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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil
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Das muitas lições que serão deixadas pelo isolamento social compulsório, por conta da pandemia do Covid-19, a milhões de brasileiros, nenhuma outra será mais importante do que a certeza de que o fenômeno da corrupção tem seus efeitos nefastos prolongados por tempo indefinido, atingindo indiscriminadamente gerações e gerações. Ainda mais quando esse fenômeno atinge patamares de uma endemia, como tem sido no nosso caso. Por mais defeitos que tenha o presidente Bolsonaro, ainda há o mérito de lutar incessantemente contra o vírus da corrupção. Esse sim, sempre foi nefasto ao país, mantendo a fome, ignorância e paternalismo.
Vale recordar a fala recente do ministro Luís Roberto Barroso do Supremo Tribunal Federal, quando afirmou que: “É um equívoco supor que a corrupção não seja um crime violento. Corrupção mata. Mata na fila do SUS, na falta de leitos, na falta de medicamentos. Mata nas estradas que não têm manutenção adequada. O fato de o corrupto não ver nos olhos as vítimas que provoca, não o torna menos perigoso.”
Por isso mesmo, causa espécie a todos os brasileiros de bem que políticos, notoriamente apontados pela justiça como culpados por esses crimes hediondos, aproveitem desse momento de angústia para, de modo cínico, proporem soluções que, nem de longe, adotaram quando tiveram oportunidade e poder para tanto. Esse é o caso específico do ex-presidente Lula que, de forma absolutamente desavergonhada, tem aparecido em vídeos fazendo críticas e sugestionando ações contra a crise, como se não fosse ele e seu desgoverno um dos responsáveis pela fragilidade de nosso sistema de saúde e pelo saldo de milhões de desempregados.
Não se pode, de modo algum, desprezar esses fatos do nosso passado recente e que hoje pesam sobremaneira nessa crise de saúde pública. Talvez uma das mais emblemáticas cenas desse passado triste, ainda não totalmente solucionado por nossa justiça parcial e suspeita, seja justamente a utilização dos muitos e gigantescos estádios de futebol construídos para a fatídica Copa do Mundo de 2014, em que praticamente todos os envolvidos nesse esquema odioso foram acusados de corrupção, dentro e fora do país.
Esses verdadeiros elefantes brancos, monumentos obsoletos, erguidos para propiciar a manutenção contínua de um propinoduto bilionário, são retirados agora de seu estado letárgico profundo para servirem de hospitais de campanhas. Essa improvisação de finalidade totalmente diversa demonstra de forma cabal a distância entre o que necessita uma população carente e aquilo que os políticos sem ética almejam para si mesmos.
Nada mais emblemático para ensinar uma população em pânico e cerrada dentro de casa do que a conversão de estádios em hospitais de emergência para fazer entender, de uma vez por todas, o potencial deletério do fenômeno da corrupção. A corrupção mata. Essa é a lição aprendida agora da pior maneira possível.
A frase que foi pronunciada:
“Quando você perceber que para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada, e a honestidade se converte em auto sacrifício; então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada.”
Da filósofa russo-americana, Ayn Rand (judia fugitiva da Revolução Russa, quando chegou aos Estados Unidos, em meados da década de 20).
Juntos e fortes
Pessoal da Motoluc está confeccionando máscaras Face Shield para doar aos hospitais da cidade. Por enquanto, a capacidade é de 1500 máscaras por dia. Além da convocação de voluntários, eles estão recebendo doações de chapas de acrílico de 3mm. Leia logo abaixo mais detalhes para quem quiser ajudar.
Capes
Na hora que a coisa aperta, a coisa muda. O sistema da Capes foi liberado para implementação de bolsas de mestrado e doutorado. Um pesquisador nos enviou a missiva com a seguinte conclusão: a terra pode até ser plana na concepção dos fanáticos, mas ninguém pode negar que ela continua dando voltas.
Reconhecimento
Nossas homenagens a todos que trabalham na Polícia Federal, instituição que completa 76 anos.
Sempre a verdade
Morreu ou não morreu? O GDF corrigiu a informação sobre a primeira morte causada pelo coronavírus. A Secretaria de Saúde do DF justificou que houve um desencontro de informações.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Todas as autarquias estão com novos presidentes. É bom ler todos os discursos de posse, para que a gente possa, depois, cobrar as promessas. (Publicado em 04/01/1962)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
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Pouco se sabe como trabalha ou que estratégias adota no momento o chamado Gabinete de Crise, criado pelo Executivo para coordenar os esforços no combate à pandemia do Covid-19. Faltam, nos meios de comunicação, referências a esse grupo de trabalho ou como executam tão ampla tarefa.
Por certo, a discrição e o sigilo devem compor parte dessa estratégia de trabalho. Tudo é possível nesse momento em que os direitos individuais parecem estar suspensos, soltos no ar. De qualquer maneira, não seria uma má ideia esse grupo extraordinário criar uma ponte permanente, em âmbito internacional, trocando e colhendo informações preciosas de experiências e avanços obtidos em outros países que passam pelo mesmo problema. É importante que os brasileiros recebam informações a respeito.
O que acontece agora, com a instalação sincronizada dessa crise em todo o planeta, vem provar a tese de que, mesmo as eleições que são ganhas com certa facilidade, sem muito dispêndio de recursos ou lábia, não significam uma governança tranquila e sem maiores sobressaltos. Exemplos desse fato são abundantes na história brasileira e parecem não ter ensinado nada aos políticos.
Nas próximas semanas, dois gráficos estatísticos poderão ilustrar e testar, com precisão matemática, a evolução de fenômenos distintos, mas que estarão umbilicalmente ligados pelo destino. A depender da orientação desses gráficos, o futuro político do presidente Bolsonaro estará selado de forma definitiva.
De fato, à medida em que a curva estatística apontar o crescimento no número de pessoas infectadas e de mortes, expondo as mazelas conhecidas do nosso sistema de saúde pública, noutro gráfico estarão indicadas automaticamente e em sentido contrário também o declínio na credibilidade do atual governo. Por isso, não há exagero em afirmar que o Covid-19 veio para testar, na prática, o governo de Bolsonaro. Não a sua saúde física, de atleta, mas a sua saúde política.
Depois do pronunciamento em cadeia nacional, o presidente expôs seu governo ao contágio de 220 milhões de brasileiros, expondo-o abertamente na fronteira entre o vírus e a economia do país. É nessa divisão de terrenos que estarão sendo jogados todo o futuro do bolsonarismo. Mesmo que ele não se importa para o que digam sobre ele. Há a impressão de que ainda não se deu conta que é preciso ser ele mesmo e Presidente da República. Pelo o que se tem visto até aqui, os adversários políticos não irão medir esforços, mesmo que tenham que passar por cima de possíveis cadáveres, para atingir o palanque mais próximo.
Com muito esforço, é possível que os panelaços que se anunciam e que, em grande parte, são induzidos por redes de televisão contrárias ao governo, podem, no desenrolar da crise, ganhar vida própria, empurrados pelo pânico ou pelo descontrole no combate à pandemia.
Falar em próximas eleições nesse momento é, além de sandice, desconhecer que 2022 chegou mais cedo. Com isso, é possível dizer que o atual conjunto de políticos está sendo avaliado nesse exato instante. A população enclausurada está de olhos postos nas autoridades, conferindo cada movimento. Quem sobreviverá?
A frase que foi pronunciada:
“A constante pressão do tempo não é o menor dos tormentos que envenenam a nossa existência. Ela mal nos permite tomar fôlego e logo nos persegue como um bedel munido de chicote. A perseguição cessa apenas para aquele que foi entregue ao tédio.”
Schopenhauer, filósofo alemão, 1851
Novidade
Buritizinho, Mangueiral, Paranoá Parque, Vale do Amanhecer e Ceilândia recebem um aporte para a construção de Unidades Básicas de Saúde que deverão estar prontas até 31 de dezembro deste ano.
Lado bom
Recebemos, de dona Terezinha Bleyer, uma postagem mostrando a banda da Polícia Militar fazendo uma serenata pelas ruas de Florianópolis. Emocionou a população. Veja a seguir.
Impressionante
Se no Paranoá não houver pico da doença lotando o hospital local, o presidente Bolsonaro estará certo. Crianças, idosos, todos andando pela rua despreocupadamente, lojas abertas, tudo absolutamente normal.
Do carro
Igrejas que já sabem que ser serviço essencial não abrem mão de proteger seus fiéis. Veja a seguir como estão sendo feitas as confissões na paróquia Nossa Senhora da Saúde, na Asa Norte.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
No IAPI tomou posse o Conselheiro Alves, da presidência do Instituto. É uma esperança para o Instituto que reune quase por 80 por cento da Previdência Social. Que seja mais amigo de Brasília, fugindo às normas do seu antecessor, que fez tudo para que a autarquia voltasse para o Rio. (Publicado em 04/01/1962)