Vontade de Arte

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Nise da Silveira. Foto: Alexandre Sant’Anna/SAÚDE é Vital

 

         O senso comum ensina que distúrbios mentais que atingem familiares próximos, causam mais doenças, em decorrência do excessivo stress nas pessoas ao redor, do que nos próprios pacientes. A dedicação intensa, ao longo de toda a sua vida, à psiquiatria, fez de Nise da Silvera uma das heroínas do Brasil, principalmente quando provou que o trabalho e a interação com as artes e com plantas e animais domésticos possuíam um valor terapêutico poderoso, até então desconhecido.

         Mario Pedrosa, um dos mais importantes críticos de arte do país, sentenciou: “A atividade artística é uma coisa que não depende, pois, de leis estratificadas, frutos da experiência de apenas uma época na história da evolução da arte. Essa atividade se estende a todos os seres humanos, e não é mais ocupação exclusiva de uma confraria especializada que exige diploma para nela se ter acesso. A vontade de arte se manifesta em qualquer homem de nossa terra, independente do seu meridiano, seja ele papua ou cafuzo, brasileiro ou russo, negro ou amarelo, letrado ou iletrado, equilibrado ou desequilibrado.”

         O texto acima foi escrito em 1947, por ocasião da primeira exposição de pintura dos pacientes do Hospital (manicômio) de Engenho de Dentro, trabalho então coordenado pela renomada médica e psiquiatra Nise da Silveira (1905-1999), introdutora no Brasil da e um método revolucionário de tratamento humanizador para a esquizofrenia por meio da arte. Somente quem já conviveu ou ainda convive com pessoas com quadro dessa doença mental, sabe o que significa e qual a importância que tratamentos realizados sem agressividade, e não como eram feitos no passado com eletrochoques, insulinoterapia ou lobotomia

         Em 1946, Nise fundou a Seção de Terapêutica Ocupacional (STOR), onde montou ateliês de pintura e modelagem com o objetivo de, por meio da expressão simbólica e da criatividade, os internos conseguissem, de alguma forma, reatar os laços com a realidade. A importância de seu trabalho foi reconhecida em todo mundo por especialistas nessa área, inclusive pelo próprio Carl G. Jung, com quem manteve um longo relacionamento, por cartas por mais de uma década.

         No ateliê, conta um dos seus ex-alunos, Bernardo Horta, houve uma explosão de pinturas, desenhos e esculturas que Nise e sua equipe não esperavam. Nise, que já lia Jung, percebeu aquilo que o psicanalista afirmava: se para o neurótico – o que seria todos nós, segundo Freud – o tratamento é por meio da palavra, ou seja, a psicanálise, para o esquizofrênico, segundo Jung, a palavra não dá conta. Para esse paciente, o tratamento deveria ser pela imagem”. Ao divã e a palavra, preferidos por Freud, Nise optou pela expressão plástica como método terapêutico, conforme recomendava Jung, o que a levou a buscar um tratamento de fato para os pacientes e não simplesmente estudá-los.

         Com isso, afirmam seus biógrafos, Nise aprofundou o trabalho e as ideias de Jung, levando esses novos conceitos de tratamento muito além. Não surpreende que um trabalho tão fecundo tenha, ainda hoje, desdobramentos e muito vigor. O Instituto Nise da Silveira convocou uma série de grafiteiros para decorar os muros da Instituição, transformando o local numa galeria à céu aberto, com dezenas de painéis retratando pessoas que deram contribuição a chamada arteterapia, de forma que o Hospital passe a ser visto como parte integrante da cidade.

           Caso estivesse viva hoje, por certo a Drª Nise da Silveira, com a experiência que vivenciou durante a epidemia de gripe espanhola (1918-1920) e de posse de todo o conhecimento que acumulara, na área de psiquiatria, teria um imenso campo pela frente para trabalhar as neuroses que a atual geração vem experimentando. Em última análise, um problema do mundo atual, com toda a complexidade de nosso tempo, a mudança de costumes e de paradigmas em si, não são capazes de alterar, em profundidade, as características da mente humana. Os complexos e as neuroses humanas de ontem, são, no seu íntimo, as mesmas manifestadas hoje em dia.

         Vários acontecimentos têm afetado a saúde mental de crianças e jovens, além dos adultos, afirmou Guilherme Polanczyk da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, em matéria divulgada pela Agência Brasil. Segundo o psiquiatra, a situação de estresse nas crianças pode ser negligenciada, já que são menos infectadas e o sofrimento pode passar desapercebido.

 

A frase que foi pronunciada:

“Ser espontâneo apenas significa ser coerente consigo mesmo.”

Fayga Ostrower

Foto: Acervo Instituto Fayga Ostrower/Divulgção

 

História de Brasília

Começou o plantio de grama no IAPI 105. A paisagem vermelha e agressiva, começa a ceder ante a presença do verde. A irrigação está com muto atraso e pode prejudicar os planos de jardinagem. (Publicada em 08.04.1962)

Músicas imortais

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É possível dizer que na vida de todos nós, da infância à velhice, em cada período e de modo diverso, existiu sempre, em todo o tempo e lugar, um fundo musical, vindo do rádio ou outro meio qualquer, imprimindo, em nossa memória auditiva, os traços que marcam essas etapas de nossa existência, compondo assim o que seria a trilha musical de nossa existência.

Para aqueles que vieram para construção da capital, nas primeiras décadas do século passado, está gravado, na memória, todo o repertório musical que marcou aqueles anos incríveis. O fato é que existe sim uma trilha sonora diversa, a embalar como músicas de fundo, toda a barulhenta e agitada construção de Brasília, misturando músicas nacionais e internacionais ao som estridente de uma cidade que nascia no meio de nada.

De Luiz Gonzaga aos Beatles, toda essa movimentação de operários e candangos era regida por trilhas musicais daquele período. Coincidentemente, a extraordinária epopeia de erguer-se uma moderna capital no esquecido e vazio Centro-Oeste do país, foi toda ela embalada por um tempo também marcado por uma espetacular explosão de criatividade musical, inserindo o nascimento de uma cidade numa época de efervescência musical, em que foram compostas músicas vivas na memória dos brasileiros daqueles anos.

Há até quem diga que sem essa trilha sonora sem igual, a construção de Brasília não teria o mesmo ritmo e cadência. Fazer aqui uma lista dessas obras, mesmo que enorme, seria, por certo, um trabalho injusto, já que irá deixar muitas composições de fora desse rol. Contamos com os leitores para aumentar essa lista. Algumas das músicas mais emblemáticas, tocadas nas rádios naqueles anos incluem trabalhos como: “Garota de Ipanema”, “Água de beber”, de Tom Jobim e Vinícius de Moraes; “Mas Que Nada”, de Jorge Ben”; Corcovado (Quiet Nights of Quiet Stars)”, de Tom Jobim; “Samba de Janeiro”, de Carlos Alberto Cruz e Jair Amorim; “Chega de Saudade”, de Tom Jobim; “Desafinado”, de Tom Jobim e Newton Mendonça; “A Banda”, de Chico Buarque; “Menino Desce o Morro”, de Tom Zé; “Você”, de Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle; “Berimbau”, de Baden Powell e Vinícius de Moraes.

Estas músicas se inserem tanto dentro do movimento da Bossa Nova como da música popular feita naquele período e já apontavam para um novo momento em que a realidade do país, suas contradições e desigualdades, começavam a ser exploradas pelos compositores desse período. Todas elas ocupam hoje o patamar da MPB (Música Popular Brasileira), sendo consideradas clássicos nacionais. Por certo, que essa não era a trilha sonora de agrado dos operários, que, nessa época, ouviam Luiz Gonzaga, Xotes, Baião, Quadrilha, Samba-de-Coco, Forró, Frevo, Maracatu e muitos outros estilos regionais.

Programas radiofônicos matinais, como o do Coronel Ludugero ou “de Cá, você de Lá” apresentavam, ao lado das atrações de humor e curiosidades, uma longa lista de pedidos musicais, a maioria dedicados a pessoas e amadas que ficaram em outros estados.

Para os que vinham transferidos para a nova capital, a grade de rádio dos primeiros anos da capital apresentava programas como o Não Diga Não, comandado pelo radialista Galeb Baufaker, que, com seu topete típico de Bad Boy, introduzia, pioneiramente, o melhor do rock na cidade, trazendo novidades como os Beatles, Rolling Stones, Beach Boys e tantos outros. Dando um salto de mais uma ou duas décadas depois no tempo, aos candangos, era apresentada a música cinematográfica de Burt Bacharach, amplamente reconhecido como um dos compositores mais importantes e influentes da música popular do século XX e que, agora, deixou-nos com a idade de 94 anos.

Sua obra inclui uma ampla gama de sucessos pop, R&B e música de filmes, bem como peças teatrais de sucesso. A habilidade única de Bacharach de combinar melodias melancólicas e harmonias sofisticadas com letras significativas e inteligentes resultou em algumas das músicas mais memoráveis e amadas de todos os tempos, incluindo “What the World Needs Now Is Love,” “I Say a Little Prayer,” e “Close to You.” Além disso, sua parceria com o letrista Hal David resultou em algumas das mais bem-sucedidas colaborações na história da música popular.

A influência de Bacharach na música contemporânea é inegável. Suas composições foram amplamente elogiadas por críticos e apreciadas por público de todas as idades e gêneros musicais. Ele também teve um impacto significativo na cultura popular como um todo, com suas músicas sendo frequentemente referenciadas e parodiadas em filmes, televisão e mídia. Em resumo, a obra de Burt Bacharach é de enorme importância na música popular do século XX e continua a ser uma fonte de inspiração para muitos artistas contemporâneos. Sua morte recente é uma perda triste para a comunidade musical, mas sua música viverá para sempre como um legado duradouro de seu talento e habilidade única como compositor.

 

A frase que foi pronunciada:

“Nunca gostei de ser enganado por uma namorada ou agente, e certamente pelo presidente dos Estados Unidos.”

Burt Bacharach

Burt Bacharach. Foto: Harry Langdon/Getty Images

 

História de Brasília

Você que dirige em superquadra, saiba que subindo ou descendo O ideal seria que o fizesse em segunda, seja qual for a marca do seu carro. Nessa marcha você evitará trombadas e atropelamentos. (Publicada em 15.03.1962)

Ouro de tolo

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Foto: Reprodução/Pinterest

         Quem, por algum motivo, fosse submetido a um desses processos de criogenia, congelado por aproximadamente umas três décadas, e desejasse, agora, retornar em 2022 ao mundo dos seres viventes, já não reconheceria o planeta que viveu. Muito menos o Brasil.

         Se fosse convidado então para percorrer um desses shoppings da capital, por certo, cairia de costas ao observar o assustador aumento de preços. Seu espanto seria ainda mais profundo quando verificasse a baixíssima qualidade dos produtos oferecidos em lojas de departamento e mesmo em estabelecimentos de luxo.

         Para esse ressuscitado moderno, o que ele observaria, bem diante dos olhos, era o comércio de verdadeiros molambos, vendidos a preços que, em seu tempo, daria para adquirir um carro zero quilômetro. Camisas sociais e vestidos de marca, caríssimos, fabricados agora com tecidos que antes serviam apenas como sacos e embalagens de farinha e de outros grãos, vendidos no atacado.

         O que teria ocorrido com aquele mundo que conhecera? Pendurados em cabides e expostos nas vitrines, o que ele via agora mais parecia uma daquelas feiras de produtos usados nas xepas da vida. Calças e blusas jeans, possivelmente feitos a partir de tecidos reciclados e em situação de farrapos, com rasgos para todo o lado, possivelmente fabricados apenas por máquinas, sem as regulagens necessárias, são ofertados praticamente por todas as lojas. A ele mais pareceria estar diante de um comércio e de uma moda, oferecida para um público que antes ele identificava como maltrapilhos. Uma moda para mendigos. Mendigos até de atenção e carinho que, por incrível que pareça, preferem a presença de gatos e cachorros à presença de humanos. Gatos e cachorros que também passeiam em shoppings, como acompanhantes. Gatos e cachorros que já têm leis de proteção à sua volta e, pasmem, plano de saúde.

          Nesse novo mundo de distopia, dentro e fora das lojas, as pessoas se vestem com farrapos e é difícil distinguir quem é o mendigo e quem é a antiga e vaidosa dondoca. Nas etiquetas dos produtos, outra surpresa. Quase nada fabricado no Brasil. A maioria de países como a China e outros da parte Leste do globo. O “made in Brazil” sumira das lojas. Quiçá estaria sendo vendido em outras partes do mundo, inacessível agora ao consumidor interno. Tudo é perecível. Do fogão à geladeira. Rara a máquina de lavar roupas durar 30 anos como as antigas. Emprego também. Jogadores do futebol brasileiro como Garrincha e Pelé ficaram pendurados na parede. Hoje, estudar não é sempre um diferencial. Basta comparar a conta bancária de um professor com a de um jogador de futebol, que mal sabe cantar o hino da nação.

          Que terremoto teria acontecido no país para que os produtos nacionais deixassem de existir? Onde foram parar as milhares de fábricas têxteis e de confecções que antes eram encontradas por todo o território nacional? O que teria acontecido também com as fábricas de calçados, produtos esses que eram admirados em todo o mundo pela qualidade do material e pelo design.

          A moda mulambo ou, mais modernamente, o “mulambu’s fashion”, vinda de países reconhecidos, ideologicamente, como economia de mercado, arruinou a indústria nacional, a tal ponto, que os consumidores foram transformados em pedintes esfarrapados sem sequer perceber.

          Evitemos falar da pobreza da música, das artes. Risquemos esse assunto com a “caneta azul, azul caneta”. Diferença agora é que esses mulambos, por ação e pressão de um marketing subliminar, passaram a ser vendidos a preços de ouro para uma gente tola, que tudo aceita. Era o que antes se chamava “ouro de tolo”.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“E você ainda acredita/ Que é um doutor, padre ou policial/ Que está contribuindo com sua parte/ Para o nosso belo quadro social.”

Raul Seixas

Raul Seixas. Foto: Divulgação

 

Agência Senado

Falta pouco para a homeopatia e acupuntura fazerem parte do rol de serviços oferecidos pelo SUS. A proposta é do senador Marcos do Val, que esclareceu sobre a responsabilidade do gestor municipal de implementar as terapias. A proposta aguarda despacho para as comissões temáticas do Senado.

Foto: Divulgação

 

Humor

Mais uma vez, o Amin arranca gargalhadas dos colegas. Em cumprimento ao senador Carlos Viana, disse que se tratava de um profissional da aeronáutica que dava lição de grande conhecimento. Dali em diante, o senador Amin o trataria como Califa, que tem um brevê até de tapete voador.

Senador Esperidião. Foto: senado.leg.br

 

História de Brasília

O Senador Lino de Matos distribuiu nota informando que é “definitiva a candidatura do sr. Jânio Quadros ao govêrno de S. Paulo”. Parece, entretanto, que o sr. Jânio Quadros não tendo gostado de sua recepção, viajará, proximamente, para a Europa, voltando, depois em circunstâncias melhores. (Publicada em 13.03.1962)

Arte e verdade no mundo falso da política

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Reprodução/Multishow 11.09.2022

 

Quem quer viver às custas da aprovação popular incorre num antigo erro de estratégia, quando torna pública sua preferência por um lado do espectro político, desprezando e descartando, assim, parte dos seus seguidores e fãs, que não se enquadram em suas posições. Fica a meio caminho. Pior ainda quando essas preferências políticas são exacerbadas e radicais. Aí mesmo que o racha em seus seguidores se acentua. Parte daqueles que se achavam fãs viram opositores e passam a desprezar tanto a obra como o autor. É da condição humana.

Há aqueles que nunca se deixam confundir, separando o que é a obra e o que é seu autor. Fossem conhecidas todas as facetas humanas de cada um dos ídolos que desfilam na vida artística, pelo menos metade deles seria banida da preferência popular. É nessa condição, e até por um instinto de marketing e de preservação da fidelidade de seus seguidores, que muitos artistas declinam da condição de se fazerem propagandistas e defensores de políticos, sejam eles quem forem.

Quem quer viver às custas da aceitação popular e com isso angariar clientes fiéis, dentro do espírito capitalista, deve antes de tudo escolher o caminho do meio, aceitando tanto quem é contra como quem é a favor. Acostumados a viver da bajulação do público, muitos artistas acabam adentrando para o mundo do faz de conta e da ilusão passageira da fama. Os que optam por caminhos radicais, conhecem o ostracismo mais cedo.

Vivessem todos de acordo apenas com suas preferências, fazendo, dessas opções, um dogma, não haveria harmonia humana, e sim um eterno embate e divisões insanas. Deixar-se contaminar por critérios momentâneos e ocasionais é a receita certa para o fracasso. Ainda mais quando esses critérios dizem respeito apenas a escolhas pessoais e subjetivas, algumas delas, como é o caso das eleições, reguladas por lei, obrigando o sigilo absoluto do voto.

Houve um tempo em que, nas redações de jornais, a regra era simples: Jogador de futebol, joga bola. Cantor, canta. Artista plástico pinta ou borda. Nenhum deles fala ou transmite opiniões, sobretudo de cunho político. Mesmo assim, era comum ouvir absurdos vindos desses personagens. Insistir para que artistas, que conhecem e exercem muito bem seus ofícios, falem sobre suas preferências políticas e sobre sua visão do país é, por outros meios, fazer com que parte de seu público o abandone no meio do caminho.

Quer afundar um cantor ou compositor, peça que ele externe sua visão e posição política. O fã ou fanático, que a tudo endeusa, não quer enxergar o lado humano de seus ídolos e muito menos suas fraquezas. Ao conhecer seu artista de perto, sem as lentes filtradas da propaganda, muitos fãs se decepcionam com o que passam a conhecer.

Calados e focados em suas obras, todos os produtores de arte e entretenimento se aproximam de Deus e assim são vistos pelo pessoal que o aplaude. Forçar os artistas para que desçam à terra e se posicionem sobre o momento é uma forma de transformá-los em ídolos de barro fino, que serão facilmente despedaçados.

Quem quer fazer proselitismo do tipo político que o faça pelo conteúdo e expressões de sua arte e nunca por declarações do tipo “palanqueira”, enredado pelo ilusório discurso político, que muda como se muda de roupa.

Antigamente, o sentido de beleza se confundia com a verdade e a verdade era o que os artistas perseguiam. Nessa condição, os artistas passam a representar as primeiras vítimas da política. Arte e verdade, mesmo cada uma pertencendo aos distintos mundos da estética e da ética, são, portanto, antagônicas dos conceitos da política e da mentira.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“O assunto mais importante do mundo pode ser simplificado até ao ponto em que todos possam apreciá-lo e compreendê-lo. Isso é – ou deveria ser – a mais elevada forma de arte.”

Charles Chaplin

Jackie Coogan e Charles Chaplin em ‘O Garoto’. Em vídeo, trailer da versão restaurada.

 

Morte natural

Na Alemanha, a NTV deu a matéria da morte do índio Tanaru ou “Índio do buraco” quase da mesma forma que a imprensa brasileira. Não fosse o último parágrafo com a fala de Fiona Watson, da Survival Internacional, que afirma ser aquela região considerada o Oeste Selvagem do Brasil, onde as disputas por terras são resolvidas com armas. “Simbolizou tanto a terrível violência e crueldade feita aos povos tribais em nome da colonização e ganho econômico, quanto sua resistência.”

 

Celebração

Coordenadas pela ex-chefe do cerimonial do Senado, Mônica Freitas, que ciceroneou o príncipe Charles quando conheceu o parlamento brasileiro, 8 amigas vão fazer uma homenagem póstuma à rainha Elizabeth com um chá das 17h no dia da Coroação. A turma se reunirá um pouco mais cedo (16h), para ver as fotos do príncipe em Brasília.

Rainha Elizabeth II em seu casamento. Foto: Topical Press Agency/Getty Images

 

História de Brasília

Quando uma criança deseja ir ao sanitário, vai em casa, porque a escola não dispões de instalações, nem água corrente. Vivem como pacaás velhos, em plena Capital da República. (Publicada em 10.03.1962)

 

 

 

A arte da cidade perde mais uma incentivadora

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ARI CUNHA

Visto, lido e ouvido

Desde 1960

com Circe Cunha e Mamfil

colunadoaricunha@gmail.com;

arte

           Nenhum elemento é mais indicativo do estágio evolutivo de uma sociedade do que sua produção artística. Para alguns antropólogos, inclusive, a capacidade de um indivíduo produzir arte testemunha, de forma inequívoca, sua racionalidade na busca de interpretação do mundo ao seu redor sendo, portanto, o fator que mais o distingue dos demais animais.

            Mesmo num país como o nosso, envolto ainda em questões primárias, como a luta diária pela sobrevivência, a produção de arte de qualidade sempre foi uma constante, independente do mercado e dos incentivos vacilantes desse ou daquele governo. Por sua força ontológica, a arte sobrevive às crises, aos governos, aos mercados e aos próprios indivíduos, adquirindo vida própria, independente do meio.

         Mas se a arte, por sua natureza extra-humana, pode prescindir de tantos fatores para continuar a existir, ela praticamente sucumbe quando certos indivíduos, dotados de uma força única e sobrenatural, saem de cena. Agindo lado a lado com os artistas, é graças à dinâmica e ao ânimo incansável desses mecenas e agitadores culturais que as sementes da arte são lançadas em terreno fértil.

         Brasília, que, desde a sua construção, soube unir arte e arquitetura, criando monumentos que dignificam a todos e que são objetos de admiração em todo o mundo, por esses atalhos imprevistos da história, deixou de lado o sonho de seus idealizadores de fincar aqui uma capital voltada para a elevação cultural de nosso povo. Talvez por isso mesmo, passados mais de meio século, Brasília ainda permaneça às margens do eixo artístico formado por Rio de Janeiro e São Paulo.

Foto: correiobraziliense.com.br
Foto: correiobraziliense.com.br

         Ainda assim, em meio à um ambiente que, para muitos, sempre pareceu hostil a produção artística, é de se destacar o papel pioneiro e fecundo desses verdadeiros e abnegados incentivadores culturais, que, agindo sob inspiração divina, impeliram diversos artistas e projetos coletivos de arte, dedicando tempo precioso de suas vidas no apoio a arte do criar arte.

          Desses raros mecenas, como Lúcia Garófalo e Celina Kauffmann, que sem dúvida nenhuma, deixaram grande legado de serviços para as artes e principalmente para os artistas locais, o nome de Flavita Boeckel aparece também em luzes douradas e, por certo deverá permanecer para sempre na memória de todos que conheceram sua pessoa e seu trabalho em prol da arte e da cultura do Distrito Federal.

        Considerada por muitos como uma verdadeira madrinha das artes, Flavita se tornou referência para várias gerações de artistas e artesãos. A saída de cena agora, dessa artista sensível e dedicada, deixa em suspense e em profunda tristeza uma legião imensa de artistas, que pressentem ter perdido um raro farol a iluminar nossa cidade. Ao menos, fica, com o presente para todos o seu exemplo de vida e as sementes que plantou aqui no cerrado.

A frase que foi pronunciada:

“Essa greve dos caminhoneiros me fez abrir os olhos.”

Antonio Salles, reorganizando a vida para usar a bicicleta, o transporte coletivo, cuidar da saúde e economizar muito.

Charge: jornalvs.com.br
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Nas alturas

Os supermercados e os postos de gasolina foram os maiores exemplos de ganância durante a crise. Os preços subiram absurdamente como prova da falta de patriotismo. No Big Box, a mesma compra teve um aumento de pelo menos 13% de carona na paralisação dos caminhões. A gasolina, todos sabem e sentiram. Teve quem cobrasse até R$ 9,00 o litro.

Acordo

Palavra de ministro. Eduardo Guardia, da Fazenda, teve a fala registrada pelo pessoal da taquigrafia do Senado. Está garantido que para atender as demandas dos caminhoneiros não será necessário aumento de tributação. A compensação virá de cortes e reduções em incentivos a setores específicos. Na verdade, não foi possível esclarecer que setores são esses para evitar novas revoltas.

Charge: sobralemrevista.blogspot.com
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Nutricoaching

Assessorada pela Pró Ativa, a Nutricoaching distribuiu um release bem interessante. Deu todas as dicas para curtir as festas juninas sem exagerar nas calorias. Veja o release no blog do Ari Cunha e experimente executar as receitas.  Flávio Resende e Dayanne Holanda são os responsáveis pelo texto.

Festa Junina não pode ser saudável? É mentira!

NutriCoaching prepara algumas dicas para você não deixar de curtir uma das celebrações mais aguardadas do ano pelos brasileiros, mas de forma saudável e sem culpa depois

Brasília, 30 de maio de 2018 – O frio chegou para o brasiliense e com ele teve início também a temporada de festas juninas, época aguardada por muitos não só pela animação das quadrilhas de dança, mas, sobretudo, pelas típicas iguarias deste período do ano. Mas e a dieta, como fica? Para a nutricionista da NutriCoaching, Enaile Arrais, devemos evitar os alimentos muito gordurosos e, principalmente, vários ao mesmo tempo, como por exemplo o pastel, os bolos, o cachorro quente (pela presença do embutido salsicha e molhos prontos ricos em sódio e glutamato monossódico), sem contar o excesso de doces, canjica e curau de milho.

Segundo a especialista, há qualidade nutricional em alguns alimentos típicos, como os caldos, churrasquinhos, quentão, milho assado ou cozido, arroz carreteiro e o baião de dois. “Mas o ideal mesmo é que o consumo de calorias não ultrapasse 700 kcal”, afirma.

Dez recomendações da NutriCoaching

para o período de festas juninas:

A época de festas juninas é divertida e reúne toda a família e amigos. É um momento de descontração, que muitos esperam o ano todo para degustar os saborosos pratos típicos. Por isso, não há necessidade de privação do consumo, mas, sim, de equilíbrio e bom senso nas escolhas. Confira as dez dicas que preparamos para vocês:

1- Evite consumir dois ou mais pratos típicos muito calóricos na mesma festa, como pastel e cachorro quente, por exemplo;

2- Balanceie as escolhas alimentares nas festas, como: caldo e pastel ou churrasquinho e baião de dois

3- Caso queira ingerir e experimentar uma sobremesa típica das festas, escolha uma entre as diversas opções presentes: bolo, doce caseiro (cocada, pé de moleque, doce de frutas), chocolate quente, maçã do amor, canjica, pamonha doce;

4- Opte por ingerir somente um tipo de bebida após ou antes das comidas, assim o consumo calórico não se elevará tanto;

5- Procure não ir a todas as festas. Escolha algumas para ir. Assim, você evita o alto consumo dessas comidas típicas calóricas;

6- Ao escolher a ingestão do cachorro quente, prefira na chapa, para evitar os molhos prontos muitas vezes utilizados nesta opção de preparo;

7- Quando comemos pouco, podemos comer de tudo um pouco e o efeito não será tão prejudicial. Portanto, cuidado na quantidade das porções;

8- Caso queira experimentar de tudo um pouco, compre e leve para casa e consuma nos dias seguintes e em outros horários;

9- No caso das crianças, cabe aos pais o controle do que ela irá ingerir nas festas. Então, desenvolva um limite de consumo para também apenas uma refeição doce, caso ela queira;

10- Última dica muito importante! Não vá com muita fome para as festas. Assim, o estrago será maior. Procure fazer um lanche da tarde rico em fibras (frutas, proteínas e cereais). Dessa forma, a fome no período noturno estará mais controlada.

Receitinhas da NutriCoaching para

Festas Juninas mais saudáveis:

Para moderar no uso de ingredientes muito calóricos, usamos alimentos funcionais para trazer o sabor e o valor nutricional à cada receita. Confira:

Foto: br.pinterest.com
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CURAU  DE MILHO FUNCIONAL

Ingredientes:

– 4 espigas de milho

– 500 ml de leite de coco

– 2/2 xícaras de chá de açúcar de coco

– Canela em pó à gosto

Modo de Preparo: Tire o milho das espigas, bata o milho com o leite e passe pela peneira duas vezes. Acrescente o açúcar e leve ao fogo médio mexendo até desgrudar do fundo da panela. Coloque em mini tigelas individuais e salpique canela em pó por cima.

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CANJICA FIT E FUNCIONAL

Ingredientes:

– 500 gramas de milho para canjica

– 1 e 1/2 xícara de chá de água

– 2 paus de canela grandes

– 5 cravos da índia

– 5 xícaras de chá de leite de coco

– 1 e 1/2 xícara de chá de leite de coco em pó

– 1 xícara de chá de açúcar de coco

– 1 colher de sopa de manteiga ghee

– Coco fresco em lascas

Modo de Preparo: Deixe os grãos de milho de molho por 24h um dia antes do preparo da receita e jogue a água fora. Cozinhe-os de uma hora e meia a duas ou de 30 a 45 minutos em panela de pressão, junto com o cravo e a canela. Bata o leite, leite em pó e o açúcar. Quando os grãos estiverem macios, junte o batido de leite e a manteiga, deixando ferver enquanto mexe a mistura para não grudar no fundo. Ferva por aproximadamente 10 minutos e desligue o fogo. Deixe descansar por uma hora, salpique canela em pó, coco em lascas e sirva depois.

Sobre a NutriCoaching – Fundada em 2015, a Nutricoaching é uma empresa que trabalha com o conceito de Nutrição Comportamental e utiliza como uma de suas ferramentas o Coaching Nutricional. É certificada pela maior empresa de Coaching Nutricional do mundo, a Precision Nutrition. Sua proposta é melhorar a efetividade dos processos de emagrecimento de seus clientes, entregando resultados mais consistentes e perenes. Entre os serviços da empresa estão o Programa Nutricoaching, consulta nutricional, consulta de Medicina Preventiva e Endocrinologia, exame de bioimpedância, além do curso de Coaching Nutricional para Nutricionistas.

SERVIÇO:

NutriCoaching

End.: SHCSW 305 Centro Clínico Sudoeste, sala 246. Sudoeste, Brasília-DF

Telefones: 61 3879-2004 / 999230707

Site: www.nutricoaching.co

E-mail: contato@nutricoaching.co

Instagram: @nutricoachingco

ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO – NUTRICOACHING

Proativa Comunicação

Contatos: Flávio Resende (61 99216-9188) / Dayanne Holanda (61 98114-6886)

Tel.: (61) 3242-9058/2845

E-mail: proativa@proativacomunicacao.com.br

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Pano para manga

Roberto Requião não está para brincadeira. Disse em entrevista que já lançou sua candidatura para testar a base do MDB. Segundo o senador, 420 convencionais foram consultados. Desses, 200 responderam sendo que 80% foram favoráveis ao nome dele contra 20% de Henrique Meirelles.

Foto: theintercept.com
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Futuro

Agora faltam duass mudanças na cultura nacional. A primeira é o Brasil começar a desenvolver sérias estratégias que garantam a soberania nacional em relação à água. Sem gasolina é possível sobreviver. Já sem água… E a próxima vitória será quando o futebol e samba não tiverem mais a importância que têm. Assim, o povo brasileiro não será ludibriado enquanto se sente anestesiado.

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Se de fato a Novacap pagou um bilhão e meio, no que não acreditamos, o dinheiro está sendo desviado de Brasília, pelas firmas empreiteiras. É que quando se pagava, outrora, meio bilhão, o movimento do comércio aumentava a olhos vistos. (Publicado em 21.10.1961)