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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Que relações de causa e efeito poderiam haver entre a decisão, tomada agora, pela 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), anulando todas as buscas e apreensões anteriormente adotadas pelo Juiz Marcelo Bretas, na Operação Esquema $, e a saída, também divulgada agora, do procurador Deltan Dallagnol do Ministério Público Federal? Aparentemente, são duas decisões distintas e longe de quaisquer causalidades diretas. Mas, examinando com lupa esses dois fatos do momento, e tendo como base a miríade de outras decisões passadas, proferidas pela mesma Suprema Corte, transformando, em pó, inquéritos rumorosos, desacreditando, de uma penada, o trabalho árduo de procuradores, de juízes da 1ª instância e da própria Polícia Federal, a conclusão a que se chega é que lutar contra os crimes do colarinho branco é uma batalha vã e até perigosa.
Não são poucos os procuradores e outros verdadeiros operadores da Justiça que têm demonstrado desânimo e desalento no exercício da função. Não têm sido poucos também os ataques feitos, diretamente por ministros do STF, ao trabalho da forças-tarefas, acusadas, sem provas e de forma caluniosa, de agirem como organizações criminosas. Com a saída de Deltan Dallagnol do Ministério Público, um jovem e incansável profissional, admirado por seus pares e que muito ainda podia fazer pela instituição e pelo Brasil, quem perde é a parcela da sociedade formada por pessoas de bem.
Foi graças à atuação destemida de procuradores combativos como Dallagnol e Bretas e tendo à frente o ex-juiz Sérgio Moro, que a população chegou um dia a sonhar que o Estado Democrático de Direito finalmente iria surgir das cinzas, fazendo valer o que determina a Constituição em seu artigo 5º. No entanto, no meio do caminho desses corajosos juízes e procuradores havia uma pedra chamada STF, intransponível como a Bastilha era para os franceses antes de 1789.
A escolha política dos ministros que compõem o Supremo, com todo o ritual que antecede a sabatina, incluindo o périplo dos indicados por gabinetes e conversas ao pé do ouvido, entre o candidato e aqueles que irão votar em sua aprovação, empresta, a essa instância da Justiça, quer se queira ou não, todos os vícios e algumas poucas virtudes que também permeiam a nossa atual classe política.
Para um país como o nosso, onde a credibilidade tanto da classe política como da Justiça tem sido historicamente baixa, não surpreende que os males vistos em um sejam observados também em outro. Na verdade, o ativismo judicial, constantemente presente nessa Corte, ao refletir os vícios do mundo político, embaça a vidraça da Justiça, impedindo que ela exerça o que seria de seu mister: fazer justiça ou, ao menos, impedir que injustiças sejam cometidas em nome de outros propósitos estranhos à cidadania e à República.
A frase que foi pronunciada:
“Nunca perca de vista o fato de que não há democracia com a fome. Não há desenvolvimento com a pobreza e muito menos justiça com desigualdade.”
Papa Francisco
Fiocruz
Carlos Machado de Freitas, Débora da Silva Noal e Maria Fabiana Damásio Passos, da Fiocruz, organizaram dezenas de textos sobre cuidados, perigos e recomendações durante a pandemia. Acesse o rico material no link RECOMENDAÇÕES E ORIENTAÇÕES EM SAÚDE MENTAL E ATENÇÃO PSICOSSOCIAL NA COVID-19.
Absurdo
Em viagens pela Bahia, entre cidades, pelo mar, de catamarã, é comum ver estrangeiros com meninas nativas, crianças que trocam o corpo por comida. Por mais que as autoridades advirtam com cartazes no aeroporto, pedófilos continuam buscando o Brasil.
Leitor
Todo erro cometido por cartórios não deveria ser arcado pelo cliente. É muito fácil cometer erros atrasando o planejamento do consumidor e ainda cobrar mais por isso. Aconteceu no cartório JK.
Consome dor
Não fosse um dos IPTUs mais altos do país, seria inútil apontar esse tipo de falha. Na rua do INDI, escuridão total; no trecho 9, a escuridão segue até a Casa da Dinda. A partir daí, a noite parece dia.
História de Brasília
Por mais que queiram, os médicos do Ministério da Aeronáutica pouco oi quase nada poderão fazer. As consultas são dadas às centenas por semana, mas cada doente que sai, deixa no médico a certeza de que voltará depois, com a situação agravada em virtude da dificuldade de alimentação. (Publicada em 13/02/1962)
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Enquanto a elite da classe política mundial, formada toda ela por homens brancos e essencialmente urbanos, buscavam na COP26 uma fórmula de consenso, capaz de parar o relógio que marca o fim de um planeta habitável, quando ele indica faltar me nos de um minuto para o apocalipse total da meia-noite, uma pequena índia, representante do povo Paiter Suruí, de Rondônia, as sumia a tribuna, com seus trajes típicos, para pronunciar o que tal vez seja o mais importante discurso ouvido em toda essa reunião.
Para muitos, essa foi a melhor representante que o Brasil poderia ter no encontro, por sua clareza de propósitos, seus ensinamentos diretos e por ser parte integrante do drama vivido, atualmente, pelos indígenas que habitam este continente. Suas credenciais profissionais e sua luta pessoal contra o fim das florestas merecem um destaque à parte.
Com apenas 24 anos, a índia Txai Suruí, cujo nome completo é Walelasoetxeige Suruí, é estudante de direito, trabalha no Departamento Jurídico da Associação de Defesa Etnoambien tal Kanindé, em Rondônia.
Ela é líder e fundadora do Movimento da Juventude Indígena no estado e considerada referência em assuntos relacionados à causa indígena na região. Txai é representante da Guardians of Forest, uma aliança de comunidades que protege as florestas tropicais em todo o mundo, além de conselheira da Aliança Global Amplificando Vozes para Ação Climática Justa e voluntária da organização Engajamundo. Foi representante de seu povo na Conferência do Clima na Organização das Nações Unidas (ONU)-COP25-, realizada em Madri.
Consta ainda de seu respeitado currículo a participação como primeira reitora indígena do Centro Acadêmico de Direito da Universidade Federal de Rondônia. Txai Suruí exerce também atividades e lutas em prol da justiça ambiental e social para todos, integrando o Conselho Deliberativo do WWF-Brasil.
Com um cartão de visitas desse porte, Txai estava mais do que credenciada para o tema ambiental e as calamidades, provocadas pela má atuação do homem branco do que a maioria dos chefes de Estado presentes à COP26.
Essa coluna toma a liberdade de apresentar na íntegra o discurso certeiro de Txai na abertura da COP26, por sua importância e por suas lições que devem, neste momento grave da humanidade, ser apreendido e respeitado, como um sinal de que há ainda esperanças de nos redimirmos do nosso comportamento errático nesse planeta, bastando, para isso, seguir o conselho de quem mais entende de florestas, que é o povo indígena ou, como bem chamados, povos da floresta.
“Meu nome é Txai Suruí, eu tenho só 24 anos, mas meu povo vive há pelo menos 6 mil anos na Floresta Amazônica. Meu pai, o grande cacique Almir Suruí, me ensinou que devemos ouvir as estrelas, a Lua, o vento, os animais e as árvores. Hoje, o clima está esquentando, os animais estão desaparecendo, os rios estão morrendo, nossas plantações não florescem como antes. A Terra está falando. Ela nos diz que não temos mais tempo. Uma companheira disse: vamos continuar pensando que, com pomadas e analgésicos, os golpes de hoje se resolvem, embora saibamos que amanhã a ferida será maior e mais profunda? Precisamos tomar outro caminho com mudanças corajosas e globais. Não é 2030 ou 2050, é agora! Enquanto vocês estão fechando os olhos para a realidade, o guardião da floresta Ari Uru-Eu-Wau-Wau, meu amigo de infância, foi assassinado por proteger a natureza. Os povos indígenas estão na linha de frente da emergência climática, por isso, devemos estar no centro das decisões que acontecem aqui. Nós temos ideias para adiar o fim do mundo. Vamos frear as emissões de promessas mentirosas e irresponsáveis; vamos acabar com a poluição das palavras vazias, e vamos lutar por um futuro e um presente habitáveis. É necessário sempre acreditar que o sonho é possível. Que a nossa utopia seja um futuro na Terra. Obrigada!”
A frase que foi pronunciada:
“No começo, pensei que estava lutando para salvar as seringueiras, depois, pensei que estava lutando para salvar a floresta amazônica. Agora, eu percebo que estou lutando pela humanidade.”
Chico Mendes
Choro
Já deveriam ter tomado as providências burocráticas necessárias para tornar o Chorinho do Grão em evento cultural e tradicional da cidade. Na última comercial do Lago Norte, as apresentações eram alegres, saudáveis e até educativas, trazendo a boa música brasileira. Uma autuação foi feita no horário em que se pode ser feliz, e a polícia acabou com a festa depois da reclamação de um morador. Onde está a polícia que não passeia pelo píer do Lago Norte, às 4h da manhã, para autuar os carros com som potentes que tocam funk?
Enfim
Havíamos tratado desse assunto e, agora, o deputado federal Júlio César, representante do DF, apresentou um projeto de lei para mudar o pictograma referente aos idosos em todo o país. Uma pessoa encurvada, com a mão nas costas, usando uma bengala é um exagero para representar o idoso versão 2021. Clique aqui e acesse o texto do Chico Sant’Anna que fala sobre o assunto.
História de Brasília
Os remédios são amostras grátis, e não pode ser de outra forma, porque ninguém tem dinheiro para comprar. É constrangedor o quadro de saúde da tribo Carajá, mas as doenças em maior número provêm de deficiência alimentar. (Publicada em 13/2/1962)
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Vem aí mais um Natal. Depois de quase dois anos de pandemia e de mais de 5 milhões de mortes em todo mundo, não há muito o que comemorar, ainda mais quando se verifica que a velha inflação, nossa conhecida, está de volta com força total para a alegria somente daqueles que sempre lucraram com a desvalorização de nossa moeda.
O único papai noel que este ano teria motivos para comemorações é aquele que vem de trenó, com os olhos puxadinhos, diretamente da Ásia Oriental. Ele tem sido o maior e talvez o único beneficiário em termos econômicos de todo esse longo período de pandemia que vem assolando o mundo. O Noel asiático tem saído não só praticamente ileso de todo esse processo, mas com ganhos astronômicos, advindos das vendas de mate rial hospitalar e de saúde de emergência, além de outros insumos que não são fabricados no Ocidente. Tanto desempenho e desenvoltura, numa crise planetária dessa magnitude, tem levado muitos a considerar essa doença providencial para a economia chinesa. Não podemos especular sobre tão séria questão, que só o tempo e a persistência nas investigações poderão dizer. Por enquanto, ficamos com os fatos e o que eles dizem.
Em meio à pandemia, a economia da China foi a única que cresceu, cerca de 11,5% no segundo trimestre em 2020, enquanto os índices do mundo registraram decréscimo no crescimento que só era visto em tempos de guerra. Em média, houve uma que da, no ano passado, de 9,5% nas maiores economias do planeta, com Bolsas de Valores no vermelho e retrocesso no emprego.
Com isso, a economia chinesa, friamente calculada, deve superar a americana nos próximos cinco anos. É um desempenho e tanto em meio à maior crise sanitária experimentada pelo mundo moderno. Se os números explicam uma parte dessa história, o que pode realmente esclarecer, na prática, essa diferença entre as economias da China e do Ocidente pode ser confirmado numa simples ida às lojas de departamento.
De cada 10 itens que as pessoas compram no Natal, ou ocasionalmente, pelo menos nove são made in China. De roupas a eletrodomésticos, todos os produtos oferecidos nas grandes lojas de departamento vêm daquele país. O Brasil que produzia os melhores calçados e os melhores têxteis do planeta, praticamente desapareceu. Fala-se em concorrência e preços mais baixos. Mas seria mesmo que vem ocorrendo e que tem sepultado vários setores de nossa economia desde que o governo petista, numa estratégia de mestre, reconheceu a China como economia de mercado, escancarado as portas do país para a invasão dos produtos chineses?
O fato é que, apesar de todos os investimentos feitos no Brasil, superiores a US$ 66 bilhões, nossa produção é incapaz de concorrer com os preços ofertados pelos chineses. Essa disputa tem feito desaparecer das prateleiras, quase por completo, os produtos made in Brasil. Ainda assim, muitas empresas brasileiras foram se instalar na China, fabricando por preços menores e qualidade idem, ajudando no desmonte de nossas indústrias e no desemprego nesse setor.
Está na hora de surgir grandes lojas de departamento especializadas na venda de produtos fabricados no Brasil, melhorando a qualidade dos produtos e gerando empregos internamente. Ou os brasileiros acordam para essa questão, ou, nos próximos anos, voltaremos à condição de colônia, tendo a China como metrópole central e com todos os problemas e malefícios que essa relação de dependência econômica causa e que a história nos ensinou a duras lições.
A frase que foi pronunciada:
“Tudo o que aumenta a liberdade aumenta a responsabilidade. Tudo o que diminui a liberdade extingue a vontade.”
Dona Dita, dando um empurrãozinho em Victor Hugo
Sim ou não?
Você apoia a proposição a favor de tornar crime o ensino de ideologia de gênero nas escolas? Então vote! A seguir, o link para a consulta pública em votação criada pelo e-cidadania do Senado Federal.
–> SUGESTÃO nº 24 de 2018 (SUG 24/2018)
Festival do Japão 2021
Culinária japonesa da melhor qualidade à disposição dos brasilienses neste fim de semana. De 5 a 7, no Clube do Congresso. Veja, a seguir, como retirar os ingressos. Levando 1kg de alimento não perecível, o ingresso é reduzido pela metade. Será necessário apresentação da carteira de vacinação.
–> Feira do Japão Brasília 2021
História de Brasília
O Ministério da Aeronáutica, por sua vez, não dispõe de verba que chega a cinco milhões mensais, para cobrir, em toda a extensão, as despesas do hospital. (Publicada em 13/2/1962)
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Uma das muitas dúvidas que aflige os chefes de governo presentes, na COP26 em Glasgow, é saber, ao certo e sem “pedaladas ambientais”, que rumos irá tomar o Brasil com relação à redução das emissões de gases de efeito estufa nesses próximos anos. O não comparecimento do presidente da República na COP26, ainda mais quando se verifica que ele próprio estava na Europa nessa ocasião, deixou, segundo observadores presentes na reunião, a má impressão de que a ausência do chefe de Estado nessa Cúpula sobre o clima pode ser usada como pretexto para não assumir pessoalmente qualquer compromisso taxativo diante de seus pares, que prejudiquem suas pretensões com relação às próximas eleições e, sobretudo, que venham comprometê-lo com seus apoiadores, no caso de um provável segundo mandato.
Por certo, o agronegócio, que apoia incondicionalmente seu governo, está comemorando esse desdém do presidente com a COP26 e uma possível restrição à expansão de seus empreendimentos no Brasil. Com sua decisão em não comparecer à COP26, quem perde é o Brasil, que passa a ser incluindo entre as nações com pouca ou nenhuma credibilidade perante o mundo, num momento delicado para o planeta e para o futuro da humanidade.
É preciso ter em mente que o problema ambiental, com todas as variantes climáticas que estamos assistindo no dia a dia, chegou ao seu limite extremo, não sendo mais toleradas indecisões com base em questões internas de cada país, muito menos questiúnculas do tipo eleitoral. É sabido que a maioria dos países desenvolvidos já vêm correndo contra o tempo e adotando, em ritmo acelerado, tecnologias que valorizam a produção de energia renováveis e limpas.
Com isso, já está previsto até uma queda surpreendente na demanda por petróleo, o que pode levar, empresas como a Petrobras e outras a se tornarem obsoletas e desvalorizadas em pouco mais de três décadas. A queima de derivados do petróleo está assinalada como uma das maiores inimigas do planeta.
A segunda maior ameaça vem por conta do desmatamento e da queima de vegetação nativa, questão que diz respeito direto ao Brasil. Embaixadas de todo o mundo, com sede em Brasília, enviam diariamente informações aos seus governos sobre a situação ambiental no Brasil, e sobre as medidas adotadas internamente nessas questões.
São informes, reforçados por imagens de satélites e por ONGs que atuam no Brasil, dando um quadro geral da situação do momento. Mentir em tentar apresentar dados falaciosos sobre a situação ambiental é desnecessário porque vai contra os fatos. Hoje já é possível dizer que, nessas questões, ninguém mente impunemente. Os dados de que dispõem os cientistas confirmam que o governo brasileiro vem dando informações diferentes, desde os primeiros encontros do clima, a não cumprir nem um terço dos acordos que vem estabelecendo.
É preciso entender ainda que a maior preocupação, não só do mundo como de muitos brasileiros que assistem essa destruição de perto, é com a Amazônia, com o Cerrado e com biomas como o Pantanal e a Floresta Atlântica. Trata-se aqui de um problema de todos os habitantes da Terra, porque, ao contrário do que acreditam governos mal informados e mal intencionados, a questão do aquecimento global, como o próprio nome diz, não conhece fronteiras, afetando igualmente países ricos e pobres, pretos e brancos, incluindo, nesse conjunto, governos negacionistas ou cientes do problema.
A frase que foi pronunciada:
“O sistema de energia no DF piorou anos luz.”
Rosimeire Eloi Antunes
Faz o que gosta
Celma Diaz é profunda conhecedora da arte, com um especial carinho pelos artistas da cidade. Na feira do Gilberto Salomão, que acontece no último final de semana de cada mês, lá estava ela. Explicando gravuras, pinturas, esculturas e biografias.
Esperança
Se as quadras de Brasília foram projetadas com comércio, escolas, postos de gasolina, esqueceram do apoio espiritual no Noroeste. Até hoje não há igreja naquela comunidade.
Fé
Leia no link Santa Cecília, um texto histórico assinado por Laércio Silva Filho sobre a santa, a padroeira dos músicos, publicado no informativo da igreja Nossa Senhora do Lago.
História de Brasília
A Fundação Brasil Central acha, e com muita razão, que assistência médica a índio só se presta com remédio dado de graça. Alega, entretanto, que os altos encargos não possibilitam verba para isto. (Publicada em 13/02/1962)
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Tivessem os presidentes brasileiros, com algumas exceções, sido bons alunos de história, principalmente do Brasil, muitos dos equívocos na gestão da coisa pública seriam evitados. E por um motivo claro: conhecendo erros e acertos do passado, em questões que são corriqueiras e repetidas na maioria dos governos, independentemente do tempo, fica mais fácil seguir por uma trilha já experimentada e mais difícil se embrenhar por caminhos arriscados, impulsionado por voluntarismos do momento.
Correr riscos desnecessários é uma característica comum aos governos imprevidentes. O problema é que por essas más escolhas, toda a nação acaba prejudicada, inclusive as futuras gerações. Desnecessário mencionar aqui a importância do estudo da história para a formação de cidadãos conscientes, conhecedores de seu passado e, portanto, preparados para os desafios vindouros.
Infelizmente, história é uma disciplina que tem sido relegada a segundo plano nas grades curriculares de nossas escolas. O banimento gradual dessa importante disciplina e sua substituição por outras, chamadas “matérias mais concretas”, tem tido o poder de fazer diluir o que deveria ser o principal objetivo do ensino: fazer o indivíduo pensar e refletir sobre o mundo à sua volta. Não se iludam: as crises institucionais que assistimos hoje, até de modo enfadonho, têm suas raízes lá atrás nos bancos escolares, época em que as atuais lideranças políticas do país iam para as aulas, não em busca de conhecimento, mas para fazer dentro dos estabelecimentos de ensino o que fazem agora dentro do governo.
Se lá prejudicavam a aprendizagem da turma, da mesma forma hoje prejudicam milhões de cidadãos. Eis aí o que poderia ser um resumo frio e sem psicologia de nossas mazelas cotidianas, obrigados que somos a suportar que esses maus alunos do passado assumam agora funções para as quais o currículo pretérito aponta como não habilitados.
Sobram, nesse rebotalho, aqueles indivíduos que eram bons alunos, ao menos em história, e que demonstraram, desde cedo, apresentarem bons princípios éticos. Isso por uma razão também singela: é por demais sabido, e a história da humanidade tem confirmado isso, que uma má pessoa jamais será um bom profissional. Somos o que somos e carregamos esse fardo leve ou pesado ao longo de toda nossa vida, distribuindo-o ao redor.
Dessa longa digressão fica, ao menos, algumas razões a serem buscadas quando se deseja entender o Estado brasileiro, sobretudo suas lideranças do passado e do presente. Fica ainda a perspectiva de que, pelo o que temos visto até aqui, ainda teremos pela frente governos que necessariamente nos levarão ainda a saborear o gosto amargo de nossas escolhas. Melhor um pessimista, com os pés findados na realidade, do que um otimista a acreditar em promessas e ficções vindas de nossa astuta classe política.
A falta que uma boa escola faz, tanto para eleitores quanto para os eleitos, está aí bem na nossa frente, para quem tem olhos de ver. Desperdiçamos nosso futuro ao não darmos atenção a escola do presente. Estamos condenados a sermos assistidos por toda a classe de aventureiros e embusteiros. Tudo isso porque deixamos de aprender o certo, no lugar certo e no tempo certo. É preciso aprender que só existe um lugar onde é possível reverter esse ciclo maléfico. Esse lugar, como um ponto de inflexão de nossa história malsã está na escola e, se quiserem ir mais atrás ainda, nas famílias. Temos que olhar para trás se quisermos ir adiante com segurança. Ou é isso ou é o que temos agora.
A frase que foi pronunciada:
“Vocês, americanos, são tão crédulos. Não, você não aceitará o comunismo de uma vez, mas continuaremos alimentando-o com pequenas doses de socialismo até que você finalmente acorde e descubra que já tem o comunismo. Não teremos que lutar com você. Vamos enfraquecer sua economia até que você caia como uma fruta madura em nossas mãos.”
Nikita Khrushchev, primeiro secretário do partido comunista de 53 até 1964.
–> Tragédia Americana
“Professor reprova a turma inteira”
Um professor de economia em uma universidade americana disse que nunca havia reprovado um só aluno, até que certa vez reprovou uma classe inteira.
Essa classe em particular havia insistido que o comunismo realmente funcionava: com um governo assistencialista intermediando a riqueza,
ninguém seria pobre e ninguém seria rico, tudo seria igualitário e justo.
O professor então disse:
“Ok, vamos, experimentalmente, “socializar” nesta classe.
Ao invés de dinheiro, usaremos suas notas nas provas.”
Todas as notas seriam concedidas com base na média da classe, e portanto seriam ‘justas’. Todos receberão notas iguais, o que, teoricamente, ninguém será reprovado, assim como também ninguém receberá um “10”.
Após calculada a média da primeira prova todos receberam “7”.
Quem estudou com dedicação ficou indignado, mas os alunos que não se esforçaram ficaram muito felizes com o resultado.
Quando a segunda prova foi aplicada, os preguiçosos estudaram ainda menos porque, de qualquer forma, tirariam notas boas, beneficiados pelas notas dos que haviam estudado bastante.
Como resultado, a segunda média das provas foi “4”.
Ninguém gostou.
Os que tinham estudado se sentiram injustiçados e os que não tinham estudado, ficaram revoltados porque não foram beneficiados.
Depois da terceira prova, a média geral foi um “1”.
As notas não voltaram a patamares mais altos mas, as desavenças entre os alunos, a busca por culpados e palavrões passaram a fazer parte da atmosfera das aulas daquela classe.
A busca por ‘justiça’ era a principal causa das reclamações, das inimizades e das brigas que passaram a fazer parte daquela turma.
Ninguém mais queria estudar para beneficiar os outros …
Resultado: Todos os alunos foram reprovados naquela disciplina …
O professor então explicou:
“O experimento comunista falhou porque quando a recompensa é grande o esforço pelo sucesso individual é grande”.
Mas quando são eliminadas todas as recompensas tirando-se dos que produziram para dar aos que não batalharam para tê-las, então ninguém mais vai querer fazer seu melhor.
Tão simples quanto o exemplo de Cuba, Coréia do Norte, Venezuela…
E o Brasil e a Argentina, estão chegando lá”…
1. Você não pode levar o mais pobre à prosperidade apenas tirando a prosperidade dos mais ricos;
2. Para cada um que receber sem ter que trabalhar, há uma pessoa trabalhando sem receber;
3. Não se consegue dar nada a quem não produziu, sem que se tire de quem produziu;
4. Ao contrário do que prega o comunismo, é impossível multiplicar as riquezas tentando dividi-las;
5. Quando metade da população perceber que não precisa trabalhar, porque a outra metade irá sustentá-la, a outra metade percebe, também, que não vale mais a pena trabalhar para sustentar a primeira metade.
Chegamos então ao começo do fim de uma nação.
Esse é o mais puro exemplo do que querem fazer no Brasil.
Não acabe com o nosso país.
Faça a sua parte, repasse esta informação.
Ensine a aqueles que não entendem, o que realmente é o comunismo….
É um buraco sem volta!!!
Leu com atenção?
Então repasse … para o bem do país !!!
Como ninguém
Pode ter qualquer defeito, mas numa coisa a senadora Katia Abreu é uma fera: ela defende o que acredita. E é tão boa nisso que deixou os alemães encantados com os produtos da agricultura brasileira. Aqueles mesmos alemães que tanto rangem os dentes com o desmatamento. Na comitiva, também foram o senador Irajá Abreu, e os deputados: Marília Arraes, Evair de Melo, Isnaldo Bulhões Jr., Hugo Mota e Sergio Souza
Imperícia
De Alto Paraíso para São Jorge, são mais de 10 quebra-molas na estrada. São tão mal estudados que há quebra mola até numa curva.
História de Brasília
Foi construído, e não funciona porque ninguém é responsável, não se definiu sôbre quem o manteria. A Fundação Brasil Central acha, e com muita razão, que assistência médica a índio só se presta com remédio dado de graça. (Publicada em 13/02/1962)
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Desde sempre, é sabido que os governos em nosso país, de modo geral, sempre foram maus pagadores, ao mesmo tempo em que sempre agiram como verdadeiros chacais, quando a questão é cobrar dívidas, principalmente se essas forem de pessoas jurídicas ou físicas de poucas posses ou de cidadãos comuns, que não possuem meios para proteger seus ganhos contra a sanha arrecadadora do Estado.
Nesse quesito, o cidadão está só e absolutamente desprotegido, como se vagasse no mais árido deserto da Terra. Pessoas que possuam dívida junto a qualquer instituição do Estado, mesmo que exibam condições momentâneas que provam sua incapacidade de honrar seus compromissos, são impiedosamente caçadas pelos capitães do mato do Estado, oportunidade em que são obrigadas, de modo humilhante, a se desfazerem dos próprios bens, inclusive do salário, que utiliza para sobreviver, para entregá-lo ao governante.
Juízes, cuja a função primordial se resumiria ao estabelecimento da justiça e o equilíbrio das partes, tendo como cautela, sempre, a proteção dos pacientes mais frágeis, não se avexam em confiscar o salário do pequeno devedor em favor do Estado, mesmo que isso acarrete uma falência financeira de uma família inteira. Agem em uníssono, em nome de um poder que somente a eles é benéfico e complacente.
Quando a dívida é de um desses figurões da República ou da classe política, blindada com o famigerado foro de prerrogativa especial e que se contam aos milhares, a situação é diferente. Nesses casos, até o secretário da Fazenda da Receita, ou outro alto titular do fisco, é chamado para uma conversa particular e a dívida, ou a investigação dessa, some para o fundo do armário, onde outros milhares de processos aguardam o dia do Juízo Final para serem exumados.
Com relação aos corruptos, que pululam em bandos pela capital a infestar os Poderes da República, a esses, o Estado nem ousa, sequer, cobrar-lhes os tributos que devem sobre os butins amealhados. O Brasil, que muitos historiadores afirmam não ter experienciado o modelo fiscal de cobrança existente no feudalismo europeu dos séculos V ao XV, por razões temporais, vive hoje submetido ao mais cruel regime de arrecadação de tributos, obrigando, sob pena de prisão, que o cidadão comum arque com os gastos seletivos de um Estado perdulário e desigual.
Agora mesmo, o Governo Federal, por meio de seus apoiadores no Congresso, apresentou projeto que altera um dos mais importantes pontos da nossa Constituição, o teto dos gastos, para acabar com medida saneadora e permitindo que o Executivo gaste sem limites e sem incorrer nas penalidades previstas na Lei de Improbidade Administrativa e que já levou recentemente outro governo ao impeachment.
Ao mesmo tempo, o governo apresenta a PEC 23, que limita o pagamento dos chamados precatórios, que são dívidas do próprio governo junto a milhões de brasileiros, e joga essa conta para um futuro incerto, ou seja para as calendas. Com o estouro do teto, o rombo da laje superior e que limitaria os gastos governamentais mostra o céu profundo com a possibilidade infinita para gastar, sobretudo naqueles quesitos em que os maiores beneficiados serão o próprio governo e os políticos, inclusive da oposição.
O governo não paga o que deve e, com esse dinheiro poupado, gasta no que lhe aprouver, inclusive para viabilizar a reeleição sua e dos seus. Ciente desse afrouxamento nas contas públicas e que muitos têm chamado de estupro nas contas públicas, o Congresso, com o centrão à frente, prepara aumentos no Fundo Eleitoral, passando de R$ 2 bilhões para R$ 5 bilhões, incluindo nessa conta a ser paga, pelos prejudicados pelo Estado, um aumento indecente também no valor das emendas de relatores, passando essa despesa para R$ 16 bilhões.
Ao mesmo tempo em que confirma sua fama de mau pagador e de gastador contumaz, o Estado deixa patente que os interesses pessoais do governo e da elite dirigente, bem como dos empresários a eles ligados, estão acima do interesse público e muito além de qualquer interesse, mesmo vital, de pessoas, que, por uma infelicidade qualquer, deixaram de pagar alguma dívida a esse Leviatã de mil cabeças.
A frase que foi pronunciada:
“Temos aversão não apenas por coisas que sabemos nos terem causado dano, mas também por aquelas que não sabemos que danos podem causar.”
Thomas Hobbes
Amanhã
Com o novo período de descarbonização do planeta e com a abandono do petróleo, o problema estará nos processos de mineração, em busca de metais como o cobre, zinco, chumbo, nióbio e outros. Haverá um renascimento espetacular de prospecção do solo, com a exploração de grandes minas a céu aberto, com toda a devastação ambiental que isso representará daqui para frente.
Bagunça
Reclamações sobre a Secretaria de Saúde, que contou 186 dias como seis meses. Quem chegou para vacinar teve que voltar para a casa. O dia de atender quem vacinou no dia 27 de abril foi dedicado ao atendimento de quem se vacinou no dia 21 de abril.
História de Brasília
A decoração é muito bom gôsto, as cortinas são bonitas, os tapetes são baratos mas bem escolhidos. Seria o lugar ideal para se desenvolver o turismo. (Publicada em 13/02/1962)
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Quem menos tem acreditado nas promessas, feitas pelos governantes, é a Terra, que segue em seu propósito firme de aquecimento global até que o último ser humano seja varrido para sempre da superfície do planeta. O tempo não espera por ninguém e muito menos o meio ambiente, agredido pela insana ação humana. Enquanto as conferências sobre o clima se sucedem no tempo e em diversas partes do mundo, o aumento da temperatura, dentro do qual o efeito estufa já é uma realidade, continua a surpreender e a estremecer nações.
O planeta já não é o mesmo e, possivelmente, jamais será como antes. O que fizemos com a nossa própria casa no espaço terá um preço a ser pago até mesmo pelos mais ardorosos e precoces ambientalistas. Enquanto isso, as conferências do clima seguem em seu processo de convencimento das nações de que o relógio do apocalipse já aponta para a hora fatal. Estamos já na vigésima sexta edição da Conferência das partes (COP-26) a ser realizada, desta vez, na cidade de Glagow, na Escócia, bem na undécima hora do tempo que nos resta. Os olhares do mundo estarão focados nesse encontro, para onde o Brasil enviará uma numerosa comitiva, composta apenas por personagens do segundo escalão do governo, já que, até o momento, o presidente Bolsonaro não deu mostras de que irá a esse encontro, que ele mesmo receia lhe ser bastante hostil, dentro e fora do pavilhão das reuniões.
Na verdade e por motivos diversos, o Brasil se tornou um pária nos assuntos envolvendo o meio ambiente, por teimosia, declarações infelizes e decisões contrárias à corrente mundial. Quando um chefe de Estado faz alguma afirmação fantasiosa sobre a realidade de seu país, principalmente aquelas que os milhares de satélites em torno do planeta veem a cada segundo, os governantes de todo o mundo já estão previamente abastecidos de todas as informações reais possíveis. Não adianta esconder florestas inteiras debaixo de discursos e frases de efeito. O mundo sabe muito bem em que condições estamos.
Antes mesmo que a comissão brasileira chegue a Glasgow, os governos dos países desenvolvidos, muitos deles parceiros do Brasil, já estão informados de que a Amazônia, segundo os cientistas, já emite mais CO² do que absorve, configurando um fenômeno jamais imaginado em toda a história humana. A razão dessa inversão, que afetará todo o mundo, está no desmatamento e nas queimadas, que nos últimos anos atingirão níveis surreais. Isso significa, para muitos, que a Amazônia já não pode ser mais considerada como o pulmão do mundo. Morreremos asfixiados pela falta de oxigênio, como dezenas de pacientes na cidade de Manaus durante o pior período da Covid-19.
Com relação ao assunto pandemia, que também deixa consequências na própria COP-26 e o mundo em geral, quando a comitiva do Brasil chegar para os primeiros dias de debates na Escócia, já estarão devidamente disseminadas entre os participantes de todo o mundo as informações sobre o relatório final da CPI da Covid-19. Não bastassem os fatos reais e imaginários que depõem contra o próprio país e os brasileiros, o Brasil é, segundo relatório elaborado pela ONU, o país que mais regrediu em suas pretensões de reduzir as emissões de gás carbônico (CO2), entre todas as nações com presença na COP-26. Ou seja, já chega ao encontro como sendo um país rebelde e rotineiramente contrário às preocupações reais da humanidade. Preparem a pipoca para esse encontro na Escócia!
A frase que foi pronunciada:
“Retirem a riqueza do subsolo amazônico e o mundo perderá o interesse por ela.”
Dona Dita, pensando enquanto tricota
Honra ao Mérito
Bem lembrado pelo deputado Leandro Grass. O GDF recebe da União verba que deve ser repassada para instituições como o CEAL. Até agora, a instituição pena com a falta da assinatura do convênio, arriscando parar as atividades deixando mais de mil pessoas, a maioria crianças e adolescentes surdos, altistas e com dificuldades de aprendizagem, sem assistência. Se o Ceal faz tanto pela população, o mínimo que se espera do governo é a contrapartida como reconhecimento ao trabalho sério de profissionais que se dedicam com afinco.
Excesso
Espalhando excrementos e carrapatos por onde passam, as capivaras continuam reinando na capital federal.
Agito
Sociedade brasiliense de olho no Chá da Lasthênia, tradicional em Brasília. Surgiu na década de 60 por iniciativa de Lasthênia Tourinho de Almeida, esposa do então ministro do Superior Tribunal Militar, General de Exército Reinaldo Mello de Almeida, quando um grupo de voluntárias amigas fez as primeiras reuniões para arrecadar recursos para instituições de caridade de todo o país.
História de Brasília
Não é verdade o que têm dito sobre cristais de Murano, prataria inglesa, porcelana inglesa e tapetes persas. É mentira. Os cristais são Padro, a prataria é Wolf, a porcelana é de Santa Catarina e os tapetes são de São Paulo. (Publicada em 13/02/1962)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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A frase que foi pronunciada:
“Não importa quão alto você esteja. A lei, ainda está acima de você.”
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Que relações poderiam existir entre o agronegócio e a indústria de artigo de alto luxo? À primeira vista, tendo como imagem os antigos fazendeiros e produtores de alimentos e sua vida de simplicidade, avessa aos luxos e ao conforto das cidades grandes, não parece haver nenhuma ligação entre o materialismo consumista dos cidadãos urbanos e a vida bucólica e despretensiosa do homem do campo.
Até pouco tempo, essas eram realidades bem distintas, sendo fácil identificar e diferenciar o indivíduo do campo e o da cidade. Nas últimas décadas, contudo, essa realidade mudou muito, principalmente, à medida que o agronegócio firmava o pé pelo interior das terras brasileiras.
Hoje, os produtores das chamadas commodities — milho, soja, algodão e alguns outros produtos como carne bovina, suína e frango — vivem cercados de todo conforto e luxo que o dinheiro pode trazer. Ciente dessa nova realidade, a indústria de artigos de luxo também fincou pé em regiões interioranas que, até pouco tempo, só conheciam esses produtos por meio das imagens de TV.
Cidades do Centro-Oeste, como Goiânia, Rio Verde, passaram a experimentar, agora, uma grande e variada oferta de artigos e serviços de luxo, exclusivos para esses novos clientes de alto padrão econômico, que vão surgindo na esteira do agronegócio. São aviões, carros esportivos de última geração, imóveis de altíssimo padrão, joias, restaurantes, hotéis estrelados e outros mimos a que somente os muito endinheirados têm acesso.
Obviamente que toda essa bonança assistida em algumas regiões interioranas está circunscrita a um pequeno número de indivíduos, proprietários de enormes latifúndios, onde as monoculturas de soja, milho e algodão são cultivadas de forma mecanizada, à base do uso intensivo de muito defensivo agrícola e de agrotóxicos, muitos dos quais já banidos em outros países há anos. O que se produz nessas terras não pode ser classificado diretamente como alimento humano e, principalmente, para o consumo dos brasileiros, já que essas commodities se destinam à exportação para países como a China.
O aumento da riqueza nesses lugares trouxe consigo outros aumentos, como os do fosso entre ricos e pobres, da concentração de riqueza, do desemprego para trabalhadores pouco qualificados, dos preços nessas localidades, desde alimentos até moradias. Com isso, há registros de mais pobreza e do surgimento de áreas periféricas carentes, como encontradas nas grandes cidades. Mas o custo maior e até incomensurável de todo esse boom de riqueza e luxo nessas áreas recai mesmo sobre o meio ambiente.
De forma resumida, o que se pode afirmar, sem erro, é que, para que o agronegócio pudesse se firmar nessas regiões, enriquecendo uma parcela diminuta da população, foi necessário, antes, a dizimação quase completa do variado e outrora riquíssimo bioma do cerrado. Matas nativas foram derrubadas a correntes e queimadas, terrenos foram aplainados, rios pequenos e médios, assoreados, deixando apenas o rastro de areia pelo chão. Os mamíferos, aves, répteis, abelhas responsáveis pela polinização e outros simplesmente desapareceram.
O que se vê na paisagem são imensas plantações, identificadas com códigos formados por números e letras, mostrando aos entendidos que tipo de variedade geneticamente modificada é aquela. Com isso começou a formação de microclimas nessas regiões que jamais foram sentidos. Calor infernal, secas prolongadas, nuvens de poeira e poluição cobrindo tudo, secamento de poços artesianos e a lenta formação de imensas áreas em processo de desertificação, com a predominância de areia e pó.
Nos últimos 30 anos, houve uma triplicação da área plantada no Brasil, sobretudo no Centro-Oeste, o que equivale a dizer que houve, também, uma triplicação das áreas desmatadas para a formação desse tipo de plantio e para a formação de pastos. Passamos de 19 milhões de hectares plantados para 55 milhões de hectares, com a extirpação de área de igual tamanho das áreas nativas.
Trata-se de um crime, cujos responsáveis ainda se dão ao desplante de pousar como benfeitores, como se não existissem nem o amanhã nem as novas gerações que dependerão do meio ambiente e seus recursos para, ao menos, sobreviver no planeta. Desses 55 milhões de hectares, 36 milhões são de soja para exportação e engorda de porcos na China. Somente a soja ocupa cerca de 4,5% do território nacional, o que equivale a áreas de países como a Itália e outros pelo mundo. Em segundo lugar vem a monocultura da cana-de-açúcar, maior do que em todo o período do ciclo do açúcar, entre os séculos XVI a XVIII, e hoje avança com a soja sobre boa parte da floresta amazônica, deixando atrás de si areia e deserto escaldante.
Quem mais sofreu com toda essa expansão desordenada e apressada foi justamente o Centro-Oeste, onde esses novos fazendeiros encontravam até incentivos governamentais para desmatar. Ainda hoje o desmatamento é feito para a acomodação e expansão do agronegócio nessa região. A forte demanda, amparada por um poderoso lobby dos produtores e dos compradores internacionais, tem surtido efeito muito maior do que as reclamações dos ambientalistas, vistos ainda hoje como empecilhos ao avanço do agronegócio.
O que temos aqui é uma realidade que alguns tentam esconder sob o manto de números superlativos apresentados pela balança comercial. Por outro lado, o que se tem de fato é a destruição continuada da própria terra em troca de anéis de brilhante, carros importados e outros luxos consumidos por uma minoria que enriquece à medida que vai empobrecendo nosso meio ambiente, destruindo nossos preciosos recursos naturais em troca do vil metal.
História de Brasília
O turismo não pode organizar, porque o govêrno do dr. Jânio Quadros cortou tôdas as possibilidades. Foi construído o hotel, montado o hotel, está tudo comprado, abandonado, esperando o roubo, a destruição pelo tempo, a ferrugem. (Publicada em 13/02/1962)