualdade regional e o subdesenvolvimento crônico de muitos países latino-americanos. O mote de que a união faz a força poderia servir como potência motriz e básica, caso os países que integravam o bloco seguissem, ao menos, diretrizes econômicas parecidas ou mesmo objetivos de desenvolvimento comuns.
O fato de o maior país do continente, o Brasil, ter seguido, durante todo o seu longo processo histórico, numa trajetória econômica e social, quase que oposta aos países da região, mostrou, logo de início, que a formação desse bloco não seria uma tarefa fácil. Pelo contrário. Era preciso, ao menos, que houvesse a priori, tanto uma reaproximação histórica, como um certo nivelamento econômico entre os integrantes do Mercosul, de forma que todos tivessem, na largada da empreitada, um mínimo de equilíbrio de desenvolvimento.
Pretender, como fizeram alguns países, sua integração ao bloco, de olho apenas nas vantagens e direitos, de modo a alavancar suas economias internas, arrasadas por décadas de governos populistas, corruptos, ou sob o disfarce de socialistas, ou coisa do gênero, não poderia dar certo, como não deu até hoje.
Sem qualquer viés soberbo, o que o Brasil, com essa associação a países, – que não conseguem, sequer, encontrar uma harmonia institucional interna -, tem conseguido, é arrastar um peso sob as costas, transformando o que seria uma colaboração conjunta numa espécie de associação aduaneira assistencialista, com o mais rico acudindo os mais necessitados. Tal forma não funciona, quando o que está em jogo são interesses comerciais e não humanitários. Mea culpa deve ser feito também com relação ao Brasil que, desde 2003, vem num esforço contínuo de tentar ideologizar politicamente e com os matizes da antiga esquerda sul-americana, um mercado que se pretendia ser apenas uma associação para livre comércio, ou seja, livre de amarras partidárias.
A aceitação da Venezuela e de outros países completamente arruinados por ditadores, dentro do Mercosul, além de ir contra os estatutos da organização, provou que o bloco ainda está longe de atingir seus objetivos, que é o desenvolvimento do livre mercado, atividade essa impulsionada, sobretudo, pela livre iniciativa e pelo capital privado.
Sem liberdades políticas, não se pode falar em livre comércio. No máximo, o que se tem são atividades primárias de escambo ou a troca direta de produto por produto. Dizer, com todas as letras, que o Mercosul não pode pretender ser uma casa de caridade, pode soar mal, egoísta ou até prepotente, mas é isso que ocorre. Fosse entregue à gestão de empreendedores privados, vedando que ideias e ideologias políticas entrassem nesse negócio, o Mercosul já teria alavancado economicamente a região há muito tempo, e não estaríamos nesse eterno ensaio de vir a ser um bloco regional.
Ao transformar o bloco numa espécie de clube de caciques políticos, resta ao Mercosul continuar sendo o que é: um projeto. Para o Brasil, o melhor a fazer, quando tomar juízo e enquanto for outro o governo, é buscar se desvencilhar do bloco, sacudir a poeira e partir para outros mercados.
A frase que foi pronunciada:
“Por que toda a vez que olho para o presidente da Argentina, Alberto Fernadez, logo me vem à mente o personagem de Péricles, o amigo da onça?”
Manuel Madureira
Longeva
Mais uma profissional competente para fazer parte do Programa para Criadores de Conteúdo do Linkedin. Está no forno o texto de Juliana Seidl sobre as tendências nas carreiras. Escolher Juliana é um sinal de que a plataforma Linkedin respeita a competência de uma jovem que está envolvida em dar oportunidade de trabalho para quem se aposentou e continua em busca de produzir.
Boston Scientific
A Agencia Nacional de Saúde aprovou a radioembolização, que trata o câncer no fígado com doses personalizadas. Edouard Zurstrassen, médico especialista em Radiologia Intervencionista, está animado com o procedimento, que é eficaz no controle do câncer hepático.
História de Brasília
Se o saco de arroz da Novacap levasse um distintivo pelo qual cada pessoa levaria apenas um, desestimularia, certamente, os que vão ao supermercado para restabelecer seus estabelecimentos comerciais. (Publicada em 18.03.1962)
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Para o espectador, que observa de uma distância razoável e isenta, toda a movimentação política do atual governo, causa, para dizer o mínimo, surpresa e apreensão a indicação da ex-presidente Dilma Rousseff para a presidência do Banco Multilateral de Desenvolvimento dos BRICS (NBD). Não que a atuação desse banco, cuja sede fica na China, possa provocar reflexos diretos para a economia do Brasil. A situação é outra. Conhecedores do potencial duvidoso, e até aquém do esperado, que a ex-presidente demonstrou nos seus dois mandatos, muita gente fica se perguntando, o que teria feito o NBD e mesmo os BRICS para merecer essa indicação.
Dilma, para os que não se recordam, deixou o maior passivo econômico de toda a história brasileira, mergulhando o país numa recessão jamais vista, com as contas públicas em frangalhos e um recorde de desemprego. Dificilmente, quaisquer dessas instituições bancárias que operam hoje no Brasil teriam a ousadia de nomeá-la para gerir os negócios da instituição. A imprensa, como um todo, tem feito cara de paisagem para essa nomeação, como de resto faz pouco caso também acerca do presente e do futuro dos BRICS. O que pode explicar essa indicação que, com certeza, teve o dedo indicador do atual presidente da República, é agraciar a ex-presidente com uma espécie de prêmio de consolo, com um bom salário e todas as mordomias que o cargo oferta, para assim mantê-la longe do governo pelos próximos quatro anos.
De fato mandaram-na para a China, do outro lado do mundo. O que causa espanto mesmo é quando se comparam os currículos da ex-presidente com o apresentado pelo presidente que deixa o posto, Marcos Troyjo, que deveria permanecer neste cargo até 2025. Não vale aqui compará-los, até por uma razão de humanidade e para não ferir suscetibilidades dos partidários da ex-presidente. Quem tiver maior interesse nessa questão basta consultá-los. Ainda é cedo também para que se percebam as consequências para os BRICS, como um todo e para o Brasil, em particular, com essa substituição. O certo é que não há muito o que esperar, ainda mais quando se sabe que o Brasil deve aproximadamente U$ 300 milhões ao NBD, por acordos não cumpridos, como aporte de capital.
Apesar da estranheza dessa indicação, que foi ratificada pelos países que integram o bloco, é preciso salientar que mesmo países como a China e a Rússia, não enxergam os BRICS unicamente como uma união de economias complementares, apostando muito mais nos resultados estratégicos, políticos e militares que esse bloco pode render para esses países do Leste. O que demonstra a pouca atenção, tanto da mídia interna como externa a essa mudança e suas consequências futuras para o bloco, é o fato de que o BRICS é ainda e tão somente uma alegoria ou cenário a esconder por detrás as reais intenções de governos que almejam avançar para Oeste e aqui marcar trincheiras. O Brasil e a Dilma, como de resto alguns outros países do bloco, entram nessa encenação toda como figurantes de segundo plano e que não fazem muita falta.
A frase que foi pronunciada:
“Quando você aponta uma estrela ao tolo, ele olha para a ponta do seu dedo.”
Provérbio chinês
História de Brasília
Brasília chorou a morte de Belo. Belarmino Elvidio Leite, filho do Orion, da Recapagem Orion. Perde a cidade um excelente rapaz, perde o comércio um excelente comerciante, perdemos, todos nós, um excelente amigo. (Publicada em 01.03.1962)
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Ninguém, em sã consciência, nem mesmo os mais otimistas dos economistas do país, aposta um níquel furado nessa tal de âncora fiscal, desenhada às pressas, em garatujas ilegíveis, dentro dos muros do Palácio do Planalto. O princípio do teto de gastos, que poderia resolver um dos maiores, mais intricados e antigos problemas na área econômica do país, que é a excessiva diferença entre o que o governo arrecada e o que utiliza nas despesas para levar a cabo seus projetos e programas, mais uma vez, parece ir pelo ralo.
A questão nesse caso atual é simples e não exige muito esforço de reflexão. A população pode acompanhar que não houve menção, nem o esboço de um único traço sequer de algo semelhante a um programa ou plano para os próximos quatro anos de gestão. Veio numa situação tão surreal que nem o próprio candidato tinha certeza da vitória. Apanhado de surpresa, também não se deu ao trabalho de elaborar um programa de governo, na certeza de que poderia desengavetar planos passados, na sua grande maioria, projetos populistas e sem lastro na realidade, todos eles feitos e executados com vista apenas às próximas eleições e na perpetuação no poder.
O preço do improviso, é claro, veio na forma de mais gastos e consequente aumento de impostos, camuflados ou não, onerando quem produz e desonerando quem se mantém na sombra do governo, em apoio a suas teses. O que esperar de um presidente que, em viagem à China, levará, a tiracolo, um time de empresários que figuraram como réus nos escândalos da Operação Lava Jato? Não foi esse mesmo presidente que, ao reconhecer, erroneamente e sem reflexão, a China como economia de mercado, escancarando as portas do Brasil aos produtos desse país, acelerou o processo de sucateamento de nossas indústrias em vários setores?
Diz o ditado que de onde nada se espera é que não pode vir nada mesmo. Não por outra razão, ao adentrar em seu terceiro mandato, o governo cuidou logo, mesmo antes de sentar na cadeira do Executivo, de arrombar o teto de gastos em mais de R$ 200 bilhões, num sinal premonitório e ruim do que virá pela frente. O passivo nas contas públicas já reforça a ideia de que o que começa de forma errada sempre acaba de forma errada.
Não haverá a tão esperada rigidez nos gastos do governo, pois o montante de recursos que ele demonstra estar propenso a dispender é maior do que quaisquer regras venham a limitar. O populismo é um bolso furado que entende não valer a pena pagar as dívidas e sim gastar o que vê pela frente.
Culpar governos passados, de forma duvidosa, acusando-os de terem promovido um grande desequilíbrio fiscal, já não cola nos ouvidos de ninguém. Pelo contrário, uma vista rápida nos números da economia nos governos Temer e Bolsonaro mostra a preocupação que ambos tiveram em desmontar o déficit público herdado dos governos petistas. Quem ainda espera alguma fórmula milagrosa vinda dessa proposta de âncora fiscal deste governo verá que, de fato, a montanha pariu um rato.
Querer convencer a opinião pública de que populismo e economia podem andar juntos não esconde o fato de que esse processo só se torna viável por meio de pedaladas fiscais. Todos já conhecemos o conjunto de medidas econômicas que visam iludir o público, tal como fazem os mágicos, que tiram coelhos e pombos de cartolas.
A frase que foi pronunciada:
“(…) quando as leis deixaram de ser executadas, pois isso só pode vir da corrupção da república, o estado já está perdido.”
Montesquieu, O Espírito das Leis
Arte
Sucesso da exposição Ecletismo nas Artes Visuais, com a curadoria e produção cultural de Malu Perlingeiro e coprodução de Lia Paz. Veja, a seguir, as fotos que a homenageada Leda Watson nos mandou com a Gláucie Lima.
Gota d’água
Aos poucos, a figura das mães vai sendo perdida nos absurdos do futuro e agora. Homens que menstruam, amamentam e jogam em times femininos. Chegando o Dia das Mães, somos quase proibidas de pronunciar “leite materno”. Atualmente, o correto, para a minoria, é dizer “leite humano”.
Evasão Escolar*
Vejam no link BUSCA ATIVA ESCOLAR, a íntegra do guia “Papel das organizações da sociedade civil no enfrentamento da exclusão escolar”, desenvolvido pelo UNICEF, Undime e Itaú Social. É importante que as Comissões de Educação do Senado e da Câmara conheçam o teor de quem apoia a atuação das organizações sociais e do poder público para a superação dos índices de abandono e evasão escolar, aprofundados durante a pandemia da Covid-19.
História de Brasília
O único bloco da Esplanada dos Ministérios que tem dependência transformada em residência, é o Bloco 9. (Publicada em 17.03.1962)
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Discutir agora, e até formatar uma legislação atualizada e necessária de reforma tributária, torna-se um assunto deveras delicado, quando se verifica, a priori, que o atual governo chegou ao poder sem sequer apresentar, previamente, quaisquer propostas ou rabiscos de planos econômicos, muito menos relativos à questão de cobrança de tributos e impostos.
Por sua relevância e urgência, a reforma tributária, desde sempre, tornou-se um assunto vital para economias emergentes como o Brasil, abalado por crises como a pandemia, guerras e outros contratempos dentro e fora do país. Trata-se aqui de uma reforma que poderia muito bem ser precedida de um outra reforma, talvez mais urgente e primária, que, nesse caso, seria a reforma política. O motivo é claro: é na classe política, tanto aquela com assento no Congresso como nos estados e municípios, que residem os conflitos de interesses de toda a ordem sobre esse assunto.
Privilégios políticos não condizem com uma reforma tributária do tipo ética e racional. Também é no governo Federal, por razões ideológicas e outras de igual calibre, que estão concentrados os maiores esforços para que uma nova estrutura de reforma tributária seja armada, a tempo de salvar um barco que não apenas parece sem direção, mas que seguramente se dirige rumo ao passado e de encontro aos tempos nefastos de inflação alta, recessão e outros desatinos cíclicos advindos sempre do improviso. Para a sociedade e para o empresariado em geral, sobretudo aqueles que não possuem a força do lobby, a reforma tributária que virá não será a necessária e pode até se situar muito aquém do que a base da pirâmide necessita.
De fato, essas camadas como base de sustentação da economia, poderão se contentar apenas com uma simplificação de regras tributárias, já que a diminuição na carga tributária, que seria o desejo mais acalentado pelos trabalhadores, dificilmente irá acontecer. É sabido que governos só sobrevivem por contar com recursos abundantes para gastar sem contrapartidas. Não há cobrança de resultados. Os limites impostos pela coerência na cobrança de tributos impostos serão, mais uma vez, tão respeitados como o foram o Teto de Gastos e a Lei das Estatais, que viraram pó de farinha.
É preciso arrancar mais recursos dos empresários, ainda mais quando é o próprio governo que, inacreditavelmente, afirma que eles não trabalham e vivem apenas da exploração dos seus empregados.
Muitos nesse país desconfiam das intenções do governo e da classe política, principalmente porque, nesse meio, as agruras e esforços para produzir riquezas não são conhecidos.
Reforma tributária para valer só poderia ser concreta e justamente formulada se vinda de uma ampla consulta sobre o tema. Qualquer reforma tributária que venha de cima para baixo não servirá aos pequenos e médios empresários e muito menos à população em geral, mas apenas para atender necessidades de momento, ou apenas para abarrotar os cofres públicos de recursos que poderão, inclusive, ser destinados para obras nos países de mesmo credo ideológico. Incluída, nesse bolo azedo, a tão detestada classe média, que, segundo o próprio governo, ostenta padrões de vida muito acima daqueles verificados nos países desenvolvidos.
Pela qualidade da árvore em questão, de onde sairão os frutos da pretendida reforma tributária, já dá para antecipar que nada de bom virá para todos, exceto para os que orbitam as imediações do poder.
A frase que foi pronunciada:
“Haverá salvação para um país que se declara “deitado eternamente em berço esplêndido” e cujo maior exemplo de dinâmica associativa espontânea é o Carnaval?”
Roberto Campos
Reconhecimento
Mario Vargas Llosa, nascido em 1936 em Arequipa, Peru, está em Paris. Ocupa agora a cadeira 18 da Academia Francesa de Letras. A instituição divulga que assim se realiza “um sonho da sua juventude” – conforme confidenciou o seu tradutor francês, Albert Bensoussan. Esta é a primeira vez que tamanha honra é concedida a um autor que não publicou um único livro escrito em francês.
Isso pode, Arnaldo?
Não teremos a presença de um parente na celebração da chegada de mais um bebê na família porque a Latam cancelou o voo. Ainda houve uma proposta de passar 24 horas dentro de um avião, mas mesmo assim não chegaria a tempo no evento. ‘Seu voo foi cancelado – Informação crítica – Lamentamos comunicar o cancelamento de seu voo LA8181.
História de Brasília
Os ônibus chapa branca não estão dando mais caronas às crianças que saem ou se destinam às escolas. Outro dia, o da Fundação Brasil Central fêz uma professôra da Escola Classe 106 descer do veículo, com chuva, sob a alegação de que não era funcionária. (Publicada em 15.03.1962)
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De acordo com o Banco Central, o mais credenciado porta-voz das finanças deste país, há sinais fortes e consistentes de que a economia nacional está entrando em espiral de crescimento, com o Produto Interno Bruto (PIB) experimentando uma variação positiva, saindo de uma previsão pessimista de zero para uma nova projeção em torno de 2,05%. Trata-se de um salto para frente que vem surpreendendo muitos economistas, mesmo do governo. Quem, no entanto, parece desanimado com esses novos números é o pessoal que cuida dos programas econômicos dos candidatos da oposição. A recuperação econômica caiu sobre essas equipes como um balde de gelo e já provoca reflexos também nos números apresentados pelas pesquisas de opinião, que mostram, agora, um crescimento acentuado na confiança do atual presidente.
Há muito, os historiadores e outros sociólogos constataram que o povo ou a vontade popular imanente só é abalada, de fato, pelo fator fome. A fome e suas irmãs siamesas, a miséria e a escassez, têm sido, ao longo da existência humana, o moto-perpétuo das revoluções, tudo dentro de uma antiga noção fatalista: se vamos morrer mesmo de fome, lenta e dolorosamente, melhor então morrer logo por um ferimento de bala, instantâneo e decisivo. Em outras palavras, o que leva o povo a lutar nas ruas é seu instinto mais selvagem de preservação, herdado ainda dos tempos da caverna. Nesse caso, se a recuperação da economia continuar nesse passo ascendente, com a diminuição nos preços dos alimentos, as chances de retorno ao passado, configurada na figura do Minotauro de Garanhuns, são bem menores.
Em 1993, George Bush, então presidente dos Estados Unidos, era o favorito, quase absoluto para se reeleger. Sua recondução ao cargo era quase certa. Havia apenas um detalhe entre sua nova vitória e a realidade. Nesse período, os EUA enfrentavam uma preocupante recessão econômica, agravada ainda pela guerra do Golfo. Foi, num cenário assim, que o marqueteiro, James Carville, trabalhando para um desconhecido e pouco popular candidato do Arkansas, de nome Bill Clinton, instigou-o a bater em seu adversário, tendo como mote a recessão, que inquietava os americanos. Com a frase: “É a economia, estúpido”, dirigida a Clinton, Carville ensinou o caminho das pedras que levara seu cliente para a Casa Branca.
De fato, não há como negar, a população brasileira, assim como outras e em outras partes do planeta, enxerga as eleições como uma feira, onde os clientes acabam sendo atraídos para a banca onde o feirante promete mais vantagens e preços melhores. O Resto é prosa ou prosopopeia. Nesse sentido, cabe ainda a discussão sobre a chamada Carta em Defesa da Democracia, um libelo que serviu como elemento aglutinador das oposições ao atual governo e acabou se transformando em propaganda das oposições.
Os marqueteiros desse documento esqueceram de substituir as frases de efeito e de retórica por um programa econômico e realista, capaz de empolgar as massas. O povo não se interessa por libelos, sejam de esquerda ou direita. O libelo do povo está nas gôndolas dos supermercados, recheados de produtos de boa qualidade e a preços honestos, acessíveis e baixos. Fica aqui o lembrete: “É a economia, estúpidos!”.
A frase que foi pronunciada:
“Tenho paciência e penso: todo o mal traz consigo algum bem.”
Ludwig van Beethoven
Peça rara
Andando por uma livraria, nossa sugestão é que compre Faíscas Verbais, de Márcio Bueno. O jornalista faz um compilado histórico surpreendente a cada linha. Diverte e instrui.
Cidadania
Sugestão da leitora Petra Fortes é humana e de importância vital. Não é justo que o pessoal da reciclagem, responsáveis por uma cidade ecologicamente correta, fique abrindo sacos de lixo para retirar entre restos de comida, as garrafas PET, papelões ou latas de alumínio. A cena corriqueira poderia ser evitada se os cidadãos tivessem compaixão no momento de separar o lixo.
Sem condições
Também sobre recicláveis, escreve-nos, de Águas Claras, o leitor Renato Mendes Prestes, que observou o estado crítico dos veículos coletores de lixo reciclável transitando naquela região administrativa. Diz o leitor: “sem as mínimas condições de segurança, sem lanternas, pneus carecas e reboques impróprios para cargas. Sua maioria, praticamente sem condições de trafegar. Afora, que os catadores usam o teto e a parte traseira externa do veículo para o acondicionamento de volumosas cargas, colocando em risco os carros que transitam atrás, ao lado ou à frente. Cadê o Detran?”
História de Brasília
Jânio no Brasil. Deus que ilumine os nossos líderes e que nos proteja contra dias de revolução, de agitação. O país já progrediu demais. Falta progredir politicamente. (Publicada em 08.03.1962)
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Quem chegou a acreditar que os aumentos sucessivos dos combustíveis, ao longo de todo esse ano, não teriam peso maior na escalada inflacionária, começa a desconfiar que esteve, todo esse tempo, vivendo num mundo de ilusão, onde fenômenos como causa e efeito não possuem relação direta e concreta.
Para tornar essa uma realidade ainda mais dura, os mecanismos da vida real que poderiam servir de contrapeso, para impedir que a inflação nos levasse de volta a um passado que criamos estar definitivamente morto, foram, todos eles, torpedeados pelo Congresso e pelo Executivo, como parte da caminhada de ambos rumo às próximas eleições de 2022. Instrumentos como o teto de gastos e a responsabilidade fiscal foram postos de lado, assim como outros inibidores ao desperdício dos recursos públicos por parte de maus gestores, como é o caso aqui da responsabilidade administrativa. Com isso, o país ficou, mais uma vez, exposto à contaminação de sua economia, navegando sem instrumentos, em meio à turbulência mundial provocada pela pandemia.
O Legislativo, que poderia, nessa travessia, pressionar politicamente o governo, para conter gastos, faz justamente o contrário, aliando-se ao Executivo. A quebra dessas regras de ouro nos ameaça e torna o ano de 22 uma incógnita e um caminho no escuro. O orçamento do próximo ano, mais do que uma ficção, será uma estória da carochinha, ou, como os oposicionistas gostam denominar, um estelionato eleitoral. Somados e subtraídos todo esses maus presságios, o x da questão que, nesse caso, está na política de preços da Petrobras ou na desvalorização do Real, frente ao dólar, fica sem resolução, mesmo sabendo que a economia do país viaja na boleia de caminhão. Mais preocupados com as estratégias que serão armadas nas próximas eleições, o Palácio do Planalto só quer saber onde encontrar o que restou do dinheiro dos pagadores de impostos para vitaminar seu programa, Auxílio Brasil, e assim garantir protagonismo para reeleger-se.
Já se sabe também que, em ano eleitoral, nenhuma reforma, que poderia contribuir para a contenção de gastos, no caso a reforma administrativa, tem chance de progredir entre os políticos. Enquanto persiste o aparente embate entre economia e política, os investidores, cientes da perda de credibilidade do governo, saem em debandada, provocando, ainda mais, o aumento no dólar e, consequentemente, uma nova onda de subida nos preços dos combustíveis. O transatlântico Brasil perdeu sua âncora fiscal. Agora resta encontrar outros meios de mantê-lo em porto seguro, o que também parece nos remeter de volta ao mundo onírico, onde ações e reações não possuem importância para o que se segue.
Ainda em 2014, durante o descerrar das cortinas do doidivana governo da presidenta Dilma, o jornal britânico Financial Times já advertia para a fragilidade que países emergentes como o Brasil, incluído no que chamava de “cinco frágeis”, viviam seus dilemas internos, justamente por conta da estreita dependência de suas economias em relação aos preços dos combustíveis. Já naquela ocasião, o FT falava desse dilema entre manter os preços dos combustíveis, com efeitos diretos na inflação, desencorajando o consumo; ou absorveriam esses aumentos, por meio de subsídios, forçando o governo a esvaziar os cofres.
De lá para cá, pouco ou nada mudou nessa relação entre os preços praticados pela Petrobras e o aumento da inflação. O que se sabe é que, em qualquer pesquisa histórica que busque encontrar possíveis protagonistas para a escalada da inflação no Brasil, a partir da metade do século passado, a estatal aparecerá em todas elas. Não por culpa de seu desempenho, mas em consequência de gestões políticas erráticas, que sempre prejudicaram tanto a empresa como a economia do país e os brasileiros.
A frase que foi pronunciada:
“O otimismo é a fé em ação. Nada se pode levar a efeito sem otimismo.”
Helen Keller
Rasgando o verbo
Dizia Freud: Quando Pedro me fala sobre Paulo, sei mais de Pedro que de Paulo”. Um ex-presidente que aproveita a liberdade para viajar e falar mal do próprio país mostra muito do que é como pessoa e como homem público. E quando comete o ato falho dizendo que Bolsonaro veio para “destruir o que nós destruímos”, aí diz tudo.
Consome dor
Em dezembro de 2019, pouco antes da pandemia, a gasolina chegava a R$ 4,70. Pelos quase R$ 8 de hoje, já deu para colocar os lucros em dia… Ou não?
Abuso
Não se sabe de onde os hotéis tiraram o poder de refazer os calendários. Só em hotéis, o dia começa depois do meio dia. Está errado! Reserva feita, quarto liberado. Pelo menos é o que o Código do Consumidor diz. Você comprou a reserva a partir do dia primeiro, então deve ter a liberdade de ocupar o lugar reservado na data. Seja em que horário for.
História de Brasília
Os moradores da Asa Norte não estão satisfeitos com os aluguéis arbitrados pelo IAPC e vão pedir fixação pelo preço médio de construção em Brasília, e não pelo preço pago pelo Instituto. (Publicada em 14/02/1962).
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Continua sendo aguardado, na Esplanada dos Ministérios e no governo, a chegada de um técnico, com bagagem científica e currículo acadêmico suficientes, para elaborar uma fórmula matemática capaz de evitar que os aumentos contínuos nos preços dos combustíveis e da energia elétrica não pesem, tanto no cálculo de inflação quanto no bolso dos desesperados consumidores brasileiros.
Qualquer um que demonstrar, matematicamente, a possibilidade do aumento desses insumos não incidirem no cálculo da inflação poderia ser nomeado instantaneamente ministro plenipotenciário do planejamento, com toda pompa e circunstância. Trata-se de uma conjectura ou de teorema dignos de uma “hipótese de Poicaré”, de difícil solução, mesmo na linha das ciências econômicas, onde o fator humano e suas nuances permitem infinitas variantes. No caso em questão, é sabido, como premissa, que qualquer variação para cima, nos preços de combustíveis e de energia, tem reflexos diretos no aumento dos preços finais para o consumidor, pois são bens econômicos necessários ao motor da economia.
Num país em que o transporte é unimodal e realizado basicamente por rodovias, o aumento no combustível eleva os preços das mercadorias transportadas. Num país também em que a energia elétrica ainda é obtida, quase que inteiramente, pela força motriz dos rios nas turbinas das hidroelétricas, qualquer variação nas chuvas e no volume das águas fluviais tem efeito direto sobre a produção de energia.
Nos dois casos, o que o nosso esperado e exímio matemático enxerga, logo de saída, é a total dependência desses modelos econômicos na elevação dos preços e da inflação final. Na realidade, o que se tem aqui é toda uma sociedade feita refém de um modelo construído para não dar prejuízos ao Estado, mesmo que isso ameace e estrangule o consumidor. O que se sabe ainda é que, no pós pandemia, a maioria das economias pelo mundo irão necessitar mais de petróleo para a retomada de seus projetos de desenvolvimento.
Analistas de mercado são unânimes em apostarem na elevação dos preços do barril de petróleo. Por outro lado, é certo também que o aquecimento global, que hoje é uma realidade planetária e praticamente irreversível, projeta uma intensificação do calor e do prolongamento nos períodos de seca. O Brasil, que vem andando na contramão desses alertas científicos, permitindo todo o tipo de crime contra o nosso meio ambiente e ainda incentivando um tipo de agronegócio devastador e sem limites, sofrerá e sofre hoje as consequências dessa incúria.
Desse modo, as variantes do modelo tanto em relação ao petróleo como no caso das hidroelétricas, tornam complexas as resoluções desses teoremas matemáticos e indicam que esse é um problema de resolução quase impossível, mesmo no caso extremo de congelamento nos preços desses insumos básicos. Resta, portanto, a introdução nessa fórmula de alternativas, aparentemente exógenas, mas que, no médio prazo, iriam concorrer para desvincular, definitivamente, a diminuição do volume de água no leito dos rios e o aumento na demanda de petróleo, na variação ascendente dos preços e na formação da inflação.
Essas variantes estão aí para todo mundo que quiser ver, inclusive o governo, que finge que não vê. Trata-se da energia eólica e solar por um lado, e da construção de linhas ferroviárias por outro, aliadas à produção em massa de transportes movidos à eletricidade. Essa é uma saída, a outra é aguardar a chegada de um técnico em finanças públicas, uma espécie de Godot das matemáticas.
A frase que foi pronunciada:
“Nosso universo é um mar de energia limpa e sem energia. Está tudo lá fora, esperando que zarpemos.”
Robert Adams
Compras online
Totalmente interativo, o site da Fundação Athos Bulcão é uma ótima oportunidade de adquirir xícaras, calendários, azulejos e outros objetos valorizados pela arte de Bulcão.
Mesma coisa
Uma mesa na Churrascaria São Paulo só com jovens entre 20 e 25 anos. Em pauta, o desemprego. Um dos rapazes formado em administração, só conseguiu lugar como corretor de imóveis. Outro formado em marketing trabalhando em uma gráfica, o caçula da turma fala 3 línguas, é formado em Economia e, sem emprego, estuda para concurso.
Conclusão
Nutricionistas da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, em parceria com a FAO, conclui que o brasileiro precisa consumir mais frutas e hortaliças. Basta ver os caixas dos supermercados. Sempre há alguma fruta ou hortaliça que não é reconhecida.
História de Brasília
Taguatinga está ameaçada de servir à população, água contaminada. E’ que a água que abastece a cidade é retirada do Córrego do Cortado, e já fizeram loteamento no local da captação. (Publicada em 08/02/1962).
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É sabido que, desde que foi criado, o cargo de ministro da economia, das finanças, fazenda ou seja lá que outra denominação tenha essa função, tal tarefa sempre foi delegada, não apenas àqueles que tinham alguma expertise nas ciências econômicas, mas, sobretudo, aos peritos nas artes de descobrir onde jazem os recursos captados da nação. Não seria exagero afirmar que, aos ministros da economia, caberia a tarefa de prospectar, como fazem os garimpeiros, os veios do dinheiro público, explorando essa jazida o máximo possível. Não surpreende que, uma vez terminado seu trabalho, o que fica para trás, assemelha-se a uma terra arrasada e tomada de buracos e crateras gigantescas, uma paisagem que muito lembra o que restou do antigo garimpo de Serra Pelada.
O que fica na lembrança de todos, após a passagem de seguidos ministros da economia, sãos imagens de um país exaurido e pelado, por uma série de medidas que, em última análise, não vão de encontro as necessidades básicas da população, atendendo, tão somente, a programas de governos quase sempre desconectados da realidade e do cotidiano de todos. E o que é pior, com a mudança das cadeiras a cada eleição, a maioria desses custosos programas são descartados no lixo, dando início a um novo ciclo de políticas econômicas que, por sua vez, atenderão a outros programas extemporâneos de governos, tudo num ciclo sem fim, sem propósito ou razão.
Seguimos como cachorro neurótico correndo sem parar atrás do próprio rabo. Na essência, tudo permanece como sempre esteve: intocável, como querem as forças políticas do atraso, ávidas pela manutenção do status quo. É dessas idas e vindas que temos de nos livrar, e mexendo no imexível. Mas, para isso, será necessário dar início ao fim de todos os privilégios que fazem do Brasil um Estado rico e para os ricos, custeado por uma imensa maioria de cidadãos pobres e de segunda classe. E é aí que toda e qualquer política econômica, seja de que governo for, encontra sua muralha de retenção.
Seguindo essa toada, conhecida por muitos e atalhada desde sempre pelas elites, teríamos que recuar até a própria Constituição, dando um novo sentido e razão prática à redação do art. 5º da nossa Carta, assegurando que todos sejam realmente iguais perante a lei, tanto em direitos quanto em obrigações. Apenas por esse enunciado, tomado ao pé da letra, já seriam banidos todo o tipo de privilégios e sinecuras, assegurando, a todos, os mesmos benefícios que hoje são concedidos apenas aos áulicos e aos encastelados nos altos escalões da máquina pública. Com isso, também a carga tributária incidiria conforme o padrão econômico de cada um. E todo um longo processo de injustiças seriam abolidos.
Na verdade, é justamente a palavra abolição, no seu sentido mais preciso, que se faz necessário estabelecer, abolindo, de vez, as seculares e vergonhosas vantagens concedidas a uns poucos, e que tornam toda e qualquer política econômica de governo, um arremedo e um faz de contas, feitas sob medida para iludir os incautos.
A frase que foi pronunciada:
“Não permito que nenhuma reflexão filosófica me tire a alegria das coisas simples da vida.”
Sigmund Freud, sem convencer seus seguidores.
Luvas
Sempre incomoda, aos pacientes, ver que profissionais da saúde não usam luvas descartáveis. Imagens de pessoas tomando vacina aplicada de braço em braço sem a proteção na mão dos enfermeiros, para um leigo, é aterrador sem pandemia. Imagine em plena tentativa de controle da doença.
STF
Para quem não se lembra, Lula teve câncer, Dilma teve câncer, Cristina Kirchner teve câncer. A medicina avançou e o José Dirceu não será impedido pela doença para traçar planos para o PT. Ele tem a força.
Prata da casa
Rogério Resende, afinador de piano em Brasília, conquista os visitantes que vêm à capital para conhecer seu trabalho. Além de afinar, Rogério restaura e inventa pianos, como o siamês. Cria ferramentas que o auxiliam no trabalho. Fundou a Casa do Piano e o Museu do Piano, que é um caminhão itinerante carregando os instrumentos que carregam história. É hora de Brasília valorizar mais essa joia. Para visitar, é preciso agendar enviando um email para casadopiano@gmail.com ou entrar em contato pelos números: (61) 9970 2964/3036 6405.
Bate papo
Hoje, às 15h, os jornalistas Walberto Maciel e Paulo Miranda vão fazer uma live sobre os órfãos do Covid. Mais detalhes no blog do Ari Cunha.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Um grupo de moradores da Quadra 28 hipoteca igual solidariedade. A Remington Rand, no mesmo passo, cuidará das que estão em frente à sua sede. A Padaria Royal está cobrando 10 cruzeiros por um cafezinho, maltratar fregueses, e recebe reclamações de todos os lados. E para terminar, anote-se o número de títulos protestados ultimamente, de um estabelecimento de excelentes lucros. (Publicado em 24/01/1962)
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Alunos de filosofia têm a oportunidade de conhecer, na prática e na vida real, a grande polêmica, que, desde o século XVII, é travada entre empirismo versus racionalistas. Basta acompanhar o debate que atualmente envolve o presidente da República e chefe do Poder Executivo, Jair Bolsonaro, e parte da nação, incluindo nessa discussão ainda seus próprios ministros, como o titular da pasta da Saúde, Henrique Mandetta, e outros cientistas, além, é claro, de todos aqueles políticos que lhe fazem uma oposição cerrada, dentro e fora do país.
Em tela, nesse caso é a polêmica erguida no Brasil e em todo mundo decorrente da pandemia provocada pelo Covid-19. Nessa batalha, alguns chefes de Estado, tanto no Brasil como no exterior, defendem a tese de que a doença não pode, de modo algum, até pelo seu baixo potencial de mortandade, em comparação com outras enfermidades, impedir que a produção e a economia permaneçam por longo tempo estagnadas, o que pode agregar ainda mais dramaticidade e consequências nefastas ao problema. E um detalhe bastante importante para quem acompanha o trajeto percorrido até aqui do presidente do país de origem da pandemia: com o mundo enfraquecido economicamente, qual será o próximo passo?
Trata-se aqui de uma discussão que, para alguns, opõem dois elementos básicos à sobrevivência humana: vida e trabalho ou saúde e sobrevivência. Num ponto os economistas em sua maioria concordam que os efeitos da paralisação da economia serão tão ruins como o próprio vírus, podendo gerar fome e grande instabilidade social, principalmente em países ainda em desenvolvimento. No nosso Brasil, com a particularidade de a Justiça soltar presidiários para protegê-los da pandemia, o que se discute, até em tom raivoso e muitas vezes eivados de tonalidades político partidárias e outras influências, como de vertentes religiosas e outras, é a questão entre a necessidade da quarentena prolongada da população para, segundo os técnicos em saúde, frear a curva ascendente de contaminação e o retorno, mesmo que parcial, ao trabalho.
Para os defensores da quarentena, uma possível disseminação, em larga escala da epidemia, poderia provocar um caos generalizado em todo o sistema de saúde do país, mas especificamente no Sistema Unificado de Saúde (SUS), um sistema público e já, tradicionalmente, sobrecarregado e pouco eficiente. Nesse debate, até os micro, pequenos e médios empresários e todos os brasileiros que trabalham por conta própria reforçam a tese de que o lockdown, ou paralisação total, trará malefícios a todos indiscriminadamente.
De fato, o presidente está numa encruzilhada do tamanho do Brasil e não pode, por variados motivos, abraçar nenhuma das duas teses de modo absoluto. Para um país cuja a economia insistia em apresentar baixos níveis de crescimento, a estagnação completa seria uma espécie de suicídio, tanto do ponto de vista econômico, como do ponto de vista político. É nesse ponto que o empirismo do presidente, ou seja, o conhecimento, pela experiência e vivência política, adquirida nas décadas em que exerceu mandato de parlamentar, se choca com o conhecimento racional e científico daqueles que defendem a quarentena e a consequente interrupção na produção de bens e riquezas. Lembrem-se que há possibilidades de um próximo passo. Estejamos em alerta.
A frase que foi pronunciada:
“Chegar perto da população quando se quer voto é realmente mais fácil. Olhar nos olhos de quem agora está abandonado, ninguém quer. Deve ser por isso que me chamam de maluco.”
Bolsonaro, pensando com os seus botões.
Mobilidade
Faz tempo que a coluna reclamou das calçadas na W3. Pois nas quadras 512 e 513, por onde passeamos, está tudo nivelado. Uma beleza!
Atenção parlamentares
Vejam a seguir o post da Auditoria Cidadã que exige a supressão dos parágrafos 9º e 10 (Art.115 do ADCT) que a PEC 10/2020 quer introduzir na Constituição. Alega que, pela PEC, o Banco Central pode comprar papéis podres, sem limite, sem identificação e sem transparência.
Sem proteção
Um abastecimento no posto de gasolina do Paranoá e toda a quarentena foi por água abaixo! Os frentistas sem máscara, sem luva, pegam a chave dos carros, o cartão, a máquina do cartão, dinheiro. Todos os empresários que conseguiram continuar faturando durante essa crise deveriam, no mínimo, proteger seus funcionários. Em vários supermercados e outros estabelecimentos, a mesma falta de zelo.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
E se a questão é espaço, o IAPFESP ocupa parte de um bloco do ministério, e poderia estar em outro prédio, talvez o próprio prédio da Vale do Rio Doce, que, alugado, renderia dinheiro para a companhia. (Publicado em 04/01/1962)