Deixem a cultura arder no fogo

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

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Incêndio na Cinemateca Brasileira. Foto: REUTERS

 

Ao longo dos últimos 5 mil anos, desde que surgiram as primeiras civilizações conhecidas no vale dos rios Tigre e Eufrates, na chamada Mesopotâmia, a memória cultural, legada a outros povos, tem sido o fator preponderante para o lento e progressivo desenvolvimento da humanidade. Sem essa herança, por certo, estaríamos ainda praticando a caça e a coleta de alimentos e nos abrigando em cavernas naturais.
Há aqueles que ainda acreditam que, sem a transmissão desses conhecimentos técnicos e culturais, feitos por nossos ancestrais, a raça humana poderia até ter desaparecido da face da Terra, tal é a importância desse processo para a sobrevivência de nossa espécie. Desde cedo também, muitos povos aprenderam que a melhor tática para dominar uma nação eleita como inimiga era destruir, primeiro, seus traços culturais, tornando-os sem identidade histórica e, portanto, esvaziados de alma e à mercê dos conquistadores e de seus costumes.
A destruição da Biblioteca de Alexandria em, aproximadamente, 48 a.C, consumida por um gigantesco incêndio durante a guerra civil romana, constitui-se, por suas características simbólicas, um marco e um exemplo histórico que dá início a essa estratégia de guerra que visa conquistar outros povos pela destruição de suas bases culturais, varrendo do mapa quaisquer traços que possam ligá-los ao passado e a suas memórias.
A lista de ataques a nichos culturais, onde uma variedade de povos, ao longo dos séculos, armazenavam seus conhecimentos técnicos e culturais, sobretudo com o avanço da escrita, é extensa e tem contribuído, a seu modo, para apagar e tornar tênues muitos conhecimentos, pesquisas e textos que seriam de enorme importância para todos e, quiçá, para um melhor conhecimento de nosso mundo atual. De lá para cá, a estratégia de destruir a cultura daqueles que são alvo de dominação nunca deixou de existir, e por um motivo simples: trata-se de um método de grande eficácia e que rende resultados aos conquistadores.
Do processo de aculturação, quando a cultura de um povo é modificada pela aproximação de outra mais forte, até o chamado etnocídio ou genocídio cultural, quando a destruição de qualquer traço remanescente de cultura passa a ser o método empregado em larga escala. Ao longo do tempo, essa tem sido a medida empregada pelos tiranos em toda parte e lugar. O Brasil, por se estabelecer, desde o século 16, como o país, por excelência, onde três culturas, de três continentes distintos, vieram a se amalgamar para o surgimento do que seria uma nova civilização, é um bom exemplo desse processo que vai da aculturação ao etnocídio.
Embora a expressão etnocídio seja recente, surgida por volta de 1943, o processo de aniquilamento de outra cultura tem sido usado com muita frequência, à luz do dia e bem debaixo dos olhos de todos. Não se enganem, até mesmo o desleixo proposital das autoridades públicas, a quem é atribuída, inclusive, a obrigação de cuidar dos diversos centros culturais, pode, muito bem, ser enquadrado como crime.
Só que estamos no Brasil, um país surreal, onde o que menos as autoridades possuem são responsabilidades com o patrimônio público, ainda mais quando esse patrimônio é formado pela memória cultural. Em país algum desenvolvido, a sequência quase ininterrupta de sinistros de toda a ordem que vêm consumindo nosso patrimônio artístico e cultural seria aceita como normal e sem a punição exemplar dos responsáveis, diretos e indiretos. Há muito, sabe-se que um povo sem cultura é um povo sem um futuro decente pela frente. A não ser que esse futuro seja formado por escombros e cinzas do passado.
Quando, na noite de 10 de maio de 1933, os nazistas e seus simpatizantes promoveram uma grande queima de livros em diversas praças públicas espalhadas por várias cidades alemãs, simultaneamente, sabiam muito bem o que estavam fazendo e com que propósito final. Essa limpeza dos bancos de memória, por meio da destruição da literatura, incitada até pelos diretórios acadêmicos de estudantes, visavam a “purificação radical” do espírito, libertando-os da alienação.
Onde se queimam os livros e a cultura, de certo, são queimados, também, os homens, sobretudo os livres, diria o filósofo de Mondubim. Quando se verifica entre nós a quantidade de prédios históricos que abrigavam inestimáveis tesouros de nossa cultura e que foram totalmente consumidos pelo fogo e pelo descaso, dá para pensar que alguma força maligna possa estar por detrás dessas tragédias.
A lista é imensa e vergonhosa. Do Museu Nacional, na zona Norte do Rio de Janeiro, que veio abaixo com mais de 20 milhões de itens da nossa história, passando pelo Teatro de Cultura Artística de São Paulo, pelo Instituto Butantan, pelo Memorial da América Latina, pelo Museu de Ciências Naturais da PUC de Minas Gerais, pelo Centro Cultural Liceu de Artes e Ofícios, pelo Museu da Língua Portuguesa, pela Cinemateca Brasileira em 2016 e, agora, em 2021, depois de sofrer com alagamentos severos. Tudo compõe essa triste relação do descaso e da desmemória.
Pior é que, para todos esses acontecimentos trágicos aos brasileiros, não se ouviu nem uma palavra ou explicação plausível. A esses destroços se juntam as dezenas de galerias de arte, de teatros e de outros espaços públicos de cultura, fechados e abandonados. Todo esse acervo e os edifícios tornados sucatas formam o retrato acabado de uma nação cujos governantes, na melhor das hipóteses, não ligam para aspectos da cultura — isso quando não tramam para simplesmente destruí-la sob os mais inconfessáveis pretextos.
A frase que foi pronunciada

“A imprensa livre é o olhar onipotente do povo, a confiança personalizada do povo nele mesmo, o vínculo articulado que une o indivíduo ao Estado e ao mundo, a cultura incorporada que transforma lutas materiais em lutas intelectuais e idealiza suas formas brutas.”
Karl Marx
Retrato de Karl Marx (1818–1883). Foto: John Jabez Edwin Mayall – Instituto Internacional de História Social.

Memória

Muito bem lembrada, por João Vicente Costa, a história de Brasília sobre o Sr. Jerônimo e D.ª Victória Abbadia Bezerra e Silva (viveu até os 102 anos), que vieram para Brasília em 1956 e ajudaram, com muito trabalho, a construir Brasília. Eram um dos primeiros moradores de onde seria a capital do país. Donos legítimos de muitos hectares. Que fique o registro desse casal que abraçou a nova capital com entusiasmo.

 

Bomba

Publicada no jornal da universidade de Berkeley, na California, entrevista com  Joel Moskowitz, que é pesquisador da Escola de Saúde Pública e diretor do Centro de Saúde Familiar e Comunitária da UC Berkeley. O professor aponta os perigos da radiação dos aparelhos de celular e o efeito que o uso prolongado pode causar às células humanas. Veja o texto em português a seguir.

–> Moskowitz: A radiação do celular é prejudicial, mas poucos querem acreditar

Por Anne Brice , Berkeley News | 1 ° DE JULHO DE 2021

mulher andando e falando ao telefone em uma estação de metrô à noite
A grande maioria dos adultos americanos – 97% – possui algum tipo de celular, de acordo com o Pew Research Center . (Foto de Susanne Nilsson via Flickr)

Por mais de uma década, Joel Moskowitz , pesquisador da Escola de Saúde Pública da UC Berkeley e diretor do Centro de Saúde Familiar e Comunitária de Berkeley, tem procurado provar que a radiação de telefones celulares não é segura. Mas, disse ele, a maioria das pessoas não quer ouvir.

“As pessoas são viciadas em smartphones”, disse Moskowitz. “Nós os usamos para tudo agora e, de muitas maneiras, precisamos que funcionem em nosso dia a dia. Acho que a ideia de que eles estão potencialmente prejudicando nossa saúde é demais para algumas pessoas. ”

Desde que os telefones celulares chegaram ao mercado em 1983, eles passaram de dispositivos desajeitados com má recepção para smartphones multifuncionais elegantes de hoje. E embora os telefones celulares sejam usados por quase todos os adultos americanos , pesquisas consideráveis sugerem que o uso a longo prazo apresenta riscos à saúde por causa da radiação que emitem, disse Moskowitz.

Joel Moskowitz
Joel Moskowitz é pesquisador da Escola de Saúde Pública e diretor do Centro de Saúde Familiar e Comunitária da UC Berkeley. (Foto da Escola de Saúde Pública)

“Celulares, torres de celular e outros dispositivos sem fio são regulamentados pela maioria dos governos”, disse Moskowitz. “Nosso governo, no entanto, parou de financiar pesquisas sobre os efeitos da radiação de radiofrequência na saúde na década de 1990”.

Desde então, ele disse, a pesquisa mostrou efeitos biológicos e de saúde adversos significativos – incluindo câncer no cérebro – associados ao uso de telefones celulares e outros dispositivos sem fio. E agora, disse ele, com a quinta geração da tecnologia celular, conhecida como 5G, há um motivo ainda maior para preocupação .

O Berkeley News conversou com Moskowitz sobre os riscos à saúde da radiação de celulares, por que o assunto é tão polêmico e o que podemos esperar com o lançamento do 5G.

Berkeley News: Acho que devemos abordar o quanto essa pesquisa é controversa. Alguns cientistas afirmam que essas descobertas são infundadas e que não há evidências suficientes de que a radiação do celular seja prejudicial à saúde. Como você responde a isso?

Joel Moskowitz: Bem, em primeiro lugar, poucos cientistas neste país podem falar com conhecimento de causa sobre os efeitos da tecnologia sem fio na saúde. Portanto, não estou surpreso que as pessoas sejam céticas, mas isso não significa que as descobertas não sejam válidas.

Um grande motivo pelo qual não há mais pesquisas sobre os riscos à saúde da exposição à radiação de radiofrequência é porque o governo dos EUA parou de financiar essa pesquisa na década de 1990, com exceção de um estudo de roedores de $ 30 milhões publicado em 2018 pelo National Institute of Environmental Health Sciences ‘Programa Nacional de Toxicologia, que encontrou “evidências claras” de carcinogenicidade da radiação do celular.

Em 1996, a Federal Communications Commission, ou FCC, adotou diretrizes de exposição que limitavam a intensidade da exposição à radiação de radiofrequência. Essas diretrizes foram elaboradas para evitar o aquecimento significativo do tecido devido à exposição de curto prazo à radiação de radiofrequência, não para nos proteger dos efeitos da exposição de longo prazo a baixos níveis de radiação de radiofrequência modulada ou pulsada, que é produzida por telefones celulares, sem fio telefones e outros dispositivos sem fio, incluindo Wi-Fi. No entanto, a preponderância de pesquisas publicadas desde 1990 encontra efeitos adversos biológicos e para a saúde da exposição de longo prazo à radiação de radiofrequência, incluindo danos ao DNA.

Mais de 250 cientistas, que publicaram mais de 2.000 artigos e cartas em periódicos profissionais sobre os efeitos biológicos e à saúde de campos eletromagnéticos não ionizantes produzidos por dispositivos sem fio, incluindo telefones celulares, assinaram o International EMF Scientist Appeal , que pede advertências e limites de exposição mais fortes. Portanto, há muitos cientistas que concordam que essa radiação é prejudicial à nossa saúde.

Ouvi você falar pela primeira vez sobre os riscos à saúde da radiação de telefones celulares em Berkeley em 2019, mas você tem feito essa pesquisa desde 2009. O que o levou a fazer essa pesquisa?

Eu entrei neste campo por acidente, na verdade. Durante os últimos 40 anos, a maior parte da minha pesquisa se concentrou na prevenção de doenças relacionadas ao tabaco. Eu comecei a me interessar pela radiação de telefones celulares em 2008, quando o Dr. Seung-Kwon Myung, um médico cientista do National Cancer Center da Coreia do Sul, veio passar um ano no Center for Family and Community Health. Ele estava envolvido em nossos projetos de cessação do tabagismo e trabalhamos com ele e seus colegas em duas revisões da literatura, uma das quais abordou o risco de tumor pelo uso de telefones celulares.

Naquela época, eu não acreditava que a radiação do celular pudesse ser prejudicial. Porém, por ter dúvidas de que a radiação do celular pudesse causar câncer, mergulhei na literatura a respeito dos efeitos biológicos da radiação de micro-ondas de baixa intensidade, emitida por celulares e outros dispositivos sem fio.

Depois de ler muitos estudos de toxicologia animal que descobriram que essa radiação poderia aumentar o estresse oxidativo – radicais livres, proteínas do estresse e danos ao DNA – fiquei cada vez mais convencido de que o que estávamos observando em nossa revisão de estudos em humanos era de fato um risco real.

Enquanto Myung e seus colegas estavam visitando o Center for Family and Community Health, você revisou estudos de caso-controle que examinaram a associação entre o uso de telefone celular e o risco de tumor. O que você achou?

Nossa revisão de 2009 , publicada no Journal of Clinical Oncology , descobriu que o uso pesado de telefones celulares estava associado ao aumento da incidência de câncer no cérebro, especialmente em estudos que usaram métodos de maior qualidade e estudos que não tiveram financiamento da indústria de telecomunicações.

No ano passado, atualizamos nossa revisão , publicada no Jornal Internacional de Pesquisa Ambiental e Saúde Pública , com base em uma meta-análise de 46 estudos de caso-controle – o dobro de estudos que usamos em nossa revisão de 2009 – e obtivemos resultados semelhantes. Nossa principal conclusão da revisão atual é que aproximadamente 1.000 horas de uso vitalício do celular, ou cerca de 17 minutos por dia em um período de 10 anos, está associado a um aumento estatisticamente significativo de 60% no câncer cerebral.

Por que o governo parou de financiar esse tipo de pesquisa?

O setor de telecomunicações tem o controle quase total da FCC, de acordo com a Captured Agency , uma monografia escrita pelo jornalista Norm Alster durante sua bolsa de 2014-15 no Centro de Ética da Universidade de Harvard. Há uma porta giratória entre a filiação à FCC e pessoas de alto nível na indústria de telecomunicações que já dura algumas décadas.

A indústria gasta cerca de US $ 100 milhões por ano fazendo lobby no Congresso. A CTIA , que é o maior grupo de lobby de telecomunicações, gasta US $ 12,5 milhões por ano com 70 lobistas. De acordo com um de seus porta-vozes, os lobistas se reúnem cerca de 500 vezes por ano com a FCC para fazer lobby em várias questões. A indústria como um todo gasta US $ 132 milhões por ano em lobby e fornece US $ 18 milhões em contribuições políticas para membros do Congresso e outros no nível federal.

A influência da indústria de telecomunicações sobre a FCC, como você descreve, me lembra da indústria do tabaco e do poder da publicidade que ela tinha ao minimizar os riscos de fumar.

Sim, existem fortes paralelos entre o que a indústria de telecomunicações fez e o que a indústria do tabaco fez, em termos de marketing e controle de mensagens para o público. Na década de 1940, as empresas de tabaco contrataram médicos e dentistas para endossar seus produtos a fim de reduzir as preocupações de saúde pública sobre os riscos do fumo. O CTIA atualmente usa um físico nuclear da academia para garantir aos formuladores de políticas que a radiação de microondas é segura. A indústria de telecomunicações não apenas usa o manual da indústria do tabaco, mas é mais econômica e politicamente poderosa do que as Big Tobacco jamais foram. Este ano, a indústria de telecomunicações gastará mais de US $ 18 bilhões em publicidade de tecnologia celular em todo o mundo.

Você mencionou que os telefones celulares e outros dispositivos sem fio usam radiação de radiofrequência modulada ou pulsada. Você pode explicar como os telefones celulares e outros dispositivos sem fio funcionam e como a radiação que eles emitem é diferente da radiação de outros eletrodomésticos, como um microondas?

Basicamente, quando você faz uma chamada, você tem um rádio e um transmissor. Ele transmite um sinal para a torre de celular mais próxima. Cada torre de celular possui uma célula geográfica, por assim dizer, na qual pode se comunicar com telefones celulares dentro daquela região geográfica ou celular.

Em seguida, essa torre de celular se comunica com uma estação de comutação, que então procura para quem você está tentando ligar e se conecta por meio de um cabo de cobre ou fibra óptica ou, em muitos casos, uma conexão sem fio por radiação de microondas com o ponto de acesso sem fio . Então, esse ponto de acesso se comunica diretamente por meio de fios de cobre por meio de um telefone fixo ou, se você estiver ligando para outro celular, enviará um sinal para uma torre de celular dentro da célula do receptor e assim por diante.

A diferença é o tipo de radiação de microondas que cada dispositivo emite. No que diz respeito aos telefones celulares e Wi-Fi e Bluetooth, existe um componente de coleta de informações. As ondas são moduladas e pulsadas de uma maneira muito diferente do seu forno de micro-ondas.

Quais são, especificamente, alguns dos efeitos à saúde associados à exposição de longo prazo à radiação de radiofrequência modulada de baixo nível emitida por dispositivos sem fio?

Muitos biólogos e cientistas do campo eletromagnético acreditam que a modulação de dispositivos sem fio torna a energia mais biologicamente ativa, o que interfere em nossos mecanismos celulares, abrindo canais de cálcio, por exemplo, e permitindo que o cálcio flua para a célula e para as mitocôndrias dentro da célula, interferindo em nossos processos celulares naturais e levando à criação de proteínas de estresse e radicais livres e, possivelmente, danos ao DNA. E, em outros casos, pode levar à morte celular.

Em 2001, com base na pesquisa epidemiológica biológica e humana, os campos de baixa frequência foram classificados como “possivelmente carcinogênicos” pela Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC) da Organização Mundial da Saúde. Em 2011, o IARC classificou a radiação de radiofrequência como “possivelmente carcinogênica para humanos”, com base em estudos de radiação de celular e risco de tumor cerebral em humanos. Atualmente, temos consideravelmente mais evidências que justificariam uma classificação mais forte.

Mais recentemente, em 1º de março de 2021, foi divulgado relatório do ex-diretor do Centro Nacional de Saúde Ambiental dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças , que concluiu que há uma “alta probabilidade” de que a radiação de radiofrequência emitida por celulares cause gliomas e neuromas acústicos, dois tipos de tumores cerebrais.

Vamos falar sobre a quinta geração da tecnologia de celular, conhecida como 5G, que já está disponível em áreas limitadas nos Estados Unidos. O que isso significa para os usuários de celular e que mudanças virão com isso?

Pela primeira vez, além do micro-ondas, essa tecnologia vai empregar ondas milimétricas, que têm frequência muito maior do que as micro-ondas usadas pelo 3G e 4G. As ondas milimétricas não podem viajar muito longe e são bloqueadas por neblina ou chuva, árvores e materiais de construção, então a indústria estima que precisará de 800.000 novos locais de antenas de celular.

Cada um desses sites pode ter antenas celulares de vários provedores de telefonia celular, e cada uma dessas antenas pode ter microarrays consistindo em dezenas ou mesmo centenas de pequenas antenas. Nos próximos anos, nos Estados Unidos, veremos a implantação de cerca de 2,5 vezes mais antenas do que o uso atual, a menos que os defensores da segurança sem fio e seus representantes no Congresso ou no sistema judiciário parem com isso.

Como as ondas milimétricas são diferentes das microondas, em termos de como elas afetam nossos corpos e o meio ambiente?

A radiação de ondas milimétricas é amplamente absorvida na pele, nas glândulas sudoríparas, nos nervos periféricos, nos olhos e nos testículos, com base no corpo de pesquisas que tem sido feito em ondas milimétricas . Além disso, essa radiação pode causar hipersensibilidade e alterações bioquímicas nos sistemas imunológico e circulatório – coração, fígado, rins e cérebro.

Ondas milimétricas também podem prejudicar insetos e promover o crescimento de patógenos resistentes a medicamentos, portanto, é provável que tenham alguns efeitos ambientais generalizados para os microambientes ao redor dessas antenas celulares.

Quais são algumas coisas simples que cada um de nós pode fazer para reduzir o risco de danos causados pela radiação de telefones celulares e outros dispositivos sem fio?

Primeiro, minimize o uso de telefones celulares ou sem fio – use um telefone fixo sempre que possível. Se você usa um telefone celular, desligue o Wi-Fi e o Bluetooth se não os estiver usando. No entanto, quando estiver perto de um roteador Wi-Fi, seria melhor usar seu celular no Wi-Fi e desligar o celular, porque isso provavelmente resultará em menos exposição à radiação do que usar a rede celular.

Em segundo lugar, a distância é sua amiga. Manter o celular a 25 centímetros de distância do corpo, em comparação com um décimo de polegada, resulta em uma redução de 10.000 vezes na exposição. Portanto, mantenha o telefone longe da cabeça e do corpo. Guarde seu telefone em uma bolsa ou mochila. Se você tiver que colocá-lo no bolso, coloque-o no modo avião. Envie mensagens de texto, use fones de ouvido com fio ou viva-voz para fazer chamadas. Não durma com ele próximo à sua cabeça – desligue-o ou coloque-o em outro cômodo.

Terceiro, use o telefone apenas quando o sinal for forte. Os telefones celulares são programados para aumentar a radiação quando o sinal é fraco, ou seja, quando uma ou duas barras são exibidas em seu telefone. Por exemplo, não use o telefone no elevador ou no carro, pois as estruturas metálicas interferem no sinal.

Além disso, incentivo as pessoas a aprenderem mais sobre os mais de 150 grupos locais afiliados ao Americans for Responsible Technology , que estão trabalhando para educar os formuladores de políticas, incitando-os a adotar regulamentos de torres de celular e limites de exposição que protegem totalmente a nós e ao meio ambiente dos danos causados por radiação sem fio.

Para dicas de segurança sobre como reduzir a exposição à radiação sem fio do Departamento de Saúde Pública da Califórnia e outras organizações, Moskowitz recomenda que os leitores visitem seu site, saferemr.com , Physicians for Safe Technology e Environmental Health Trust.

 

Limão e limonada

Trifill e Lupo foram as empresas brasileiras que mais apostaram na fabricação de máscaras. A Lupo está perto dos R$200 milhões de faturamento com a venda de máscaras tanto para adultos quanto para crianças.

Foto: lupo.com

 

Negligência

Resta saber se a empresa pouco caprichosa que está fazendo a reforma no asfalto do Lago Norte, ao lado do Iguatemi, vai consertar os estragos já feitos nas calçadas, gramado e meios-fios.

 

Prata da casa

Toninho Pop é uma das vozes mais conhecidas da cidade. Na imprensa desde menino, Toninho é um arquivo vivo da história do jornalismo em Brasília.

 

Mais uma

Suspensa a produção de soja no DF até setembro. Todos as áreas de produção devem estar vazias para prevenir da Ferrugem Asiática. O “vazio sanitário” foi adotado também por mais 13 Estados.

Foto: Pixabay
História de Brasília
Resta que a Novacap tome a si a providência de restaurar os mercadinhos, entregando-os a quem queira vender barato e com fartura. Não é o que está acontecendo atualmente. (Publicado em 06.02.1962)

A fantasia do samba

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Charge: oglobo.globo.com

 

Foi-se o tempo em que o samba e principalmente os sambistas eram alvo constante das batidas policiais nos subúrbios cariocas. Na verdade, toda a cultura oriunda da classe trabalhadora e mesmo seus credos eram olhados com desconfiança e, não raro, reprimidos com violência a mando das elites nas primeiras décadas do século XX.

Conhecedores das agruras que vinham sofrendo desde que foram trazidos à força para esse continente, a população negra continuava marginalizada e perseguida, mesmo com o fim oficial da escravidão no século anterior. Talvez, por isso mesmo, pressentia que a preservação de elementos de sua cultura, como um elo a fortalecê-los, seria mais do que uma forma de resistir contra a opressão. Era a própria confirmação de que essas eram as verdadeiras raízes que fixariam, fortemente, essas populações perseguidas em solo brasileiro. Além do mais, era através da cultura do samba, do Candomblé, da capoeira e de outras manifestações de arte próprias, que esses brasileiros encontravam um refúgio e um bálsamo contra as hostilidades do mundo, pretensamente civilizado. Era necessária essa catarse para suportar uma vida tão adversa.

Por outro lado, era no samba e nos ritmos desse gênero, que muitos encontravam um meio de ridicularizar as elites que, em pleno clima tropical, sob o calor escaldante do sol de verão, desfilavam de fraque, cartola e outras indumentárias, buscando imitar os costumes e trajes europeus. De fato, se havia algum grau de autenticidade e de cultura genuína, essa não seria uma marca das elites, e sim da população negra. No samba “Pra que discutir com madame, de Janet de Almeida e Haroldo Barbosa, e interpretada magistralmente por João Gilberto, fica claro esse antagonismo entre o mundo que se crê grã-fino e sofisticado e o samba e sua gente humilde.

Madame diz que a raça não melhora/Que a vida piora por causa do samba/Madame diz o que samba tem pecado/Que o samba, coitado, devia acabar/Madame diz que o samba tem cachaça/Mistura de raça, mistura de cor/Madame diz que o samba democrata/É música barata sem nenhum valor/Vamos acabar com o samba/Madame não gosta que ninguém sambe/Vive dizendo que samba é vexame/Pra quê discutir com madame?/Vamos acabar com o samba/Madame não gosta que ninguém sambe/Vive dizendo que samba é vexame/Pra quê discutir com madame?/no carnaval que vem também concorro/Meu bloco de morro vai cantar ópera/E na Avenida, entre mil apertos/Vocês vão ver gente cantando concerto/Madame tem um parafuso a menos, Só fala veneno, meu Deus, que horror/O samba brasileiro democrata/Brasileiro na batata é que tem valor”.

Houve um tempo em que ser sambista era contravenção e dava cadeia. Isso nos idos de 1920 em diante. Mas como a contravenção não escolhe classe social, sendo aperfeiçoada com as elites, que fez, desse modo de vida, imensas fortunas, sem ser importunada pela lei, o samba também encontrou um meio de se fantasiar e entrar disfarçado nos salões chiques, de onde não mais saiu, e hoje entretém seus antigos algozes.

                  

A frase que não foi pronunciada:

Com o WhatsApp, foi possível separar os internautas em dois tipos: os que querem impor a própria vontade, desobedecendo as regras do grupo com assuntos impertinentes, e os que obedecem e são obrigados a aguentar o discurso da tolerância.”

Alguém do grupo Fale com o Administrador do Lago Norte

 

Charge do Gilmar

Tolera-se?

Falando em regras, o Santander SX Visa não respeita a lei do telemarketing e telefona para as residências do DF em horários impróprios para vender produtos.

Imagem: Divulgação/Santander

Arte

Escola de Música de Brasília recebe inscrições até o dia 20 desse mês para o Curso Internacional de Verão versão online. Tudo de graça.

Foto: André Borges/Agência Brasília

Lupa

Um passeio de metrô para Águas Claras é uma boa referência para traçar no mapa do DF algumas novas invasões brotando da terra.

Foto: Reprodução / Google Maps

 

Caridade

Moradores da Asa Sul e igrejas se mobilizam para ajudar os mendigos da cidade que se concentram atrás da UDF, no Centro de Acolhimento.

Foto: Reprodução/Google

Crise?

Quem quis passear e comprar no feriado em Brasília só encontrou Shopping aberto. A maioria das lojas nas entrequadras e W3 fecharam as portas.

Foto: TV Globo/ Reprodução

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Pois bem, o IAPC fixou a taxa de limpeza em 1,2% sobre o valor do imóvel. Sendo assim, haverá por mês, para a limpeza e conservação de cada bloco, a importância de mais ou menos 4 mil cruzeiros. Com o salário mínimo a Cr$ 13.400,00, está visto que nem faxineiros os prédios possuirão. (Publicado em 26/01/1962)

Cultura: eficiente remédio em tempos de pandemia

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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil/Agência Brasil

 

Entre as mil facetas proporcionadas pela cultura, há a abertura de oportunidades para a realização individual e coletiva das pessoas e o aspecto fundamental e agregador de toda e qualquer sociedade, seja ela do passado ou do presente. Não seria exagerado supor, então, que, por meio da produção cultural, é possível afirmar que a perpetuação de uma civilização está diretamente ligada à sua capacidade de gerar cultura e, portanto, conhecimento.

Não é por outra razão que muitos estudiosos apontam a cultura como sendo a própria alma de um povo, capaz de dar impulso e ânimo. Tão importante ainda como a identidade dada pela cultura a um povo, comumente chamada de identidade cultural, é o fato de que é, através dos mecanismos propiciados pela cultura, que surgem as possibilidades e os meios para o desenvolvimento das artes, em todas as suas vertentes. E é aí que voltamos ao que concerne da importância que a cultura exerce em momentos especiais, sobretudo, numa época em que, tangidos pelo medo da doença e da morte, os indivíduos buscam, na cultura e no seu mais importante produto, as artes, a possibilidade de sentir como igual, desfrutando do mesmo destino, seja em tempos de paz ou de guerra.

O teatro, a música, o cinema, a poesia, as artes plásticas e uma infinidade de outras realizações do gênio humano tornam a jornada humana sobre o planeta uma experiência que vale ser vivida, não importando o que se passa lá fora. Nesse aspecto, não importa se a cultura é erudita ou popular. O efeito terapêutico sobre as diferentes pessoas é o que importa. E como importa!

Dentro desse contexto, é fundamental reforçar a contribuição dada pelas mídias sociais na divulgação dos mais variados temas artísticos e culturais. Ouve-se do pagode à música clássica num toque de dedos. Bibliotecas de todo o mundo estão ao alcance de todos nas redes. Do ponto de vista cultural, as mídias sociais possibilitam desde visitas virtuais a museus e outros sítios de interesse histórico, até a passeios que levam o internauta a dar um giro pelo mundo sem sair do lugar.

Não é à toa que muitos consideram que o confinamento da pandemia é suavizado com essa porta escancarada para o mundo. Obviamente que chegará um dia em que a pandemia cederá lugar à vida como ela deve ser: livre e plena de futuro. É nas ruas, ou nessa sala de visitas comum e coletiva, que podemos desfrutar a vida com todo o seu potencial, ao vivo e a cores. É preciso lembrar que apenas as cidades mais providas de equipamentos de cultura, como teatro, galerias, museus e outros centros culturais são as que possuem maior capacidade de formar um povo agregador, consciente, alegre ou triste, mas solidário.

Em outros lugares áridos de cultura, sem espaços adequados para o exercício da cidadania e das artes, o retorno das pessoas à normalidade se dará, apenas, pela força da obrigação diária. Sem esses centros de atratividades, desempenhados por esses espaços onde se cultuam as artes, o fim do isolamento pode ser até um transtorno.

No caso da capital do país, onde seu principal teatro continua fechado, sua mais tradicional galeria, representada pelo Museu de Arte de Brasília (MAB), assim como a biblioteca demonstrativa e outros espaços voltados à cultura e às artes, continuam também fechados e esquecidos, e as poucas livrarias existentes vão fechando as portas, uma a uma, melhor mesmo será continuar fechado, também, em casa.

 

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“A cultura está acima da diferença da condição social.”

Confúcio, primeiro grande filósofo chinês do Período das Primaveras e Outonos. (Wikipedia)

Foto: reprodução da internet

 

Você sabia?

Um acordo de décadas dá aos brasileiros, que trabalham no Japão, a possibilidade de usar esse tempo de serviço para a previdência do Brasil. O tratado é recíproco e tem ajudado muita gente.

 

Lobby

Um projeto da então senadora Marta Suplicy, de 2015, proibia o uso de gorduras vegetais hidrogenadas na fabricação de alimentos. À época, a Organização Mundial da Saúde recomendou que os ácidos graxos trans industrializados fossem eliminados de qualquer alimento. Pelo visto o lobby venceu.

  

CNPT

Para quem conhece a Bíblia sabe que a crise dentro da igreja já estava prevista. Para quem acredita, assiste de camarote com o terço nas mãos. Veja, no link Dividida, o que corre nas redes sociais sobre o assunto.

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

As ruas de Taguatinga estão infestadas de animais. Galinhos e cães cruzam as pistas a todo instante, como que pedindo à Prefeitura a criação da carrocinha tradicional em todas as cidades. (Publicado em 13/01/1962)

Cultura na evolução dos povos

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

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Imagem: reprodução da internet

Com o isolamento social, imposto pela pandemia, aquela parcela da sociedade que ficou confinada em seus lares, inclusive aqueles que encontraram amparo econômico por meio do trabalho em casa, teve, em algum momento, que buscar refúgio e paz de espírito na cultura. Sem esse recurso, que muitas vezes passa despercebido, enfrentar um isolamento, sem dia para terminar e com as ameaças constantes que esse vírus provoca na vida das pessoas, seria um suplício ficar confinado em casa.

Ao contrário do que muita gente acredita, a cultura, incluindo aí tudo o que diz respeito ao universo das artes, não é mero passatempo reservado ao entretenimento e ao lazer. Nem tampouco atividade para o desfrute de uma classe de pessoas privilegiadas. É muito mais do que podemos mensurar. Um povo desprovido de produção cultural, se é que existiu algum na história da humanidade, sobrevive alheio ao mundo ao redor. Pois a cultura é a própria tradução e representação do mundo em que estamos imersos.

Mesmo aquelas civilizações que devotavam todo o seu tempo e o melhor de sua gente às atividades de guerrear e submeter outros povos, como parece ser o caso dos espartanos, na Grécia Clássica, mesmo esses povos baseavam sua cultura na educação e no treinamento militar rigorosos e obrigatórios para todos os cidadãos, num regime conhecido por “agoge”. Eles, que amavam as armas e a guerra, cultivavam a leitura, a música, a escrita e a dança. Assim, agiam também as mais diversas sociedades humanas ao longo da história. Todas, em menor ou maior grau, produziram cultura, até como uma herança social, capaz de agir como elemento aglutinador de identificação entre os indivíduos de uma sociedade, falando de seu passado e acenando para o futuro.

Para a antropologia, a cultura é o elemento que, por excelência, diferencia o homem racional de outros animais. O ser humano é, por conseguinte, um animal produtor de cultura. Aliás, a maioria dos povos que, ao longo de milênios, cresceram,  desenvolveram-se sobre o planeta, ou mesmo foram extintos, só puderam ser conhecidos como tal, graças à produção de cultura que organizaram em seu tempo de existência. Ainda dentro das ciências que exploram a existência humana no mundo, a cultura é vista como elemento indutor da própria evolução humana, contribuindo para o aprimoramento de técnicas diversas que tornavam a vida mais proveitosa e, por consequência, mais longeva.

Também, graças à propagação das atividades e do fazer cultural, foi possível abrir caminhos para o combate aos problemas socioeconômicos, melhorando a autoestima dos povos, atraindo novos valores, conferindo identidade, disciplina e outros valores morais e éticos, que foram sendo aperfeiçoados ao longo da jornada humana. Mesmo aspectos outros, como o sentimento de pertencimento a um determinado lugar, a um determinado povo, foi dado por meio do trabalho e do desenvolvimento da cultura.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Apenas em Roma pude sentir o que é ser verdadeiramente um homem. A essa elevação, a essa felicidade de sentimento, nunca mais pude me erguer. De fato, comparada à minha situação em Roma, nunca mais cheguei a sentir um real contentamento. Porém, não nos rendamos a pensamentos melancólicos.”

Goethe, autor e estadista alemão

Goethe in the Roman Campagna (1786) by Johann Heinrich Wilhelm Tischbein | Reprodução

 

Viva Personas

Pessoas envolvidas com o teatro se reuniram para contar histórias para a criançada internada em hospitais. O grupo conta com mais de 1000 voluntários em 86 hospitais pelo Brasil. Veja mais sobre o assunto no link Artistas e personalidades contam histórias para crianças em hospitais e isoladas em casa.

 

Registros

Também, a seguir, as fotos da sala de casamento do cartório do 1º Ofício do Núcleo Bandeirante, gerenciado pelo tabelião Dr. Hercules Alexandre da Costa Benício. O número de registros de casamento aumentou consideravelmente na pandemia.

 

Ontem

Jornalista foi proibido de publicar notícia sobre senador. A decisão foi do TRE de Mato Grosso do Sul e causou estranheza aos eleitores. O jornalista recorreu com a fundamentação de que publicava apenas a verdade. Do outro lado, a opinião do senador: “Para atacar, tem que provar.” O site que hospedava as notícias do jornalista documentou a indignação com o caso. O jornalista é Nilson Pereira, o senador era Delcídio Amaral e o ano era 2010.

ANDRESSA ANHOLETE / AFP

 

Ferramenta

Rádio continua sendo valioso instrumento de comunicação. O Projeto Rondon, no interior do país, conta até com rádio web para transmitir as notícias para as comunidades distantes.

Charge do Ricardo: Programa Eleitoral no Rádio

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Os residentes no Setor Residencial da W-3, também, devem fazer a mesma coisa. Comuniquem, para que possamos anotar e conhecer a extensão do momento de solidariedade às árvores da W-3. (Publicado em 13/01/1962)

A cultura na alça de mira das ideologias

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Foto: sede do Ministério da Cultura em 2017 (diariodopoder.com)

 

Ao longo da história humana é possível observar que, dentre todos os elementos que concorreram para a formação e moldagens das diversas civilizações pelo mundo afora, a cultura, sem dúvida alguma, desponta como o principal fator que melhor traduz a alma de um povo, seus costumes, tradições, crenças, seu folclore, enfim, sua própria identidade. Por isso mesmo é que todos os povos que almejaram dominar e conquistar uma outra população e um outro território, anexando pela força outras civilizações, tomavam como primeira iniciativa a destruição da cultura e dos valores imateriais dos conquistados, de forma a atingir, na alma, esses seres apoderados.

Dessa forma fica evidente que um povo sem essa alma, propiciada pela cultura, torna-se presa fácil para aqueles que desejam dominá-los. Embora reúna em si os mais fortes e duradouros laços a unir um povo, a cultura também é um elemento tênue, capaz de se desmanchar no tempo, quer por ação de uma outra cultura externa, quer, principalmente pela ação e interesse de governos e, principalmente de ideologias. Assim é que toda a vez que se observa a mudança de governo e sobretudo de orientação político-ideológica, o primeiro setor da sociedade a experimentar e a sentir na pele essa mudança de rumo, é justamente a área cultural.

A queima de livros na Alemanha nazista, na Espanha de Franco e de Salazar em Portugal, a perseguição aos artistas e intelectuais na China de Mao, as prisões nos Gulags na União Soviética de Stalin, as censuras e prisões da Ilha dos Castros e muitas outras intimidações e mortes aconteceram tanto por ditadores de direita, como da esquerda política, sempre contra a cultura e seus protagonistas ao longo do tempo de história da humanidade.

Um fato, porém, pode ser destacado: foi somente em países que optaram pelo sistema capitalista que a cultura encontrou os mais livres caminhos para percorrer e florescer. Foi assim na Itália renascentista, no início do capitalismo comercial, em Florença e outros sítios pelo mundo. Tem sido na Europa Ocidental do pós-guerra, nos Estados Unidos e em muitos outros países. Isso demonstra que a liberdade é o melhor mais propício para germinar a semente da cultura. Em países como o nosso, onde tradicionalmente a cultura, produzida no meio urbano, foi, em sua maior parcela, sempre atrelada e alimentada por recursos do Estado, falar em produção de artes independente de governos é sempre uma exceção.

A existência de um ministério da cultura, de uma secretaria de cultura, de fundações ligadas às artes, a existência de museus e outras instituições do estado vinculadas à produção de arte e cultura denotam, no Brasil, o vínculo estreito entre um ente ligado ao governo e à cultura. Desse modo fica difícil falar em cultura e seu fomento, sem mencionar o Estado e o governo. É sob esse viés que tem funcionado todo o sistema de cultura de nosso país, mesmo em seus aspectos ligados ao folclore regional, explorado pelas agências de turismo de cada estado.

Com uma ligação umbilical como essa, não seria espantoso verificar que a mudança de sinais ideológicos da esquerda para a direita, operado com a saída do petismo do poder, dando lugar ao governo de Bolsonaro, necessariamente iria se refletir no mecanismo estatal que fomenta a cultura. Artistas e manifestações de arte ligados ao antigo governo perderam suas fontes originais de financiamento. Do mesmo modo, artistas e obras com viés de direita ou que foram assim taxados, também eram impedidos e até perseguidos pela esquerda no passado.

Infelizmente, tanto para um lado como para o outro, é complicado para qualquer dirigente do Estado liberar o financiamento de obras que, ao fim ao cabo, irão tecer críticas ao seu governo. Posto dessa maneira, fica claro que o inimigo da cultura é a ideologia de plantão. Tanto esquerda como direita são nocivas à produção de artes e cultura. O difícil é explicar e convencer os governos que vêm e vão dessa realidade.

Enquanto a cultura nacional depender das benesses do Estado será assim. É como um menor de idade que vive com os país: tem sua independência atrelada à certos controles, que tolhem a plena liberdade.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Os quadros que eles penduram nos restaurantes não são muito melhores do que a comida servida nos museus.”

Peter de Vries, novelista de Chicago (1910-1993)

Foto: amazon.com

 

 

Lembrança

Dentre as comemorações dos 60 anos de Brasília, os moradores são convidados a escolher a árvore mais bonita da cidade. Era uma paineira maravilhosa que ficava num balão da Vila Planalto e foi eliminada sem a menor necessidade.

Ipê amarelo registrado pelo fotógrafo e morador do Gama, no Distrito Federal, Diney Cordeiro — Foto: Diney Cordeiro/Arquivo pessoal

 

 

Alienação Parental

As advogadas Sandra Vilela e Giselle Groeninga sugerem à imprensa um estudo mais aprofundado no assunto Alienação Parental. Matérias sensacionalistas não ajudam, em nada, milhares de crianças que sofrem esse fenômeno social. “A mídia tem levantado a discussão sem nenhum fundamento legal, trazendo matérias sensacionalistas, surgindo a necessidade urgente de amplo debate acadêmico sobre essa lei”, diz Sandra Vilela. “Tais argumentações acabam por dificultar que se iluminem os pontos a serem aperfeiçoados na lei. E, ainda, a ligação da alienação parental com pedofilia presta um enorme desserviço ao necessário combate dessa prática nefasta”, avalia a psicóloga e advogada Giselle Groeninga. Vejam a seguir um documentário sobre o assunto.

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

De mal a pior, o serviço telefônico. Mas, mesmo assim, as estatísticas mostram que a maior demora já verificada, na espera do ruído em Brasília, foi inferior à normal do Rio de Janeiro. (Publicado em 06/12/1961)

Um país com homens sem livros é possível?

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Charge do Gilmar

Um país, dizia o escritor Monteiro Lobato, se faz com homens e livros. Obviamente que o país ao qual Lobato se referia era justamente a parte humana que compõe um Estado e que é comumente chamada de Nação ou a parte viva e pulsante. Se era percebido assim, ao tempo em que o Brasil dava os primeiros passos em torno de sua própria cultura, como queriam os intelectuais e modernistas nos anos vinte, é ainda mais premente nos dias atuais.

A maioria dos países do Ocidente, sobretudo aqueles que superaram a fase do subdesenvolvimento, reconhecem que a cultura de um povo ou seus descendentes mais hodiernos, a tecnologia, representa, mais do que nunca, o principal referencial de riqueza de uma nação. Nesse sentido, é possível se afirmar que todas as nações que experimentam hoje o pleno desenvolvimento material atribuem essa condição ao nível de instrução de seu povo, a começar pela excelência de suas escolas públicas, do básico a formação universitária.

Ao conhecer qualquer um desses países que lograram superar a pobreza, o visitante logo se depara com o cuidado com que todas as instituições dedicadas ao saber e a cultura são valorizadas e preservadas e até mesmo reverenciadas com o maior esmero, pois muitos reconhecem que foi justamente por meio desses lugares que o povo pôde avançar, com segurança, rumo a uma condição de bem-estar coletivo. Muito mais do que a existência de petróleo, minerais e outros recursos naturais, a tecnologia é hoje a principal fonte de riqueza de uma nação moderna.

A simples constatação desse fato elementar pode servir de lição e de alerta para as condições atuais da maioria de nossas instituições do saber e da cultura. É comum verificar em nosso país a existência de comunidades populosas em que não se observam um espaço sequer dedicado ao saber e à cultura. Aqui mesmo na capital, a maioria das cidades que compõem as regiões administrativas não possuem bibliotecas, teatros, escolas de formação, ou quaisquer áreas dedicadas ao preparo intelectual dos jovens, Ao invés disso, o que se nota é a proliferação de bares, vendendo bebidas alcoólicas, até para menores, casas de jogos, e pequenos comércios, todos, invariavelmente distantes e alheios do mundo da cultura e do saber.

O futuro para esses milhares de jovens, desprovidos dos mínimos frutos da cultura, é incerto, para dizer o mínimo. Que país se fará ali adiante com jovens sem livros e sem saber? A questão, é claro, jamais sensibilizou nossos gestores, muitos dos quais também alheios a essas necessidades. Se é assim nas periferias, é assim também na parte rica da cidade.

A grande maioria das quadras que compõe o Plano Piloto, na capital do país, não possui qualquer ponto de cultura. Mesmo no nosso principal auditório, o Teatro Nacional Claudio Santoro, jaz há mais de cinco anos em absoluto abandono. O edifício, projetado por Oscar Niemeyer, serve hoje de abrigo para os mendigos e drogados que perambulam em grandes bandos por aquela região.

O mesmo se dá com o Museu de Arte Moderna de Brasília às margens do Lago Paranoá. O prédio, também desenhado por nosso mais famoso arquiteto, é hoje um escombro deixado para trás. O que temos feito com os espaços que celebram nossa cultura, diz muito sobre o que somos na atualidade e dá para prever o que seremos amanhã.

 

A frase que foi pronunciada:

“- O senhor está preparado para ser presidente da República?

– Olha, bota na mesma sala eu, Lula e Dilma, aplique-nos a prova do Enem, se eu não tirar uma nota maior que os dois juntos, não estou preparado.”

Presidente Bolsonaro, quando candidato, em entrevista ao programa The Noite com Danilo Gentili.

 

Agende-se

Na sexta-feira, dia 25, das 19h30 às 21h30, o espaço de convivência da Boutique das Delícias – 113 Norte, Bloco C – Asa Norte, promove a palestra “O Poder E O Poder Político Em Shakespeare”. Aberta e gratuita, a palestra será proferida por um dos maiores estudiosos de Shakespeare e autor de vários livros sobre o bardo inglês, Théofilo Silva. Como são poucas as vagas, faz-se necessária a reserva da vaga pelo telefone: (61) 3203-3363 ou pelo e-mail: eventosboutiquedasdelicias@gmail.com.

 

Desvio

Continuam as apurações sobre os empréstimos do BNDES. Até agora R$ 50 bilhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Social foram aplicados em 140 obras no exterior. Lembrando que a missão do BNDES é “promover o desenvolvimento sustentável e competitivo da economia brasileira, com geração de emprego e redução das desigualdades sociais e regionais.”

Charge do Clayton para O POVO Online, em 15/11/18

 

Repetitivo

Pessoas que se incomodam com pequenos barulhos como o clic de caneta, pacote de biscoito, copo descartável amassado, são taxadas como portadores de transtorno compulsivo obsessivo. Na verdade, sofrem de um mal chamado hiperacusia ou misofonia.

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Um esclarecimento: o Código Tributário em uso é o de Goiás, e o Orçamento está estruturado no novo Código Tributário. Se não for aprovado até o dia 15 de dezembro, o Orçamento não poderá ser suprido. (Publicado em 08.11.1961)

Descaso nosso de cada dia

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ARI CUNHA

Visto, lido e ouvido

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Foto: RICARDO MORAES/REUTERS (bbc.com)
Foto: RICARDO MORAES/REUTERS (bbc.com)

        Jornais de todo o mundo noticiam em suas primeiras páginas o trágico incêndio que consumiu por completo o Museu Nacional do Rio, transformando em cinzas, em pouco mais de seis horas, 200 anos da história do Brasil. O interesse demonstrado pela imprensa internacional sobre este triste fato se explica em razão da importância que a grande maioria desses países confere aos seus museus e a todas as instituições, privadas ou do Estado, que possuam a guarda de seu patrimônio histórico e cultural.

       A atenção e proteção que esses países dão às suas fontes históricas podem estar ligadas, em parte também, ao sucesso econômico, social, cultural e político desses povos. Somente nações que mantém presente seu passado, sabem, com certeza, o que querem para o futuro e não erram nas escolhas. É justamente esse falso entendimento que possuímos de que nosso passado é um caso encerrado e que deve ser esquecido em algum escaninho do arquivo morto que nos acorrenta aos erros e nos deixa às voltas, em círculos infinitos, sem sair do lugar.

        Somos o que somos pelo esquecimento fácil e cômodo do nosso passado. Nesse sentido, as perdas materiais com cerca de 20 milhões de peças históricas, fontes originais de pesquisa para estudantes e cientistas que deixaram de existir, são muito mais do que perdas materiais. São testemunhos vivos que autenticam nossa história, afastando dela tudo o que é fantasia e alucinação.

       Em mais esse triste episódio, há pouca serventia em buscar culpados diretos e indiretos. Se fosse esse o caso, e para ser rigoroso, acredito que todos temos nossa parcela de culpa. Obviamente que primeiro é preciso constatar que nenhuma autoridade do governo, principalmente seu ministro da cultura, se fez presente por ocasião das comemorações dos 200 anos do Museu Nacional, o que torna ainda mais sintomático esse descaso oficial.

        A questão aqui é porque não aprendemos com episódios semelhantes ocorridos recentemente e que feriram de morte parte de nossa cultura. Em dezembro de 2015 chamas gigantescas engoliriam também o Museu da Língua Portuguesa em São Paulo. Em 2010 o fogo havia consumido o Instituto Butantã, também em São Paulo. Em 2007, 900 cédulas e moedas raras e outros itens históricos de grande valor foram furtados do Museu do Ipiranga, que permanece fechado desde 2013. Também o Liceu de Artes e ofício de São Paulo teve parte de seu acervo destruído em um incêndio em 2014. Outra tragédia foi a destruição, por incêndio também, do Teatro Cultura Artística em 2008. Em 2013, outro incêndio destruiu completamente o auditório Simón Bolívar no Memorial da América Latina, somente a reforma desse prédio custou R$ 41,5 milhões aos contribuintes. Aqui mesmo, na capital do país, o Teatro Nacional Cláudio Santoro e a sala Martins Penna, além do Museu de Arte Moderna, se encontram fechados há anos, aguardando por reformas que nunca iniciam.

         Para piorar uma situação que em si já é calamitosa, o candidato a presidente da República, Bolsonaro, anunciou agora em um comício sua intenção de acabar com o Ministério da Cultura. Dessa forma, vai se concretizando a previsão do antropólogo Claude Lévi-Strauss de que o Brasil passaria da barbárie à decadência, sem conhecer a civilização. O desaparecimento desses vestígios de nossa história, fruto do descaso de todos, prenuncia esse vaticínio.

A frase que foi pronunciada:

“Sem o mito do amanhã não existiríamos. Não fora o amanhã e secaríamos à beira dos caminhos, esboroaríamos como um cascalho no deserto. O amanhã é que fermenta o hoje, que fermenta o ontem.”

Affonso Romano de Sant’Anna

Dívidas & Dúvidas

Em parceria com o Itaú, Bradesco, Net/Claro, Losango, Tricard, Porto Seguro Cartões e Ipanema Credit Management, foi lançado um aplicativo Serasa Limpa Nome. Pode ser acessado pelo celular ou computador. Consultado o CPF, gera-se um boleto para pagamento à vista ou a prazo. O total de inadimplentes ou devedores no Brasil chega a 61,6 milhões. Lucas Lopes, gerente de produtos do Serasa Consumidor, diz que os perfis dos consumidores são constantemente acompanhados, principalmente quando o assunto é negociação de dívidas.

Charge: Lane
Charge: Lane

Tabagismo

A Secretaria de Saúde do DF oferece gratuitamente, já há algum tempo, à população encontros com profissionais capazes de apresentar métodos de comportamento e conscientização que auxiliam no corte à dependência do tabaco. Veja o link no blog do Ari Cunha.

Link para mais informações: www.saude.df.gov.br/tabagismo

Charge de André Dahmer na F. de S. Paulo (13.11.2012)
Charge de André Dahmer na F. de S. Paulo (13.11.2012)

Projeto

Com o aumento do número de idosos no país, regras começam a se adaptar à nova realidade. Um projeto analisado na Comissão de Assuntos Sociais do Senado sugere que empresas reservem vagas para pessoas com mais 55 anos de idade de forma proporcional ao número de funcionários. A ideia é do senador Cidinho Santos que vê a necessidade de o mercado valorizar a experiência.

Imagem: portalterceiraidade.org.br
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HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Acobertar funcionários faltosos é tirar sua responsabilidade, jogando na administração central, é caso para o Conselho estudar, julgar e decidir. Mantenho tudo o que disse. (Publicado em 28.10.1961)