Brasil inzoneiro

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)

hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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Charge do Zé Dassilva

 

         Chamem do que quiser, o fato é que as ditas e malditas emendas secretas são as saúvas da vez. Ou os cidadãos pressionam pelo seu fim, ou elas irão acabar devorando, pelas beiradas, todo o Orçamento da União. Surgidas em 2020, graças às articulações do grupo ligado ao deputado Arthur Lira (PP-AL), atual presidente da Câmara dos Deputados, as emendas de relator, sabidamente alcunhada de secretas, pela total falta de transparência, tanto em relação aos valores como o nome dos parlamentares envolvidos nesse repasse, têm sido, pelos seus mecanismos, claramente antirrepublicanos, uma fonte incessante de escândalos de corrupção e de desvio de dinheiro.

         Não surpreende que, a cada transferência de dinheiro nesse esquema obscuro, mais e mais a Polícia Federal vem sendo obrigada a abrir investigações. Na verdade, esse tipo de emenda parlamentar tem sido um prato cheio para a polícia, dado aos descaminhos de bilhões de reais destinados aos mais recônditos municípios brasileiros.

         A facilidade e a rapidez com que essas montanhas de dinheiro se transformam em pó tem chamado a atenção de órgãos de transparência, não os ligados ao governo, mas aqueles que atuam com independência e seriedade. O governo, de mãos atadas, devido aos malfadados compromissos do presidencialismo de coalizão ou cooptação, vê esse esquema e empurra a responsabilidade para o Legislativo, que também ignora o assunto.

         Dessa maneira, a única coisa realmente palpável e concreta nesse esquema maroto, são os bilhões de reais, que voam dos cofres Públicos para o além e para a terra do nunca. O Supremo, que também já foi acionado para arbitrar esse caso escuso, chegou, por determinação da ministra Rosa Weber, suspender esses repasses, mas, por obra de forças também secretas, voltou atrás e tudo ficou como dantes.

          O Tribunal de Contas da União, ligado ao Legislativo, também não se pronuncia sobre o caso. Somente em 2021, as emendas secretas consumiram mais de R$ 16 bilhões, valor esse que é apenas uma estimativa aproximada. O Centrão, grupo formado por apoiadores interesseiros e ocasionais do atual governo, tem sido, ao lado do próprio Lira, a turma mais contemplada com essas benesses.

         Segundo aqueles que acompanham de perto o enxame de mariposas em torno do orçamento secreto, pela forma obscura como esse fabuloso volume de recursos é usado, chegará o momento em que todo esse esquema irá cair por terra, revelando as entranhas dessas negociatas, que hoje já é considerado como o maior caso de corrupção do mundo, feito à luz do dia, mas por debaixo dos panos.

         A senadora Simone Tebet (MDB-MS) tem sido uma das raras vozes a alertar para esse problema e para o fato de que, no próximo ano, o orçamento secreto irá consumir mais de R$ 20 bilhões. Nessa última sexta-feira (14), a Polícia Federal prendeu um desses atravessadores de dinheiro, responsável pela liberação individual de R$ 36 milhões em emendas para lugarejos no fim do mundo (Igarapé Grande e Lago da Pedra), no Maranhão.

         As investigações e as prisões vão se sucedendo, à medida em que o dinheiro vai sendo liberado, numa verdadeira roda viva sem fim. A situação é clara do ponto de vista de todo o esquema: caso o presidente Bolsonaro vete o repasse desses recursos, imediatamente, sua base de apoio no Congresso se desmancha.

          Cercado por esses chacais, resta ao presidente ser arrastado por eles, configurando uma situação totalmente surreal em que, diante da população, absolutamente ninguém, nesse banzé com o dinheiro público, está isento de culpa e quiçá de punição. É o nosso Brasil inzoneiro.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Um orçamento é mais do que apenas uma série de números em uma página; é uma personificação de nossos valores.”

Barak Obama

Foto: washingtonpost.com

 

Aos poucos

Na sexta-feira, um carro capotou na Bragueto e, imediatamente, o Corpo de Bombeiros chegou para o atendimento. As rodas do carro ficaram para cima. As duas vítimas saíram andando. Brasília vai, aos poucos, perdendo o título de cidade educada no trânsito. Violência, velocidade, motoqueiros insanos, falta de fiscalização, sinalização, conservação da pintura asfáltica, engenharia do trânsito sofrível. Tudo colabora para isso.

 

IBGE

De noite ou de dia. Os entrevistadores podem aparecer na residência a qualquer momento. Há, no site do IBGE, a possibilidade de conferir a identificação do censor.

Foto: Divulgação/IBGE

 

CNBB

Detalhes da missa católica mostram uma liturgia diferente: não são todas as paróquias que permitem a troca da fala “a Paz de Cristo”, o que era antes “irmãos” passou a ser “irmãos e irmãs”. Dar as mãos durante a prece do Pai Nosso ficou na conta da pandemia.

Foto: lev radin | Shutterstock

 

História de Brasília

A Caixa Econômica prometera financiar os moradores da Cidade Livre que se mudassem para a Asa Norte. Até hoje não saiu um único financiamento, embora os pedidos sejam abundantes. (Publicada em 11.03.1962)

Pensar dá trabalho

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Foto: istoedinheiro.com

 

          Um bom presidente da República pode até não ser um presidente bom em si, mas o será à medida em que sua equipe e todo seu staff seja, de fato, competente. Dessa forma, a qualidade de um governo pode ser medida pela qualidade do seu entorno.

         O Brasil já teve presidentes medíocres, mas que se salvaram pela competência de seus ministros e de toda sua equipe. Mas esses são pontos fora da curva. A maioria, por sua fragilidade intelectual, não apenas forma equipes medíocres, como atua de maneira voluntária em todas as áreas, provocando desastres de todo o tipo.

         Entre os anos de 2011 a 2016, o Brasil experienciou esse desastre na própria pele, que acabaria num processo ruidoso de impeachment da mandatária. De um modo simples, vale dizer que a salvação de um governo pode ser creditada à maneira como ele pensa e reflete sobre os problemas nacionais.

         A questão aqui é que pensar dá muito trabalho e exige exercício e esforço mental de sacudir e acordar os neurônios dentro da cabeça. Poucos estão dispostos a esse trabalho. Com isso exposto, fica patente que boa parte de nossas mazelas advém do pouco exercício de pensar o Brasil, deixando as medidas necessárias serem guiadas pelo acaso, numa improvisação contínua e sem responsabilidades, todas elas abrigadas no baú do populismo.

         Tirar a camisa do populismo e vestir a camisa do patriotismo exige coragem e desapego pessoal. Governo sério é, em suma, aquele que consegue manter as contas públicas arrumadas, num esforço diário para devolver os impostos, pagos pelos contribuintes, na forma de serviços de qualidade. Cumprida essa etapa, segue a missão de investir essa poupança interna em infraestrutura, pensando sempre nas futuras gerações.

          No Brasil tem sido particularmente difícil a conciliação entre política e economia, uma vez que os interesses voláteis e subjetivos da primeira chocam-se com a segunda, que é feita de razão e números que não permitem desaforos e afrontas. Não espanta, pois, que um governo que não apresente, previamente, uma política econômica séria, transparente e exequível, será sempre aquele que irá conduzir a nação para o abismo.

          Aqui também é sentida a falta de pensadores sérios como o ex-ministro Mário Henrique Simonsen (1935-1997). Por sua biografia e currículo, fica evidente que esse era realmente um pensador criterioso dos problemas nacionais. Aqui, nesse ponto, abre-se um parêntese importante, quase como um alerta. Ministros da economia, que por sua formação acadêmica e intelectual não se definam como liberais autênticos, não deveriam se ocupar de questões relativas à economia. Por um motivo até prosaico: economia, como ciência humana, é uma disciplina eminentemente liberal que rejeita o intervencionismo estatal e prega a emancipação do indivíduo em relação às ciladas e aos dogmas externos.

         Não é preciso nem lembrar aqui que foi, exatamente, um conjunto de economistas liberais que salvou o Brasil da hiperinflação e do esfarelamento do antigo Cruzeiro. Pessoas como André Lara Resende, Edmar Bacha, Pérsio Arida, Pedro Malan, criaram e colocaram em prática o Programa do Real, uma verdadeira revolução econômica e liberal que, aos trancos e barrancos, sobrevive muito bem até hoje.

         Puderam realizar esse feito extraordinário porque se deram ao trabalho de pensar e formular ideias, todas embasadas nas ciências econômicas. Por sorte, temos ainda um ministro da economia liberal na figura de Paulo Guedes. Não fosse por seu trabalho à frente da pasta, as consequências da pandemia global, da guerra na Ucrânia e de outras adversidades mundiais teriam levado o Brasil para o fundo do poço.

        Também graças ao gênio econômico do ex-ministro Simonsen, o Brasil conseguiu atravessar um dos momentos mais difíceis de sua história, em que a inflação, pelos estragos que causava em toda a cadeia produtiva e de consumo, já era vista, tranquilamente, como um problema endêmico sem solução possível. Foi de Simonsen, a ideia da criação do Sistema Financeiro da Habitação (SFH) e do Banco Nacional da Habitação (BNH) em 1965, uma ousadia que iria permitir, pela primeira vez, o acesso à casa própria pelos brasileiros de renda baixa e média. O Chamado “Milagre Brasileiro”, entre os anos de 1968 a 1973, em que a economia nacional chegou a crescer até 14% ao ano, tido como o maior desenvolvimento do mundo Ocidental, tem também o dedo de Simonsen.

         Nesses seis anos, o PIB do Brasil havia crescido mais de 88%, um feito extraordinário, todo ele impulsionado pelas ideias do liberalismo econômico. Hoje, quando se ouve, ao longe, gente discutindo a volta do estatismo e de projetos como a quarentena fiscal e o fim da responsabilidade com o teto de gastos do governo, todas elas anunciadas com orgulho pelo candidato das esquerdas, é que podemos ver quanto tempo perdemos apenas pelo fato de já não exercitarmos mais a faculdade de pensar o país.

 

A frase que foi pronunciada:

“O déficit público não é de caráter orçamentário. O déficit público simplesmente não tem caráter.”

Mário Henrique Simonsen

Charge: K. Raia

 

História de Brasília

O BNDE dá-se ao luxo de manter diversas casas fechadas, apodrecendo, em Brasília. (Publicada em 11.03.1962)

Pensar o Brasil

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Imagem: amazon.com

         Ante a perspectiva de o Brasil vir, uma vez mais, a tomar os rumos da estrada sinistra em obediência ao que estariam indicando as “infalíveis” urnas eletrônicas, nada mais útil do que, num gesto de consolo derradeiro, trazer à tona, aqui, não um alerta sobre os muitos malefícios dessa opção, já testada entre nós e em outras partes do mundo, e com os resultados que já conhecemos, mas a lembrança de que o Brasil, como um mau aluno, definitivamente, não quer aprender.

         Mesmo sendo objeto de profunda e criteriosa análise, em que seus males seculares foram devidamente esclarecidos e apontados um a um, ainda assim persiste, em nosso país, a tentação teimosa e inútil de reinventar uma espécie de roda que não gira. Com isso, seguimos parados ou em marcha ré contínua.

          Tivesse o país dado ouvidos ao que pregavam, há mais de meio século, personagens ilustres e dotadas de raciocínio ímpar e brilhante, por certo, as crises institucionais e econômicas cíclicas, que experienciamos nessas últimas décadas, não teriam existido. A insistência com que o Brasil fecha os ouvidos às admoestações clarividentes tem seu preço, na forma da continuidade de governos pouco ou nada afeitos a pensar.

         A frase que dizia: “é preciso pensar o Brasil” foi deixada de lado, por falta de pensadores. Faz falta, ao país, gente como Roberto Campos (1917-2001), cuja missão de vida foi justamente esta: estudar e esmiuçar o país, em busca de alternativas que o libertasse das mazelas e do labirinto do subdesenvolvimento crônico.

         Campos foi além de pensador, arguto. É dele a iniciativa de criação do Banco Central em 1965, quando era ministro do Planejamento, para agir nos ciclos inflacionários e deflacionários e que, em sua visão, deveria ser independente em relação aos governos de plantão, voltado exclusivamente para proteção da moeda, alheio às agitações políticas.

         O problema de ser demasiadamente sofisticado e avançado num país, muitas vezes governado por semianalfabetos, é que esse desnível intelectual acaba ou em invejas e perseguições, ou em banimento, puro e simples.

         Já nos anos sessenta, Roberto Campos tinha uma visão muito clara do que o Brasil necessitava para sair do impasse. Primeiro, mobilizar a poupança interna voltada para o investimento; seguido de uma redução na ineficiência desses investimentos; na sequência, reduzir a instabilidade das receitas de exportação. Por fim, treinar os brasileiros para o advento da civilização tecnológica e para a missão de liderar esses avanços e, obviamente, melhorar a qualidade do governo. É nesse último ponto que andamos às voltas, sendo obrigados, inclusive, a assistir a uma queda acentuada na qualidade de nossas lideranças. Nesse último quesito, andamos para trás, tanto que falar em qualidade soa demasiado despropositado.

         Lembrando aqui que Roberto Campos, chamado raivosamente pela esquerda de “Bob Fields”, foi deputado federal, senador, ministro, embaixador nos Estados Unidos e no Reino Unido, tendo participado da Constituição de 1988.

         Para um país de moucos, Campos pregava, no deserto, o livre mercado, o estabelecimento de um governo com contas ajustadas, onde haveria corte nos gastos improdutivos para permitir o aumento nos investimentos sociais, principalmente em educação, saúde e segurança. Insistia ele que o país reduzisse as barreiras comerciais, para expandir o mercado interno, além de estabelecer regras mais claras, simples e estáveis para regular o setor privado. Tudo o que ainda hoje tentamos fazer a conta gotas.

         Para os que hoje sonham com a volta da estatização da economia, com o governo controlando tudo, Campos advertia: “Há quatro características essenciais ao capitalismo: reconhecimento da propriedade privada, sinalização mediante o sistema de preços, livre acesso ao mercado pelos agentes econômicos e regras estáveis do jogo num Estado de direito”. Roberto Campos já alertava, sessenta anos atrás, que a causa da inflação era o gasto descontrolado do governo e a insistência com que tentava contornar esse problema através da emissão de moeda e de papeis ou letras do Tesouro.

          É preciso ressaltar aqui a íntima relação entre economia e política no Estado. Com isso, fica demonstrado que políticos medíocres induzem a economia, inevitavelmente, para a mediocridade, preferindo ser populistas a serem patriotas.

         No livro que Campos lançou, “A lanterna na Popa”, de 1994, em que perpassa cinquenta anos do Brasil ao longo do século XX, um calhamaço de 1460 páginas, e que logo se tornou um best seller clássico, Campos lembrava da frase de Coleridge: “A luz que a experiência nos dá é de uma lanterna na popa, que ilumina apenas as ondas que deixamos para trás”.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“A mágica agora é o denuncismo do ‘pega corrupto’. Esquecemos as razões profundas da corrupção, a falência múltipla do Estado, obsoleto, corporativo, ocupado por interesses espúrios, cuja ineficiência tem por maiores vítimas, os pobres e indefesos.”

Dr. Roberto Campos

Roberto Campos. Foto: Bia Parreiras/EXAME

 

História de Brasília

Mais uma do “Gavião”: falta água quase todos os dias. Os reservatórios construídos não foram inaugurados. Ou melhor, foram, e não aprovaram, por causa da infiltração. As especificações da construção estavam erradas. (Publicada em 11.03.1962)

Miopia e política

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Charge do Duke

 

Aumentar o número de ministros que compõem o Supremo Tribunal Federal, passando dos atuais 11 para 16, poderia, à primeira vista, resolver apenas as estratégias momentâneas de grupos políticos que atuam no cenário nacional, mas acarretaria, a médio e longo prazos, problemas ainda maiores justamente para o cerne da questão, que é a harmonia e independência dos Poderes. Os que sonham e planejam com o fim do ativismo judicial, bem como aqueles que vão na contramão, judicializando a política a cada votação, têm os olhos postos no presente, esquecendo-se das consequências de seus ardis. Tivessem olhos para ver mais adiante, saberiam que a questão toda
não está na quantidade, e sim na qualidade e principalmente na maneira como esses ministros chegam aonde chegam.

O chamado ativismo judicial, de cunho eminentemente político, tem sua fonte na escolha política feita pelo chefe do Executivo. É aí que reside a origem do problema e do desprezo ao que manda a Constituição, no quesito “notório saber jurídico e reputação ilibada”, art. 102 da CF. Mesmo o crivo realizado pelo Senado Federal, por meio de uma sabatina protocolar, não só não resolve o problema, como o agrava a imantar todo o processo com o viés político partidário.

Para aqueles que pensam que a pressão exercida pelo ativismo judicial possa ser diluída pelo simples aumento no número de ministros, criando núcleos numéricos de favoritismo para um lado ou para o outro, o engano é certo e trará consequências muito mais nefastas para esses estrategistas de ocasião.

Aqui, poderíamos usar uma expressão clássica: “É a qualidade, estúpido”. Para o pobre do cidadão contribuinte, esse aumento no número de ministros do Supremo acarretaria, logo de saída, num aumento significativo no custo do tribunal, previsto para 2003, com a atual composição, em R$ 850 milhões. Por si só, o notório saber e a reputação ilibada, tomados ao pé da letra, representariam pré-condição necessária para a escolha de ministros, uma vez que obrigariam aos escolhidos uma experiência longa atuando como magistrado.

Outro requisito seria o notório saber na área do direito constitucional, sendo que, nesse ponto, a sabatina deveria ser realizada dentro do Supremo pelos ministros da Casa. Os riscos no aumento de ministros do Supremo, por meio de uma canetada, são tão grandes e incertos, que qualquer mandatário, de
posse desse poder, pensaria duas ou mais vezes antes de dar início a essa medida. É sabido que o STF é composto por duas turmas, um presidente, e um plenário de onze ministros, perfazendo o que ficou conhecido 14 Supremos em um só.

Com um modelo dessa natureza, qualquer aumento no número de ministros significaria um aumento no número de Supremos, elevando as tensões e, com isso, catalisando as crises institucionais cíclicas, que passariam a ser diárias. O problema com esses estrategistas políticos de meia pataca é que eles jamais tiveram acesso às obras clássicas dos verdadeiros pensadores políticos. A lista imensa e pode ser iniciada pela A República de Platão (428- 347 a.C), passando por A Política de Aristóteles indo até Spinoza, Hobbes, Maquiavel, Locke e a uma série de outros autores que se estendem até aos nossos dias. Talvez esteja na miopia política o primeiro obstáculo a ser vencido por nossos estrategistas.

 

A frase que foi pronunciada:
“Você tem cérebro na sua cabeça. Você tem pés em seus sapatos. Você pode se orientar emqualquer direção que escolher.”
Dr. Seuss

Imagem: brasilsemmedo.com

 

Folga
Uma prova de paciência para as famílias que resolveram passear no Zoológico neste feriado. Alguns pais não se ativeram ao detalhe de que as escolas, principalmente as mais caras, resolveram emendar o feriado dispensando a criançada na quinta e sexta-feira. Cinco dias para visitar o Zoo.

Foto: zoo.df.gov

 

Poupança
Um investimento interessante é o selo. Com uma página amigável, os Correios mostram as ofertas para a Black Friday. Selos comemorativos, lançamentos e por aí vai.

Imagem: correios.com

 

Teste
Damares Alves, Davi Alcolumbre, Renan Filho, Rodrigo Pacheco e Tereza Cristina Alves. Nomes cotados para a nova legislatura no Senado pela cadeira da presidência da Casa. Todos com chances de ganhar.

Foto: Pedro França/Agência Senado

 

História de Brasília

Já que o assunto é professoras, pelo contrato, o pagamento será feito até o dia 5, e, até hoje, a Fundação não pagou a ninguém. E mais: não diz quando, nem dá esperança para os próximos dias. (Publicada em 11/3/1962)

Plebiscito e Referendo

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Charge: jornalggn.com.br

 

Perdeu-se mais uma excelente oportunidade, nestas últimas eleições, de submeter o cidadão e eleitor a um amplo questionamento, que, muito mais importante do que indicar representantes políticos, forçasse o Estado, ou, mais precisamente, o establishment a empreender uma profunda e séria reforma política administrativa, capaz de pôr um fim às crises institucionais cíclicas. Perguntas simples, mas fundamentais para o ordenamento e modernização do Estado, como por exemplo: ­Você é a favor do orçamento secreto livre de fiscalização, conforme elaborado pelo Congresso?

Você concorda que o Congresso tenha o controle de mais de 40% do Orçamento da União e use dessa prerrogativa de modo político e não técnico? Você apoia a ideia de implantação do sistema do semipresidencialismo, como propõe o Congresso? Você é a favor dos Fundos eleitoral e partidário? Você está de acordo com iniciativas do Poder Judiciário em outros Poderes da República? Na falta do comprovante impresso, você acredita que as urnas eletrônicas sejam completamente seguras? Você está de acordo com o chamado foro privilegiado? Você é a favor da prisão em segunda instância? Você está de acordo com o sistema de indicação política dos ministros do Supremo pelo presidente da República? Você aprova a existência de cargos vitalícios dentro da máquina do Estado? Você está de acordo com a atual redação da Lei da Ficha Limpa? Você está de acordo com a atual redação da Lei de Improbidade Administrativa? Você é favorável a que os presidentes da República decretem sigilo legal sobre suas ações? Você concorda com a atual carga tributária? Você acredita que o Estado devolve os impostos que arrecada em forma de serviços públicos de qualidade? Você é a favor do sistema da reeleição? Para você, a corrupção política é um delito menor ou um crime hediondo?

Por certo que, tomado ao pé da letra, as respostas da população a essa consulta mostrariam o imenso fosso a separar a sociedade necessitada de atendimentos básicos e um Estado perdulário e rico, que muitas vezes usa desses imensos recursos em proveito próprio, alimentando uma situação que já perdura por séculos.

Muito mais proveitoso do que a eleição desses e de outros grupos políticos, todos igualmente irmanados em dar prosseguimento a esses antigos privilégios, é a realização de uma reforma, quase revolucionária, que ponha fim ao conhecido status quo estamental.

As eleições, conforme desenhadas, não resolvem os problemas nacionais, apenas os entregam a outras mãos, que irão dar prosseguimento aos mesmos mecanismos injustos, sob outro verniz. A questão aqui fica evidente e óbvia, embora se saiba que somente os gênios possuem olhos para enxergar o óbvio. Não é a simples mudança de pessoas. É a mudança do sistema e de todo o mecanismo do Estado, obrigando-o a trabalhar e servir a nação.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Quem decide praticar o mal, encontra sempre um pretexto.”

Públio Siro

Imagem: reprodução da internet

 

Perigo

Ainda sem pinturas, as faixas de pedestres. Faltam poucos dias para as chuvas voltarem de vez!

Foto: samambaiaempauta.com

 

Freio já

Invasões de terras vão começando sub-repticiamente. No Setor de Mansões do Lago Norte, na pista oposta, que é área verde, perto do balão que leva ao Paranoá, já fizeram os furos para colocação da cerca. Na DF 250, no balão de Rajadinha, à direita, a invasão toma proporções alarmantes. Ceilândia, Samambaia e Planaltina também enfrentam a ilegalidade. Agora é ficar de olho na Neoenergia e Caesb. Esse é o parâmetro para atestar o aval do governo. Já há jurisprudência sobre o assunto.

Foto: chicosantanna.wordpress.com

 

Único

Com um mote antes de começar os discursos, o senador Kajuru sempre abre a fala dizendo que os brasileiros e brasileiras são suas únicas excelências.

Senador Kajuru. Foto: Roque de Sá/Agência Senado

 

Dois lados

De um lado, os sem esperança afirmam que, surpreendentemente, o PT já ganhou as eleições. Um ministro do Supremo não tiraria o candidato da prisão se não fosse para vencer. De outro lado, como disse o senador mato-grossense Jayme Campos, nós temos que ter o pensamento, como o Ruy Barbosa já dizia: “Ai de nós se nós não sonhássemos”, como sonhou D. Pedro I, com a independência do Brasil, não é isso? Como sonhou Juscelino Kubitschek, com a construção de Brasília, e outros grandes políticos e homens pelo Brasil. E nós temos que sonhar com o Brasil mais justo, é isso que nós queremos.

Charge do Sponholz (sponholz.arq.br)

 

Sem assinatura

Pfizer contra Covid tem validade estendida. A autorização foi dada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária. O estranho nisso tudo é autorizar vacinas onde não há responsáveis pelos efeitos adversos.

Foto: Dado Ruvic/Reuters

 

História de Brasília

Mais uma do “Gavião”: falta água quase todos os dias. Os reservatórios construídos não foram inaugurados. Ou melhor, foram, e não aprovaram, por causa da infiltração. As especificações da construção estavam erradas. (Publicada em 11.03.1962)

Pela volta de um mundo com compaixão

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Charge do Iotti

          Quem imagina que a polarização política, um mal a ligar o cérebro ao fígado, fica restrita apenas no âmbito dos partidos e entre aqueles que atuam profissionalmente nessa área está enganado e vem sendo convencido de que esse tipo de antagonismo permeia toda a sociedade indo, inclusive, parar no seio das famílias, gerando brigas e desentendimentos de toda a ordem.

          De fato, essa polarização, por seu grau de insanidade, tem feito muito mal ao Brasil e, por extensão, aos indivíduos e a todos os grupos, sejam eles consanguíneos ou não. O que parece, no antigo país do futebol, é que essa praga migrou dos estádios e das torcidas organizadas para dentro das casas, contaminando tudo, como uma radiação mortífera.

         Para quem ainda não percebeu, este é o legítimo subproduto de um modelo de política à brasileira, feito não de discussões sérias e propositivas, com todo o embasamento ético que esse tema exige. Trata-se aqui de uma rinha de galo, cercada de fanáticos que querem ver briga e muito sangue.

         O que não pode ser escondido do público é que essa rinha teve início exatamente no momento em que a mais alta Corte do país julgou, per si, a conveniência de soltar nesse ringue o Garnisé de Garanhuns. Deu no que deu. Para onde quer que o brasileiro olhe, lá estão em discussão acalorada um grupo e outro. Casais, com matrimônio marcado, deixaram tudo para trás e romperam as relações. Nas famílias, filhos deixaram de falar com pais, irmãos cortaram relações uns com os outros. Tios, avós, primos, foram cada um amuado para seu canto. No trabalho, colegas passaram a torcer o nariz uns para os outros. Amigos, antes fraternos, deixaram de se falar.

         Nas ruas o clima mudou para pior, com o medo tomando conta de tudo. Enfim, a maldição lançada há anos, do “nós contra eles”, vai tomando forma concreta, enfeitiçando cada um. De lado, ficaram aqueles que torcem pela volta de um passado que deixou marcas ruinosas e nunca vistas anteriormente. Para outros, a simples menção da possibilidade desse retorno vir a acontecer, de fato, representa um anátema e uma rendição a um pesadelo permanente.

         Não há pontos de contato entre uma posição e outra. O Brasil, que nas urnas revelou seu caráter nitidamente conservador, por obra de uma espécie de forças do além, votou também pela volta do passado. Ficamos, com isso, a meio caminho, colocando em sérias dúvidas o que apresentavam as pesquisas e o que diziam as multidões nas ruas.

         Com tanta discórdia, não surpreende que a censura, que se acreditava morta e enterrada, tenha ganhado corpo e músculos em todo lugar, sobretudo nas empresas, com as chefias orientando e mesmo obrigando seus subordinados a votarem no candidato por elas apontado. Demissões têm sido confirmadas. Assédios, confirmados. A regulação da mídia, como tem pregado o candidato pretérito, de certo, trará o recrudescimento da censura política que já é observada e posta em prática contra aqueles que ousam desacreditá-la. O bom sinal é que a censura sempre foi e será um grande sinal de que o que se está sendo censurando é correto e aponta para a manutenção da dignidade humana.

 

A frase que foi pronunciada:

“Um ser humano é uma parte do todo chamado por nós universo, uma parte limitada no tempo e no espaço. Ele experimenta a si mesmo, seus pensamentos e sentimentos como algo separado do resto, uma espécie de ilusão de ótica de sua consciência. Essa ilusão é uma espécie de prisão para nós, restringindo-nos aos nossos desejos pessoais e à afeição por algumas pessoas próximas a nós. Nossa tarefa deve ser libertar-nos dessa prisão, ampliando nosso círculo de compaixão para abraçar todas as criaturas vivas e toda a natureza em sua beleza”.

Albert Einsten

Albert Einsten. Foto: Arthur Sasse/Nate D Sanders Auctions/Reprodução

 

Terras

Veja, no Blog do Ari Cunha, o convite do Instituto Brasília Ambiental para a população participar da audiência pública virtual de apresentação e discussão do Estudo e do Relatório de Impacto Ambiental para parcelamento de solo urbano da Reserva do Parque, no Núcleo Rural Vargem da Bênção, Região Administrativa do Recanto das Emas. A partir das 19h, do dia 25 deste mês, com transmissão pelo YouTube.

 

Futuro

A formação de uma ampla bancada parlamentar voltada para a manutenção dos ideais da Lava Jato, promete agitar a nova Legislatura, com propostas que rendem ainda grande apoio da população.

Ilustração: cnnbrasil.com

 

Mobilidade

A finalização das reformas viárias na principal avenida do Paranoá, com construção de espaçosas calçadas, com estacionamento e todo ordenamento paisagístico, irá proporcionar mais do que um novo visual para aquela cidade. A urbanização adequada é fato de desenvolvimento e revitalização para o comércio local.

Paranoá. Foto: Divulgação

 

História de Brasília

Já que o assunto é professôras, pelo contrato, o pagamento será feito até o dia 5, e até hoje a Fundação não pagou a ninguém. E mais: não diz quando, nem dá esperança para os próximos dias. (Publicada em 11.03.1962)

Programa interno

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Charge: Schmck

 

         Não se sabe que razões levaram a mídia nacional a dar pouca atenção e espaço a uma notícia de grande relevância para o país e que foi veiculada essa semana pela CNN Brasil, dando conta de que, caso venha a ser eleito nesse segundo turno, o governo petista irá, logo nos primeiros dias, implementar o que chama de uma “suspensão temporária de regras fiscais”. O documento interno, preparado, entre outros, pelos ex-dirigentes petistas, José Genuíno e Rui Falcão, que comandam as discussões de bastidores da campanha, prevê, logo no início de governo, a decretação dessa medida excepcional, dada a situação de emergência, que o partido enxerga na área econômica nacional.

         Com essas medidas extraordinárias, o governo petista teria em mãos os meios legais necessários para enfrentar o que chamam de caos herdado do governo anterior, possibilitando, ao Executivo, ampla liberdade para romper as regras fiscais, utilizando o orçamento livre de amarras e de todas as regras impostas pela responsabilidade fiscal. Em outras palavras, o que poderá acontecer, caso vença o candidato da esquerda, é a decretação do vale tudo, com o orçamento sendo usado fora de critérios técnicos, como manda o manual de contabilidade básica, onde as colunas do passivo e ativo ou dos gastos e receitas são preenchidos e executados sob rígida e séria previsões.

         Essa ideia de um plano emergencial, mesmo que temporário, nos traz de volta a um passado recente, onde os planos econômicos se sucediam de forma contínua, sendo acompanhados apenas pelo tilintar da maquininha de reajuste de preços nos supermercados. É tudo o que o mercado e, principalmente, as Bolsas não querem. É a reinvenção da roda e a transformação do Brasil num laboratório de testes.

         Esse retorno ao passado, onde a imaginação ia além dos dogmas da economia, custou, ao país, décadas de atraso e estagnação. A ideia de que o “novo” governo, que de novo nada possui, no andar da carruagem, virá para consertar o país é um perigo e já foi visto no passado, quando essa mesma turma denominava o boom econômico, deixado por Fernando Henrique Cardoso, de “herança maldita”.

         A baixa inflação e os números recordes de contratações com carteira assinada provam que a economia brasileira segue, atualmente, seu rumo ascendente, sendo, por isso, muito elogiada por diversas instituições internacionais, colocando o nosso país entre as nações que mais rapidamente têm se livrado dos malefícios da pandemia mundial. O que é temeroso e incerto é essa ideia vaga, contida no documento, de “corrigir imediatamente o orçamento herdado”, “para recuperar a capacidade de investimento do BNDES, do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal”, exatamente as instituições que ganharam protagonismo nesse mesmo governo, durante a chamada Operação Lava Jato.

          Com esse verdadeiro pacote de medidas, virão as versões remendadas do programa Mais Médicos, a cobrança de imposto sobre grandes fortunas e outras ideias de gênio que nos levaram, a partir de 2014, para o abismo mais fundo de toda a nossa história. Não surpreende que esse documento tenha sido mantido em âmbito interno do partido. Sua divulgação seria perigosa para o presente e, principalmente, para o futuro.

A frase que foi pronunciada:

“A economia é o começo e o fim de tudo. Você não pode ter uma reforma educacional bem-sucedida ou qualquer outra reforma se não tiver uma economia forte.”

David Cameron

David Cameron. Foto: © Arquivo/Agência Brasil

Beleza

Uma árvore com cachos de flores amarelas, no final da L4 Norte, chamou atenção por uma semana com a floração. Fila de carros parados para fotografar o presente da natureza.

Protesto

Recebemos, da Alemanha, a carta da eleitora de 73 anos, Diana M. Pinto Machado, que enfrentou a chuva em Frankfurt e uma fila por 3 quarteirões. Reclamou da falta de respeito aos preferenciais. Grávidas, cadeirantes e idosos não foram considerados pelo Consulado Brasileiro.

Foto: jovempan.com

Surpresa

“Adicionalmente aos procedimentos do caput deste artigo, a identidade poderá ser validada por meio do reconhecimento biométrico na urna eletrônica, quando disponível.” Essa é a única alusão da Resolução Nº 23.669, que dispõe sobre reconhecimento biométrico dentro dos atos gerais do processo eleitoral para as Eleições 2022. Foi uma surpresa usar a o reconhecimento biométrico durante o processo eleitoral, e não apenas anteriormente, como nas últimas eleições. Nenhuma notícia sobre o assunto foi dada antes do sufrágio.

Charge do Lute

 

Especiais

O verde que ilumina o Congresso é iniciativa do senador Romário. Trata-se do Dia Mundial da Paralisia Cerebral.

Senador Romário. Foto: senado.leg.br

 

História de Brasília

Nós sabemos que temos professôras demais na Fundação. Novecentas, ao todo, mas nem tôdas estão trabalhando. O ideal seria uma depuração total, trabalhando para quem ganha, e atividade para todo o mundo, e não para um grupo. (Publicada em 11.03.1962)

Os sem-programas

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)

hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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Charge do Cazo

 

         Faltando menos de um mês para a realização do segundo turno das eleições, permanece ainda a lacuna relativa à apresentação de programas de governo. No primeiro turno, essa exigência básica e fundamental, para todo e qualquer governo que assume, passou batida e nem mesmo o eleitorado sentiu sua falta. Pouco ou nada foi falado ou discutido sobre programas de governo.

         Para uma democracia, que ruma para o amadurecimento, esse vácuo é inadmissível e até mesmo contrário aos mais insignificantes requisitos básicos. Trata-se de uma situação anômala e que se assemelha a um piloto que assume o comando de um avião ou navio de grandes portes, com as imensas responsabilidades que essas funções exigem e mesmo assim confessa que não possui plano de voo ou navegação. Depois de zarpar ou decolar, é que se vê o que se irá fazer e como, resume.

         Caso isso persista, estamos todos nós a bordo de uma nau ou nave, sem bússola, cegos e sem destino. Nessa situação surrealista, vale dizer também que, se não sabemos para onde vamos, qualquer caminho vale ser seguido, mesmo aquele que ruma direto para o precipício.

         O Tribunal Superior Eleitoral, que nessa eleição passou a ganhar um protagonismo pra lá de vistoso, deveria colocar, como condição básica, a apresentação, por parte dos candidatos inscritos, de um amplo e minucioso plano de governo, com detalhes em todas as áreas do país, prevendo ações em cada uma, ou seja um calhamaço consistente e exequível de medidas, todas elas devidamente analisadas e aprovadas pelo Tribunal.

         Aceitar candidatos apenas para fazer volume ou por pressão dos partidos, de nada resolve. E não se trata aqui de programas de governo feitos de qualquer maneira, copiando de outros ou inventando medidas que jamais serão implementadas. Muito mais importante do que qualquer candidato é seu programa de governo, que, uma vez apresentado e aprovado nas urnas, deverá ser obrigatoriamente posto em prática, sob pena de ações penais de fraude eleitoral e estelionato.

         Sem medidas dessa natureza, as eleições se transformam exatamente no que infelizmente se tem visto. Já que instrumentos jurídicos, como a Lei da Ficha Limpa, não são mais requeridos dos candidatos, tampouco a Lei de Improbidade Administrativa, todas elas, propositalmente descartadas ou descaracterizadas, ao menos poderiam cobrar, dos pleiteantes ao comando do Executivo, a apresentação de um documento contendo o programa de governo. Sem esse instrumento, o que se tem é a repetição dos mesmos erros e descaminhos tomados pelos chefes do Executivo, que vão agindo à medida em que surgem os problemas, com estratégias, todas elas, feitas em cima do laço, como bem fazem aqueles que vivem da improvisação, levando o governo de um lado para outro e nunca saindo do mesmo lugar.

         Fosse o Brasil uma grande empresa, do tipo multinacional, com todas as exigências de governança e critérios técnicos de alta performance para a escolha de seus diretores, que chances teriam os atuais candidatos, quando se verifica que muitos deles sabem apenas desenhar o próprio nome, e de forma ilegível, numa folha de papel?

 

A frase que foi pronunciada:

“Cresce o poder do narcotráfico. Esse poder ameaça, alicia, mata. Onde consegue chegar ao governo, destrói a democracia”.

(Trecho do Relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito do Narcotráfico, da Câmara dos Deputados, de 1991).

Ilustração: reprodução da internet

 

Alô, Alô responde!

Chega o 5g ao Brasil, mas a conversa entre senadores, por videoconferência, não está lá de se elogiar. Os senadores Wellington Fagundes e Jean Paul Prates, durante reunião da Comissão justamente de Ciência e Tecnologia, quando falavam em radiodifusão, sofreram com várias falhas no áudio e a comunicação ficou entrecortada.

Foto: Albert Gea/Reuters

 

Missão cumprida

Um bom passeio passa pela Chapada dos Guimarães, no Parque Nacional, onde o Lago do Manso se expande entre 40 mil hectares. Quando há enchente no rio Cuiabá, é o Lago do Manso quem dá o suporte à vazão da água. Geração de energia, incremento do turismo, da pesca e preservação do Pantanal.

Foto: Divulgação

 

Curiosidade

O governo da Indonésia recebeu o aval, da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional, para o Acordo de Cooperação Técnica entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República da Indonésia, assinado em Jacarta. Falando em Pantanal e Jacarta, há na província de Papua, no leste da Indonésia, uma floresta onde só mulheres são autorizadas a entrar.

 

História de Brasília

O fato de aproveitar a Legislação Trabalhista para impor às professôras o que convier à Fundação, fugindo aos interêsses das mestras, é, além de antipático, irregular e injusto. (Publicada em 11.03.1962)

Normalização do ódio

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Foto: Thiago Gadelha

 

         Não restam dúvidas de que o pior que poderia advir, como consequência, dessa campanha polarizada começa a tomar forma nas mídias sociais, com os ataques sucessivos aos nordestinos pelo apoio dado ao candidato Lula, no primeiro turno dessas eleições. Trata-se aqui de um sério problema que, pelo seu desenrolar, pode conflagrar ainda mais a nação, levando-nos todos, sem distinção, para o caminho, perigoso e sem saída, dos conflitos fratricidas.

         Ninguém, em posse de suas faculdades mentais e imbuído de um mínimo de ética humana, pode embarcar nesse bote furado. É tudo o que o país não precisa nesse e em qualquer momento. É tudo o que querem os políticos sem compromisso e de olho em vantagens imediatas, mesmo que elas venham tingidas de sangue.

         De um lado desses ataques, estão tanto os seguidores fanáticos da direita como os da esquerda. Nessa rede mundial, onde boa parte dos peixes são fakes, é preciso olhar para essa questão com muito cuidado e, se possível, com a ajuda da Polícia Federal, pois trata-se aqui de um crime que aponta para a dissipação do Estado Brasileiro e que aparece previsto na Constituição atual. De qualquer forma, a guerra de versões foi deflagrada, tendo, como primeiro campo de batalha, a Internet. Nesse meio, a coragem dos que atacam virtualmente é imensa. A coragem, no entanto, para defender o que é certo, falta a esses guerreiros de barro.

         Tudo isso faz lembrar uma história que corria nos anos quarenta, em plena Segunda Grande Guerra. Defensores e críticos do então chanceler alemão, Adolfo Hitler, discutiam sobre os avanços do nazismo. À certa altura, um desses defensores do 3º reich e do fuhrer afirmou, com todas as letras: “As causas que nos levaram a esse conflito mundial e à ascensão do nazismo é toda dos judeus. Eles são os culpados por tudo que nos levaram a essa guerra”.

         Ao ouvir tão disparatada versão dos fatos, que conduziu a humanidade ao maior morticínio de sua história, um crítico desse raciocínio surreal e nitidamente racista ponderou: “A culpa por tudo o que estamos passando, tanto a guerra, como a ascensão do nazi-fascismo no mundo, não é somente dos judeus mas também dos ciclistas”.

        E por que os judeus? E por que os ciclistas? De fato, naquele período, os judeus eram os nordestinos da vez, criticados e atacados não só na Alemanha de Hitler, como em outras partes da Europa e, inclusive, no Brasil, onde eram comuns os ataques aos descendentes e imigrantes judeus. Ao promover essa campanha insana contra os nordestinos, o que os fanáticos não sabem é que estão municiando, cada vez mais, os dois lados dessa disputa.

         A grande questão aqui é reconhecer que essa é uma batalha que interessa apenas àqueles que sabem que as divisões, ao enfraquecer o conjunto da sociedade e ao dividir a nação, tornam possível e mais fácil o avanço daqueles que querem dominar. Esse tipo de tática de guerra é antiga e nem por isso ineficaz. Com a palavra, a Polícia Federal.

 

A frase que foi pronunciada:

“Se ciência for o que os Institutos de Pesquisa fazem antes das eleições, é preciso redefinir ciência.”

Ludovico Saboia

Imagem: cnnbrasil.com

 

Sucesso de bilheteria

Amigo Secreto, documentário de Maria Augusta Ramos, agora está disponível na Apple TV, Google Play, YouTube Filmes, Vivo Play, Claro TV+ e Sky Play.

Foto: Ana Paula Amorim

 

Notícia boa

Goiás está se destacando no atendimento à saúde. A UPA do Novo Gama, que atende o pessoal do Lunabel, funciona 24h com profissionais prestativos e atendimento rápido; inclusive, crianças são atendidas na emergência, sem filas.

Foto: jornalbnews.com

 

Mas veio

No TJDF, há casos onde a vedação do fornecimento de energia elétrica é negado em áreas de parcelamento irregular do solo. Essa é uma boa alternativa para desestimular a ocupação irregular do solo. A iniciativa veio tarde.

Foto: brasiliadefato.com.br

 

Vitorioso

Uma das lembranças mais engraçadas nas conversas com o Adriano Lafetá foi quando discutíamos sobre o cérebro dos homens e das mulheres. Uma amiga dizia, como grande vantagem, que conseguia, numa execução de multitarefas, dirigir ouvindo rádio, cantando, tomando suco e arrumando o porta luvas. Lafetá, com aquele jeito mineiro, respondeu ganhando os ouvintes: Eu só consigo duas coisas: dirigir e ter bom senso. Boas lembranças…

Foto: portaldotransito.com

 

História de Brasília

As professôras de Brasília estão sofrendo terrível perseguição da maioria dos membros da Fundação Educacional. Aumentaram as horas de trabalho, e os vencimentos poderão sofrer redução. (Publicada em 11.03.1962)