Tag: #CrisePolítica
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Crises advindas da pandemia, da inflação que lhe segue os passos e da própria ingovernabilidade que ameaçam, de fato, os brasileiros nesses tempos de incerteza. O mesmo ocorre com o resto do planeta, que parece ter entrado definitivamente na era das catástrofes climáticas, decorrentes do aquecimento global, somado ainda a uma recessão econômica que se anuncia no horizonte.
Pandemia, recessão e mudanças climáticas representam sim uma verdadeira ameaça ao mundo e aos brasileiros, que também estão nesse mesmo barco à deriva, nesse século XXI. Esses são os três cavaleiros do apocalipse que galopam de encontro à humanidade. Quanto a nós, o que temos no ambiente político e institucional é uma crise artificial, gestada, exclusivamente, por interesse pessoal do atual ocupante do Palácio do Planalto e de seu grupo imediato, cujos propósitos parecem imbicar rumo a um passado que os brasileiros julgavam perdido no tempo e encerrado com a redemocratização no começo dos anos oitenta. O resto é lorota. O problema é que uma crise dessa natureza, mesmo que criada no laboratório de guerra, pode vir a gerar uma crise de fato que, por contaminação, pode levar todo o Estado Brasileiro de roldão e, por tabela, prejudicar ainda mais a situação de muitos cidadãos que habitam o país real e que se vêm obrigados a bancar a conta dessas desavenças todas.
É, de fato, uma crise que só interessa ao presidente da República em seu projeto de reeleição, mas que pode favorecer, e aí mora o perigo, o retorno do lulopetismo ou o fechamento político, duas pragas igualmente nefastas e que os cidadãos querem ver banidas da vida nacional. Não há meias palavras para descrever toda essa pantomima armada pelo Executivo. Trata-se de uma cilada a qual aderiram outros parceiros, dentro do Congresso. A complicar o que parecia ser apenas uma crise feita nos mesmos moldes sem lastro com a realidade, e com o mesmo receituário seguido lá atrás, por Jânio Quadros, e que deu no que deu, vemos correr, em paralelo, os trabalhos da CPI do Covid, a revolta dos governadores, a ameaça da variante Delta, a inflação ascendente, a infiltração do Centrão na máquina do Estado e o acirramento dos ânimos da população, açulada por extremistas irresponsáveis.
Não é pouco! Desnecessário dizer aqui que caberia, ao chefe de Estado, nesses tempos de agruras, firmar-se como líder e apaziguador e como alguém capaz de construir pontes e não de dinamitá-las, tornando a situação irreversível.
Para aqueles que, por suas características de espírito, não possuem a capacidade de construir concessos e estabelecer laços de união, a história ensina e recomenda que jamais sejam alçados a postos de comando, sob pena de lançar irmãos contra irmãos. Essa é uma lição que é preciso aprender com rapidez, quem sabe antes de 2022.
A frase que foi pronunciada:
“A paz é a única forma de nos sentirmos realmente humanos.”
Albert Einstein
Comunidade
Depois da celeuma causada com o PLC 69, o famoso projeto que arranca o sossego das residências, o deputado que se propôs a intermediar a comunidade com o parlamento local foi Rafael Prudente. Brasília é uma cidade politizada por natureza. A mobilização popular salvou a área verde que temos hoje no Parque Olhos D’Água e pode salvar muito mais.
Espaço para todos
Ninguém imagina a guerra nos bastidores das clínicas veterinárias da cidade. É mais ou menos a mesma coisa do que ocorre com algumas construtoras. Quando alguém sério aparece, oferecendo um serviço destacado, agradando o consumidor com a qualidade e compromisso, daí é perseguição na certa.
Saúde
Está na hora de cuidar da audição dos motoristas de alguns ônibus que fazem longos percursos. É insuportável.
Estrago
Outro animal que precisa de atenção por causa da proliferação excessiva é o periquito. A ave destrói os forros das casas e, várias vezes, o pessoal de TV a cabo é chamado para trocar fiação destruída por esse pequeno pássaro.
Estímulo irrefletido
Flávio Gordon surpreende no livro A Corrupção da Inteligência, lamentando “que aquele vício positivista tenha nos legado um sentido pueril de “objetividade”, que terminou por devastar a prosa não ficcional contemporânea.” O autor comenta que, nos manuais de redação e livros de cursinho, as regras padronizadas como “evite adjetivos” ou “use apenas a forma denotativa”, “prime pela impessoalidade” trazem a ideia do texto sem sujeito “como que extraída pronta da natureza. Uma linguagem só de objetos.”
História de Brasília
Da satisfação à gente ver a disposição de ser mantido o Plano de Brasília, que tem demonstrado, até agora o sr. Sette Câmara. (Publicada em 07/02/1962)
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Reforma ministerial ou uma simples dança das cadeiras, em que um ou mais dos participantes sempre vai ficando de fora da roda ou, nesse caso, do governo. Essa é uma das dúvidas, talvez a menor de todas, que vai ficando na mente da população sobre as demissões relâmpago de alguns ministros e a realocação de outros em postos que ficaram vagos. A única certeza que se passa a quem tem acompanhado a ciclotimia vivida e induzida pelo atual chefe do Executivo é que esses remanejamentos de última hora se dão pela própria instabilidade, até emocional, experimentada diante das pressões vindas, ao mesmo tempo, do Congresso, do Supremo, das Forças Armadas e de boa parcela da população, diante da montanha de mais de 300 mil cadáveres da Covid-19, que, para muitos, é resultado de um conjunto errático de políticas em todas as áreas, sobretudo na Saúde.
O que se aposta nessas mudanças repentinas é que, assuma quem vier assumir, o presidente Bolsonaro não irá mudar significativamente seu modus de governar. Analistas políticos vêm, há algum tempo, alertando para o fato de que o pretenso apoio dado pelo Centrão, dentro de uma governança e estabilidade hipotética, dá-se da seguinte forma: esse bloco não vende o apoio finalizando determinada negociação. O Centrão aluga seu apoio para uma situação específica, a preços altos, e depois recolhe essa escora sem o menor constrangimento. Trata-se aqui de uma espécie peculiar de presidencialismo de coalizão.
Ao escancarar as portas do Palácio do Planalto a esse grupo, por completa falta de alternativa, Bolsonaro assumiu os riscos que esse tipo de apoio traria cedo ou tarde. Preferiu seguir adiante, mesmo sabendo que esse tipo de amizade dura para sempre ou até que um “remédio amargo” surja de repente.
Com relação aos militares, para quem o atual governo orientou seu gabinete e algumas atuações, a questão, para ficar no linguajar popular, é que o comando das Forças Armadas chegou a conclusão de que o apoio incondicional a um governo que não se entende iria “queimar o filme” da instituição, ou seja, prejudicar o delicado apoio, conseguido com muito custo, depois de 20 anos de ditadura, junto aos brasileiros.
Com o Supremo, os entreveros vêm de longe, com ameaças, inclusive, de fechamento da Corte e outras rinhas nonsense, o que, de certa forma, reduziram as relações entre ambos ao que manda o protocolo. Trata-se da tão comentada solidão do poder, observada por muitos presidentes no passado e que se resume a uma espécie de confinamento do mandatário no mal assombrado Alvorada, cercado de seus mais íntimos colaboradores e família. No caso de Bolsonaro, em que os filhos formam, junto a ele, uma espécie de gabinete consultivo permanente, esse seria o que vai se resumindo o governo atual.
A frase que foi pronunciada:
“Sou uma pessoa insegura, indecisa, sem rumo na vida, sem leme para me guiar: na verdade não sei o que fazer comigo.”
Clarice Lispector e parece que outros
Boa ideia
Danilo Barbosa ganha elogios com a sinalização de Brasília. Moradores de diversas casas pela cidade adotaram o padrão das placas para designar uma quadra, conjunto e a própria casa. Leia mais no link DANILO BARBOSA DESIGN BRASÍLIA .
Adote a ideia
No Ministério da Infraestrutura, a delegada da Polícia Federal, Fernanda Oliveira, é responsável por estabelecer práticas de governança e atua preventivamente no combate a irregularidades no Setor. Há reuniões de capacitação dos funcionários, intituladas Circuito Radar Anticorrupção.
Notícia
Segundo levantamento do CRF / DF e do Sincofarma, aproximadamente 1000 farmacêuticos, para os atendentes de farmácia, foram afastados com suspeita e diagnóstico de COVID e, pelo menos, 07 óbitos de farmacêuticos já foram registrados em decorrência da doença.
Aula
Maria Lucia Fattorelli fala sobre nós e juros. Veja a seguir.
Humanos que protegem
Discussão interessante no grupo de moradores do Lago Norte. Cachorros que latem sem parar versus cachorros que fogem. A Lei de Maus Tratos não prevê as duas hipóteses. Deveria!
Novidade
Detran fará fiscalização por videomonitoramento nas vias do Aeroporto Internacional de Brasília. Mais fluidez e segurança são os objetivos. As vias de embarque e desembarque também serão monitoradas. Tudo preparado para funcionar no início deste mês.
História de Brasília
Não chegou a ser ridículo, mas foi gaiato o termo “marrom” usado pelo DC-Brasília contra a acusação do nosso Wilson Aguiar ao diretor do Departamento de Turismo, sr. René Nunes. ( Publicada em 28/01/1962 )
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Tradicionalmente como vem sendo feito a cada final de ano, a imprensa, de modo geral, elabora resumos do que de mais importante ocorreu ao longo de 2019. Para ficar apenas nos fatos mais importantes ocorridos nesses últimos meses, no âmbito dos poderes da República e que necessariamente trarão ainda repercussões para toda a sociedade, há o risco de que os acontecimentos mais recentes acabem estragando o espírito festivo das pessoas, mesmo aquelas acostumadas às bizarrices desse nosso país surreal.
De fato e de um modo geral, as respostas dos Poderes da República, onde estão parte daqueles que foram eleitos pelos cidadãos e onde se encontram também aqueles que foram diretamente indicados pelos eleitos, continuam dessintonizadas dos anseios de grande parte da população. Na verdade, e pelos últimos acontecimentos, é possível afirmar que existe hoje um divórcio litigioso entre a sociedade e esses citados poderes. Ainda é possível afirmar que o ano de 2019 vai ficar marcado na memória de todos como um período de forte retrocesso e de um contra-ataque das forças do atraso que sempre integraram o velho Brasil e que não querem, de modo algum, que um novo país desperte e tome corpo nesse início de século.
Com a aprovação da Lei de Abuso de Autoridade, foi dada a senha para o avanço daquele pelotão formado, na sua maioria, por pessoas na mira da justiça que, por meio de um novo conjunto de regras, alçou uma posição de onde podiam doravante punir juízes e promotores. Ao mesmo tempo em que se mostra ineficiente para coibir abusos, esse novo instituto pode, na avaliação de juristas renomados, prejudicar investigações e ainda simbolizar uma intimidação do Legislativo ao Judiciário e ao Ministério Público.
Fato semelhante, lembram alguns, ocorreu também na Itália em resposta às investigações da Operação Mãos Limpas. A insegurança jurídica criada por essa lei, feita sob medida contra aqueles que agem contra criminosos poderosos e sempre impunes, só possui paralelo em outra decisão, dessa vez tomada de forma monocrática no âmbito da alta corte, impondo, sem qualquer racionalidade, o repasse de informações sigilosas entre órgãos como o antigo Coaf, Banco Central e Receita Federal ao Ministério Público e à Polícia Federal sem prévia autorização da justiça.
Tal entendimento paralisou quase mil investigações por todo o país, sendo criticada inclusive no exterior, que acusava o Brasil de voltar a ser o paraíso para a lavagem de dinheiro e para a livre ação de organizações criminosas.
Em seguida, essa mesma corte, interpretando de modo enviesado a própria Constituição, e agora sob o comando de um ex-advogado do Partido dos Trabalhadores, entendeu que não mais cabia a decisão de prisão após julgamento em segunda instância, lançando essa possibilidade somente após trânsito em julgado, o que para aqueles que podem pagar caros advogados, nunca ocorrerá.
Graças a essa medida, a maioria dos presos da Operação Lava Jato, inclusive o ex-presidente Lula, foram postos em liberdade. Milhares de outros presos também foram ou serão beneficiados com essa medida, que caiu como uma bomba na cabeça dos inertes e assustados brasileiros.
Para reforçar o avanço das tropas do atraso, a Câmara achou por bem mutilar ou escalpelar, quase por completo, o pacote anticrime proposto pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, retirando-lhe ou modificando várias leis, de forma a torná-lo inofensivo e pouco eficaz. Depois de tanto esforço em contrariar os anseios da sociedade por um país mais justo e moderno, a Câmara dos Deputados aprovou também um reajuste de mais de 120% do Fundo Eleitoral passando dos atuais R$ 1,8 bilhão para R$ 3,8 bilhões colocados à disposição dos partidos, inclusive para contratar advogados para os políticos que se virem enrolados com a justiça.
Para tanto, e em vista do cobertor curto, terão que remanejar recursos de outras áreas como Saúde, Educação e Infraestrutura, para reforçar esse novo caixa de campanha. Para fechar e apenas ficando nesses fatos mais recentes, os ministros do Tribunal de Contas da União (TCU) decidiram liberar as verbas para refeições finas como lagosta e vinhos importados contratadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para eventos e outras solenidades oferecidas às altas autoridades.
Para a população em geral, devido aos altos preços nos alimentos, há ainda a alternativa para as festas de final de ano de alimentos como o ovo. Usado para comer ou para atirar contra essas altas autoridades.
A frase que foi pronunciada:
“A moralidade é princípio acrônico, atemporal, que independe de tempo, local e data.”
Almir Pazzianotto Pinto, jurista brasileiro. Foi ministro do TST.
Inegável
Ao final do show, Roberto Carlos comentou no microfone a presença de Sergio Moro. Os espectadores não só aplaudiram, mas se levantaram para mostrar o respeito e a sintonia com as iniciativas do ministro da Justiça. Um Brasil novo. A seguir, o vídeo produzido pela Folha do Brasil, onde Roberto Carlos diz que na Jovem Guarda ele dizia: “É uma brasa, mora?” E agora ele diz “É uma brasa, Moro!”
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
De volta do Ceará, trago um recado para o ministro Virgílio Távora: que seca, que nada, ministro. Que estado de calamidade pública que nada, ministro! É água como diabo. O que falta é transporte para o feijão que está no Crato. (Publicado em 12/12/1961)