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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
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Entre a fantasia e a realidade estende-se uma longa estrada que é pavimentada pela razão. Transitar displicente entre uma e outra, é o que fazem muitos candidatos em tempos de campanha, levando o eleitor a acreditar se tratar de um mesmo mundo. Além de aumentar o descrédito da população em relação a classe política, leva também o vencedor do pleito a uma encruzilhada em que necessariamente terá que demonstrar, na prática, que o que disse ou prometeu pode ser materializado.
Essa parece ser exatamente a encruzilhada em que se encontra agora o presidente Bolsonaro, com relação a flexibilização da posse e do porte de armas por cidadãos civis. À fantasia de que a violência que parece engolir o país seria amenizada quando todos os brasileiros tivessem o acesso legal as armas não para de pé e é colocada contra a parede pelas últimas estatísticas, divulgadas agora pelo Atlas da Violência, mostrando que somente no ano de 2017 o Brasil teve 65,6 mil assassinatos, a grande maioria por armas de fogo.
Trata-se do maior nível histórico de crimes, de todos os tempos e, pior, com tendência de alta. Jogar gasolina nessa fogueira não vai amainar o fogaréu em que arde o país. Uma simples conferência no gráfico apresentado sobre o assunto mostra uma reta ascendente e contínua a partir de 1979. Num quadro como esse, permitir o livre acesso, mesmo para cidadãos de bem às armas, é, na avaliação de quem pesquisa o assunto com seriedade, um flagrante contrassenso. Ainda mais quando se sabe que destes 65 mil crimes, 47,5 mil, foram cometidos por indivíduos portando armas de fogo, ou seja, em todos esses assassinatos, as armas estiveram presentes em 72,5% dos casos. Para os que gostam de economia, esse nível de criminalidade tem impacto direto sobre o Produto Interno Bruto da ordem de 6%.
O alívio é que grande parte da população vive no mundo real e sabe bem dessa relação entre arma de fogo e criminalidade. Segundo pesquisa do Ibope, realizada entre 16 e 19 de março, 73% dos brasileiros são contra a flexibilização do porte de armas e apenas 26% são a favor. Quanto à posse, 61% se declararam contrários. Também os especialistas em Direito Constitucional vêm levantando sérias dúvidas sobre os decretos do Executivo nessa questão. Para muitos deles, o texto do decreto contraria frontalmente termos da lei aprovada pelo Congresso e pelo Estatuto do Desarmamento, extrapolando ainda as prerrogativas do próprio Executivo.
Para muitos desses juristas, não será surpresa se, mais adiante, o judiciário ou mesmo o Ministério Público venham a suspender esses decretos por vícios diversos. Outro ponto levantado é que o incremento de armas de fogo irá necessariamente baixar os preços dos armamentos ilegais vendidos no mercado negro, aumentando, ainda mais a quantidade de armas em mãos da população. Para outros entendidos, ao invés de aumentar o número de armas, as autoridades deveriam estar preocupadas em aumentar o efetivo da Polícia Federal e no patrulhamento das imensas fronteiras territoriais brasileiras.
De fato, a realidade joga contra a pretensão do presidente de ver os brasileiros de armas na cintura.
A frase que foi pronunciada:
“Hoje, a justiça criminal funciona e se justifica apenas por essa referência perpétua a algo diferente de si, por essa incessante reinscrição em sistemas não jurídicos.”
Michel Foucault, no livro Vigiar e Punir: O Nascimento da Prisão
Vida de repórter
Marcos Goto, treinador de Arthur Zanetti, contava que ninguém teria folga até a final da competição. A repórter Ana Paula Padrão, à época, brincou dizendo: “Eu que não faria parte dessa equipe!” Goto foi implacável: Por isso Zanetti é campeão olímpico e você é repórter. Numa gargalhada e com simpatia e humildade, Ana Paula diz que quem fala o que quer, ouve o que não quer.
Impontualidade
Mal anunciaram que a TCB pode ser responsável pelo transporte escolar da rede pública de ensino e os comentários recomendam que a direção aumente bastante a tolerância para o atraso.
Tristeza para uns
Pagando alto pelo metro quadrado, os moradores do Noroeste aguentaram a barulheira da festa de alguns jogadores da seleção até 5h da manhã. O protesto da vizinhança foi grande. Quem pensa que Brasília é terra de marajás está enganado. Eles sempre vêm de fora.
Desordem pública
Por falar nisso, está enganado quem pensa que os moradores do Lago Sul vão desistir de lutar contra o bloco de carnaval fora de época Adocica. Ministério Público e Câmara Legislativa serão os próximos a serem consultados. A Lei que inclui o bloco pós carnavalesco Adocica no calendário oficial do DF diz que a festa seria no segundo sábado subsequente ao Carnaval. O local não é determinado. Foi criada pelo deputado Robério Negreiros (Lei 6.178 de 16 de julho de 2018).
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
As casas de carne estão explorando demais em Brasília. A carne do supermercado custa 170 cruzeiros. Nas casas de carne, o mesmo produto está sendo vendido a 210 cruzeiros. (Publicado em 22/11/1961)
Escolas representam o último reduto civilizatório da sociedade
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Escolas públicas, em todo o tempo e lugar, sempre foram o reflexo fiel da sociedade no seu entorno. O que está na sociedade, está também na escola, dentro da sala de aula. Não é por outra razão que a crise nas escolas, representada pela indisciplina e mesmo pela violência contra colegas e professores, inclusive com casos de mortes, é uma repetição do que vem ocorrendo em nossa sociedade.
De outra forma, como pode haver escolas públicas pacificadas quando se sabe que, apenas no ano de 2017, segundo o Atlas da Violência, 65,6 mil pessoas foram assassinadas em todo o país. Mais do que em muitas guerras atuais pelo mundo. O pior é que essa violência acomete mais os jovens, negros e mulheres, justamente pessoas em idade escolar.
Até mesmo os especialistas no assunto se dizem perplexos com esses números, como é o caso do coordenador da referida pesquisa, Daniel Cerqueira. Para ele, “o que está acontecendo no Brasil é algo estonteante e fora dos padrões mundiais.” É essa mesma sociedade que você pode ver hoje e em pequena escala, dentro das salas de aula. Isso equivale a dizer que a nossa violência das ruas já adentrou os muros da escola. Vive agora um novo tempo, muito mais violento e inseguro, para alunos e para os professores.
A escola, antes um reduto de harmonia e saber, vai se transformando num lugar do medo e da apreensão. Os recentes episódios ocorridos na cidade de Carapicuíba, na Grande São Paulo, quando alunos da sétima série, adolescentes na faixa de 10 a 15 anos, ameaçaram a professora e destruíram a sala de aula, atirando inclusive mesas e cadeiras contra a docente, oferece uma mostra do que vai pelas escolas públicas de todo o país.
Ao registrarem nas câmeras de seus celulares essas cenas de vandalismo e ameaças, esses alunos deixaram à vista não só de todos os brasileiros, mas de todo o mundo, a vida como ela é dentro de nossas escolas. Dados fornecidos pela Secretaria de Educação daquele estado dá conta de que, nos primeiros três meses desse ano, foram registradas 68 ações de gangues dentro das escolas. Em 2014 foram 549 casos de ações de gangues nas escolas estaduais. Aqui no Distrito Federal, a situação não é melhor.
Pesquisa feita pelo Sindicato dos Professores indica que até 58% dos professores da nossa rede pública de ensino já confessaram ter sido vítima de algum tipo de agressão dentro dos estabelecimentos de ensino onde trabalham. Segundo eles relatam, os principais agressores são os estudantes, com 43% dos casos. Com isso, muitos professores preferem se afastar das salas de aula, por vontade própria ou por motivos psiquiátricos sérios.
Com isso, vamos assistindo o que seria o último reduto da sociedade, capaz de dar um rumo sadio a nossa gente, ser ele, também, vítima de uma violência impiedosa espalhada por todo o país.
A frase que não foi pronunciada:
“A escola é muito mais do que um lugar, é parte da minha vida e de quem eu sou hoje.”
Pensamento unânime
Visto
Falta tinta nas faixas da pista da Avenida das Nações na altura do Corpo de Bombeiros, onde há a entrada para a Esplanada dos Ministérios. A falta de limite no chão faz com que o trânsito fique mais perigoso.
Lido
Brasília sediará a 35ª Feira do Livro. Em um mundo mais tecnológico, ainda são muitos os brasileiros, inclusive crianças, que gostam de manusear livros. O pessoal da Câmara do Livro do DF inicia as articulações para tornar o evento um sucesso. Será de 6 a 16 de junho no Complexo Cultural da República.
Ouvido
Pedro Guimarães, presidente da CAIXA, explica sobre a redução das taxas de juros do crédito imobiliário. A intenção é facilitar o acesso à casa própria. “A redução dos juros demonstra o compromisso com as melhores condições de financiamento para as pessoas e colabora para a retomada de investimentos no setor”. A partir de 10 de junho, a taxa mínima para imóveis residenciais enquadrados no Sistema Financeiro de Habitação (SFH) e Sistema Financeiro Imobiliário (SFI) será de 8,5% a.a. e a máxima de 9,75% a.a.
Teclado
CES 2019 – Na maior feira de Tecnologia do Mundo, serão apresentadas novidades interessantes. Celulares e TVs dobráveis, aplicativos para carros, saúde, eletrodomésticos e até para os armários. O Consumer Electronics Show começa oficialmente nesta terça-feira, dia 8, em Las Vegas, nos EUA. Veja mais a seguir.
Compartilhado
Quem quiser dar uma força para Agnaldo Timóteo o e-mail dele é timoteo.agnaldo1@gmail.com.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
A Bulgária está querendo comprar a carne de Goiás. Nós também estamos. Vamos ver a quem o governo dá o direito. (Publicado em 22/11/1961)
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Segundo as estimativas contidas no Atlas da Violência, elaboradas pelo (Ipea/FBSP) de 2018, temos a cada ano uma média que varia entre 300 a 500 mil no número de casos de estupros cometidos em todo o território nacional. Esses números alarmantes, e que nos colocam na dianteira mundial de episódios desse gênero, são estimados, já que se sabe que os dados oficiais sobre o problema estão muitíssimos subestimados.
Calcula-se, segundo o Atlas, que apenas 10% a 15% dos casos são reportados, em decorrência de uma espécie de tabu, engendrado, desde sempre, pela nossa cultura patriarcal e que, de certa forma, faz com que as vítimas se calem, por vergonha, medo ou sentimento de que o ocorrido não vá ser levado a sério, quer pelos familiares ou autoridades.
Quem sofre esse tipo de crime geralmente se cala para sempre e, para sempre também, levam consigo as cicatrizes na alma, dessa que é, ao lado da pedofilia, uma das maiores vilanias que um ser humano pode cometer contra outro. Acabar com sevícias dessa natureza, enraizadas há séculos na cultura de uma nação, não é tarefa simples e nem pode ser levada a cabo no espaço de uma geração. Trata-se de um esforço que também exigiria o empenho de cada um dos brasileiros, a começar pelas autoridades e por todos que detém o poder político, de forma a fazer valer o peso das leis sobre esses criminosos.
É justamente nesse ponto que parecem ocorrer as principais falhas no combate ao estupro. A legislação, como de resto a própria justiça, só é aplicada, de fato, ou quando o caso ganha dimensões nacionais por ação da imprensa, ou quando o criminoso não pertence ao andar de cima, onde as leis são mais elásticas e benevolentes. Oficialmente são 135 casos de estupros por dia em todo o país. Fossem registrados todos os casos, a cada dia teríamos uma média entre 822 a 1.370 estupros em todo o Brasil.
Diante de um quadro desses, qualquer atitude por parte da justiça, das autoridades e da própria população, demonstrando desdém por esses episódios, só faz assegurar que essa é uma realidade já assentada na tradição nacional, contra a qual não adianta agir. Muito mais ainda quando acontecimentos dessa natureza envolvem personalidades acima de quaisquer suspeitas e sobre as quais as leis não possui poder algum.
É o que parece ocorrer agora com o jogado de futebol Neymar, acusado de estupro por uma modelo brasileira em Paris. Sem qualquer pré-julgamento esse seria mais um caso típico de figurão inimputável por sua posição. Tanto o técnico atual da seleção de futebol como o próprio dirigente da CBF correram para garantir que o jogador continua no escrete, quando a situação impunha que o atleta prove, primeiro, sua inocência para depois voltar a integrar o que chamam de Seleção e que representa todo um país.
A frase que não foi pronunciada:
“Pior são os que conseguem escutar, mas não ouvem a voz do povo.”
Deficiente auditivo pensando enquanto lê as notícias.
Geólogos
Contagiados pela paixão do professor da UnB, Luiz José H D’el-Rey Silva, alunos de geologia estrutural desbravavam o solo em frente ao piscinão do Lago Norte. A geologia precisa de investimentos, divulga o professor e dá o caminho das pedras. Com a invasão tecnológica, os metais de baterias e níquel estão em alta. Veja a seguir a foto do grupo in loco durante a pesquisa.
$ do contribuinte
Em nota, a Controladoria-Geral do Distrito Federal divulga que pretende acelerar o trâmite para recuperar verbas desviadas da administração pública. Aldemario Araújo Castro, controlador-geral do DF denuncia que há uma diferença monumental entre os débitos apurados e o efetivo ressarcimento aos cofres públicos. “Colocando em grandes números, só a CGDF apurou R$ 300 milhões a serem ressarcidos e o efetivo ingresso de recursos nos cofres públicos dessas Tomadas de Contas Especiais foi na casa de R$ 20 a R$ 50 mil”.
Ineficiência
Aos poucos, vans e transporte pirata vão se chegando nos pontos de ônibus, certos de que não serão incomodados. Os passageiros só se arriscam porque a espera é longa. Principalmente nos fins de semana.
Simples assim
Alunos de um colégio paulista em Carapicuíba resolveram agredir a professora e quebrar a mobília da sala. A professora relutou, mas saiu da sala. Depois, com a direção, listou os estragos feitos, chamou a polícia e o Conselho Tutelar. Os pais serão obrigados a pagar o prejuízo e os alunos foram expulsos.
Credibilidade
No Plenário do Senado o presidente da Casa, Davi Alcolumbre, tranquilizou os Bombeiros Militares do DF sobre um projeto de Lei que a classe aguarda a aprovação já há algum tempo. Alcolumbre prometeu uma saída honrosa com a assinatura de todos os partidos políticos em favor da causa. A redação da matéria e emendas precisa ser refeita.
Vontade política
Por falar em Corpo de Bombeiros, o governador ainda não chamou a turma do concurso de 2017. Mesmo tendo 42% de defasagem no quadro efetivo do Corpo de Bombeiros, nada de nomeações. O risco é que o prazo vença e seja necessário novo contrato de nova banca para outro certame, gastando milhões desnecessariamente. Nem capacitação pode ser feita no atual quadro, extremamente defasado. A verba é do Fundo Constitucional. A seca vem aí!
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Falta, na Estação Rodoviária, uma camada de asfalto. Com isto, seriam evitados os baques que os carros sofrem naquele local, e seriam cobertos os pontos altos que já causaram um desastre com o carro do sr. Quintanilha Ribeiro. (Publicado em 22/11/1961)
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Universalizar o atendimento em saúde, e de modo minimamente decente, ainda é uma realidade distante em nosso país. Nesse quesito, não há necessidade de pesquisas, dados estatísticos ou outro indicador métrico ou científico. Basta ir a um hospital público. E não precisa ser no interior do Nordeste ou da Amazônia, onde esse serviço, em muitos lugares, sequer existe. Aqui mesmo, em Brasília, é comum o cidadão procurar atendimento médico, mesmo com quadro de fortes dores ou suspeita de caso grave, e o atendimento, dentro de padrões aceitáveis, não ser realizado.
Nessa situação, o jeito, para aqueles que não possuem outra opção, é esperar até 24 horas sentado em uma cadeira desconfortável até que algum profissional se apiede do paciente. Num quadro desses, não chega a ser surpresa que os próprios doentes ou seus acompanhantes se revoltem e, no desespero, partam para a violência, inclusive com xingamentos e agressões. Quando isso ocorre, o atendimento é feito na hora, mas pela tropa de choque da polícia militar, com o medicamento na ponta do porrete.
Uma ida a um desses maiores hospitais, como por exemplo, o Hospital Regional do Paranoá é, como descreveu um paciente, experimentar uma descida ao inferno, tamanho é o caos e o abandono em que se encontram aqueles que buscam ajuda médica. De fato, como muitos desses doentes que precisaram de pronta ajuda médica já notaram que, enquanto não existir uma legislação impondo que as autoridades responsáveis, ocupantes de cargos no governo, sejam obrigatoriamente atendidos apenas em hospitais públicos, essa realidade não irá mudar.
Enquanto os hospitais continuam patinando na ineficiência por conta de uma gerência que se faça obedecer, principalmente por parte dos médicos e plantonistas, as pequenas clínicas, que cobram preços populares e que nessa mesma região se proliferaram como capim, estão lotadas. Obviamente que esses lugares sequer são fiscalizados adequadamente pelos órgãos de saúde e, onde o dinheiro é que conta, os serviços são uma interrogação e um perigo.
O mais incrível é que esses fatos ocorrem com frequência justamente na capital do país, onde existe o maior número de médicos (nem sempre disponíveis) por habitantes. Dos mais, 13.400 registrados no sistema de saúde local ou, 435 médicos para cada grupo de mil habitantes, o dobro da média nacional.
Em conversa reservada, para não intimidar e causar mal-estar, um especialista no assunto e que conhece bem os mecanismos internos da máquina de saúde do Distrito Federal reconheceu que, entre outros problemas, o estrangulamento do sistema está justamente na ponta do atendimento e tem os médicos como os maiores sujeitos e nó dessa engrenagem perversa.
A frase que não foi pronunciada:
“No Brasil, o sistema de saúde não funciona desde o sistema até a saúde.”
Pensamento unânime dos impacientes
Previdência
O Sindicato do Comércio Varejista do DF foi o primeiro em Brasília a externar apoio à reforma da Previdência. Para o presidente do Sindivarejista, Edson de Castro, a reforma injetará R$ 1,4 trilhão em investimentos no país, gerando empregos e renda.
Dia de festa
Padre Michael Keneth e equipe preparam festa de aniversário da paróquia do Espírito Santo Paráclito, no Park Way/Vargem Bonita. Serão duas surpresas para os presentes. A Cavalhada e um almoço oferecido pela comunidade. Mais informações a seguir.
Divulgação
Além do Programa de Consultoria Financeira, o BRB também abriu as inscrições para mais uma edição do curso de educação financeira. As aulas serão realizadas entre os dias 4 a 6 de junho, gratuitamente, no Centro de Treinamento do BRB (EQS 410/411 Sul). Todos são bem-vindos. Mais informações pelo educafinan@brb.com.br.
Negligência
Se os redutores de velocidade, pardais, têm mesmo o objetivo de assegurar a segurança dos motoristas, o DER está deixando de cumprir esse objetivo. A curva antes de chegar no trecho 9 do Setor de Mansões do Lago Norte, a cada dia, está mais perigosa. Há uma saída de veículos no meio da curva e, sem redutor de velocidade, o perigo de um choque é constante. A Associação dos Moradores do Trecho 9, capitaneada por Cláudio Castello Branco, já deu entrada na documentação, mas não foi sequer respondida.
Muito estranho
Na agência do Banco do Brasil, na 214 Norte, no domingo, um grupinho estranho rodeava quem usava os caixas eletrônicos. Seria bom verificarem nas câmeras de segurança o que acontecia por ali no fim de semana. O clima era bem tenso.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
E por falar em dr. Vasco, o dr. Ataualpa ainda não mandou os caminhões consertarem as valetas do Eixo Rodoviário, das superquadras, e do Trevo de Distribuição sul. (Publicado em 22/11/1961)
Um futuro árido aguarda os defensores de um agronegócio feito a todo custo
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No intuito de querer agradar a chamada bancada ruralista e assim obter maior apoio no parlamento e em atendimento também ao poderoso lobby do agronegócio, o atual governo vai, aos poucos, se emaranhando na questão ambiental pela porta dos fundos, repetindo o mantra e as estratégias desse setor que, de maneira duvidosa, coloca a questão da preservação e do respeito ao meio ambiente como entrave a ser vencido para o pleno desenvolvimento desse setor. Ao apontar a manutenção do riquíssimo e delicado bioma nacional como inimigos a serem derrotados para a plena expansão do agronegócio, seus autores vão, aos poucos, não só capturando todo governo para esse enredo trágico, como colocando em sério risco todo esse patrimônio natural de forma irreversível. Pelo o que se tem observado em todo o planeta em decorrência das alterações climáticas severas, não será de todo exagerado supor que, ali mais adiante, esse governo e outros, com a mesma tendência em relação às questões de preservação, venham se sentar no banco dos réus, acusados de crimes graves contra o meio ambiente.
A miopia que faz com que os ruralistas e grandes produtores não enxerguem a possibilidade da coexistência pacífica e harmoniosa entre agronegócio e a preservação do meio ambiente pode vir a antecipar a decadência e a ruína desse importante setor da nossa economia, colocado, perante o mundo, como agente ativo de destruição do planeta, tendo, também, seus produtos rejeitados pela comunidade de países importadores.
Nesse momento, um grupo de mais de 600 cientistas de todo o mundo estão pressionando as lideranças da União Europeia para que deixem de comprar todos os itens produzidos pelo agronegócio brasileiros que não possuam certificado válido de que foram obtidos com respeito ao meio ambiente.
O desmonte de algumas estruturas de combate e controle aos desmatamentos, assim como a afrouxamento de muitas leis de preservação podem, em princípio, favorecer algumas estratégias políticas do atual governo, mas poderá, ao fim do processo, servir de provas de crimes que estão sendo perpetrados por gente gananciosa, pragmática e pouco ilustrada, que se move apenas em busca de lucros máximos.
Aos poucos, a bancada ruralista vem se articulando para inserir no Código Florestal mais de trinta novas emendas flexibilizando regras para permitir o aumento de desmatamento em até 5 milhões de hectares de florestas, atrasando ainda o reflorestamento de outros 4 milhões de hectares de áreas já desmatadas.
A frase que foi pronunciada:
“A agricultura foi a primeira ocupação do homem e, como abrange toda a terra, é a base de todas as outras indústrias.”
Edward W. Stewart, político irlandês
Divulgação
Sesc divulga a iniciativa nacional no combate à fome e desperdício de alimentos. Mesa Brasil Sesc é o nome do programa. São diferentes personagens entre os doadores e as instituições que são assistidas. Em Brasília os números ainda são tímidos.
Pelo país
Em 2018, o projeto doou 37 mil toneladas de alimentos e atendeu 1,5 milhão de pessoas por dia a pessoas em situação de vulnerabilidade em uma perspectiva de inclusão social. O Programa de Segurança Alimentar e Nutricional é baseado em ações educativas e de distribuição de alimentos excedentes. Na prática, o Mesa Brasil Sesc busca onde sobra e entrega onde falta. De um lado, contribui para a diminuição do desperdício, e de outro reduz a condição de insegurança alimentar de crianças, jovens, adultos e idosos. Em ambos os polos desse percurso, as estratégias de mobilização e as ações educativas incentivam a solidariedade e o desenvolvimento comunitário.
Estratégias
São duas, as frentes do programa: o banco de alimentos e a colheita urbana. No primeiro, o trabalho é realizado por meio da busca de alimentos que estejam fora de padrões definidos para comercialização por produtores, supermercados, atacadistas e outros agentes. Esses produtos são armazenados em espaços próprios e distribuídos para entidades sociais. Já a colheita urbana é feita diariamente, com a coleta de alimentos frescos, produtos hortifrutigranjeiros e alimentos industrializados, que são distribuídos de forma imediata, sem estoque, por sua característica de perecibilidade.
Conexão
Os produtos arrecadados são direcionados a aproximadamente 6.000 entidades cadastradas. Para realização deste trabalho, o Mesa Brasil Sesc conta com a parceria de empresas doadoras, atualmente mais de 3,3 mil, entre estabelecimentos comerciais, indústrias alimentícias e empresas de serviços. Também participam desta rede de solidariedade cerca de 380 voluntários, que atuam em atividades como seleção e armazenamento de alimentos, ações educativas e captação de recursos.
Na prática
Paralelo ao trabalho de coleta e distribuição de alimentos, o programa oferece atividades como cursos, oficinas e palestras, para difusão de conhecimentos, troca de informações e experiências junto aos profissionais, voluntários e beneficiários das entidades sociais, bem como às empresas doadoras. Tais ações educativas têm como objetivo promover a alimentação adequada, a reeducação alimentar e fortalecer as instituições assistidas.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
A numeração das quadras da W-3 ainda não foi modificada, o que deveria ter sido feito há muito tempo. Há um plano do dr. Vasco que facilita muito a identificação das quadras, mas ainda não foi utilizado. (Publicado em 22/11/1961)
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Todo mundo sabia que qualquer candidato que viesse a ocupar a Presidência da República, depois de mais de treze anos seguidos da gestão desastrosa petista, não teria vida fácil. À exceção, é claro, do próprio pessoal de esquerda, caso viesse a vencer o pleito de 2018. Arruinado política, econômica e socialmente, o país passou a requerer dos novos gestores eleitos um esforço extra para desfazer as asneiras perpetradas por mais de uma década, desmontando armadilhas, afastando sabotadores, alocados em milhares de posições estratégicas dentro da máquina pública e com missões específicas determinadas diretamente pelo partido então no poder.
Com isso, restabelecer um mínimo de governança passou a consumir grande parte na agenda do governo. A abdução profunda das universidades públicas, de parte da imprensa interesseira e de nichos da população mais desinformada, assim como de outros setores do país, não poderia resultar em outra coisa que não fosse o que todos vemos agora. Receoso, titubeante e sem saber onde pisar, o atual governo vai consumindo seus dias entre avanços e recuos, temeroso de que o caldo entorne de vez.
Não seria exagero dizer que, nos próximos meses, o atual governo terá que continuar agindo para remontar, peça por peça e com um mínimo de eficiência, a máquina pública depauperada. O problema é que a nação tem pressa. No caso específico do setor educacional e mais propriamente nas universidades públicas irá requerer do atual governo uma atenção ainda mais redobrada.
Nessa altura dos acontecimentos todos já suspeitaram que o Ministério da Educação e principalmente seu titular no momento não possuem qualquer poder sobre as universidades, tornadas autônomas, são só pelo o que manda a lei, mas, principalmente, devido à forte influência exercida pelas ideologias de esquerda que dominam o campus e abominam tudo o que venha da parte desse governo. De fato, parece não existir, sequer, um canal de comunicação entre o MEC e as universidades públicas, descoladas das orientações do governo e ainda ligadas às pautas ditadas pelos partidos de esquerda. O pior é que o atual ocupante da pasta parece se esforçar para manter essa comunicação ainda mais precária.
A dança do ministro, com guarda-chuva, fazendo uma referência ao filme de 1952, “Dançando na Chuva”, reforçou as evidências de que o que existe entre o MEC e as universidades é uma animosidade que não irá resultar em boa coisa, principalmente para o cidadão contribuinte que tem que arcar com essa despesa e assistir cenas de completa decadência e falta de noção da responsabilidade do posto.
A ideia marqueteira, que fez o ministro “dançar” diante das câmeras, se enquadra no mesmo rol das infâmias públicas que fizeram o então senador Eduardo Suplicy vestir uma cueca vermelha em pleno Congresso, ou a dança da então deputada Ângela Guadagnin entre outras performances de igual bizarrice. Imagens como essas, ganham o mundo em instantes e mostram um país que insiste em se mostrar sem seriedade.
A frase que foi pronunciada:
“Por que os papas não envelhecem tão rápido como os políticos?”
Joãozinho, sempre filosofando.
Momento histórico
De graça, no dia 4 de junho, o IDP receberá os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre, e da Câmara, Rodrigo Maia, o ministro Gilmar Mendes, do STF, e Paulo Guedes, ministro da Economia. O tema da mesa redonda será a Agenda de Reformas e a Volta do Crescimento. Veja a seguir mais detalhes sobre a inscrição.
Link para mais informações: www.idp.edu.br
2,4D
Comprometida, a produção de vinho no Rio Grande do Sul sofre com o agrotóxico aplicado na soja. Pela terra, pela água e pelo ar, o veneno está matando as parreiras.
Boa música
Hamilton Ruggieri lembrou bem. Ontem o Cantus Firmus comemorou 27 anos desde a primeira apresentação sob a batuta de Isabela Sekeff. Próxima parada: Alemanha.
Sem fiscalização
Depois de buscar lotes vazios, casas abandonadas e moradores acumuladores, focos da dengue foram identificados e eliminados. O problema é que o hospital do Paranoá continua sem atender pacientes, inclusive com dengue. Um hospital que demora mais de 15 horas para atender na emergência, realmente deve estar desativado.
Inoperância
Leitora informa que os quiosques no aeroporto continuam. Está agora na área de embarque. Dizem que o consumidor irá ganhar uma maleta de bordo. Logo depois pedem para escolher duas revistas de sua preferência. Por fim, preenchem um formulário com dados do desavisado e número de cartão.
Desde 2006
Briga de grandes sobre a Quadra 500 do Sudoeste: de um lado o Ministério Público do DF, que quer suspender licença para construções no local. De outro, o setor imobiliário, que não para de crescer na capital.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
O IAPI não funcionou ontem. Ou melhor, funcionou mal, porque os funcionários só foram trabalhar depois que souberam da aprovação do Plano de Reclassificação. (Publicado em 22/11/1961)
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É bom o governo começar a se movimentar, despachando logo seus diversos interlocutores para as mesas de negociação com as diversas categorias de trabalhadores. Os próximos meses prometem. A tão apreciada lua de mel entre a população e o governo pede providências de um bem montado núcleo de negociadores, capazes de reverter a onda de greves que se anuncia. É preciso, no entanto, assegurar-se de que aqueles que forem escalados para essas missões tenham garantidos, pelo próprio governo, o respaldo necessário para firmar o que pode ser cedido e o que não tem condições e, portanto, será negado. Ministros que prometem concessões que depois são vetadas pelo governo não só se desgastam inutilmente, como perdem a credibilidade, tornando-se pessoas não confiáveis nessas questões. Essa sugestão vale tanto para o governo federal, como para o governo do Distrito Federal.
Se forem cumpridos todos os calendários de greves e paralisações que constam das agendas das diversas categorias, o segundo semestre se transformará, sem dúvidas, num período de provações, com os novos governos, no âmbito federal e local, sendo submetidos a períodos paradistas que poderão contaminar essas novas gestões, se alastrando como rastilho de pólvora para outros setores, o que pode atrapalhar, ainda mais, esse início hesitante de governo, com idas e vindas inúteis.
O complicador para esse momento de tensão continua sendo a crise econômica com o desemprego em alta, o pífio crescimento e as poucas perspectivas de que o país irá superar essa fase em curto espaço de tempo. Antes de tudo é preciso esclarecer que qualquer governo que viesse a assumir o país, depois do tornado representado pela década petista, acabaria tendo que arcar com as consequências do desmonte do Brasil.
A chamada herança maldita repercute de forma dura nesse momento e ainda terá desdobramentos pela frente. Como notícia ruim, nesse caso, não vem sozinha, o governo ainda encontrará pelo caminho as interposições tanto de um Legislativo refratário a muitas medidas do Executivo, como do próprio Judiciário, representado pelo Supremo Tribunal Federal, indiferente às agruras do atual governo.
Nas ruas, também a população vinha, aos poucos, mostrando sua impaciência com a lentidão das reformas, com os preços dos alimentos e outras necessidades da vida real das pessoas. Mesmo parte da imprensa, é visível a intenção de envenenar o ambiente, com notícias distorcidas ou mesmo falsas.
Se forem juntar a essa salada indigesta, a falta de sintonia do partido do governo e o fato de um tal centrão reaparecer a qualquer minuto pela frente para embaralhar o jogo, aí temos que o governo vai precisar trabalhar como nunca para pacificar o país.
Para 14 de junho próximo, os servidores prometem greve contra a reforma da Previdência. Nessa quinta (30) os sindicatos participaram, juntamente com os servidores e técnicos da Universidade de Brasília, de atos contra o contingenciamento das verbas para a educação. Ao menos sessenta sindicatos prometeram presença nos atos. Também os servidores da Caesb, convocaram para assembleia geral com indicativo de greve. Outras empresas como a CEB e Metrô, estão estudando a questão.
Por todo o país existe indicativo de greve programada de vários setores da economia, contra as reformas, contra os cortes, contra as propostas de aposentadoria. Os servidores públicos são os que mais se mostram contrários às mudanças propostas pelo governo e são também, os mais mobilizados e coesos. Diante de um quadro de insatisfação geral como esse, é bom que o governo providencie logo uma corrente de orações, pois diante do que está por vir, só mesmo reza braba ou uma ação efetiva que agrade a população que o apoiou.
A frase que foi pronunciada:
“Se os hospitais do país funcionassem a população ficaria satisfeita.”
Ilza Santos, doméstica, voltando para casa depois de aguardar 13 horas por atendimento no Hospital do Paranoá. Foi para casa sem ter sido atendida na emergência.
Chateação
Carnaval fora de época e fora do espaço apropriado. É o que tira a paz de parte dos moradores do Lago Sul, que protestam contra o bloco Adocica. A paz termina no Hangar Cinco, na QI 5. Não é só o barulho ensurdecedor, mas os transtornos com brigas, altercações, sujeira por todo lado e o trânsito, que não foi delineado para esse tipo de movimento.
Nada feito
Tanto moradores quanto comerciantes, com o apoio da Prefeitura Comunitária do Lago Sul, protocolaram pedidos junto a Administração Regional com abaixo-assinado com centenas de assinaturas. Apenas duas iniciativas por parte do GDF. O horário foi ampliado das 22h para as 2h da madrugada do dia seguinte e a folia passou a fazer parte do calendário oficial do GDF, mesmo sem ter registro algum ou personalidade jurídica que se responsabilize pelo inconveniente. Tempo marcado para folia não funciona. O barulho avança no tempo.
Inoperância
Aos apelos, a Agefiz responde que não sabia de nada, nem tem efetivo suficiente para fiscalizações durante a madrugada.
Direito
Para melhor entender toda essa rede de conluios, foi solicitada, com base na Lei de Acesso à Informação, à Administração Regional, cópia do processo público de solicitação e concessão do alvará de autorização. O processo foi enviado com tarjas pretas cobrindo os nomes dos solicitantes de qualquer procedimento, o que impede de se conhecer quem está por traz desse evento.
Por trás dos carimbos
Ou seja, o GDF se revela surdo aos pedidos de sua comunidade, não cumpre a Lei do Silêncio (4092/2008) e nem o acordado em TAC`s com o Ministério Público (quanto aos horários de eventos carnavalescos), não fiscaliza a realização e esconde os envolvidos. E mais: a liberação do evento por parte de uma Secretaria só aconteceu 5 dias após a festa.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Hoje é terça-feira, dia da reunião ministerial. O povo aguarda a oportunidade de saber como vai o país, e quer saber o que será feito do seu destino. (Publicado em 21.11.1961)
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É inegável que exista hoje, não só no Brasil, mas em todo mundo Ocidental, uma séria crise sobre o modelo de democracia representativa adotada tradicionalmente nesse lado do planeta, desde o fim dos conflitos da segunda Grande Guerra.
De lá para cá muita coisa mudou. Alguns partidos deixaram de existir, novas forças entraram no ringue das disputas políticas, como é o caso das grandes corporações, que passaram a agir nos bastidores tanto do poder Legislativo, como no Executivo, impondo suas vontades, inclusive na confecção de leis, feitas sob medida, para obter vantagens de todo o tipo. Em nosso país, o alto nível de degradação moral e ética dos poderes, revelados a partir das sucessivas operações investigativas do Ministério Público e da Polícia Federal, mais do que surpreender os brasileiros, deixaram como consequência, uma profunda e duradoura decepção com os rumos tomados por nossa democracia, desde o fim do regime militar.
A perda de confiança e descrédito nos representantes da população, veio num crescendo tal, que hoje já é possível identificar uma certa repulsa dos brasileiros a tudo que diz respeito à administração do Estado. De fato, ficou mais do que comprovado que o atual modelo de representação política parece estar vivendo o que pode ser os últimos de seus dias. É nesse limbo de rejeição ao modelo atual de fazer política que estamos caminhando.
Para complicar, o fluxo contínuo e massivo de notícias veiculadas pelas mídias sociais parece também ter criado uma espécie de cidadão onipresente e permanentemente informado sobre os bastidores da política. O certo é que a população não está gostando do que vê. E com razão. Diante do que têm observado, os brasileiros vão se movendo entre o ativismo midiático, postando e comentado cada fato, ou simplesmente adotando uma profunda apatia por tudo que o que se relaciona ao governo e à política.
No resto do mundo, a mesma decepção com relação aos políticos e seus respectivos partidos também tem sido uma constante. Em toda parte, aumentam, a cada eleição, a quantidade de votos nulos e brancos ou mesmo o comparecimento às urnas, naqueles países onde esse ritual é facultativo.
Durante palestra que proferiu na Câmara Legislativa local no ano passado, a então presidente do Supremo Tribunal Federal, Carmem Lúcia, não se fez de rogada ao afirmar, com todas as letras e do alto da sua autoridade, que era chegada a hora de o país criar partidos políticos programáticos e não pragmáticos, como são atualmente a maioria dessas legendas. Segundo disse, apesar da quantidade de partidos – mais de 30 – os brasileiros não se sentem devidamente representados por nenhum.
É preciso destacar ainda que a grande maioria das leis, tentando disciplinar a vida política do país, dando maior transparência a essa atividade, como é o caso da Lei Nº 9.504/97, lei das eleições e a chamada lei da Ficha Limpa – Lei Complementar 135, foram feitas, exclusivamente, por iniciativa popular, cansada de ser ludibriada por partidos e políticos espertalhões.
No atual confronto, opondo Executivo e Legislativo para a votação das reformas necessárias para que o país não vá direto para o abismo econômico e social, mais uma vez, a população é obrigada inclusive a sair às ruas, para tentar frear as ambições desmedidas dos políticos que ensaiam boicotar as mudanças caso não sejam atendidos em seus pleitos materiais e pessoais.
Para aqueles que acompanham o assunto de perto, existe hoje uma crise na democracia e não uma crise da democracia, decorrente da forma de como o poder público vem sendo exercido.
Não se trata, como alguns apressadinhos tentam fazer crer, de a população desiludida acabar flertando com a extrema direita ou com a volta da ditadura, mas o fato concreto é que os brasileiros já perceberam que a corrupção sistêmica é responsável pelo grande desemprego, pelo mal funcionamento dos serviços públicos e por grande parte das mazelas que afligem hoje a população do país.
A frase que foi pronunciada:
“Nada é tão maravilhoso que a arte de ser livre, mas nada é mais difícil de aprender a usar do que a liberdade.”
Alexis de Tocqueville, pensador político, historiador e escritor francês
Suspeito
O rapaz detido por policiais afirmou que não se tratava de uso de arma branca. Ele só usava várias facas para descascar mangas. O fruto só estará nas árvores daqui a 6 meses.
Como colegiais
É impressionante que representantes da população de Brasília precisem ser monitorados. Não trabalham, não aparecem nas sessões da Câmara Legislativa, mas mesmo assim assinam presença e recebem polpudo salário. O vício passa a ser rotineiro e os próprios parlamentares acham que a prática é a coisa mais natural do mundo. Julgam um absurdo ter a presença controlada por painel ou registro eletrônico de ponto.
Hora de mudar
Por falar nisso, grande parte da deficiência na Saúde da capital é responsabilidade do corporativismo do sindicato da classe. A criação da entidade veio com a necessidade de defender o servidor público da saúde do DF e o Sistema Único de Saúde (SUS), 100% público. Se estivesse cumprindo a finalidade, não haveria gente doente aguardando atendimento em hospitais públicos por um dia inteiro.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Estão se assustando à toa, os funcionários do Executivo, em torno da “dobradinha”. O presidente já sabe, que há muita injustiça, como a do contínuo que ganha oitenta contos, e a do médico, que ganha 44 mil cruzeiros. Mas saibam, que ele não derrubará a “dobradinha”. Fará, isto sim, o médico chegar ao contínuo, e isto já terá sido uma boa medida. (Publicado em 21.11.1961)
Desperdício de alimentos é recorde num país onde milhões passam fome
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Dados fornecidos pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura de 2018 dão conta de que no Brasil a fome atinge mais de 5,2 milhões de pessoas, o que equivale quase a população total de um país como o Uruguai. Note que esse é um dado colhido de modo protocolar com base em números oficiais, sempre elásticos e, não raro, subestimados. De fato, esse quantitativo se aproxima da casa dos 20 milhões, contando aí aquelas pessoas que fazem apenas uma refeição por dia, sem grande potencial nutritivo. Para um país com 14 milhões de desempregados, segundo também dados oficiais, essa é uma realidade até esperada. Por situações como essas, o Brasil segue em 75º lugar entre os países com menores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH). Diante de um quadro desolador como esse, não será exagero se o Brasil vier a integrar o Mapa da ONU, referente a países onde se verificam o fenômeno da fome, já que os indicadores relativos tanto de pobreza, como de desemprego, vêm aumentado de modo contínuo nesses últimos anos.
Essa realidade torna-se ainda mais paradoxal quando se sabe que o Brasil é um dos grandes celeiros de alimentos do mundo, fornecendo grãos e proteínas para diversos países, graças ao chamado agronegócio, gerador de divisas e um dos setores que tem passado ao largo dessas crises. Ocorre que esse é um setor, por excelência, concentrador de renda, beneficiando de imediato apenas uma pequena parcela da população.
A agricultura familiar, que poderia resolver boa parte do problema da fome dos brasileiros, infelizmente não recebe, nem de longe, os mesmos incentivos concedidos aos grandes produtores. Guilherme Scartezini, especialista em negociação durante processos de licenciamento ambiental e projetos de responsabilidade social, é uma excelente fonte sobre o assunto.
Para complicar uma situação que em si própria já é difícil, o Brasil ainda é um dos grandes recordistas em desperdício de muitos produtos, sobretudo de alimentos. O mais incrível é que por detrás dessa situação existe um fator que acaba por impulsionar o desperdício de alimentos e que eles identificam como sendo a “cultura da fartura” que faz com que cada brasileiro chegue a descartar até 40 quilos diretamente no lixo a cada ano. De acordo com esses especialistas no assunto, esse desperdício seria suficiente para alimentar 13 milhões de pessoas.
Pesquisa realizada no início desse ano pela Embrapa e com apoio da Fundação Getúlio Vargas indicou que o lema popular do “melhor sobrar do que faltar” está presente desde a ida ao supermercado até ao preparo dos alimentos, onde tudo é exagerado. Com isso, os alimentos são estocados, preparados em grandes porções e não são reaproveitados com eficiência, indo parar na geladeira para depois serem jogados no lixo.
Essa situação ocorre tanto entre as classes mais abastadas, como entre as famílias de baixa renda. Esse desperdício irracional tem reflexos não apenas nas finanças das famílias, como impactam também o meio ambiente na forma de desperdício de água para produzi-los, adubos, defensivos, alargamentos das fronteiras agrícolas e outros esforços que também são desprezados, gerando prejuízos para todos.
Segundo a FAO, o desperdício de alimentos no mundo tem impacto grave de cerca de 8% na emissão de gases de efeito estufa no planeta. Fossem direcionados de forma sistêmica para as famílias que necessitam de alimentos, não haveria fome no planeta e principalmente no Brasil onde 8,7 milhões de toneladas de alimentos são desperdiçados a cada ano, sendo que esse descarte chega a ser de 353 gramas por domicílio a cada dia.
A frase que foi pronunciada:
“No Brasil, o elevado desperdício de alimentos convive com a insegurança alimentar, uma combinação infeliz para um país onde 22,6% da população enfrenta algum nível de insegurança alimentar e com 54,8 milhões de pessoas vivendo com até US$ 5,5 por dia, linha de pobreza proposta pelo Banco Mundial”.
Gustavo Porpino, analista da Embrapa e líder da pesquisa sobre desperdício, realizada no âmbito dos Diálogos Setoriais União Europeia-Brasil.
Cilada
Último amigo que chegou confirma que no Aeroporto de Brasília não há mais o quiosque que vende revistas. Cuidado! De posse dos seus dados oferecem revistas. Poucos dias depois começam a debitar contas no seu cartão de crédito. Para desfazer a operação é um Deus nos acuda. O banco diz que a responsabilidade é do cartão, a bandeira do cartão afirma não poder fazer nada e a editora da revista desconhece o contrato.
Dica
Depois de tantos protestos de motoristas com a insegurança pela qual passam os ciclistas, veio de Celina Mariano a ideia: liberar o autódromo para treino dos ciclistas. Assim, ficariam livres de qualquer perigo e, com certeza, alcançariam performances fenomenais.
Não percam!
Atenção, ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, e Vanessa Chaves de Mendonça, Secretária de Estado de Turismo do Distrito Federal. Hoje é dia de Poeira e Batom no Cine Brasília, às 20h. História da cidade pela vivência das mulheres que todos merecem conhecer. Contato com Tânia Fontenele.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Depois de construir toda Brasília, o sr. Israel Pinheiro está enfrentando, agora, uma situação das piores perante sua obra. É que está organizando uma firma particular, e não encontra um lugar para se instalar, reclamando a todos os seus amigos, os altos preços dos imóveis no Distrito Federal. (Publicado em 21.11.1961)
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Considerado um dos grandes escritores satíricos em língua alemã, Karl Kraus (1874-1936), que também era poeta, dramaturgo e ensaísta, costumava afirmar que o progresso é o avanço da poeira. Com isso, queria dizer que o progresso, conforme o modelo materializado por nós, acrescentaria ainda mais desconforto e problemas aos seres humanos, que melancólicos, sonhariam com a volta ao passado e à natureza, onde a vida era mais simples e confiável. É dele também a afirmação de que “o progresso técnico deixará apenas um problema: a fragilidade da natureza humana. ”
Feitas há quase um século, essas previsões em forma de crítica à ganância humana parecem que vão se confirmando aos poucos na atualidade. O crescimento, simplesmente descomunal das áreas urbanas, nessas últimas décadas, provocado pela explosão populacional, criando verdadeiras megalópoles artificiais e desumanas, provocou reflexos severos no modo de consumo das pessoas, impulsionando a produção de alimentos e de uma infinidade de produtos, de uma forma nunca antes vista. Com isso passamos a extrair, de modo irracional, todos os recursos naturais do planeta, numa voracidade muito superior à capacidade da própria Terra em renová-los. Nesse ritmo alucinado, estamos a caminho do colapso total, com o esgotamento de todos os recursos naturais ao nosso redor, o que pode decretar, obviamente, o fim de nossa própria espécie.
Relatório divulgado agora pelas Nações Unidas, elaborado pela chamada Plataforma Intergovernamental de políticas Científicas sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES), apresenta um panorama desolador sobre os estragos provocados por nosso modo de vida no planeta em que habitamos.
O que o relatório diz, em resumo, é que a natureza está morrendo mais depressa do que se imagina. Trata-se de um documento sério a ser levado em conta imediatamente. Para se ter uma ideia do critério desse relatório, basta dizer que ele levou 3 anos para ser elaborado, por uma equipe de mais de 145 cientistas de 50 países, envolvidos diretamente na questão, contando ainda com a participação de 310 especialistas, reunindo também mais de 15 mil referências científicas e fontes governamentais, que mapearam os estragos provocados pela espécie humana nos últimos 50 anos. Pelos estudos, os cientistas apontam que um milhão ou mais de espécies animais e vegetais correm o risco de desaparecerem nas próximas décadas. Além disso, o documento revela ainda que 75% ambiente da Terra e cerca de 66% do ambiente marinho foram significativamente modificados pela ação humana (nas reservas indígenas ou comunidades locais as tendências de modificação são menos severas); Mais de 1/3 da superfície terrestre do mundo e quase 75% dos recursos de água doce são agora para agricultura ou pecuária; valor da produção agrícola aumentou em cerca de 300% desde 1970, a colheita de madeira bruta aumentou em 45% e cerca de 60 bilhões de toneladas de recursos renováveis e não renováveis estão sendo extraídos a cada ano em todo o mundo – uma quantia que quase dobrou desde 1980;
A degradação do solo reduziu a produtividade de toda a superfície terrestre do mundo em 23%; Em 2015, 33% dos estoques de peixes marinhos foram explorados em níveis insustentáveis; 60% estavam no nível máximo de pesca sustentável e apenas 7% em um nível abaixo do estimado como sustentável; as áreas urbanas mais do que dobraram desde 1992; A poluição plástica aumentou 10 vezes desde 1980; cerca de 300-400 milhões de toneladas de metais pesados, solventes, resíduos tóxicos e outros resíduos de instalações industriais são despejados nas águas do mundo todos os anos.
São dados que revelam, de forma clara, um problema criado por nós e que nos cabe resolver, se ainda temos alguma pretensão em que nossos descendentes permaneçam habitando o planeta Terra.
A frase que foi pronunciada:
“Em todas as coisas da natureza há algo do maravilhoso.”
Aristóteles
Tudo em paz
Quem apostou em contrariar o presidente Bolsonaro perdeu. Quem está pensando em desarticular as iniciativas contra a corrupção, perdeu. As ruas mostram que os eleitores seguem por caminhos diferentes. Resta saber se a urna eletrônica permanecerá na próxima eleição. Pensar no futuro do país é pensar em votar em quem quer um futuro para o Brasil.
No alvo
Em conversa amigável com um sempre amigo petista veio a provocação: “Então Bolsonaro reza e libera as armas?” A resposta foi certeira: “Mas não foram com elas que o PT quis fazer uma revolução? A diferença é que agora os donos têm registro e são responsáveis pelo uso.”
Jovens
Tabata Amaral (PDT-SP) e Kim Kataguiri (DEM-SP) dão exemplo do que é política. A todo o momento, os dois debatem, defendem, acusam, provam, pedem provas. Sempre em favor do país, e não deles mesmos. Sempre fazendo política, que traz no termo a palavra servir.
Assista em: Conversa com Bial – Programa de 24/05/2019
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
A superquadra do Iapetc, embora quase pronta, continua com entrada e saída pelo Eixo, quando devia ter apenas uma via de acesso, pela W1. Essa exceção é perigosa, principalmente pelo fato de a saída da superquadra ficar em frente a um ponto de ônibus, e ao retorno em “U” da pista do Eixo. (Publicado em 21.11.1961)