Fim do futuro

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)

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© dilmarousseff/Instagram

 

Para os observadores internacionais que acompanham de perto a evolução do Brics pela avenida do Sul Global, está cada vez mais claro que esse bloco tem apenas uma fachada, ou verniz, de bloco econômico comum e, muito mais, um propósito estratégico, político e militar de médio prazo para cercar as democracias do mundo, sobretudo a sua mais importante personificação dada pelos Estados Unidos da América.

A primeira lição de um mundo desenvolvido é dada pela seguinte sentença: o capitalismo liberal (e não o capitalismo de Estado) é o único parceiro possível para as democracias. Em outras palavras, não existe capitalismo liberal sem democracia, e vice-versa. São justamente esses dois pilares da civilização Ocidental que China, Rússia e agregados buscam superar, ou mais precisamente demolir, erigindo em seu lugar a fantasia do capitalismo de Estado, orientado por ditaduras frontalmente contrárias aos direitos humanos e a tudo que se refere à liberdade.

Nesta terça-feira, na Rússia, começou a 16º Cúpula do Brics. Nessa ocasião, todo o teatro está armado para demonstrar que o presidente daquele país e membro desse bloco não está sozinho em seus propósitos de trazer das cinzas a velha e carcomida União Soviética. Só que esse seu sonho de marechal de hospício tem levado consigo milhões de mortos desde que ele assumiu o controle da Rússia. Apenas nessa sua cruzada atual de 30 meses contra a Ucrânia, os analistas militares contabilizam quase 600 mil soldados russos mortos em combate. No lado ucraniano, as baixas chegam perto de 190 mil soldados.

Para o governo tirânico da Rússia, o Brics tem sido praticamente o único apoio que recebe do mundo, principalmente na forma de ajuda econômica, facilitando a comercialização de seus produtos, driblando, assim, as sanções internacionais. Não fosse esse bloco, a Rússia, possivelmente, já teria capitulado diante do preço absurdo em vidas e do financiamento pesado do Estado nesse esforço de guerra.

Um terço de todo o orçamento do governo russo vai para área militar. Tem sido assim desde que Putin chegou ao poder. A questão aqui é de se perguntar: como pode um único homem, pequeno em estatura e sabedoria, erguer atrás de si um imenso cemitério de milhões de mortos, na sua grande maioria composto por jovens e pessoas no auge da capacidade operativa, arruinando e comprometendo o futuro do próprio país? O bom senso, nos tempos em que essa virtude era cultivada, sempre recomendou o afastamento de pessoas sanguinárias e belicosas, pois desse tipo de companhia o que se colhe é a morte e destruição.

Ao lado desse companheiro pra lá de problemático, o Brasil se junta também à China, outra parceria comprometida seriamente com questões de direitos humanos, com dezenas de milhares de presos políticos e uma soma igual em desaparecidos ou deletados da vista. Não bastasse esse problema interno, a China, seguindo o exemplo da Rússia, prepara-se em ritmo acelerado para invadir Taiwan — possivelmente agora em 2025. Quem dá essa certeza é ninguém menos do que o ministro da Defesa da ilha. Esse conflito regional pode facilmente envolver também os Estados Unidos, levando o mundo a um período de confrontações cujo desfecho pode se dar pelo uso de armas nucleares.

A esse grupo de encrenqueiros se junta agora o Irã, principal cabeça do chamado “eixo do mal”, pelo seu envolvimento e financiamento a grupos terroristas como Hamas, Hezbollah e outros que visam destruir o Ocidente, sua cultura e suas crenças. Com companhias como essas, a pergunta que surge é: como o Brasil, cujas Forças Armadas vivem seu pior momento, com a debandada de praças e suboficiais por conta dos baixos salários, irá se posicionar? O pior, se é que pode haver pior nesse caso, é que o Brasil pretende levar para esse bloco de incendiários, países aqui da América Latina e Caribe, como Nicarágua, Cuba e Venezuela.

A parceria militar entre Coreia do Norte e Rússia, para onde tem enviado milhares de soldados para morrer nos campos da Ucrânia, parece abrir caminho também para, em um futuro próximo, o país comandado pelo lunático Kim Jong-un possa vir a se juntar ao Brics, transformando esse bloco num caso de risco para todo o planeta. Tivesse um governo sério e comprometido com o futuro do Brasil, parceria dessa natureza seria impensável. Pois tudo o que esse bloco almeja é que o planeta esqueça essa coisa de futuro.

 

 

Frase que foi pronunciada:
“Nem estou falando de outros processos relacionados com a construção do Estado da União. Aqui nós, como combinamos, estamos fazendo tudo isso com calma, sem pressa. Estamos a verificar cada passo para que cada passo nos fortaleça, nos fortaleça por dentro e por fora, fortaleça os nossos sistemas políticos, crie condições para o seu desenvolvimento, crie uma base fundamental, boa e sólida para o desenvolvimento econômico”
Vladimir Putin

 

História de Brasília
Se colocássemos tôdas as obras da Novacap num só bloco, daria um edifício de três andares com a extensão de tôda a Avenida Atlântica. (Publicada em 21/4/1962)

Um ballet de máscaras

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Foto: EFE / Fernando Bizerra Jr.

 

 

          Diante dos olhos dos brasileiros, principalmente daqueles que apresentam algum grau de percepção da realidade, vão se ensaiando os passos de um jeté num grande bailado que evolui em sentido oposto à ordem institucional democrática, reimplantada a partir de 1985. O banimento da plataforma X, sob o falso pretexto de seus operadores se recusarem a cumprir ordens judiciais, integra essa coreografia, que conta ainda com outros movimentos, meticulosamente preparados e inseridos num roteiro sob a direção da China e de outros países agrupados hoje no bloco dos BRICS.

          Não por coincidência, mais da metade dos países que formam esse bloco mantém rédeas curtas nas liberdades das redes sociais, inclusive com o banimento da rede X. O estreitamento, cada vez maior entre o Brasil e a China, sob o argumento de vantagens econômicas, esconde, da vista do público, objetivos políticos de médio e longo prazo, visando a substituição paulatina de um modelo mais aberto e democrático, ainda em vigor, por um rond de jambe, tocando no controle do Estado por um partido único. A situação aqui está em copiar o longo know how chinês em hegemonia política e econômica e, quiçá, trazer, para dentro de nosso país, o figurino de um capitalismo estatal nos moldes tupiniquim.

         As conversas entre os dois países seguem em ritmo acelerado, pois todo esse esforço de aprendizado e transplante desse modelo ditatorial pode ser abortado, por força do destino ou de algum outro descontrole do processo eleitoral nas eleições de 2026. Solapar a democracia brasileira por dentro, obviamente com ajuda externa da China, Rússia, Irã e outras ditaduras, tem sido ensaiado com plié que sobe e desce em movimentos disfarçados de cooperação bilateral em diversos setores, a começar pelo setor de comunicações, o que inclui aqui a liberdade de imprensa.

         O cenário de fundo é ocupado por uma cenografia que mostra a democracia com todos os seus atributos sendo protegida contra os ataques das oposições e de quaisquer outros tipos de contestações. Os inimigos aqui incluem-se todos aqueles conterrâneos e nacionais contrários às pantomimas dos que ocupam o palco. Os inimigos externos estão, não por outra razão, também classificados entre as maiores democracias do Ocidente.

         As democracias consolidadas representam barreiras naturais contra as investidas do autoritarismo. Para outras democracias frágeis e cujo Estado de Direito é ainda uma utopia, o avanço no controle do Estado é só uma questão de tempo. Aliás, o termo democracia é usado e abusado como propaganda do sistema, mas que, em sua essência, pouco ou nada ainda carrega de seu sentido histórico e factual. Nada é o que parece. A resposta aos reclamos da população e das oposições vem através de medidas que simplesmente fecham esses canais de contestação, censurando o debate ou criminalizando objeções através de leis subjetivas de repressão. O avanço chinês está condicionado diretamente ao enfraquecimento dos sistemas democráticos do Ocidente. Essa é a realidade.

         Outro aspecto ou fator a favorecer o avanço da China sobre os países do Ocidente é a corrupção existente em muitos Estados desse lado do mundo. Quanto mais as elites no poder são corruptas, antipatrióticas e pouco escolarizadas, mais fácil para a China adentrar o território, comprando tudo e a todos aqueles para os quais tudo tem preço. Troca-se a soberania e democracia coisas como espelhos e outras bugigangas. Alçada à presidência do Banco dos BRICS, Dilma Roussef, a quem os brasileiros deram o cartão vermelho por incompetência e outras más condutas, recebe agora a mais alta comenda do governo chinês, a Medalha da Amizade. Certamente, não por seus atributos administrativos a frente das finanças bancárias, mas por seus serviços de vassalagem prestados ao governo daquele país. Nada é de graça e sem os devidos significados.

         Em 2023 o atual governo brasileiro levou a China a maior comitiva já vista em toda a nossa história. A presidente do partido no poder tem feito também visitas frequentes àquele governo, onde tem adquirido ensinamentos preciosos para o fortalecimento da atual gestão interna. Também o chefe da mais alta corte do Brasil tem feito visitas ao governo chinês em busca de conhecimentos sobre o uso da inteligência artificial no sistema processual brasileiro. Notem que essa visita de aprendizagem é feita justamente num país em que não existe justiça nos moldes das democracias do Ocidente. Naquele país o ministro foi em busca de possibilidades de lançamento de parcerias e cooperações na área jurídica, sobretudo aquela relativa a eleições.

         Naquela ocasião o magistrado discorreu sobre o tema democracia, para uma plateia que não faz a mínima ideia do seja democracia ou processo eleitoral livre. “Nós somos ensinados a acreditar naquilo que vemos e ouvimos. No dia em que nós não pudermos acreditar no que vemos e ouvimos, a liberdade de expressão terá perdido o sentido”, disse Barroso.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Alguns apenas vivem, outros dançam.”

Marcelo Nunes

 

História de Brasília

Para os que querem entender demais, e que receitam a torto e a direito sem ser médicos, o nome da doença é laringite estridulosa. (Publicada em 18.09.1962)

Sem rasgar seda

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Ilustração: cointelegraph.com

 

         Um dos pilares mais importantes a sustentar e dar impulso ao livre empreendedorismo, ao contrário do que muitos imaginam, não está na economia, propriamente dita, mas na política. É na política e, mais precisamente, nas liberdades plenas de expressão e de manifestação que estão contidas as condições necessárias para o deslanche das atividades empresariais. Pontuado aqui sobre aquelas atividades empresariais que não usam o governo como muletas para seus negócios, ou a ele se associam para burlar princípios básicos da ética pública.

         O que temos visto, lido e ouvido, nesses últimos anos, é uma sucessão enorme de escândalos envolvendo empreiteiras, frigoríficos, e outras empresas nas negociatas do governo, sempre com prejuízos para os pagadores de impostos e lucros fabulosos para os envolvidos nessas operações escusas. A certeza da impunidade serve ainda para impulsionar essas atividades fora da lei, mostrando, aos maus empresários e todos aqueles que caem nessa cantilena das sereias, que esse é o caminho mais fácil para o sucesso. Obviamente, para a grande parcela dos empresários, que quer distância dessas facilidades promíscuas, a vida, aqui no Brasil, está repleta de desafios de toda a ordem, a começar pelo grande volume de encargos, que acabam roubando parte do lucro suado. O nome de uma empresa é seu grande capital. A questão aqui é que é preciso refletir muito quando se observa, que por suas características políticas próprias, perseguem ainda a ideia anacrônica de que o Estado, no caso o governo, é o principal indutor da economia e que o estatismo é a solução para a economia do país. O estatismo resolve os problemas dos políticos e não da política nacional de desenvolvimento.

         Dias atrás, um frentista, desses que sentem cada instante o cheiro de gasolina e álcool, ensinou, a um freguês engravatado e cheio de certezas, que o preço alto dos combustíveis não está necessariamente em nenhum arranjo de mercado ou algo parecido, mas reside no simples fato de que a empresa que produz esse produto não passa de um enorme cabide de empregos. Políticos e apaniguados que nada entendem do setor de petróleo. Difícil contestar.

         A situação do livre empreendedorismo no Brasil pode escalar para um patamar ainda mais complicado, quanto mais se estreitarem as relações do Brasil com as economias representadas nos BRICS, principalmente quando a China passar a dar as cartas abertamente dentro desse clube. Deixar de lado os Estados Unidos, onde as leis estão acima de todos, e as empresas não estão submetidas as vontades de governo, para se juntar a países onde os líderes políticos pairam sobre todos, inclusive acima das leis, será ruim para nossas empresas.

          Na China e na Rússia, assim como em todas as ditaduras, as empresas estão submetidas às diretrizes de governo e agem em acordo com essas diretrizes, dentro e fora do país. A notícia de que os BRICS estão prestes a lançar uma moeda própria, cujo objetivo vai além da economia, visando, sobretudo, desafiar politicamente o dólar americano e, com isso, resolver os problemas de bloqueio enfrentado pela Rússia, favorecendo ainda a China em sua ânsia de cominar os EUA, é ruim para nosso país. Entramos nessa disputa, matizada com as cores do comunismo, acreditando que sairemos fortalecidos economicamente, mesmo à custa de destruir as empresas nacionais. Mais do que um bloco econômico, o BRICS é um bloco político que visa destruir a maior economia livre do planeta, que são os EUA, substituindo o livre empreendedorismo regidos por leis justas, por empresas estatais, eivadas de corrupção, controladas por agentes do governo em nome de um partido único.

         A ideia da nova moeda, chamada provisoriamente de moeda digital emitida pelo banco central (CBDC), será debatida agora durante a cúpula do bloco que será realizada na China. É preciso lembrar que moedas trazem consigo a assinatura e o seguro de políticas fiscais e monetárias, além, é claro, de desafios gigantescos de ordem cultural e geopolítica. O governo brasileiro insiste em desconhecer que geografia é destino, ao pretender amarrar os destinos do Brasil a nações do lado do planeta e que nada possuem em comum com o nosso país. Basta responder com sinceridade as perguntas feitas pelo nosso presidente Lula sobre a rota da seda.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Nós vamos dizer: O que é que tem para nós? O que eu tenho com isso? O que eu ganho? Porque essa é a discussão.”

Lula sobre a reunião sobre a Nova Rota da Seda

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva – 08/08/2024 – Ricardo Stuckert/PR

 

História de Brasília

Ontem, durante nosso programa na TV Brasília, uma espectadora telefonou dizendo que a superquadra 105 estava sendo ajardinada porque o dr. Sette Câmara mora lá. Não é verdade, minha senhora. O dr. Sette Câmara mora onde deve morar o Prefeito, no Riacho Fundo, que é muito bem ajardinado e arborizado. (Publicada em 17.04.1962)

Quo vadis, Brasil?

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Os líderes dos países do Brics na foto oficial da cúpula, tirada na 3ª feira (22.ago). Da esq. para a dir.: os presidentes Lula (Brasil), Xi Jinping (China) e Cyril Ramaphosa (África do Sul), o premiê Narendra Modi (Índia) e o chanceler Sergey Lavrov (Rússia)…
Leia mais no texto original: (https://www.poder360.com.br/internacional/brics-termina-com-vitoria-da-china-e-sem-vantagem-real-para-brasil/)
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          Desde sempre, sabe-se que as companhias, com os quais o indivíduo anda e se relaciona, de certa forma, definem quem ele é, e quais os seus propósitos. Essa é uma sentença que pode valer tanto para pessoas como para países.  No caso do Brasil, tendo como base a composição de países que integram o BRICS – Brasil, Rússia, China e África do Sul -, as características internas de cada país-membro, sobretudo no que diz respeito à importância que cada um dedica a fatores como a democracia, vemos que nosso país não vai em boa companhia.

         Mesmo agora, com a adesão de novos países ao Bloco, como Arábia Saudita, Emirados Árabes, Etiópia e Irã, o que se observa, deixando de lado os pretensos ganhos econômicos que isso possa representar internamente, há de se refletir muito sobre a qualidade dessas companhias, a grande maioria representada por ditaduras primitivas, que desprezam coisas como direitos humanos e outros valores caros ao Ocidente.

         Pensar que os indivíduos podem ser um em casa e outro na rua, seria desacreditar que a sentença antiga que diz que “costume de casa se leva à praça” também está errada. A não ser que o Brasil se encaminhe também para ser uma ditadura, como muitos hoje apontam, cedo ou tarde, o caráter interno desses Estados integrantes dos BRICS, irá dominar também todo o Bloco, fazendo, desse conjunto, não apenas um clube de vantagens econômicas, mas um aglomerado de países dispostos e orientados estrategicamente para enfrentar o Ocidente, sua cultura e valores, inclusive com o uso de uma força conjunta.

         Não seria surpresa se, por detrás de todos os arranjos econômicos e comerciais dos BRICS, não estariam também esforços para a constituição de uma organização nos moldes da OTAN. Que resultados esperar, do ponto de vista do desenvolvimento humano, baseado na qualidade de vida e segurança das populações de cada país membro, quando se observa que muitos deles não respeitam e até oprimem quaisquer manifestações internas de seus cidadãos, por maior representatividade que possam ter?

         Quem se dedicar a um estudo mais aprofundado, de cada país-membro dos BRICS, com seus novos componentes, verá que a maioria deles consta na lista de negra das organizações internacionais que lutam em defesa da democracia e dos direitos humanos. Brasil está perfilado ao lado de ditaduras ferrenhas, compondo um bloco que, a despeito de suas ideias econômicas, não são bem vistos pela maioria dos países do Ocidente. Que estratégia seria essa de se colocar um país fincado no ocidente, contra os ideais do próprio Ocidente?

          De certo, esses estrategistas do Exército Brancaleone não entenderam ainda que geografia é destino. Aliar-se a países que não escondem suas teses antiamericanas, no caso específico do Brasil, só pode render dessabores dos mais perigosos. O pior é que a população é quem irá pagar por essas sandices geopolíticas. Que cooperações e parcerias do tipo políticas, esperar de ditaduras? Um sinal sintomático, e até de mau agouro, sobre o futuro do BRICS foi dado por ninguém menos do que o ditador e candidato a uma vaga no Bloco, Nicolás Maduro, da Venezuela. Disse ele, com todas as letras: “Apostamos no BRICS como parte de um novo mundo, de um novo equilíbrio, como parte do conceito geopolítico bolivariano de um mundo de equilíbrio, um mundo de iguais.”

         Que mundo seria esse? Uma observação atenta sobre o que acontece hoje na Venezuela, seria um pesadelo transplantar toda aquela miséria e opressão para outros países. Quo vadis, Brasil (aonde vais)?

A frase que foi pronunciada:

“Instituições internacionais como o Conselho de Segurança, a Assembleia Geral, o G20, os BRIC, o FMI, etc., continuam a ser pouco mais do que uma extensão dos valores e interesses (cada vez mais conflituantes) dos Estados-membros.”

Ian Bremmer

Ian Bremmer. Foto: Eurasia Group

 

Cuidados

Quase todas as ofertas pelo WhatsApp funcionam como isca para um golpe que pode dar muita dor de cabeça. Depois de pesquisarem as amizades pelas redes sociais, os criminosos concluem qual o interesse da vítima: festas, música, crochê e por aí vai. Daí, com um convite especial, ele pede para confirmar a senha do WhatsApp que é instalado em outro aparelho. Daí por diante, pedidos de depósitos aos amigos e familiares. O mais interessante é que, mesmo com a exigência de um CPF na compra de um chip ou mesmo com as taxas de segurança pagas aos bancos, não é tão fácil localizar os meliantes.

Charge do Thyagão

 

Tecno

Na Indonésia e em outros países, é possível encontrar uma câmera com sensor térmico que aponta os viajantes com temperaturas maiores que as normais.

Foto: CNN (19.jun.2020)

 

História de Brasília

A agressão ocorreu próximo ao Cota Mil, quando a guarnição de RP fugindo às suas finalidades, considerou o jornalista um elemento de alta periculosidade.

O Auto da Barca

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Lula e Dilma Rousseff posam ao lado de Vladimir Kazbekov, vice-presidente de operações do Banco dos Brics, e Qiangwu Zhou, vice-presidente de administração da organização, em Xangai. Foto: Ricardo Stuckert

 

         Se embarcar em canoa furada parece ser o inescapável destino dos incautos, imagine então subir a bordo de um transatlântico, cuja fuselagem náutica é tão frágil como a casca de um ovo. Pense ainda que essa grande embarcação está superlotada de containers, todos eles cheios com o peso morto das ideologias. Agora, nessa nau dos insensatos, navegando sobre mares revoltos e em tempos de guerras e de incertezas. Para carregar ainda mais nas tintas de um desastre anunciado, vislumbre que esse cargueiro tem como timoneira alguém que não diferencia um avião de um navio e que, no passado, sequer conseguiu salvar, do naufrágio, um pequeno comércio de bugigangas de R$ 1,99. Eis aqui, em pinceladas rápidas, o que pode vir a ser a viagem do Brasil a bordo do BRICS.

         A questão aqui é deixar de lado os números superlativos apresentados por esse portento marítimo e se centrar nas condições gerais dessa nave. A carta náutica, que serve de guia para essa travessia por mares nunca antes navegados, é desenhada não a partir de coordenadas marítimas, mas com base em orientações do tipo ideológicas, todas elas testadas e posteriormente reprovadas pela experiência humana.

         É nessa nau dos insensatos que o Brasil achou por bem subir e cruzar os mares da economia, junto com a China, Rússia e Índia, para ficar apenas nesses três grandes companheiros de jornada. Nada há em comum entre eles, nem histórica, nem culturalmente e muito menos em termos de ideias políticas. São quatro estranhos entre si, numa travessia que ruma ao incerto porto, em que irão inaugurar a nova terra prometida em que os ditames econômicos clássicos do capitalismo serão amalgamados às teorias do comunismo. Será aquilo que os marinheiros da boca suja chamam de misturar cobra com porco espinho.

         Nesse novíssimo mundo novo, a bandeira de ferro anunciará o capitalismo de Estado, centralizado e muito longe das liberdades exigidas pelo mercado. Nesse paraíso, para as camarilhas e nomenclaturas, os empresários serão transformados em mão de obra do Estado. Feita a travessia e depois de lançados, ao mar e aos tubarões, todos aqueles que reclamaram da jornada, restará, aos sobreviventes, renderem-se aos novos tempos, alicerçados sobre os pilares do passado.

         É desse cruzamento entre cobra e porco espinho que surgirá o arame farpado, cercando e cerceando as liberdades, além de todo o mercado, com seu laissez faire. Ao BRICS, todos saberão depois, não interessa a economia de mercado como a conhecemos até aqui, com a livre iniciativa e outras características do liberalismo. A esse bloco, e o Brasil não se atinou para isso, interessa a supremacia de um pensamento ideológico contrário à economia clássica. Interessa o lucro do Estado, sendo os prejuízos debitados, integralmente, na conta do proletariado.

         Aos navegantes dessa nau, interessa o fortalecimento do Estado, seu crescimento bélico e a formação de grandes exércitos. A esses novos argonautas da desventura, interessam o poderio e o engrandecimento de um Estado que age como moedor de homens. Por detrás da fantasia econômica, interessam a eles a destruição da Cartago americana e tudo o que ela representa em nossa modernidade.

         O que se tem aqui, em construção, é um verdadeiro bric-à-brac ou um ferro-velho de velhas ideias. O que se assiste, olhando esse Titanic portentoso que agora parte, é a reedição tardia da Barca do Inferno, tal como descrita por Gil Vicente, em 1517.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“À barca, à barca, hu-u! / Asinha, que se quer ir! / Oh, que tempo de partir, louvores a Berzebu!”

Gil Vicente, O Auto da Barca do Inferno

Imagem: cirandacultural.com

 

Primeiro mundo

Silvia Maria Fonseca Silveira Massruhá, primeira mulher a presidir a Embrapa, é autora da tese O modelo de inteligência artificial para diagnóstico de doenças em plantas. A Embrapa oferece vários cursos gratuitos online. Um deles é importante para diminuir o descarte de alimentos. Compostagem. Mais informações no link Compostagem.

Foto: John Kevin, por iStock

 

Zanin versus Nikolas

Com ação popular, protocolada nessa semana contra a indicação de Cristiano Zanin para o Supremo, o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) mostrou que segue de peito aberto e sem temor de represálias do sistema. Também não é para menos. Tendo, em mãos, quase um milhão e meio de votos, o parlamentar é a cara da nova política e não pode decepcionar seus eleitores. Para o parlamentar, a nomeação de um amigo pessoal do atual presidente, para a mais alta Corte do país, viola, flagrantemente, os princípios da moralidade e da impessoalidade, além de deixar claro que o chefe do Executivo quer aparelhar o STF para conter processos futuros contra si. O deputado sabe que está na mira do TSE e não se intimida. Essa “República do Escambo” tem que ser eliminada, antes que o país se torne ingovernável.

 

História de Brasília

Ao mesmo tempo, algumas informações aqui contidas são também para o presidente da Republica, como o falso emprêgo de 400 candangos para reinicio das obras. (Publicada em 21.03.1962)

No coração do Estado

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Comitiva que participou da cerimônia de celebração da posse de Dilma Rousseff como presidente do Banco dos Brics. Foto: Divulgação

 

         Depois de anunciar o calendário de invasões, dentro do que chamou de Abril Vermelho, o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), Pedro Stédile, embarcou, junto com os irmãos Batistas da JBS e outros famosos, na enorme comitiva e claque que atual governo levou para China, onde foi assinar dezenas de acordos, cujas cláusulas e consequências não são de conhecimento público.

         Com toda essa intimidade com o governo, as invasões e ilegalidades cometidas, cuja lista é grande, não serão sequer notadas pelo Executivo e mesmo pelo Judiciário. Proprietários e produtores vivem momento de angústia e não têm a quem recorrer. A tão declamada reforma agrária, uma pauta ainda do século XIX, não foi resolvida, nem de maneira superficial, durante os três mandatos da esquerda e não será agora do mesmo jeito. A razão é que o governo necessita dessa gente para fazer impor sua ideologia também nas áreas rurais, banindo quaisquer perspectivas de produção em larga escala por empreendimentos privados.

         A ojeriza do atual governo por tudo que tenha o controle da iniciativa privada se estende também ao campo, onde sonha fazer uma espécie de revolução campesina, implantando a miséria nas áreas rurais e deixando essas populações à mercê do Estado.

         Stédile, segundo notícias já publicadas, esconde, a sete chaves dos invasores, a riqueza com propriedades latifundiárias, bem como sua interface, Lula da Silva, são as esfinges calcadas numa mesma moeda, com o mesmo propósito: trazer para o campo um modelo de produção agrícola semelhante ao que existe hoje em Cuba ou mesmo na China.

          Nenhum dos dois entende nada de agricultura e jamais seguraram na prática um cabo de enxada. É esse Brasil do século XIX que querem de volta, custe o que custar. Também há registros de que miram o ódio e a inveja contra o agronegócio, que bem ou mal tem conseguido manter algum superavit na balança comercial, livrando o Brasil de entrar no ralo espiralado da recessão.

         A situação desse Abril vermelho é tão surreal e diz muito sobre esse movimento que até mesmo sete sedes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), uma entidade que cuida, entre outras coisas, da própria reforma agrária, foram invadidas pelo MST em Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais, Alagoas, Ceará, Rio Grande do Norte, cuja governadora estava também na comitiva que foi à China, além do Distrito Federal.

         Sob a bandeira denominada Jornada Nacional de Luta pela Terra e pela Reforma Agrária, o MST invadiu ainda as fazendas e sedes da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em Pernambuco, onde essa instituição realiza experimentos e multiplicação de material genético de sementes e mudas de plantas, que serão utilizadas no plantio em áreas semiáridas no Nordeste.

         Essa invasão, estrategicamente planejada pelo Movimento, pode ameaçar seriamente pesquisas que vêm sendo feitas por décadas, além de trazer riscos à vida de animais ameaçados de extinção, que são preservados nessas localidades.

         Obviamente que, pela proximidade entre as lideranças do movimento e o próprio governo, é de supor que o Executivo já possuía, de antemão, informações sobre toda a movimentação desses grupos de invasores. Não tomou providências e nem vai tomar, dando ainda mais fôlego para que esse grupo avance sobre outras propriedades, sobretudo aquelas em que o Estado vem, há décadas, investindo bilhões de reais em pesquisas de grande importância para o campo.

         O que estamos assistindo é a destruição do Estado, por uma espécie de quinta coluna oficial, que age a partir do próprio coração do Estado.

A frase que foi pronunciada:

“Sabotagem, dano à propriedade, cárcere privado — afinal, é um grupo terrorista?”

Título de matéria publicada em 15 de abril de 2015 às, 05h56 na revista Exame sobre o MST

 

Musical

Já estão à venda, pelo Sympla, os ingressos para o Musical Os Miseráveis, que será apresentado na Escola de Música, nos dias 24 e 25 de junho, com sessões às 17h e 20h. A produção e direção artística é de Renata Dourado; preparador vocal, Gustavo Rocha; diretor de cena, Vittor Borges; assistente de produção, Érika Kallina; e regente, Rafael de Abreu Ribeiro. A apresentação é da Cia de Cantores Líricos de Brasília e Áquila Records.

Cartaz: Divulgação

Identidade

Quem nasceu e mora em Brasília sabe que o cimento traz a identidade da cidade. Ver a Catedral e outras obras da capital com essa fachada pintada é doloroso. Na N2, o anexo do Ministério da Educação foi pintado com uma cor entre o bege e o amarelo. Tragédia maior!

História de Brasília

Está, assim, funcionando, o pombal da praça dos Três Podêres, que consistia na grande inspiração de d. Eloá Quadros. (Publicada em 18.03.1962)

Figurante de segundo plano

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Foto: Reprodução/agenciabrasil

 

Para o espectador, que observa de uma distância razoável e isenta, toda a movimentação política do atual governo, causa, para dizer o mínimo, surpresa e apreensão a indicação da ex-presidente Dilma Rousseff para a presidência do Banco Multilateral de Desenvolvimento dos BRICS (NBD). Não que a atuação desse banco, cuja sede fica na China, possa provocar reflexos diretos para a economia do Brasil. A situação é outra. Conhecedores do potencial duvidoso, e até aquém do esperado, que a ex-presidente demonstrou nos seus dois mandatos, muita gente fica se perguntando, o que teria feito o NBD e mesmo os BRICS para merecer essa indicação.

Dilma, para os que não se recordam, deixou o maior passivo econômico de toda a história brasileira, mergulhando o país numa recessão jamais vista, com as contas públicas em frangalhos e um recorde de desemprego. Dificilmente, quaisquer dessas instituições bancárias que operam hoje no Brasil teriam a ousadia de nomeá-la para gerir os negócios da instituição. A imprensa, como um todo, tem feito cara de paisagem para essa nomeação, como de resto faz pouco caso também acerca do presente e do futuro dos BRICS. O que pode explicar essa indicação que, com certeza, teve o dedo indicador do atual presidente da República, é agraciar a ex-presidente com uma espécie de prêmio de consolo, com um bom salário e todas as mordomias que o cargo oferta, para assim mantê-la longe do governo pelos próximos quatro anos.

De fato mandaram-na para a China, do outro lado do mundo. O que causa espanto mesmo é quando se comparam os currículos da ex-presidente com o apresentado pelo presidente que deixa o posto, Marcos Troyjo, que deveria permanecer neste cargo até 2025. Não vale aqui compará-los, até por uma razão de humanidade e para não ferir suscetibilidades dos partidários da ex-presidente. Quem tiver maior interesse nessa questão basta consultá-los. Ainda é cedo também para que se percebam as consequências para os BRICS, como um todo e para o Brasil, em particular, com essa substituição. O certo é que não há muito o que esperar, ainda mais quando se sabe que o Brasil deve aproximadamente U$ 300 milhões ao NBD, por acordos não cumpridos, como aporte de capital.

Apesar da estranheza dessa indicação, que foi ratificada pelos países que integram o bloco, é preciso salientar que mesmo países como a China e a Rússia, não enxergam os BRICS unicamente como uma união de economias complementares, apostando muito mais nos resultados estratégicos, políticos e militares que esse bloco pode render para esses países do Leste. O que demonstra a pouca atenção, tanto da mídia interna como externa a essa mudança e suas consequências futuras para o bloco, é o fato de que o BRICS é ainda e tão somente uma alegoria ou cenário a esconder por detrás as reais intenções de governos que almejam avançar para Oeste e aqui marcar trincheiras. O Brasil e a Dilma, como de resto alguns outros países do bloco, entram nessa encenação toda como figurantes de segundo plano e que não fazem muita falta.

 

 

A frase que foi pronunciada:
“Quando você aponta uma estrela ao tolo, ele olha para a ponta do seu dedo.”
Provérbio chinês

 

 

História de Brasília

Brasília chorou a morte de Belo. Belarmino Elvidio Leite, filho do Orion, da Recapagem Orion. Perde a cidade um excelente rapaz, perde o comércio um excelente comerciante, perdemos, todos nós, um excelente amigo. (Publicada em 01.03.1962)

Caminhando e cantando e seguindo a canção

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)

hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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Charge do Bobbiker

 

Estudos publicados nesta semana por duas entidades independentes e distintas e que, há décadas, gozam de grande prestígio em todo o mundo, chamam a atenção para dois seríssimos problemas a afetar todo o arcabouço do Estado brasileiro e que, se não solucionados a tempo, levarão o Brasil a um colapso irreversível em suas estruturas, empurrando-nos todos para o abismo em que se encontram hoje outros países da América do Sul e Ásia. De um lado, temos o Index on Censorship — entidade sem fins lucrativos que promove a liberdade de expressão — que, há mais de 40 anos, analisa a situação da autonomia de pensamento em mais de 170 países.

Em outro estudo, divulgado pela ONG Transparência Internacional, vemos que o Brasil está mal posicionado também no ranking de distonia com a lei. Com relação ao Index, elaborado pela John Mores University, o Brasil foi empurrado para sexto nível, no qual se encontram países ditos “mais fechados” e com maior rigor fiscalizatório e onde o governo controla mais de perto o que é divulgado.

Nesse estudo o Brasil aparece classificado como não tendo a capacidade plena de autonomia de pensamento e expressão. É preciso destacar aqui que se trata de um dos principais itens a qualificar tanto as democracias sólidas quanto os países com altos índices de desenvolvimento humano e econômico. Com relação à percepção da distonia com as leis, a Transparência Internacional, afirma categoricamente, que o Brasil entrou, a partir de 2010, num ciclo misto de estagnação e retrocesso, perdendo, com isso, uma década, vindo afinal a cair da 69ª posição para a 94ª, ficando abaixo tanto da média global, como da média dos Brics e da América Latina.

Manobras de filigranas jurídicas foram detectadas pelos observadores internacionais. Interessante notar aqui que as manifestações do pensamento e as leis desobedecidas andam lado a lado. Quanto mais se perde a uma, mais avança a outra, formando assim um binômio perverso e ao mesmo tempo biunívoco.

 

A frase que foi pronunciada:
“Muitos momentos felizes da vida chegam com a mentira.”
O feitiço de Áquila

Ilustração: eagoracast.com

 

RG
Foi-se o tempo em que tirar uma carteira de identidade era fácil. Hoje nem agendamento está sendo possível fazer. Sendo assim, o atendimento é impossível. O caso é de uma nubente que quer registrar o novo nome. Casou em dezembro e até hoje não conseguiu mudar a documentação.

Imagem: pcdf.df.gov

 

Inteligência artificial
Mudanças aconteceram em todo o mundo com a chegada da internet. Muitas profissões foram extintas e outras, criadas. Agora, o mundo conhecerá a tecnologia GPT — Transformador e gerador pré-treinado. É um impacto tão grande na realidade que está chegando paulatinamente para evitar pânico. A plataforma pode ser usada para criar música, filme, livro, aula, texto, voz, programação em TI. Muita coisa vai mudar. E o mais importante: muitos desenvolvedores estão sendo patrocinados por milionários com perfil ideológico.

 

Mais essa
Será esse um tempo em que a palavra “Sistema” passará a ganhar um status de grande irmão onipresente, sendo que todo aquele que for apontado como suspeito ou estranho a essa nova ordem, sofrerá as penalidades draconianas previstas, sendo literalmente deletado do “sistema”, ou como se dizia nos velhos tempos: virará adubo de planta?

 

Outros tempos
Hoje, a foto que tiramos no Catetinho com o Juscelino Kubitschek despertou uma observação. A simplicidade daquele homem era diretamente proporcional à competência. Coisa tão rara de ser ver hoje em dia.

Foto: correiobraziliense.com

Ver para crer
Em breve, a reforma tributária deverá ser enviada ao Congresso pelo Executivo. Essa é a manchete de vários jornais desde a década de 1990.

 

Exemplar
Um assunto bastante comentado nas redes sociais foi o interessante fato de o voto para a Presidência do Senado ser secreto e impresso.

Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

 

Expectativa
Depois da Caneta Azul, Azul Caneta, a produção musical brasileira parou. Vamos ver o que vai render a ajuda de custo liberada aos nossos artistas

 

História de Brasília

Os blocos de nossas superquadras, principalmente os do IAPB, atenderam a esse dispositivo legal, mas a entrega de correspondência não funciona. O carteiro tem, mesmo, que subir os diversos andares, e entregar a correspondência em casa. (Publicada em 15.03.1962)

Más companhias

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Representantes dos países que compõem o BRICS. Foto: divulgação

 

       “Diz-me com quem andas e eu te direi para onde vais”. Esse é o único modo correto de empregar esse antigo ditado, qualquer outra variação poderá ficar no limbo das probabilidades e das incertezas. Com isso pode ficar demonstrado, também e de modo explícito, que o agrupamento de países de economia emergente, fundado em 2006, denominado BRICS, representa hoje, para o Brasil, uma incógnita semelhante ou até mais profunda do que a representada pelo Mercosul.

        A política terceiro mundista, defendida pela esquerda, que governou o país por treze anos, trouxe, em sua algibeira suja, parcerias de além-mar que o racionalismo econômico consideraria, na melhor das hipóteses, como uma incógnita a ser analisada com as maiores doses de precaução. Não apenas pelo aspecto geográfico, que colocam essas economias o mais distante das terras brasileiras. Nem tampouco pelas diferenças culturais, também imensas. Mas, sobretudo, pelos anseios diversos e até opostos que essas nações, de governos centralizados e monocráticos, nutrem em relação ao mundo, à democracia, à liberdade econômica e a uma série de outros valores que, queiramos ou não, devem se refletir nas relações econômicas.

        Geografia é destino, afirmam os positivistas. Nesse caso, que caminho seguro poderia existir, de fato, nas relações firmadas, em acordo tácitos, com nações situadas do outro lado do planeta, quando se sabe que, por exemplo, China, Índia e Rússia, por suas características próprias, sequer jamais, em tempo algum, consideraram o Brasil como parceiro estratégico e histórico? É como se firmássemos acordos com seres de outro planeta. O que sabemos, e até vagamente, é que a pretensa estabilidade política de países como a China e Rússia são dadas, exclusivamente, pelo modelo centralizado de governo. São, em outras palavras, ditaduras de partido único, governadas por camarilhas que traçam cada centímetro de política social e econômica, com objetivos claros de trazer o máximo de lucro para dentro de seus Estados, com o mínimo de concessões.

        Se ratam seus próprios cidadãos e nacionais com dureza e mesmo desprezo, que tratamento poderíamos esperar por parte desses governos, se não aquele em que os lucros e outras vantagens estão sempre acima de qualquer noção de dignidade humana ou da ética? Quem compra produto roubado, incorre no crime de receptação. Do mesmo modo, quem compra produtos fabricados por trabalhadores em condições de mão de obra escrava está incorrendo no crime de conluio com essas práticas.

        Nas relações econômicas, não se pode levar em conta essas práticas, tão pouco ignorá-las por completo. Na Europa, muitas redes de supermercados estão boicotando produtos made in Brazil, cuja origem vem de áreas desmatadas ou que foram produzidos em detrimento do meio ambiente.

        A invasão da Ucrânia, por tropas russas, pelos seus desdobramentos desumanos e por suas características de inúmeros flagrantes de crime de guerra, deveria chamar a atenção dos membros do BRICS, ou o comércio regular entre esses países, ou isso seria o anátema aos tratados comerciais? Poderia haver relações econômicas sem as luzes da ética?

        Pode uma guerra que já gerou milhares de mortos e mais de quatro milhões de refugiados não deixar marcas ou traumas nas relações econômicas entre Brasil e Rússia? A China, que há muito vem ensaiando militarmente invadir a quem chama de república rebelde, Taiwan, por certo, seguirá o mesmo caminho que Putin, em sua reafirmação imperialista. Também, nesse caso, as relações econômicas dos BRICS devem seguir seu curso normal? O mesmo pode fazer a Índia com relação ao Paquistão. O Brasil ao escolher, por vontade das esquerdas que governaram o país, prosseguirá suas relações com parceiros dessa natureza, fechando os olhos para o que fazem do outro lado do planeta?

        Ao escolher andar com países com esses níveis de implicações políticas e com essas extensas fichas de atentados contra os direitos humanos, o Brasil mostra, ao mundo civilizado, que é igual a eles e vai seguir o mesmo rumo. Talvez seja até pior que eles. Mas uma coisa é certa: vai em más companhias.

 

A frase que foi pronunciada:

A linguagem simbólica da crucificação é a morte do velho paradigma; ressurreição é um salto para toda uma nova maneira de pensar”.

Deepak Chopra

Deepak Chopra. Foto: PHILIP CHEUNG / NYT

 

De volta

Realmente emocionante a encenação da Paixão de Cristo no Morro da Capelinha. Dessa vez, a celebração da cruz foi presidida pelo arcebispo de Brasília, Dom Paulo César.

Foto: Carlos Vieira/CB

 

Quinto poder

Whatsapp cercear a liberdade de expressão do cidadão com uma nova funcionalidade após as eleições, por meio de acordo que firmou com o Tribunal Superior Eleitoral, vai contra o Estado de Direito. Abrir uma excepcionalidade para o Brasil é inconcebível, inacreditável. Isso é democracia? Em tempo: a partir da próxima segunda-feira, o reencaminhamento de mensagens será limitado a um destinatário ou grupo por vez. A providência será implementada em todo o mundo. A opinião é do nosso leitor Renato Mendes Prestes.

Foto: Dado Ruvic/Reuters

História de Brasília

Pobre hospital, o Distrital. As encrencas nunca deixam de existir, as fofocas nunca param. Agora, inquérito no Pronto Socorro para quem recebeu o dinheiro. A história é longa, mas é mais ou menos assim: antigamente, quando um pobre ia parar no hospital, e não tinha dinheiro para pagar, assinava uma promissória, que ficava na tesouraria do hospital. (Publicada em 21.02.1962)