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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Dizer que todos os cidadãos de um país estão aptos para a participação política é uma coisa. Outra diferente é afirmar que todos os cidadãos estão aptos para assumir o governo e lá adotar as políticas que a nação anseia. Nesse ponto, eleitores e eleitos deveriam se equivaler, pelo menos do ponto de vista ético. Não é por outra razão que a construção de uma democracia requer, desde seus primórdios, que haja, no seio da sociedade, uma comunidade moralmente boa. Esse pré-requisito é ainda mais cobrado daqueles que, por ventura, vierem a manifestar o desejo de governar. E é aí que a situação escala para outro patamar.
É impossível se alcançar uma pacificação social, outro pressuposto necessário para toda democracia, quando se verifica que aqueles grupos que apoiam cidadãos sem escrúpulos políticos e que recorrem a instrumentos imorais possuem os mesmos direitos políticos que quaisquer outros grupos dentro da sociedade. Votar é, ou deveria ser, um exercício de cidadania. Como tal, deveria se restringir àqueles que gozam desse direito.
Nesse ponto, deixa de ser racionalmente ético permitir que indivíduos privados da liberdade, por crimes de diversas naturezas, possam exercer o direito de voto. Tal impasse não parece possuir amparo do ponto de vista dos direitos da cidadania. Para o cidadão, não pode haver um verdadeiro estabelecimento da paz e da harmonia, dentro da sociedade, quando se observa que, mesmo dentro de presídios de alta segurança, a força do crime organizado influi direta e indiretamente nas eleições.
O prolongamento dos braços do crime organizado para dentro da política, mesmo sob os olhares indiferentes das autoridades, produz, no seio da sociedade, um desânimo com relação às eleições, tornando o Legislativo ainda mais distante dos anseios da população. Há muito, se sabe que a força do dinheiro tem dilapidado, entre nós e em outras partes do mundo, os valores democráticos, transformando a escolha de candidatos numa verdadeira roleta russa. Mais do que coerção, o Estado deve buscar e fazer prevalecer os valores e virtudes democráticas, porque sem elas não pode haver coesão social. A questão se torna ainda mais difícil quando o próprio Estado passa a considerar questões da ética na política uma questão menor.
Embora o Estado, em si, seja, na sua origem, uma construção amoral, deveria caber a ele requisitos a impedir que a imoralidade no trato da coisa pública contamine suas ações e razão de ser. A descrença da população com relação às coisas do Estado e da política tem sua origem na crença de que é possível ascender as mais altas esferas da administração mesmo com as mãos sujas e um currículo de dar inveja aos criminosos mais perigosos. Isso, em outras palavras, torna claro que os vícios encontrados naqueles que assumem a direção do Estado, passam a fazer parte consolidada do Estado, contaminando toda a máquina.
Para alguns estudiosos do assunto, o Estado, mesmo sendo uma construção humana, é um ente inumano e indiferente a sentimentos e outras manifestações de ordem moral. Mais ainda como pode ele reger cidadãos que prezam pela ética pública? Qualquer um é aceito no leme e comando do Estado, desde que seu comportamento não afete a harmonia e a serenidade entre os cidadãos. Mas, ainda assim, esse é um processo perigoso para a democracia. Em se tratando da correlação entre o ser humano e o Estado, é preciso estabelecer antes, alguns parâmetros que façam os cidadãos perceberem que as ações do Estado são justamente aquelas que escolheriam para decidir fatos corriqueiros em seu cotidiano.
A Declaração dos Direitos Universais do Homem aceita mundialmente, deve ser o ponto de partida e a essência a ser buscada quando da construção de um Estado moderno e eficiente. De alguma forma, essa capacidade do ser humano em cuidar de si e dos seus, deve ser também transferida ao Estado, dando a essa entidade a capacidade de agir conforme esperam os homens, amparando-os e defendendo cada um quando necessário. Claro que isso é o ideal. Mas o Estado desconhece o que seja ideal e age segundo o desejo daqueles que estão com a mão colada no leme. E é aí, que a questão se complica pela segunda vez.
Nesse ponto, temos que os vícios e as virtudes, quer queiramos ou não, são repassados ao Estado e deste para os cidadãos. Aqui verificamos que um mau Estado é sempre aquele que é comandado por indivíduos maus. O que não pode ser descartado aqui, à despeito de um Estado sem alma ou sentimentos, é que a ética deveria se constituir no principal leitmotiv do Estado. Sem ela, nem o mais avançado modelo de Estado não possuirá forças para avançar e ser o que deve ser. Esse é um problema para todos, principalmente para nós brasileiros.
A frase que foi pronunciada:
“Negar às pessoas os seus direitos humanos é desafiar a sua própria humanidade.”
Nelson Mandela
História de Brasília
Aqui terminamos. E não queremos fazê-lo sem uma saudação ao dr. Juscelino e ao dr. Israel, sem os quais seria impossível a concretização da mudança da Capital. A eles é grato, também, o BrasilUma demonstração dos serviços públicos em Brasília ocorreu um dia na Praça Municipal. (Publicada em 21.04.1962)
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Assim como o norte magnético da Terra, que vai se afastando de seu ponto inicial, também as decisões de boa parte dos membros do Judiciário vão, por questões subjetivas, afastando-se do norte indicado pela Carta de 88. Infelizmente, o exacerbado ativismo judiciário, que nos últimos anos vem ganhando extraordinária força entre nós, vai deixando, atrás de si, um rastro de escombros sob o ordenamento legal, capaz de, aos poucos, ir destruindo toda e qualquer segurança para os cidadãos, sejam eles pessoas físicas ou jurídicas, afetando ainda empresas e atividades comuns do dia a dia.
A situação chegou a um tal paroxismo que, praticamente, não existe nenhum setor da vida nacional em que os senhores magistrados, ministros e desembargadores não tenham causado confusões, ao se imiscuírem em questões que, francamente, não são, em situações normais de temperatura da democracia e pressão popular, pertinentes à esfera da Justiça. De certa forma, depois que passaram a experimentar o gosto pelos holofotes e pelo protagonismo na cena nacional, suas excelências têm exagerado na dose de decisões e pareceres, a ponto de chegarmos ao beco sem saída, onde o Judiciário se transformou de solução em problema para o país.
Essa hipertrofia do Judiciário sobre os demais poderes já era prevista, uma vez que o Brasil ostenta a marca, nada invejável, de mais de um milhão de trezentos mil advogados, atuando, desde de porta de cadeias até o Supremo. Contribuíram também para esse tipo de anabolização da Justiça os recorrentes recursos impetrados pelos políticos junto ao Judiciário, sempre que seus projetos são contrariados nas votações dentro do Legislativo. Dessa forma, criaram a chamada judicialização da política e, como resposta, ajudaram a acordar o Frankenstein do ativismo judiciário.
Na atual conjuntura, a situação é, para dizer o mínimo, de apreensão e de incertezas, já que pelo fato de errar por último, poucas ou nenhuma dessas decisões erráticas podem ser refeitas, a não ser pelo próprio judiciário que, volta e meia, reforma suas decisões anteriores ao sabor de um declarado subjetivismo de momento.
Obviamente que todo esse assunto, devido a escalada ao poder do judiciário, transformou-se em tabu e daí para uma questão sujeita aos rigores da lei, da censura e de outras ações, que ao escamotear um problema, vai deixando, como resultado, um calhamaço de decisões que têm incomodado não só os brasileiros como parte também dos países democráticos. Não por outra razão, fala-se muito hoje em ditadura do Judiciário ou em termos mais acadêmicos em juristocracia. Não há setor da vida nacional onde esse ativismo não tenha se manifestado.
De acordo com estudo publicado na imprensa, elaborado pelo professor José Pastore, as sentenças proferidas pela Justiça nesses últimos meses têm gerado um impacto negativo paras as empresas em mais de R$ 1 bilhão. Isso sem falar que somente o Tribunal de Justiça do Paraná irá pagar mais de R$ 27, 4 milhões em benefícios aos magistrados daquela Corte. Enquanto isso, o mais novo ministro do STF, de uma canetada, mandou destruir livros, que ele pessoalmente considera de “execrável teor preconceituoso”, numa clara demonstração de que não entende conceitos básicos de liberdade de expressão.
São tantas as decisões recentes tomadas em todos os níveis do Judiciário nacional, afetando diretamente a vida de milhões de cidadãos, que esse espaço seria insuficiente para agrupá-los em sequência. Talvez as sentenças que tenham causado mais polêmicas e contrariedades por parte da população sejam aquelas destinadas a desmanchar todas as ações proferidas pela Operação Lava Jato, com o perdão das penas de reclusão e pecuniárias à maioria dos condenados e delatores desses episódios, num conjunto de novos entendimentos que, simplesmente, acabou com essa Operação, reabilitou os condenados, mesmo em três instâncias, e que agora poderão ter devolvidos todo o bilionário butim roubado ou desviado dos cofres públicos.
Fosse consultada sobre esse assunto espinhoso, a população daria seu veredito firme para a manutenção de cada decisão adotada no âmbito dessa investigação. A segurança jurídica de nosso país, em tempos de recivilização, pretensiosamente pretendida pelo Supremo, afeta não só o ambiente jurídico, mas espraia suas consequência pela vida econômica, social e política do Brasil atual, fazendo de nosso país um caso a ser estudado, dentro dessa fase fora da curva de nossa história.
A frase que foi pronunciada:
“Não há democracia sem uma imprensa livre. Não há democracia sem liberdade. Ninguém é livre sem acesso às informações”
Ministra Carmen Lucia, em out de 2016
História de Brasília
Brasília possui hoje, a maior cadeia de micro ondas da América do Sul: Brasília-Belho Horizonte-Juiz de Fora-Rio de Janeiro- Uberlândia – Uberaba- Anápolis e Goyânia. (Publicada em 21.04.1962)
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Embora não admita de público, a vitória patente do presidente republicano, Donald Trump, trará sim consequências que, direta e indiretamente, irão afetar o atual governo brasileiro. Foi-se o tempo em que as eleições americanas ocupavam o rodapé dos jornais por aqui. Mesmo a despeito da política externa do Big Stick e da América Para os Americanos, não havia esse estreitamento e essas interrelações capazes de influenciar o governo e até a força-lo a adotar alterações nessas relações com o irmão do Norte.
O mundo, quer alguns desejem ou não, está num processo de formação gigantesca global. Nesse processo, é preciso lembrar que, no caso do Brasil, geografia é destino e até sina. Por mais que o atual governo busque um protagonismo dentro do Bloco dos BRICS, é certo que esse clube de além mar possui suas próprias estratégias e objetivos. E eles utilizam-se do Brasil e do resto do continente Sul apenas para formar uma base de apoio e logística próxima aos Estados Unidos, de onde pretendem alcançar a América do Norte.
Como uma espécie de boi de piranha, o Brasil é usado assim para as manobras de China, Rússia, Irã e outras ditaduras para fustigar, de perto, os americanos. Para as esquerdas do continente, que vão sendo cercadas pelo avanço dos conservadores de direita, os BRICS representam uma tábua de salvação, onde podem se aninhar para pressionar, por viés econômicos e outros planos, os EUA.
Caso tenha possibilidades de cumprir, ao menos, metade do que prometeu em sua campanha rumo à Casa Branca, os BRICS irão enfrentar o seu maior revés desde que foi criado. Internamente, para nosso país, a vitória de Trump trará reflexos diretos para a área econômica, podendo servir de chamariz para atrair os capitais estrangeiros que ainda insistiam em permanecer no Brasil. De cara, essa vitória elevou o valor do dólar, empurrando, mais ainda, nossa moeda ladeira abaixo.
A maioria obtida pelo Partido Republicano no Congresso americano, juntamente com a Suprema Corte, dará um poder gigantesco ao presidente Trump, que retorna com a experiência adquirida no mandato anterior e com vontade de fazer o que não pode, quando sua reeleição foi obstada por uma vitória discutível, como no último pleito que concorreu. Já se comenta que os governos de esquerda não terão vida fácil com Trump na presidência e isso pode incluir o Brasil, que, nos últimos anos, tem fustigado abertamente os americanos, buscando comprar uma briga que, seguramente, não pode suportar nem meio round.
Depois da Argentina, que vai seguindo, aos poucos, pelo caminho da racionalidade e da prudência, chega a vez dos Estados Unidos voltarem ao eixo e ao leito normal do capitalismo liberal, donde podem alcançar a invejada posição de maior economia e democracia do planeta. Com essa nova configuração no governo americano, o menos pior que pode acontecer ao Brasil é ele ser ignorado na política externa de Trump, o que também configuraria um imenso retrocesso para nosso país.
A ilusão alimentada pelo pessoal de esquerda de que o Brasil pode, num mundo globalizado, seguir adiante e sem problemas, separado dos EUA, é, além de uma falácia política, a razão pelo qual estamos cada vez mais empurrados e atolados nas areias movediças de um clube internacional de ditadores, cutucando o leão com vara curta. A essa hora, Maduro está coçando o bigode e Lula, as barbas. Melhor diante dessa nova realidade, colocar bigode e barba de molho.
A frase que foi pronunciada:
“Quero agradecer a milhões de americanos por aparecerem em números recordes e entregarem uma vitória. Nós os retribuiremos e faremos nosso melhor trabalho. Nós daremos a volta por cima, em todos os sentidos. Este será lembrado como o dia em que o povo americano recuperou o controle do país.”
Donald Trump
Agora sim
Perto do Ceub, havia uma viatura do Detran orientando o trânsito que estava caótico. Trabalho efetuado com sucesso.
Peso da opinião pública
Anderson Almeida, advogado criminalista, enviou-nos um artigo sobre o caso Diddy e o peso da opinião pública na responsabilização por crimes sexuais. Veja a íntegra a seguir.
–> Caso Diddy e o peso da opinião pública na responsabilização por crimes sexuais
Anderson Almeida – advogado criminalista
Formalmente, a opinião pública não é considerada para fins penais. Nada em nossa legislação confere peso ou legitimidade ao clamor popular. Materialmente, entretanto, a grita em torno de crimes midiáticos costuma influenciar ações penais.
Casos como o das acusações de crimes sexuais envolvendo o rapper Sean John Combs, conhecido também como P. Diddy, mostram um lado da relação entre Justiça e opinião pública que passa despercebido: a proteção da vítima.
O fundamento adotado para negar a fiança de US$ 50 milhões — algo em torno de R$ 286 milhões — para que o rapper respondesse ao processo em liberdade foi que ele poderia interferir nas investigações. É um argumento válido, mas que só ganha tração graças à indignação popular.
Sob esse viés, a opinião pública tem sido a fiel da balança para garantir que crimes sexuais cometidos por pessoas poderosas sejam efetivamente punidos.
No Brasil temos casos em que a opinião pública foi tão ou mais importante para a punição de agressores. Um dos casos recentes é o do empresário Thiago Brennand, condenado a mais de 20 anos de prisão em processos por violência contra mulher. Seus crimes só vieram à tona quando um caso de agressão em uma academia foi noticiado pela imprensa. Só com a exposição pública de seu algoz as vítimas decidiram romper o silêncio e procurar as autoridades.
Caso semelhante ocorreu com o médium João de Deus. Só a exposição pública — e a indignação da opinião pública — fez com que uma personalidade cortejada por empresários, políticos e famosos antes tida como intocável fosse alcançada pela lei.
Não estou pregando a violação dos direitos dos acusados de crimes midiáticos. As garantias previstas em lei devem ser preservadas sempre para a integridade da Justiça. Contudo, no que diz respeito a crimes sexuais, é inegável a contribuição da mídia e da opinião pública para romper o ciclo de silenciamento a que as vítimas costumam ser submetidas.
História de Brasília
Ainda na Universidade, as formas de concreto que deveriam ser retiradas em 48 dias, foram retiradas em 40 horas, por processos especiais. (Publicada em 21.04.1962)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
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Em Química, misturas homogêneas são aquelas em que não se consegue perceber a diferença entre as substâncias dissolvidas entre si. É o caso da mistura de água e sal ou água e açúcar. Fora desse âmbito e transportando o mesmo conceito para as atividades políticas do dia a dia, podemos dizer também que a atual Proposta de Emenda à Constituição (PEC), preparada com um esmero estratégico pelo Ministro da Justiça Ricardo Lewandowski, e a ser enviada brevemente ao Congresso, é um bom exemplo de mistura homogênea.
O caso é como integrar ou misturar instituições policiais diversas numa mesma receita homogênea, colocando essa solução politico-química à mercê ou sob o comando direto dos planos estratégicos baixados pelo governo central. O perigo do caso é que a contaminação dessa mistura homogênea, com poluentes do tipo políticos e ideológicos, pode, por seu poder de uniformização, contaminar todo conjunto, fazendo dessa solução, não um remédio, mas um veneno para o país.
Homogeneizar as forças policiais, transformando-as num aparato armado, cujas características e funções serão determinadas pelo poder central, é um cheque em branco de efeitos inesperados e até perigosos.
Esse tipo de estratégia sob o manto de segurança pública já estava prevista, se observarmos que essa é uma das medidas essenciais para a perpetuação de partidos no poder. Vide aqui os exemplos das vizinhas Venezuela e Nicarágua, onde as forças de segurança agem sob o comando central desses conhecidos ditadores. O que ocorre com a química, ocorre também na vida real. Depois de misturadas essas instituições ou substâncias, difícil será separá-las novamente. Nesse contexto, a regulação das mídias, defendida pelo mesmo governo, vem como que dar um acabamento final a essa reforma do Estado.
Para a oposição em geral, que observa toda essa movimentação e, aparentemente, pouco pode fazer contra, trata-se de uma proposta que, ao retirar, talvez, a última prerrogativa dos governadores em termos de segurança pública, enterrando de vez o conceito tão vilipendiado de federalismo, entrega ao governo, no caso aqui ao Palácio do Planalto, um altíssimo poder de dissuasão, capaz até de mudar completamente os rumos da democracia representativa.
Não se faz necessário lembrar que somando-se à submissão formal e constitucional das Forças Armadas ao Executivo, com essa nova força policial a ser criada, todo o poder, no seu sentido concreto e de repressão, passa a ser concentrado, diretamente, nas mãos do presidente da República. O primeiro passo já foi dado com o desarmamento da população. Essa história de melhorar a atuação do Estado na segurança pública vai nessa proposta, como eufemismo a camuflar os objetivos dessa PEC.
Por mais que estejam subentendidos os reais propósitos do governo, essa PEC mira horizontes bem mais distantes e específicos. A intenção do governo é criar uma espécie de Sistema Único de Segurança Pública (SUSP) para dar mais efetividade no combate ao crime organizado, que pode, muito facilmente, servir a outras causas inconfessáveis e, portanto, não tornadas públicas. Suspeita-se que o desenho dessa PEC foi feito dentro do Supremo, por ministros que também acreditam que esse novo modelo trará mais pujança à democracia que eles defendem.
A frase que foi pronunciada:
“Tenho minhas dúvidas de que essas pessoas que exercem o poder no Brasil exercem o poder em benefício do povo ou em benefício próprio.”
Hélio Bicudo, em 2015
Portas abertas
Centenas de pessoas de Goiás e Brasília com o sobrenome Chaves articulam um grande encontro para os próximos meses.
Inovação
Abertas inscrições pela Biolab, até 15 de novembro, para startups com soluções inovadoras para a saúde. Essa é uma grande oportunidade para as universidades com pesquisas de ponta que têm a oferecer propostas efetivas desde o papel da IA e novas oportunidades na jornada médica, soluções em softwares para otimização do desenvolvimento. A seguir, o assunto com detalhes.
–> Inscrições abertas para startups com soluções inovadoras em saúde no InovaBio Open, da Biolab
Programa de Inovação quer atrair startups com soluções prontas e escaláveis. Inscrições em http://bit.ly/3A2wnJo até o dia 15 de novembro de 2024.
O programa de inovação aberta, InovaBio Open, da Biolab Farmacêutica, quer integrar tecnologias de ponta e ideias para promover a inovação contínua, atraindo soluções eficazes para os desafios da saúde. A iniciativa é destinada a startups e pesquisadores/universidades de todo o Brasil, que já estejam em operação, com soluções prontas, escaláveis e que atendam aos desafios propostos.
“Temos um histórico de longa data de investimentos em pesquisa e desenvolvimento científico que levamos muito a sério. Atualmente, 10% do nosso faturamento são dedicados a essa finalidade. Por isso, estamos muito animados para trazer Inovação de fora que nos ajude a encontrar soluções maduras e aplicáveis que possam se transformar em projetos de impacto para a Biolab e o ecossistema da saúde”, explica Marco Aurélio, vice-presidente de Inovação e Qualidade da Biolab.
A primeira etapa do InovaBio Open acontece entre 14 de outubro a 15 de novembro. Para essa fase serão pré-selecionadas as soluções conectadas com pelo menos 1 dos 5 desafios apresentados. As inscrições estão sendo feitas através do Sling Hub, plataforma de referência no ecossistema de Inovação, que aproxima startups a empresas e investidores em toda a América Latina.
No dia 4 de dezembro de 2024, as empresas selecionadas apresentarão suas soluções presencialmente para os executivos da Biolab. As soluções vencedoras passarão pelas etapas de planejamento e testes em 2025.
Confira os desafios propostos:
1. Papel da IA e novas oportunidades na jornada do médico
2. Soluções comerciais para interface entre representantes/médicos e/ou varejo farmacêutico
3. Novas ferramentas e/ou softwares para otimização do desenvolvimento de novas formulações
4. Desenvolvimento de novos produtos e novas formas de ensaios pré-clínicos e clínicos
5. Como aumentar a eficiência produtiva na indústria farmacêutica
Para mais informações e inscrições, acesse https://www.biolabfarma.com.br/pesquisa-desenvolvimento/inovacao/
Agenda
Inscrições no site 14/10 a 15/11
Triagem: 16/11 a 29/11
Apresentação presencial: 4/12
Sobre a Biolab
Promover um futuro com mais qualidade de vida requer uma busca incansável por tratamentos seguros e inovadores. Com essa missão a Biolab, indústria farmacêutica brasileira fundada em 1997 e com presença internacional, investe em pesquisas e parcerias para superar os crescentes desafios da saúde.
Com seus mais de 3.800 colaboradores e a 4ª maior Força de Vendas do Brasil, a Biolab está entre as maiores farmacêuticas do país, atuando em diversas especialidades, como: dermatologia, ginecologia, ortopedia, gastroenterologia, pediatria, clínica médica e sistema nervoso central, além de ser líder em cardiologia. As unidades de negócio Biolab Genéricos, Avert Humana e Avert Biolab Saúde Animal contribuem com o portfólio de mais de 500 produtos.
A Biolab está em crescimento constante. São três unidades de produção, além de um moderno complexo fabril em construção. E não para por aí: no Canadá é a 1ª farmacêutica brasileira com um Centro de Pesquisas e adquiriu a empresa Exzell Pharma para expandir suas fronteiras.
Viva a evolução!
Saiba mais em www.biolabfarma.com.br e nas redes sociais: Instagram, Facebook e Linkedin.
História de Brasília
“Na Universidade de Brasília um tapeceiro chegou para cobrir a parede. O mestre de obras disse que a parede não havia sido levantada. _Sente aí e espere um pouco.” (Publicada em 21.04.1962)
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Desde a formação dos estados nacionais, no século 14, ocasião em que foram implementadas as condições para o surgimento de um corpo burocrático e de toda uma infraestrutura para garantir o funcionamento de uma “máquina pública”, viu-se que a possibilidade real de tomar decisões internas que fossem aceitas por outros países e outras culturas estava condicionada diretamente à capacidade do Estado de se relacionar diplomaticamente com o mundo à sua volta. De certo modo, a existência e o prolongamento dos estados modernos recém-surgidos se deviam ao bom desempenho de seu corpo diplomático. Questões fronteiriças, religiosas e outras que facilmente descambavam em guerras sangrentas poderiam agora ser mediadas pela diplomacia, economizando vidas e poupando a economia.
Muitos historiadores identificam esse período como o que estabeleceria as primeiras centelhas do que viria a ser posteriormente, no século 19, chamada de Realpolitik. Esse termo, que pode também ser definido como política real, prega que a diplomacia deve ser baseada em considerações práticas, despidas de noções ideológicas, direcionada sobretudo pelo interesse nacional — ou seja, apoiada por princípios do realismo e do pragmatismo. “Para derrubar os muros de Jericó, o Realpolitiker sabe que a picareta é mais útil que a trombeta mais poderosa”, teria dito o criador do termo, Von Rochau. Com isso, ele queria dizer que a diplomacia tinha pela frente que enfrentar um mundo sem regras liberais esclarecidas por meio justamente de ideias liberais e esclarecidas.
Nesse sentido, a Realpolitik se diferencia da Machtpolitik, que é a política do poder usada para proteger os interesses nacionais, inclusive com o uso da força e do troar dos canhões. O Brasil, que historicamente, em suas relações
com o restante do mundo, sempre se posicionou a favor do entendimento e da paz internacional, praticava, até o advento da nova gestão, uma política externa alicerçada na Realpolitik, longe de influências político partidária, voltada apenas para o interesse nacional.
Era o tempo da diplomacia pragmática e profissional a serviço do Estado e não de governos. Com a chegada das esquerdas ao poder, essa orientação, respeitada mundialmente, mudou do vinho para o vinagre, azedando as relações do Brasil com seus tradicionais parceiros, como é o caso dos Estados Unidos. Pior ainda, passou a se aliar a ditaduras, como China, Rússia, Irã, Coreia do Norte, Cuba, Venezuela e Nicarágua.
A politização crescente nas relações diplomáticas do Brasil, simbolizada até pela presença incomum de dois ministros das Relações exteriores, mostra que nosso país tomou léguas de distância do pragmatismo e, hoje, pauta suas relações com o mundo de acordo não com os interesses nacionais, mas com o que deseja o ocupante atual do Palácio do Planalto. Essa guinada à esquerda do Itamaraty tem feito muito mal ao próprio Itamaraty e ao país, uma vez que o realismo diplomático ou a Realpolitik foi posto de lado em benefício apenas das ideologias, com enormes prejuízos para toda a nação.
Nas recentes plenárias realizadas pela ONU, ficou explícita também a atual posição do Brasil, um país cuja legitimidade para defender causas democráticas, violência ou meio ambiente é nenhuma, dado a nossa triste realidade interna. Nossa reputação diplomática e técnica de outrora é coisa de um passado distante. Isso ficou patente com o apoio dado pelo nosso governo ao plano de paz da China, que fortalece a ditadura russa e impõe à Ucrânia o reconhecimento de perda de mais de 20% de seu território, invadido ilegalmente por uma potência nuclear que nunca respeitou o direito internacional.
Na verdade, o Itamaraty é o responsável pela política de relações externas do governo, que se resume à atuação e ao que orienta as pessoas de sempre. Em nosso caso, a maturidade ou a velhice parece não ter produzido bons líderes políticos. A semelhança dos vinhos de qualidade, que adquirem maturação e refinamento sensorial com o passar dos anos em cascos de carvalho, nossas lideranças ganharam em acidez e, hoje, tratam de azedar nossas relações com o Ocidente civilizado, preferindo a companhia de bárbaros e outros tiranos intragáveis.
A frase que foi pronunciada:
“Quando os direitos humanos são desrespeitados em casa, tornam-se públicos.”
Nélida Piñon
História de Brasília
Estou recebendo de juiz da 1ª Vara Criminal a intimação para servir como jurado na 4ª sessão do júri. Comparecei, naturalmente, como cidadão, cumprindo um dever. Resta, entretanto, uma ressalva. O termo intimação poderia ser substituído por convite, porque estarei presente cumprindo um dever de cidadão, mas para cumprir com êsse dever jamais precisaria ser intimado. (Publicada em 18/4/1962)
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Com a aproximação das eleições municipais, mais uma vez, volta ao debate a questão das urnas eletrônicas. É preciso destacar que, nas eleições para presidente, governadores, deputados e senadores em 2026, essa discussão ganhará mais intensidade, mostrando que o assunto, ao contrário do que fazem acreditar aqueles que defendem esse mecanismo, não está pacificado. Pelo contrário, a cada ano que passa, mais eleitores e especialistas voltam a questionar os tabus e barreiras que foram erguidos em torno desse tema.
Talvez mais importante até do que discutir esse tema seja implementar uma auditoria dos pleitos pela adoção do voto impresso. Somente o voto impresso, aliado às urnas eletrônicas, terá o condão de pacificar esse assunto. Nesse sentido, vale a pena conhecer o pensamento do professor e pesquisador Diego Aranha, um dos maiores especialistas em nosso país sobre o sistema de votação eletrônico. Lembrando que ele foi o coordenador de equipe durante os testes de segurança organizados pelo TSE nas eleições de 2012 e 2017.
Nesses trabalhos, foram conferidas questões técnicas de segurança, transparência, bem como a comparação da experiência brasileira com o restante do mundo. Para o professor, a questão do voto impresso vem sendo discutida desde então e foi desses debates técnicos que surgiu, aqui e em outros lugares do mundo, o chamado Princípio da Independência dos Softwares. Chegou-se à conclusão de que um sistema de votação eletrônico é considerado seguro e transparente se e somente se puder ser verificado de maneira independente do software. “Se você quer auditar um software para saber se seus resultados são corretos, você utiliza um conjunto de evidências que seja produzidas de maneira independente do software”.
É o caso aqui de pesquisar se, na produção de dados de um software de uma determinada eleição, foi verificado nos registros eletrônicos que esse software se comportou de maneira maliciosa ou foi adulterado. Isso pode significar que os registros produzidos por esse meio não sejam mais íntegros, o que leva à conclusão de que não se pode mais utilizar esses registros para auditá-lo de maneira segura.
Dessa forma, deve existir, segundo ensina o pesquisador, sempre um conjunto de evidências que sejam independentes desse software. É essa a prática que vem sendo utilizada em todo lugar em que existe o voto eletrônico, e o Brasil, até por respeito aos cidadãos eleitores, não deveria estar fora dessa prática. Na verdade, é esse modelo que vem sendo proposto desde os anos de 1990, quando teve início a ideia do voto eletrônico.
O que se verifica, até de modo sintomático, é que, desde o surgimento e tentativa de implementação das primeiras urnas eletrônicas, existiu paralelamente uma preocupação do legislador de apresentar um conjunto de leis e regulamentos em favor da auditoria feita pelo voto impresso. Muitas foram as aprovações de leis que disciplinavam esses registros de modo confiável e aceitável pelo eleitor.
Outro ponto a destacar é que, nas eleições, os eleitores são os verdadeiros protagonistas dos pleitos, sendo que sua vontade, dentro e fora das cabines de votação, é que deve prevalecer. Além disso, é preciso deixar claro que essa discussão, caso tivesse ficado apenas em seus aspectos técnicos, nada das atuais alegações para negar o voto impresso estaria acontecendo. Foi quando esse debate passou a ganhar as colorações políticas e ideológicas que o tema ganhou o status de tabu, sendo proibido pelo TSE.
Então, técnicos que estiveram envolvidos nessa discussão entendem e defendem que esse sistema tenha um registro físico, para que as possíveis falhas não sejam aceitas. Países que, de uma maneira ou outra, passaram a utilizar a votação eletrônica, convenceram-se da necessidade de adotar o registro físico do voto para que todo o pleito não ficasse com máculas de incertezas e para garantir que futuros processos judiciais tenham amparo em algo que é material e palpável e, portanto, plenamente aceitos pela Justiça de modo incontestável.
É preciso que os protocolos de auditoria sejam resolvidos sem maiores discussões e incertezas no campo eletrônico. A implantação completa do sistema eletrônico de votação só se dará por finalizada com a possibilidade de apoiá-lo em evidências materiais. Afinal, provas materiais são amplamente aceitas em processos jurídicos.
A frase que foi pronunciada:
“A democracia em si não está na votação, está na contagem e publicação dos votos.”
Tom Stoppard
História de Brasília
Recuando um pouco, não tomaria, também, o jardim da prefeitura, e manteria a estética. Aos lados, está impedindo a manobra dos carros nos balões de retorno. (Publicada em 18/4/1962)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Parafraseando o pequeno e famoso texto do pastor luterano Martin Niemöller (1892-1984), podemos, com toda honestidade, trazê-lo para o presente e inseri-lo no atual contexto de nosso país, substituindo alguns substantivos originários por outros inerentes à realidade que estamos vivenciando. “Primeiro eles vieram buscar os conservadores e a turma da direita, e eu fiquei calado. Eu não pertencia a esses grupos. Então, vieram buscar os liberais, e eu fiquei calado. Também não era um liberal. Em seguida, vieram buscar os patriotas, e eu, mais uma vez, fiquei calado- porque não era patriota. Foi então que eles vieram me buscar, e já não havia ninguém para me defender.” Se esse pequeno texto não é capaz de fazer com que você reflita sobre o atual momento político atravessado por nosso país, é porque você já pode ser o próximo da lista a ser “buscado” pelo sistema.
A história tem nos ensinado que a liberdade é um valor infinitamente mais elevado do que quaisquer partidos e ideologias políticas. Sem essa condição, intrinsicamente humana, você é apenas um peão isolado no tabuleiro. Sem liberdade não há salvação possível, nem a direita, nem a esquerda. Utopias políticas são possíveis. Outra coisa diametralmente oposta é a utopia de liberdade. Desse modo, a liberdade não pode ser ofertada por ideologias. A liberdade é o que é e não necessita de outros atravessadores.
É em nosso caso e em muitos outros países pelo mundo, o que está delineado nas Constituições. Querer definir liberdade, conferindo-lhe outros significados de acordo com uma espécie de voluntarismo subjetivo, é negar-lhe seu real significado, distorcendo a Lei Maior, como alguém que pretendesse instalar dois braços postiços à Vênus de Milo.
A questão, com fechamentos políticos, é que eles nunca se dão por completo ou satisfeitos, por isso mesmo é preciso ir mais além, ter sempre alguém em mira, buscando a todos, até que não reste ninguém mais a ser levado. Se não é um produto a ser ofertado por partidos políticos, a liberdade também não necessita de tutelas, pois ela não pertence a um indivíduo apenas, mas a todos igualmente.
Democracias do tipo tuteladas são aquelas que satisfazem apenas aos desejos de uma elite no poder. A liberdade impõe que você seja escravo apenas de si mesmo e não de governos, responsabilizando-se inteiramente por seus atos.
Sobre nossa Constituição, o que almejam aqueles que a reduzem a sincretismos indecifráveis é que ela, como poderia ter dito Millôr, tendo nascida pura e original, deverá morrer como um plagio de si mesma.
De fato, só existe uma liberdade que é aquela expressa pelo pensamento. As grandes migrações humanas, em todo o tempo e lugar, sempre foram feitas no sentido e em direção a liberdade e nunca ao contrário. Em todas as ditaduras, sempre existiram aqueles que, por meio de palavras afiadas como espada, desafiaram o regime. É o caso aqui do músico e poeta português Sérgio Godinho: “Não me digas que não me compreendes/ quando os dias se tornam azedos/ não me digas que nunca sentistes/ uma força a crescer-te nos dedos/ e uma raiva a nascer-te nos dentes/ Não me digas que não me compreendes”.
A frase que foi pronunciada:
“O poder tende a corromper, e o poder absoluto corrompe absolutamente.”
Sir Acton
Santa paciência
Em pleno sábado, 10h13min, a Bradescard invade uma linha privada com ligações eletrônicas. Ao responder alô, a ligação é completada. Até aí nenhuma novidade no inconveniente. O pior é que o número do devedor não confere com o infeliz que atendeu a ligação. E assim se passa a semana. Com 3 ligações diárias atendidas nessa modalidade.
Desrespeito
O marketing agressivo das operadoras de celular não permite que o cliente manifeste sua vontade. Até permite. Mas não há treinamento para aceitá-la. Depois de responder que não há interesse na promoção, é apresentada outra oferta. A seguir uma negativa e outra promoção. E a conversa se desenrola presa em um script lido por alguém desprovido de respeito e empatia. Os idosos são os que mais sofrem.
História de Brasília
Em vista dos últimos acontecimentos o prefeito Sette Câmara mandará publicar no “Diário Oficial” todos os pagamentos efetuados pela Novacap. A Comissão entrará em funcionamento imediatamente não se sabendo, entretanto, do afastamento ou não do dr. Laranja Filho. (Publicada em 18.04.1962)
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Alguns fatos, por sua evidência cristalina, muitas vezes passam despercebidos para a maioria das pessoas, mesmo estando na ponta do nariz de muitos. Em se tratando do nosso modelo político partidário — uma espécie de protótipo projetado para não atender aos interesses soberanos dos eleitores e, sim, ao apetite pantagruélico dos caciques e donos das legendas —, fica patente que é chegada a hora de a população exigir, pelos meios legais de que dispõe, uma reforma profunda que moralize e racionalize esse sistema o quanto antes, sob pena de conduzir a nação para um tipo inédito de ditadura no qual os desígnios dos políticos suplantarão, em muito, o que esperam os cidadãos de bem.
Nesse ponto, fica demonstrado, na prática, que a existência de uma enorme bancada composta por aproximadamente 200 parlamentares, ou cerca de 40% dos deputados, e que, em muitas votações de interesse, tem mostrado um comportamento disciplinado e coeso, poderia muito bem ser aglutinada em apenas um bloco. O bloco de direita, eliminando, assim, uma dezena de legendas inúteis e dispendiosas para os eleitores. Do mesmo modo, poderiam ficar concentrados num bloco da esquerda todos os partidos que defendem essa ideologia. O restante ficaria distribuído entre os blocos de centro-direita e centro-esquerda, completando, assim, quatro grandes bancadas com assento nas duas Casas do Congresso.
Poderia, ainda, segundo preferência do eleitor, ser formado um quinto bloco, composto por parlamentares avulsos e independentes. A eliminação de dezenas de legendas de aluguel e que só têm servido para onerar nosso já dispendioso modelo de representação, tornando-o disperso e ineficaz, representaria uma economia necessária para o país.
Trata-se de um gasto, muitas vezes, superior ao que é destinado para muitas áreas de interesse imediato da população. O fato é que o nosso modelo de democracia custa muitíssimo ao eleitor, pagador de impostos. O pior é que este é um modelo que, incrivelmente, atende muito mais à classe política do que aos brasileiros e tende a piorar nos próximos anos.
Obviamente que a democracia, como regime político que preza a liberdade e o Estado Democrático de Direito, não pode ser avaliada segundo metodologias de precificação, mas, em se tratando do nosso modelo particular, erigido para enriquecer indivíduos e partidos, estamos falando de um outro preço: o preço da esperteza. A questão é saber até quando os brasileiros estarão dispostos a pagar para ter o atual modelo em mãos?
Em termos comparativos com outros países desenvolvidos e onde a democracia é uma conquista centenária, sabe-se que nosso modelo custa aproximadamente seis vezes mais do que o francês e cinco vezes mais do que o britânico, que existe desde 1689.
Temos uma das eleições mais caras. Com a proibição do financiamento privado, depois dos escândalos de corrupção revelados pela Operação Lava-Jato, os políticos foram com fome para cima dos cofres públicos, onde, por meio do chamado presidencialismo de coalizão, arrancam, a cada eleição, o que querem de recursos.
Os custos somados dos fundos partidários e dos fundos eleitorais demonstram, na prática, que estamos no caminho errado para a democracia. Não é por meio da tutela estatal da classe política, realizada a fundo perdido, que teremos a democracia a que temos direito.
A frase que foi pronunciada:
“O Senado precisa fazer as pazes com o povo.”
Senador Girão
Atividades
Começou a Quaresma Franciscana de São Miguel Arcanjo, que vai até o dia 29. Veja a programação a seguir.
Novidade
Turistas em passagem por Brasília comentam que sentiram falta de uma placa nas entrequadras com um mapa das lojas/serviços existentes. A ideia é ótima!
Arquitetura
Já com os ingressos à disposição do público, a mostra da última versão da Casa Cor está interessante. A natureza quase sempre presente é uma indicação dessa necessidade humana em respirar o verde. Neste ano, a mostra
vai até 16 de outubro, com 43 ambientes assinados por 71 profissionais, na Arena BRB, no
Mané Garrincha.
História de Brasília
O Dr. Waldemar Lucas tem sido um administrador ideal para Taguatinga. Pegou a cidade sem nenhuma organização, sem lotes
regularizados, com invasões por todos os lados, e está pondo tudo nos eixos. É um elogio a quem merece. (Publicada em 15/4/1962)
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Pouca gente neste mundo soube tão bem e de maneira mordaz definir o que é democracia. Millôr, o guru do Méier, dizia ele: “democracia é quando eu mando em você, ditadura é quando você manda em mim.” Chistes aparte, democracia é coisa séria. Não fosse, não estaria na agenda da história da civilização humana por tantos séculos.
Desde o século V a.C, na Grécia, este modelo de governança, em que os cidadãos opinam livremente sobre os destinos do Estado, foi sendo desenvolvido e aprimorado. O fato é que, até aos dias de hoje, não foi possível ao intelecto humano criar um outro modelo alternativo, tão eficaz e duradouro como a velha e boa democracia ateniense.
Sem a participação voluntária da nação, os Estados não passam de patrões autoritários ou coisa do gênero, decidindo e impondo deveres, infelicitando o povo ao mesmo tempo em que cuidam de reproduzir o inferno na Terra. Cientistas políticos, que vêm pensando e discutindo democracia ao longo do tempo, sabem que a evolução nas relações sociais impõe mudanças também na maneira como entendemos e praticamos a democracia.
O que pode assustar os menos avisados é a notícia de que, assim como as cidades, também a democracia pode eventualmente vir a morrer de falência múltipla dos órgãos. Na obra intitulada “Como as Democracias Morrem”, de Steven Levistsky e Daniel Ziblatt, publicada em 2018, os autores deixam claro que não são apenas os golpes de Estado que tiram a vida das democracias. Também, em nosso mundo contemporâneo, temos assistido o falecimento de muitas democracias de forma gradual e de modo sutil, quando esse sistema passa a ser atacado por dentro, como uma doença progressiva, minando e decretando lentamente a falência dos princípios democráticos um a um.
São diversas as maneiras que podem debilitar a democracia, querem pelo desrespeito às normas democráticas: quando o declínio democrático começa com a erosão das normas políticas, como a rejeição ao respeito mútuo e a negação da legitimidade do oponente político. Ou quando a erosão das instituições políticas provoca o enfraquecimento democrático, envolvendo diretamente a deterioração das instituições políticas, que são fundamentais para o funcionamento saudável de uma democracia.
Também pode ocorrer pela polarização extrema, visando minar a capacidade de encontrar soluções consensuais e compromissos. Ou mesmo quando passa a existir a rejeição à diversidade e ao pluralismo. Ou seja, quando os próprios líderes políticos rejeitam a diversidade e o pluralismo vão levando ao enfraquecimento dos valores democráticos. Há ainda a chamada manipulação da mídia: quer com a disseminação de informações falsas para corroer a confiança nas instituições democráticas, quer para enfraquecer a oposição.
Nessa obra que causou grande alvoroço no meio político, os pensadores também destacam a importância de atores-chave na preservação da democracia, como partidos políticos responsáveis, elites políticas comprometidas e uma imprensa livre e imparcial. A falta de quaisquer desses elementos pode abrir caminho para líderes populistas autoritários minarem os mecanismos de freios e contrapesos, levando a democracia a falência.
Não são poucas as democracias no mundo ocidental que estão, neste momento, experimentando um ou mais desses venenos fatais, carecendo de socorro imediato para salvarem-se da morte. “Uma das grandes ironias de como as democracias morrem, dizem os autores é que a própria defesa da democracia é muitas vezes usada como pretexto para a sua subversão.
Aspirantes a autocratas costumam usar crises econômicas, desastres naturais e, sobretudo, ameaças à segurança – guerras, insurreições armadas ou ataques terroristas – para justificar medidas antidemocráticas. Nestes últimos anos passou ser comum ouvirmos, com certa insistência a adoção de medidas restritivas ao livre pensar e criticar, todos eles erigidos sob o pretexto de defesa do Estado Democrático de Direito. Em nome dessa entidade todo o poder do Estado passa a ser legítimo, mesmo que isto custe o que de mais caro exista nas relações entre o cidadão e o Estado, que é a garantia da liberdade.
O mais penoso é saber que a democracia pode, segundo Levitsky, morrer nos braços de líderes eleitos ou sob o alvitre daqueles que têm como missão salvaguardar a Constituição. O fato é que a erosão da democracia, para a grande maioria, pode acontecer de maneira quase imperceptível. Quando despertos do sono, muitos cidadãos podem se dar conta de que já estão no abismo e sob o comando das trevas. “Os cidadãos muitas vezes demoram a compreender que sua democracia está sendo desmantelada – mesmo que isso esteja acontecendo bem debaixo do seu nariz.”
História de Brasília
No Supermercado UV-1 o uísque nacional custa Cr$ 1.320,00. No UV-2, o mesmo uísque custa Cr$ 1.032,00. Para que não haja engano, o UV-2 é quem está com a razão. (Publicada em 10.04.1962)
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Desde sempre, sabe-se que as companhias, com os quais o indivíduo anda e se relaciona, de certa forma, definem quem ele é, e quais os seus propósitos. Essa é uma sentença que pode valer tanto para pessoas como para países. No caso do Brasil, tendo como base a composição de países que integram o BRICS – Brasil, Rússia, China e África do Sul -, as características internas de cada país-membro, sobretudo no que diz respeito à importância que cada um dedica a fatores como a democracia, vemos que nosso país não vai em boa companhia.
Mesmo agora, com a adesão de novos países ao Bloco, como Arábia Saudita, Emirados Árabes, Etiópia e Irã, o que se observa, deixando de lado os pretensos ganhos econômicos que isso possa representar internamente, há de se refletir muito sobre a qualidade dessas companhias, a grande maioria representada por ditaduras primitivas, que desprezam coisas como direitos humanos e outros valores caros ao Ocidente.
Pensar que os indivíduos podem ser um em casa e outro na rua, seria desacreditar que a sentença antiga que diz que “costume de casa se leva à praça” também está errada. A não ser que o Brasil se encaminhe também para ser uma ditadura, como muitos hoje apontam, cedo ou tarde, o caráter interno desses Estados integrantes dos BRICS, irá dominar também todo o Bloco, fazendo, desse conjunto, não apenas um clube de vantagens econômicas, mas um aglomerado de países dispostos e orientados estrategicamente para enfrentar o Ocidente, sua cultura e valores, inclusive com o uso de uma força conjunta.
Não seria surpresa se, por detrás de todos os arranjos econômicos e comerciais dos BRICS, não estariam também esforços para a constituição de uma organização nos moldes da OTAN. Que resultados esperar, do ponto de vista do desenvolvimento humano, baseado na qualidade de vida e segurança das populações de cada país membro, quando se observa que muitos deles não respeitam e até oprimem quaisquer manifestações internas de seus cidadãos, por maior representatividade que possam ter?
Quem se dedicar a um estudo mais aprofundado, de cada país-membro dos BRICS, com seus novos componentes, verá que a maioria deles consta na lista de negra das organizações internacionais que lutam em defesa da democracia e dos direitos humanos. Brasil está perfilado ao lado de ditaduras ferrenhas, compondo um bloco que, a despeito de suas ideias econômicas, não são bem vistos pela maioria dos países do Ocidente. Que estratégia seria essa de se colocar um país fincado no ocidente, contra os ideais do próprio Ocidente?
De certo, esses estrategistas do Exército Brancaleone não entenderam ainda que geografia é destino. Aliar-se a países que não escondem suas teses antiamericanas, no caso específico do Brasil, só pode render dessabores dos mais perigosos. O pior é que a população é quem irá pagar por essas sandices geopolíticas. Que cooperações e parcerias do tipo políticas, esperar de ditaduras? Um sinal sintomático, e até de mau agouro, sobre o futuro do BRICS foi dado por ninguém menos do que o ditador e candidato a uma vaga no Bloco, Nicolás Maduro, da Venezuela. Disse ele, com todas as letras: “Apostamos no BRICS como parte de um novo mundo, de um novo equilíbrio, como parte do conceito geopolítico bolivariano de um mundo de equilíbrio, um mundo de iguais.”
Que mundo seria esse? Uma observação atenta sobre o que acontece hoje na Venezuela, seria um pesadelo transplantar toda aquela miséria e opressão para outros países. Quo vadis, Brasil (aonde vais)?
A frase que foi pronunciada:
“Instituições internacionais como o Conselho de Segurança, a Assembleia Geral, o G20, os BRIC, o FMI, etc., continuam a ser pouco mais do que uma extensão dos valores e interesses (cada vez mais conflituantes) dos Estados-membros.”
Ian Bremmer
Cuidados
Quase todas as ofertas pelo WhatsApp funcionam como isca para um golpe que pode dar muita dor de cabeça. Depois de pesquisarem as amizades pelas redes sociais, os criminosos concluem qual o interesse da vítima: festas, música, crochê e por aí vai. Daí, com um convite especial, ele pede para confirmar a senha do WhatsApp que é instalado em outro aparelho. Daí por diante, pedidos de depósitos aos amigos e familiares. O mais interessante é que, mesmo com a exigência de um CPF na compra de um chip ou mesmo com as taxas de segurança pagas aos bancos, não é tão fácil localizar os meliantes.
Tecno
Na Indonésia e em outros países, é possível encontrar uma câmera com sensor térmico que aponta os viajantes com temperaturas maiores que as normais.
História de Brasília
A agressão ocorreu próximo ao Cota Mil, quando a guarnição de RP fugindo às suas finalidades, considerou o jornalista um elemento de alta periculosidade.