Planeta água

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)

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Alagamentos em Porto Alegre após cheia do lago Guaíba. Foto: Ricardo Reinbrecht

 

Catástrofes ambientais ocorridas em todo o planeta em decorrência do previsto efeito estufa, vão deixando patente que o mundo, e sobretudo a espécie humana, protagonista desse processo, terão, doravante que começar a exercitar um novo modelo de exploração da terra, caso desejem ainda permanecer existindo. Essa é uma, entre milhares de outras constatações que podem ser incluídas no rol dos fatos incontestes. Ou é isso ou aquilo que vamos assistindo, com cada vez mais frequência.

Nesse planeta água, a terra entra em fusão sob nossos pés. O que os cientistas ligados às questões do meio ambiente têm afirmado, é que entramos num ponto de não retorno. O start ou o ponto de inflexão de todo esse novo momento que estamos assistindo foi dado em data incerta. O que parece certo é que esse século XXI, cuja inauguração se deu com a sinistra derrubada das Torres Gêmeas em Nova Iorque, será marcado por desafios que a humanidade jamais experimentou anteriormente, salvo aqueles mencionados na Bíblia, que relatam os acontecimentos durante o período do dilúvio.

Talvez o que menos importa nesse instante seja a busca por culpados por toda essa reviravolta que vai ocorrendo em nosso planeta. O que importa e de forma urgente é revisar alguns modelos de exploração dos recursos naturais do planeta e de nossa conduta coletiva que nos trouxeram até aqui.

Para um planeta que caminha para abrigar oito bilhões de habitantes, livrar com urgência dos sistemas de produção de alimentos e da exploração de outras riquezas, não será tarefa fácil. Talvez esse seja também um esforço que não caberá apenas aos governos, mas sim, a toda a coletividade humana.

Por todo o mundo, vai ficando cada vez mais claro que a força coletiva ou sociedade civil, tem sido muito mais eficaz na resolução de calamidades climáticas de grandes proporções do que aquelas mostradas pelo Estado. O caso do furacão Michel que assolou a Flórida em 2018, deixou antever ao mundo que a cooperação descentralizada da sociedade civil foi um fator, por excelência, para minorar as consequências advindas daquela tormenta que deixou mais de 80 mortos, com prejuízos de dezenas de bilhões de dólares.

O mesmo fator é agora reafirmado no caso das enchentes que destruíram boa parte do território gaúcho. Tolice o governo querer competir midiaticamente com as ações voluntárias, demonstradas pela sociedade civil local. As imagens e, mesmo o imaginário coletivo, provam a força dessas comunidades. Impressionante no caso do Rio Grande do Sul, é que essas populações que se desdobraram para salvar vidas, jamais, em tempo algum, tiveram quaisquer treinamentos prévios, agindo apenas com base na força da solidariedade e do destino comum.

Na realidade esse parece ser o mote atual que deve nos mover daqui para frente: destino comum. Seguramente, por habitarmos esse planeta ferido de morte por nossas ações temos que ter em mente que temos, ricos e pobres, um destino comum. A resposta do Estado, e sobretudo a resposta de um governo envolto com uma séria crise econômica, centralizada e burocrática não é páreo para o ultimato veloz do clima.

As críticas ajudam no aperfeiçoamento das ações, pois apontam falhas e, muitas vezes, mostram soluções adequadas. Antigamente se dizia que é quando a maré baixa que podemos constatar quem é que estava nu. No nosso caso particular, podemos confirmar que não era população flagelada. É certo também que não iremos minorar a dor dos nossos irmãos do Sul, com palavras ou outras condolências cerimoniais e formais. Mas ainda assim é por meio da palavra denunciada que iremos alertar que somente hoje em nosso país temos uma população de mais de meio milhão considerados fugitivos do clima.

Em todo o mundo, esse contingente alcança mais de um bilhão de pessoas. Para se ter uma ideia dessa situação fora da roda é preciso lembrar que em pouco mais de um ano o nosso país teve mais de 12 eventos climáticos extremos e, até hoje, não nos preparamos para as adversidades climáticas.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“A crise climática não é uma questão política; é um desafio moral e espiritual para toda a humanidade. É também a nossa maior oportunidade de elevar a consciência global a um nível mais elevado.”
Al Gore

Al Gore. Ex-vice-presidente dos EUA. Al Gore discursando na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26) de 2021 em Glasgow, Escócia.
Foto: ©Ian Forsyth/Getty Images

 

Solidariedade
Várias instituições públicas unidas para prestar socorro ao Rio Grande do Sul. No Senado, Ilana Trombka, diretora da Casa, lançou a campanha de doação de cinco mil cobertores organizada pela Liga do Bem. Voluntários ajudam a separação das doações recebidas.

 

História de Brasília

O argumento de que Brasília é uma cidade em formação prevaleceu, e não teremos, assim, “forças terríveis” pressionando a administração. (Publicada em 08.04.1962)

O amanhã em nossas mãos

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Foto: Pixabay

 

Num futuro, não muito distante, as gerações que deverão ocupar o comando do país vão encontrar pela frente, desafios jamais imaginados, nem mesmo pelos mais inspirados contos de ficção científica. Serão problemas legados por nós, ou mais precisamente, por nossa incúria e desleixo com o trato do meio ambiente. O impacto humano causado por nossas atividades agrícolas intensivas, pela mineração sem controle, feita, na maioria das vezes por empresas estrangeiras que agem sem o menor sentido ético, as queimadas sem indiscriminadas, a derrubada das matas nativas, que continuam em ritmo acelerado, destruição contumaz de nascentes e rios, a poluição dos oceanos e uma série de outras atividades manifestadamente predatórias, visando o lucro acima de tudo e de todos, sempre cobra um preço.

Esse terá que ser pago pelas próximas gerações, sob pena de ter de abandonar o próprio planeta para sobreviver. Esse cenário catastrófico, produzido por nós agora, é agravado ainda pelas mudanças climáticas, que começam a tornar o planeta, um lugar, ainda mais inóspito para a vida humana.

A cada ano, os cientistas que se dedicam a pesquisar cenários futuros para nosso planeta, diante da intensa atividade humana no último século, vão apresentando estudos que alertam para a necessidade urgente de mudança de rumos, mudança de paradigmas, sem as quais, simplesmente não haverá futuro para ninguém.

Depois dos alertas feitos sobre as mudanças climáticas, mostrando um mundo revolto e cada vez mais avesso à vida humana, apresentado pelos painéis internacionais sobre o assunto e avalizado pelos maiores e mais respeitados cientistas atuais, chega a vez de um outro relatório também assustador que aponta para dias difíceis à frente para a humanidade, caso não se revertamos antigos procedimentos de exploração do planeta.

Há 5 anos, foi apresentado pela Plataforma Intergovernamental de Políticas Científicas sobre Biodiversidade e Serviços de Ecossistema (IPBES) das Nações Unidas, relatório alertando para a extinção iminente de um milhão de espécies de animais e plantas em todo o mundo. O estudo, feito ao longo de mais de três anos e que contou com a participação de 145 cientistas de 50 países, mostrou que a natureza, como a conhecemos hoje, está encolhendo globalmente num ritmo rápido, sem precedentes na história da humanidade. Durante esse tempo, foram revisados mais de 15 mil pesquisas científicas e outras diversas informações governamentais que dão conta de que mais de 40% das espécies de anfíbios, quase 30% dos corais que formam recifes e mais de um terço de todos os mamíferos marinhos estão seriamente ameaçados de extinção nos próximos anos. Desde 1900, diz o relatório, 20% da diversidade de espécies nativas, nos principais habitats terrestres, vem diminuindo. Ao mesmo tempo houve um aumento de mais de 75% das áreas urbanas.

Com isso os recursos hídricos tem diminuído também de forma sensível, sendo que 75% da água doce hoje é consumida pela agropecuária e por outras indústrias. Todas essas perdas, apontam os cientistas, foram ocasionadas pela atividade humana e decorrem diretamente do modelo de desenvolvimento econômico que temos adotado desde a Revolução Industrial e torna-se agora uma séria ameaça ao bem-estar do próprio homem.

O mais preocupante é que, dos cinco fatores apontados pelos cientistas e que nos levaram à essa situação alarmante, quais sejam, mudanças na forma de uso da terra e do mar, exploração de fontes naturais, mudanças climáticas, poluição e espécies invasoras, todas são praticadas e vistas por aqui, o que eleva , ao máximo, nossa responsabilidade nessa questão.

 

A frase que foi pronunciada:

“Tal como a poluição atmosférica, o risco de inundações é uma ameaça contra a qual o governo deveria proteger-nos.”

Barry Gardiner

Barry Gardiner. Foto: barrygardiner.com

Cuidados

Passou da hora de uma manutenção no Parque Olhos d’Água. Galhos caídos, focos de água, mato alto invadindo as pistas dos pedestres.

 

 

Até hoje

Por falar em parque, não há um parque público infantil bem montado no Lago Norte.

Foto: comdono.com

 

Muito triste

Com a aproximação do frio em Brasília, torna-se preocupante a situação dos moradores sem teto. Pouca ou nenhuma assistência. Crianças descalças, sacrifício para buscar água e barracos paupérrimos brotando por toda parte.

 

Solidariedade 1

Leonardo Silva, guia turístico em Gramado, no Rio Grande do Sul, que já atendeu centenas de visitantes de Brasília, posta no Instagram toda a ação que tem feito para socorrer as vítimas vizinhas. Veja mais no link Ajuda para as pessoas que perderam tudo nas chuvas do RS!. Toda a ação realizada, por meio das doações recebidas, será compartilhada, diariamente, nos histories do seu perfil oficial no Instagram e no da sua empresa.

 

Solidariedade 2

As fotos da Liga do Bem no Senado Federal são de impressionar. Todos ajudando a organizar toneladas de doações que serão enviadas para as vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul. Veja no link: Liga do Bem, do Senado, doa 5,5 mil cobertores a vítimas da chuva no RS

 

História de Brasília

Decidido na Câmara: não haverá eleições em Brasília. Medida honesta e de interesse público. Os candidatos (poucos e bons) já se atiravam sôbre os eleitores prejudicando a cidade, e deputados de outros Estados, com a mosca azul de Taguatinga viram seus castelos ruírem. (Publicada em 08.04.1962)

O estandarte da igreja

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À MARGEM Muçulmanos rezam em uma rua de Paris: governo francês não conseguiu promover uma integração efetiva. Foto: istoe.com

 

Em tempos de mudanças radicais e aceleradas pela expansão das redes sociais, fica cada vez mais evidente que quem não seguir a corrente de ventos que sopra sobre a humanidade, corre o risco de ficar preso na calmaria aparente ou ser engolido. De outra forma, em sentido contrário, existem aqueles que buscam nas fontes do passado as âncoras necessárias para fundear suas naus novamente nas águas cristalinas da sensatez e seguir adiante.

Há sempre escolhas a serem feitas. Veja, por exemplo, o caso espetacular que ocorre neste momento no continente europeu, onde grandes levas de jovens e até de pessoas maduras estão retornando à Igreja Cristã, buscando mais do que abrigo para espíritos conturbados. Uma espécie de fortaleza, onde reunir forças para fazer frente à expansão ameaçadora do islamismo sobre a civilização do Velho Mundo.

O caso aqui é de busca de uma bandeira capaz não só de reacender a fé perdida, mas também reavivar o ânimo necessário e correto para dar uma resposta adequada a uma invasão que se mostrou não ser, nem de longe, pacífica e harmoniosa. Para aqueles que buscam agora a bandeira com a cruz cristã, fica claro que o imenso esforço feito no passado para salvar a cultura ocidental teve a igreja como seu ponto de partida.

Mas passados tantos séculos daquela epopeia, cheia de acertos e erros, é preciso notar que o mundo agora, superpopuloso e atormentado pelas revoluções atmosféricas, é outro, talvez até mais hostil e incerto do que no passado. A começar pelas incertezas que parecem dominar o futuro do próprio Cristianismo. Estaria hoje a Igreja Ocidental como um todo à altura dos urgentes desafios e prioridades atuais? Eis, aqui, uma questão preliminar e que poderá, ou não, reacender o ânimo dos cristãos para salvaguardar seus espaços e sua cultura ameaçados.

Se tomarmos a força atual da Igreja apenas pela excessiva exposição midiática dessa instituição, há essa sensação, um tanto falsa, de que ela ainda está no patamar da supremacia que importa ao Ocidente. Refazer a antiga fortaleza da fé e das espadas é necessário mais do que nunca. Mas isso não se dará por meio das mídias, que parecem contaminar com seus signos a verdadeira e original mensagem cristã. A excessiva exposição midiática é tudo o que a Igreja não necessita para voltar ao antigo protagonismo.

É no silêncio e no mistério que a igreja adquire seu poder espiritual e secular. O lema “ora e labora”, tão necessário e urgente no passado, parece ter sido substituído por uma espécie de “labora a mídia”. Também os maus ventos, vindos do mundo secular e material, introduzindo ideologias políticas e populistas na prática diária da igreja, prejudicam e ameaçam solapar o alicerce de Pedro.

Mais do que monumentos e oratórias, a Igreja precisa voltar a ser socialmente significante, abrindo suas portas aos necessitados, dando e recebendo afeição pela criação. Não existe Igreja alguma digna desse nome de portas fechadas e de costas para o mundo, seja durante epidemias, calamidades públicas, como as atuais enchentes no Sul do país, seja no que for. Muito menos podem existir igrejas permanentemente cercadas e gradeadas ou que funcionem apenas em obediência aos ritos do clericalismo.

Mesmo o papa, por diversas vezes, tendo afirmado que o clericalismo é uma perversão, sendo criado por uma elite de leigos na igreja. “Não é o pastor que deve dizer ao leigo o que ele deve fazer e dizer, ele o sabe tanto ou melhor do que nós”, disse o papa, para quem o clericalismo é um fenômeno que está apagando, pouco a pouco, o fogo profético de que toda a Igreja é chamada a dar testemunho.

Ditado antigo diz que o que mais afasta o fiel das igrejas é o convívio com padres e bispos alheios às aflições do mundo, incapazes de olhar e se colocar no lugar daquele que ali está na sua frente. É por aí que deve começar a mudança capaz de fazer reviver a Igreja como trincheira para salvar as almas e, sobretudo, a cultura ocidental onde ela se assenta.

Vejam que, no seu esforço diplomático em favor do fortalecimento do ecumenismo — um sonho que o Islã despreza —, o papa tem viajado por terras onde o Islamismo é a única crença aceita. No entanto, todo esse louvável empenho tem sido em vão, com os líderes religiosos mulçumanos criticando e mesmo zombando do chefe da Igreja Cristã. O ecumenismo encontrou na Jihad seu principal inimigo.

A guerra que Israel empreende para sobreviver ante os ataques terroristas parece ter jogado a última pá de cal no ecumenismo. O europeus, que a tudo assistem, entre aturdidos e temerosos, e veem seus territórios cercados pela intolerância dos imigrantes islâmicos, sabem que a saída para esse conflito anunciado reside numa espécie de ajuntamento em torno da Igreja Cristã, elevando essa fé à condição de estandarte e de trincheira contra a intolerância e o obscurantismo que ameaçam todo o Ocidente e tudo o que ele alberga de mais precioso que são a liberdade, a democracia e a fraternidade.

 

 

História de Brasília
O grande derrotado de hoje é o sr. Carlos Lacerda. Quando chegou dos Estados Unidos, procurou empanar a visita do presidente João Goulart, com a intervenção do TCB. A visita foi das mais proveitosas do mundo, e o governador da Guanabara passou, moralmente, na companhia do seu outrora aliado Jânio Quadros. (Publicada em 8/4/1962)

Dilúvio

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Cheia do Rio Taquari no Rio Grande do Sul — Foto: Diego Vara/Reuters

 

Não será surpresa se, num futuro muito próximo, os governos no Brasil e de todo o mundo resolverem a criação de uma nova pasta ministerial, elevando, para o primeiro escalão da administração pública, o ministério da Defesa Pública e de Prevenção aos Efeitos do Aquecimento Global. O que a calamidade sem precedentes que ocorre agora no estado do Rio Grande do Sul pode nos ensinar e alertar é que é chegado, também ao nosso país, o tempo das imprevisibilidades e das turbulências atmosféricas.

O planeta parece ter acordado de seu sono secular e agora já não existe lugar seguro para quem quer que seja. Pior do que tudo é que, mais uma vez, ficou provado que não estamos nem um pouco preparados para catástrofes repentinas. A resposta oficial, em todos os níveis, ao que ainda vem ocorrendo naquele estado, serviu para aumentar a sensação de pânico coletivo, assegurando a todos que as instituições de defesa do Estado Brasileiro não estão à altura, em treinamento, pessoal e equipamentos, para enfrentar esses novos tempos que chegaram.

Fomos, de novo, apanhados de surpresa. Muitos apostaram na possibilidade de a frente fria seguir seu caminho natural, indo em direção ao Norte do país. O bolsão de ar quente, que cobria todo o centro do país e ali estava estacionado, impediu que as nuvens espetacularmente carregadas de água seguissem seu caminho. Com isso, o Rio Grande do Sul, uma das mais importantes locomotivas da economia nacional, conheceu, pela primeira vez, o significado da expressão bíblica diluvio.

De fato, o céu despencou sobre boa parte daquele estado, fazendo um número ainda não conhecido de vítimas fatais, enterrando, na lama vermelha, milhares de lares e outros estabelecimentos urbanos e rurais. O cenário, para quem viu de perto esse apocalipse, supera o de muitas cidades alvos de bombas e de guerra sangrenta. Não fosse a atuação, sempre heroica e historicamente destemida dos gaúchos, a situação poderia ser ainda mais desesperadora.

Mesmo com esse açoite vindo do alto, a população deu provas seguidas de que aquela gente não se rende assim tão facilmente. A tenacidade e o entusiasmo dos gaúchos mostraram, ao resto do país e ao mundo, que, em momentos de grande aflição como esse, o que vale é a solidariedade e a união fraterna de todos. As correntes humanas de civis, que se formaram por ar, por terra e sobre as águas mostraram que, ao contrário dos esforços oficiais, titubeantes e cheios de retórica política de significados nebulosos, o povo soube tomar para si as rédeas da situação.

Por todo canto, correntes humanas se formaram para acudir aqueles irmãos. Voluntários. Inclusive, os que perderam tudo. Obviamente que, nessa luta desigual entre o homem e a natureza, a colaboração profissional de bombeiros, defesa civil, médicos e outros patriotas foi inestimável.

Passados esses instantes de pesadelo, depois de enterradas cada uma das vítimas dessa tragédia nacional, chegará o momento em que será preciso tomar todas as medidas necessárias para seguir a rota das doações e dos bilhões de reais prometidos na hora da dor. Sem essa preocupação, toda essa dinheirama irá, novamente, ser soterrada pela lama do descaso e da corrupção.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Nas tragédias conhecemos todas as pessoas como elas realmente são.”

Gilberta Brenner

 

Prata da Casa

Aclamado pelo Conselho Universitário como professor emérito, o fagotista e lutier Hary Schweizer, que deu aula no departamento de Música da UnB, desde 1977. O documento registra que é “justo o reconhecimento ao professor que sempre conduziu as suas atividades com responsabilidade e engajamento exemplar.”

 

Insano

A empresa que valida o atestado médico de colaboradores da Plansul não aceita que alguém da família leve o atestado. Apenas o funcionário pode apresentar pessoalmente no Conic. O resultado é tosse, vômito, espirro e desmaio na sala de espera. Todos os doentes juntos.

Foto: plansul.com

 

Revolução

Simples assim. Você recebe um balde para depositar todo lixo orgânico da cozinha. Paga uma taxa e recebe terra forte para plantar o que quiser. Trata-se do projeto Compostar. Veja no link: Coleta e compostagem de resíduos orgânicos.

Imagem publicada no perfil oficial da Compostar no Instagram

 

Expectativa

Faltam três comissões para a decisão do projeto que regulamenta a desaposentação no INSS.

Imagem disponível na internet

 

Bem de todos

Viviane de Almeida, chefe do Núcleo de Qualidade e Segurança do Paciente do HBDF, trabalhou com diversas equipes da Instituição a importância da Comunicação entre os setores e o reflexo desse diálogo na vida do paciente. A iniciativa é fundamental e poderia ser aplicada em todos os órgãos do GDF.

Foto: Gabriel Jabur/Agência Brasília-20.6.2017

 

História de Brasília

A situação do IAPC em Brasília é dramática, pelo abandono votado ao Distrito Federal pelo presidente do Conselho Administrativo. E justamente por causa do sr. Pery Rodrigues, os funcionários não terão apartamentos novos. (Publicado em 07.04.1962)

Jovens longe da política

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Congresso Nacional. Foto: EBC

 

Embora alguns possam ver no distanciamento dos jovens da política partidária um sinal de alienação dessas novas gerações em relação a um mundo rodeado de problemas, o fato é que esse afastamento tem como seu fator de origem o próprio comportamento da classe política, que parece agir, em sua maioria, movida apenas por interesses pessoais.

Os escândalos, sobretudo aqueles revelados pela Operação Lava-Jato, mostraram que o mundo da política, pelo menos aquele
que vemos em atuação no Brasil, pode não ser o lugar mais recomendado para pessoas de boa família e boa índole, educadas segundo a ética cristã.

Os jovens estão se afastando da política partidária tradicional e buscando outras formas de participação cívica e engajamento político, não necessariamente por meio de uma filiação oficial às dezenas de legendas que orbitam o universo político nacional. De fato, os jovens estão perdendo interesse ou confiança na política institucionalizada, exclusivamente em decorrência do que veem, leem ou ouvem diariamente.

Filiar-se a um partido político não é o mesmo que escolher um time de futebol para torcer. Enquanto escolher um time, muitas vezes, é uma questão de preferência pessoal e entretenimento, a filiação a um partido político envolve compromissos mais profundos, como participar de atividades políticas da legenda e votar em questões internas, além de outras atribuições.

O desgaste da política desde 2014 é um fator significativo que tem afetado o interesse das novas gerações. A Operação Lava-Jato, ao revelar uma extensa rede de corrupção que abalou a confiança dos cidadãos nas instituições políticas, envolvendo políticos, empresas e órgãos públicos, contribuiu para que muitos jovens perdessem o interesse pela vida partidária.

Para muitos que assistiram assustados àqueles espetáculos que mostravam longas filas de políticos indo algemados em direção à prisão, aquelas cenas revelavam os verdadeiros bastidores de um tipo de política que não interessa e está mais próxima de um caso de polícia. Outro fator a espantar os jovens da vida político-partidária tem sido dada pela intensa polarização que tomou conta de nosso país, antepondo pessoas e açulando separações e brigas.

Entrar para a vida política e ser mais um a contribuir para a divisão profunda na sociedade é tudo o que os jovens não desejam para si. Ainda mais quando se sabe que a polarização extremada leva muitos indivíduos a se sentirem alienados e não representados pelos partidos políticos tradicionais, especialmente quando nenhum dos dois lados parece corresponder aos seus valores e às suas visões políticas. Esse sentimento de descrença e desconexão com os partidos políticos atuais, embora contribua para o afastamento das novas gerações da participação política ativa, pode servir como um alerta de que é chegado o momento de uma reforma partidária séria e profunda.

Enquanto não forem revistos mecanismos como a Lei da Ficha Limpa, a fidelidade partidária, o fim da multiplicidade de legendas que não passam de empresas caça-níqueis controladas por caciques que enxergam na política um meio de multiplicar patrimônio, a filiação das novas gerações não será um remédio para o envelhecimento precoce de nossos partidos, tampouco trará sangue novo para essas legendas

O problema é que, sem a filiação de jovens e seu engajamento na vida política do país, corremos o risco de descambar para uma espécie de gerontocracia desnutrida de ânimo e ética.

 

A frase que foi pronunciada:
“Você pode queimar bibliotecas, proibir livros, boicotar acadêmicos e colocar intelectuais na lista negra, mas não pode apagar ideias.”
Matshona Dhliwayo

Matshona Dhliwayo. Foto: divulgação

 

Patrimônio da cidade
Outra banca de Brasília que merece todo o apoio do GDF é a Banca Fortaleza. Centro Cultural do pioneiro Antônio Ferreira de Araújo. Num barraquinho, começou a vender revistas na W3 Sul. Ponto de encontro da criançada às madames, a banca fica perto da Pioneira da Borracha e o Roma, amigos pioneiros também. Hoje, o filho Carlos Araújo é quem mantém o local.

 

Mais cuidado
Dados do Disque Denúncia apontam para 47 mil denúncias de violência contra idosos apenas nos cinco primeiros meses de 2023. Na Câmara dos Deputados, a Comissão dos Direitos dos Idosos começa a discutir a obrigatoriedade de certidão negativa criminal para quem quiser ser cuidador de idosos.

Foto: HayDmitriy/DepositPhotos

 

Na pele
Rogério Marinho e Davi Alcolumbre discutiam sobre a volta do DPVAT. Marinho lembrou que os brasileiros não têm uma lembrança agradável em relação a esse imposto, que foi criado em 1974. “Talvez, o presidente da Comissão de Constituição e Justiça não era nascido nesse ano, não é?” Ao que Alcolumbre confirmou. “Nasci em 1977.”

Imagem: reprodução da internet

 

História de Brasília

Isto não quer dizer que o povo esteja com medo do despejo. Deseja, isto sim, uma quadra organizada, onde possua viver uma comunidade sem os incômodos tão usuais como no IAPC. (Publicada em 7/4/1962)

Compre um mundo de ficção

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Imagem: reprodução da internet

 

De modo simples, é possível afirmar que o termo ideologia se refere a um conjunto de ideias e opiniões, que uma determinada sociedade expressa para decifrar a realidade e, desse modo, entender as consequências que ela exerce sobre as relações interpessoais. Para aqueles que enxergam a ideologia de uma distância segura, esse termo se refere apenas a um conjunto codificado de dogmas, que é imposto à mente das pessoas e que visa, em última análise, retirar-lhes a autonomia.

De toda forma, a ideologia é construída dentro de um paradigma ou modelo pré-existente, sendo, assim, um protótipo da realidade. Interessante notar que, nos Estados Unidos, a expressão ideologia tem um caráter pejorativo, no sentido de dizer que a pessoa, abduzida por ela, pensa dentro de uma caixinha, uma vez que parece sucumbir a essas ideias.

Temos que ideologia é um sistema de crenças políticas, que, de alguma forma, desafia e até contradiz a própria realidade e, por que não dizer, o bom senso. No mundo atual, as principais correntes ideológicas que merecem ser citadas são: liberalismo, conservadorismo, republicanismo cívico, supremacia branca, progressismo, socialismo, comunismo, fascismo, nacionalismo, feminismo, multiculturalismo, ecologismo, neoliberalismo e, mais recentemente, wokismo.

É preciso notar que, ao longo do tempo, alguns sistemas ideológicos exerceram influências sobre outra ideologia, modificando-a ou mesmo alterando seu sentido original. O importante nessa visão sumária sobre ideologia é notar que quando adaptada, de modo radical, aos governos, ou, mais precisamente, ao funcionamento da máquina pública, não raro produz desastres de grande monta. Os exemplos dessa adaptação funesta podem ser conferidos na Venezuela.

Outrora, um país rico e próspero, graças à abundância de jazidas de petróleo e à sua posição geográfica, próxima de grandes países consumidores, a Venezuela hoje é um país completamente arrasado pelas consequências trazidas por um tal “socialismo do século 21”, uma ideologia responsável pelo êxodo forçado de mais de 7 milhões de cidadãos, fora a quantidade de outros mortos ou assassinados pela ditadura que se instalou naquele país.

Alguns teóricos costumam considerar as ideologias como sendo “política em excesso”. Para alguns filósofos, quando se perde a confiança em si mesmo, os indivíduos buscam se apoiar mais facilmente em ideologias. No popular, diz-se que os marxistas convictos são aqueles que leram as obras de Marx. Os antimarxistas, ou capitalistas, ou simplesmente liberais são aqueles indivíduos que não só leram, como entenderam as obras de Marx.

O divertido nessa incursão pelo mundo das ideologias é notar que quanto mais um indivíduo se familiariza com diversas ideologias, menos propenso fica a ser influenciado por quaisquer uma delas. No outro lado da moeda, a ideologia é, na maioria das vezes, instrumento de dominação, agindo quer por persuasão ou mesmo dissuasão, alienando o indivíduo de suas possibilidades reais, ofertando-lhe, em troca um mundo de ficção, onde a realidade passa a ser aquilo que prega o mandatário.

 

Frase que foi pronunciada:

“Onde quer que uma ideologia reivindique supremacia, aí ela gera terrorismo.”
Abhijit Naskar, Mucize Misafir Merhaba: O Testamento da Paz

Capa: amazon.com

 

Clima
Em discussão, na Câmara dos Deputados, o presidente Arthur Lira dá a palavra chamando o cabo Gilberto Silva de capitão. O militar, para descontrair o ambiente, não perde a chance da brincadeira: “Muito obrigado pelo aumento da patente, mas pode baixá-la e aumentar o salário, presidente.”

Cabo Gilberto Silva. Foto: camara.leg

 

SOS
Por falar em Câmara, começa a instalação de uma comissão para análise da Proposta de Emenda à Constituição que reserva emendas para o combate a desastres naturais. Acontece que, raramente, os desastres naturais são previsíveis, por isso nem sempre é possível combatê-los. No caso, a reserva de emendas seria na realidade para socorrer as vítimas dos desastres naturais.

Foto: Arquivo pessoal/Divulgação/agenciabrasil.ebc

 

Sempre assim
Não surpreende que as reformas políticas acabem sempre servindo unicamente aos propósitos de grupos políticos e nunca em benefício e proveito para os eleitores. Em matemática, seria a representação de um conjunto vazio, ou, em outras palavras, a união de várias nulidades, cujo propósito é aquele que já conhecemos de antemão.

 

História de Brasília

Mas, já que o PTB pôs na quota esses apartamentos da 106 e 306, o dr. Helano Maia de Souza poderia assumir a defesa dos funcionários e distribuir apartamentos. No dia em que nós demos, aqui, uma nota sobre o que aconteceria aos que estão em atraso de aluguel, o IAPC arrecadou num dia o que não vinha arrecadando em um mês, nestes últimos tempos. (Publicada em 7/4/1962)

Educação fantasma

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Imagem: reprodução da internet

 

Mudanças e quaisquer alterações radicais, quando são feitas de modo brusco, apenas para atender situações emergenciais, normalmente, não resultam num modelo que pode ser implantado de modo definitivo. É o caso da educação a distância (EAD), implantada pelo país afora em decorrência das situações de calamidade pública provocadas pela pandemia da covid-19

Depois de mais de um ano sem aulas, quando não se tinha ainda clareza sobre as estratégias sanitárias adequadas a ser implementadas, muitas escolas, principalmente as particulares, resolveram adotar o modelo de educação a distância. Era um modo de evitar que a pandemia arruinasse esses empreendimentos. Acontece que essa prática de ensino, por características próprias, era pouco conhecida entre as escolas públicas e particulares para crianças e adolescentes, e ainda não se tinha todo um conhecimento mais profundo sobre como aplicá-la e seus resultados. Os docentes que se depararam com a obrigação de implementar a nova modalidade estavam despreparados, e não foram capacitados para esse tipo de ensino.

Diante da situação emergencial, as escolas públicas, principalmente as universidades, passaram a adotar também esse novo sistema de educação. Não é preciso ser um gênio da raça para saber que esse modelo falhou, num país onde, apesar do volume de recursos públicos à disposição, a educação continua a não ser prioridade.

Passada a pandemia, muitos estabelecimentos educacionais e mesmo algumas universidades, resolveram continuar com a prática do ensino a distância, quer pela comodidade desse modelo, quer pela economia que essa modalidade trazia para todos. Ocorre que a educação, por sua metodologia didática e pedagógica, requer, em boa parte, que as aulas sejam presenciais. O ensino a distância apresenta problemas que só podem ser resolvidos com a interação direta e ao vivo do professor com o aluno. Mesmo assim, com todos os entraves, o modelo de educação a distância logo despertaria a atenção de muitos empresários do setor, começando, assim, a multiplicação, por todo o país, de inúmeros cursos não presenciais.

Ocorre que o Ministério da Educação, não tinha, até então, um setor voltado exclusivamente para fiscalizar a qualidade e a seriedade desses cursos 100% remotos. O resultado dessa ausência de fiscalização, somada à esperteza de muitos empresários do setor, levou o modelo de ensino a distância a se distanciar do que se pode chamar, minimamente, de educação. As distorções e os excessos passaram a ser a regra nesse modelo. Diante de uma situação que só se agravava a cada dia, o Ministério da Educação proibiu a criação de novos cursos remotos. Alguns cursos que estavam em andamento, aproveitaram a medida para simplesmente encerrar as aulas, deixando alunos no meio do caminho e sem que eles tivessem a quem recorrer.

Medidas emergenciais foram tomadas, como a adotada pelo Conselho Nacional de Educação (CNE), tornando obrigatório que cursos de licenciatura em pedagogia tenham pelo menos 50% da sua carga horária em regime presencial. Tal medida, segundo a Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed), poderá excluir milhões de alunos do ensino superior. De acordo com essa entidade, atualmente 3,5 milhões de alunos estão cursando o ensino de forma remota.

Para o MEC, esse problema pode ser contornado por meio de uma fase de transição. O principal, segundo a pasta, é colocar um freio de arrumação na educação a distância, acabando com a proliferação de cursos sem lastro de qualidade. Avaliação feita agora pelo MEC mostra que apenas 450 cursos de ensino superior a distância, ou 26%, conseguiram obter notas satisfatórias dentro dos parâmetros estabelecidos pelo Conceito Preliminar de Curso (CPC). Interessante notar que a educação a distância, pela exigência da preparação específica e mesmo por sua complexidade técnica, requer também a uma formação especial e própria dos professores e de todo o corpo que participa direta ou indiretamente desse modelo. O fato é que essa capacitação simplesmente não tem existido até agora.

A educação a distância entre nós ainda é feita na base do improviso e de maneira pouco profissional. A avaliação dos alunos que participam desse tipo de instrução é outro problema que ainda aguarda solução satisfatória. A questão não é condenar a educação a distância, tendo como parâmetro as falhas ocorridas a partir da eclosão da pandemia. É preciso, sim, estabelecer todo um novo estatuto de leis e regramento para essa nova modalidade, dotando a educação remota dos mesmos mecanismos de qualidade verificados na educação tradicional. Num país em que nem a educação básica tem atingido patamares mínimos de qualidade, levar essas virtudes para um novo modelo, será um desafio e tanto.

 

A frase que foi pronunciada:
“A educação eletrônica está mudando. E veremos surgir novos modelos, novas tecnologias e designs. Então, vamos abandonar o ‘e’ – ou pelo menos dar-lhe uma definição nova e mais ampla.”
Elliott Masie

Elliott Masie. Foto: wsb.com

 

História de Brasília
Mas, já que o PTB pôs na quota esses apartamentos da 106 e 306, o dr. Helano Maia de Souza poderia assumir a defesa dos funcionários e distribuir apartamentos. No dia em que nós demos, aqui, uma nota sobre o que aconteceria aos que estão em atraso de aluguel, o IAPC arrecadou num dia o que não vinha arrecadando em um mês, nestes últimos tempos. (Publicada em 7/4/1962)

Os pés da igreja

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Foto: Pablo Cozzaglio/ AFP

 

          Ao longo de mais de vinte séculos, a igreja vem caminhando com os pés dos padres, dos fiéis e dos conhecidos homens santos ou aqueles que abraçaram as dores do mundo, chamando a atenção para os altos valores espirituais. É possível afirmar que, sem essa caminhada, cheia de rosas e espinhos, o mundo ocidental não seria o que é hoje. Mais do que guardiões da cultura e sabedoria clássica, greco-romana e judaica, a igreja cristã, por sua orientação, construída a partir das palavras de Cristo, foi a responsável maior pelo processo de humanização dos povos, possibilitando a formação da cultura ocidental.

         Óbvio que nesse caminhar humano, levando adiante o estandarte da luz e da fé, erros foram cometidos, não provenientes da doutrina e da palavra, mas provocadas apenas pela má conduta de homens de carne e osso. O que é importante saber é que sem as consequências dessa travessia, que misturava espiritualidade e muito trabalho secular, não estaríamos aqui hoje. Nosso mundo, caso ainda existisse, seria outro. Talvez um mundo irreconhecível por sua barbaridade extrema.

         Não é de se estranhar que os pés, pelo exercício do livre arbítrio da mente, podem, muito bem, nos conduzir à paz ou à guerra, à vida ou à morte. Ainda hoje, em pleno século XXI, é certo imaginar que sem essa força inspiradora, para prosseguirmos firmes, preservando todo esse imenso legado, feito de pedra e fé, iremos irremediavelmente sucumbir. Pereceremos sob o lento amalgamar de culturas que visam não a somar forças com a cristandade e toda sua herança de paz, mas destruí-la, erguendo em seu lugar altares à morte, à intolerância e ao extremismo xenófobo dos homens bombas.

         Estudos realizados recentemente por universidades europeias mostram que, até 2050, a prosseguir o processo acelerado de islamização trazido por levas incontroladas de imigrantes, todo aquele continente, berço precioso de toda a cultura ocidental, irá não apenas sucumbir à pressão daquela cultura anticristã, mas deixar de existir conforme a conhecemos hoje.

         Diante de todos e sem resistência alguma, igrejas e templos cristãos são vilipendiados e incendiados por toda a Europa, num aviso claro do que está por vir. Mulheres são molestadas. Grupos cristãos atacados em seu próprio país. A cultura do ódio e contra os costumes cristãos se espalha por todo o continente sem resistência. Estamos assistindo de camarote o lento fim da cultura judaico-cristã, e sua substituição por uma fé e costume que visam a destruição de tudo o que civilização ocidental é. Não é pouca coisa. Fenômenos históricos como o crescimento exponencial da população mulçumana e de uma clara divisão entre oeste e leste europeu ameaçam o prosseguimento de nossa civilização. Não se trata aqui de um processo cultural harmonioso ou positivo para o futuro das mais de 28 nações que compõem a comunidade europeia. Tudo nesse amalgamento leva a crer que, cedo ou tarde, haverá embates sérios e isso é grave, pois tende a se espalhar para o resto do mundo, trazendo, quem sabe, uma nova e imaginária reedição das cruzadas, tudo isso ao mesmo tempo em que a ciência ocidental busca novos paradigmas para a perpetuação da ameaçada espécie humana.

          Curioso notar que, mais uma vez, em vista do que está por vir, teremos que nos reunir e, com nossos pés, prosseguir a caminhada, levando em procissão nosso estandarte, que, afinal, é nosso Norte e razão de ser, num mundo em reboliço.

 

A frase que foi pronunciada:

“Como um homem julgará o que fazer em tais tempos?’

– Como ele sempre julgou – disse Aragorn. ‘O bem e o mal não mudaram desde o passado… É função do homem discerni-los, tanto no Bosque Dourado como em sua própria casa.'”

  1. R. R. Tolkien

 

Lápis e papel

Brasília reafirma sua vocação modernista na arquitetura, mostrando ao mundo a capacidade ímpar de nossos profissionais urbanistas na arte de bem projetar uma cidade, com toda a sua complexidade e funcionalidade alcançada apenas com a ajuda simples de cérebros, papel e lápis.

Foto: Valter Campanato (veja.abril.com.br)

 

Minimalista

Num tempo em que computadores não eram vistos nem em ficção científica, essa proeza minimalista parece ter dado o toque humano que projetos dessa magnitude deve conter.

 

Para o futuro

Agora a cidade é palco para o 3º Fórum Mundial Niemeyer, reunindo especialistas em arquitetura, urbanismo, ciência, cultura e humanidades, com o objetivo de debater o futuro das cidades e do planeta nesse século XXI

Oscar Niemeyer. Foto: Arquivo Público do DF

 

História de Brasília

Mas, já que o PTB pôs na quota êsses apartamentos da 106 e 306, o dr. Helano Maia de Souza poderia assumir a defesa dos funcionários e distribuir apartamentos. No dia em que nós demos, aqui, uma nota sobre o que aconteceria aos que estão em atraso de aluguel, o IAPC arrecadou num dia o que não vinha arrecadando em um mês, nestes últimos tempos. (Publicada em 07.04.1962)

Necessidade de arte e cultura

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Ilustração: Atlas linguístico do Brasil

         Com a quarentena, imposta pela pandemia, aquela parcela da sociedade que ficou confinada em seus lares, inclusive aqueles que encontraram amparo econômico por meio do trabalho em casa, tiveram, em algum momento, que buscar refúgio e paz de espírito na cultura.

         Ao contrário do que muita gente acredita, a cultura, incluindo aí tudo o que diz respeito ao universo das artes, não é mero passatempo reservado ao entretenimento e ao lazer. Nem tampouco atividade para o desfrute de uma classe de pessoas privilegiadas. É muito mais do que podemos mensurar. Um povo desprovido de produção cultural, se é que existiu algum na história da humanidade, sobrevive alheio ao mundo em redor. Pois a cultura é a própria tradução e representação do mundo em que estamos imersos. Mesmo aquelas civilizações que devotavam todo o seu tempo e o melhor de sua gente às atividades de guerrear e submeter outros povos, como parece ser o caso dos espartanos, na Grécia clássica. Mesmo esses povos baseavam sua cultura na educação e no treinamento militar rigorosos e obrigatórios para todos os cidadãos, num regime conhecido por “agoge”.

         Eles, que amavam as armas e a guerra, também cultivavam a leitura, a música, a escrita e a dança. Assim, agiam também as mais diversas sociedades humanas ao longo da história. Todos, em menor ou maior grau, produziram cultura, até como uma herança social, capaz de agir como elemento aglutinador de identificação entre os indivíduos de uma sociedade, falando de seu passado e acenando para o futuro.

         Para a antropologia, a cultura é o elemento que, por excelência, diferencia o homem racional de outros animais. O ser humano é, por conseguinte, um animal produtor de cultura. Aliás, a maioria dos povos que, ao longo de milênios, cresceram, desenvolveram-se sobre o planeta, ou mesmo foram extintos, só puderam ser conhecidos como tal, graças à produção de cultura que organizaram em seu tempo de existência.

         Ainda dentro das ciências que exploram a existência humana no mundo, a cultura é vista como elemento indutor da própria evolução humana, contribuindo para o aprimoramento de técnicas diversas que tornavam a vida mais proveitosa e por consequência, mais longeva. Também graças à propagação das atividades e do fazer cultural é que foi possível abrir caminhos para o combate aos problemas socioeconômicos, melhorando a autoestima dos povos, atraindo novos valores, conferindo identidade, autodisciplina e outros valores morais e éticos que foram sendo aperfeiçoados ao longo da jornada humana. Mesmo aspectos outros, como o sentimento de pertencimento a um determinado lugar, a um determinado povo, foi dado através do trabalho e do desenvolvimento da cultura. Há ainda, entre as mil facetas proporcionadas pela cultura, a abertura de oportunidades para a realização individual e coletiva das pessoas, aspecto fundamental e agregador de toda e qualquer sociedade, seja ela do passado ou do presente.

         Não seria exagerado supor então que por meio da produção cultural, é possível afirmar que a perpetuação de uma civilização está diretamente ligada à sua capacidade de gerar cultura e, portanto, conhecimento. Não é por outra razão que muitos estudiosos apontam a cultura como sendo a própria alma de um povo, capaz de dar impulso e ânimo.

         Tão importante ainda como a identidade dada pela cultura a um povo, comumente chamada de identidade cultural, é o fato de que é, através dos mecanismos propiciados pela cultura, que surgem as possibilidades e os meios para o desenvolvimento das artes, em todas as suas vertentes. E é aí que voltamos ao início do texto no que concerne à importância que a cultura exerce em momentos especiais, sobretudo numa época em que tangidos pelo medo da doença e da morte, os indivíduos buscam, na cultura e sobretudo no seu mais importante produto: as artes, a possibilidade de sentir-se em iguais, desfrutando do mesmo destino, seja em tempos de paz ou de guerra. O teatro, a música, o cinema, a poesia, as artes plásticas e uma infinidade de outras realizações do gênio humano, tornam a jornada humana sobre o planeta uma experiência que vale ser vivida, não importando o que se passa lá fora.

         Nesse aspecto não importa se a cultura é erudita ou popular. O efeito terapêutico sobre as diferentes pessoas é o que importa. E como importa. Dentro desse contexto é crucial reforçar a contribuição dada pelas mídias sociais na divulgação dos mais variados temas artísticos e culturais. Ouve-se de pagode à música erudita, num toque de dedos.

         Bibliotecas de todo o mundo estão ao alcance de todos nas redes. Do ponto de vista cultural, as mídias sociais possibilitam desde visitas virtuais a museus e outros sítios de interesse histórico, como leva o internauta a dar um giro pelo mundo, sem sair do lugar.

         Para muitos, é nas ruas ou na sala de visita comum e coletiva, que podemos desfrutar a vida com todo o seu potencial, ao vivo e a cores. Há as cidades mais providas de equipamentos de cultura, como teatro, galerias, museus e outros centros culturais, e outros lugares áridos de cultura, sem espaços adequados para o exercício da cidadania e das artes. Que nossos governantes tenham sensibilidade para perceber os esforços dos verdadeiros trabalhadores das artes.

 

A frase que não foi pronunciada:

“A arte não é um espelho que representa a realidade, mas um martelo para moldá-la.”

Bertold Brecht

Bertolt Brecht, c. 1948–55. Arquivos Federais Alemães (Bundesarchiv), Bild 183-W0409-300; fotografia, Kolbe Creative Commons Atribuição ShareAlike 3.0 (genérico)

 

História de Brasília

A situação do IAPC em Brasília é dramática, pelo abandono votado ao Distrito Federal pelo presidente do Conselho Administrativo. E justamente por causa do sr. Pery Rodrigues, os funcionários não terão apartamentos novos. (Publicada em 07.04.1962)

Onde estão as regras?

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Foto: camara.leg

 

Quem quer que se dê ao trabalho de fazer um apanhado geral das principais notícias veiculadas diariamente na imprensa brasileira, na tentativa de entender o Brasil atual, por certo, não chegará a lugar algum. A razão é simples: o Estado Brasileiro, e não a nação, parece estar de cabeça para baixo. Aqui também a explicação é simples: as principais instituições do Estado, comumente chamadas de Poderes da República, ousaram enveredar por caminhos paralelos à Constituição, mal tangenciando o que ordena a Carta de 88.

Com isso, pouco tem restado dos preceitos básicos de harmonia e independência entre Poderes. O que existe, de fato, é uma espécie de caldeirada ou sarrabulho, onde já não se distinguem cada um dos ingredientes. Trocando em miúdos, é o que se tem para hoje. Se não, vejamos: O principal setor da economia brasileira hoje é, sem dúvida alguma, o agronegócio, que movimenta uma imensa cadeia de atividades, dando emprego para aproximadamente 30 milhões de pessoas, o que corresponde a 27% no total de mão-de-obra ocupada em nosso país.

Não surpreende que esse setor seja o responsável por 49% da pauta exportadora em nosso país. Na verdade, o agronegócio é o único setor em nosso país que possui vida própria, anda com as próprias pernas, e, portanto, não depende diretamente de governos ou de oscilações e humores de mandatários. Mesmo com todas essas credenciais positivas, capaz de salvar o país da inadimplência certa, o atual governo faz questão de não se entender com os produtores rurais, os quais critica costumeiramente.

O Agrishow, que acontece agora em Ribeirão Preto (SP), é a maior feira agropecuária do Brasil e uma das maiores do mundo, com estimativa de movimentar, em poucos dias, cerca de R$ 13,2 bilhões em negócios. Num acontecimento portentoso como este, o presidente envia um representante com receio ou a certeza de não ser bem recebido pelos produtores. Mesmo assim, para uma abertura oficial da feira, realizada para convidados selecionados a dedo. Não dá para entender. De outro lado, o mesmo governo, cujo dom de negociar politicamente com o Congresso e sem a liberação de verbas é escasso como água no deserto, prefere enviar, diretamente ao Supremo, onde parece ter uma “bancada” favorável, a questão da desoneração da folha de pagamento de diversos setores da economia.

Com esse gesto, que de sobra tornou-se um caminho natural, seguido, inclusive, pelos próprios parlamentares, vai tornando obsoleto o próprio Legislativo. Em tempos não muito distantes, esse rito transversal seria impensável. O mais curioso é que essa questão caiu nas mãos de um ministro que, até há pouco tempo, era ninguém menos do que o advogado de defesa do atual mandatário. Dá para entender?

Noutro lado do campo e para dar mais nonsense ao que ocorre hoje em nosso país, a questão sensível da demarcação das terras indígenas, dentro do chamado Marco Temporal, volta à baila no Supremo mesmo depois de já ser decidido no Congresso, onde esse assunto espinhoso deveria ter, no arranjo constitucional entre os Poderes, seu berço natural. Para complicar o que em si já é demasiado controverso, o Supremo, que já havia revertido sua jurisprudência anterior, abriu um processo de conciliação entre as partes, o que num Estado racional, seria função exclusiva do Legislativo. Dizer que ninguém se entende nessa atual República talvez seja a única explicação racional capaz de tornar inteligível o Brasil atual.

 

A frase que foi pronunciada:

“Todos os que vivem sob o contrato social a que chamamos democracia têm o dever de agir com responsabilidade, de obedecer às leis e de abandonar certos tipos de comportamentos de interesse próprio que entram em conflito com o bem geral.”   

Simon Mainwaring

Simon Mainwaring. Foto: voyagela.com

 

Revolução

Simples assim. Você recebe um balde para depositar todo lixo orgânico da cozinha. Paga uma taxa e recebe terra forte para plantar o que quiser. Trata-se do projeto Compostar. Veja no link Capital Lixo Zero.

Publicação no perfil oficial da Compostar no Instagram

 

Expectativa

Faltam três comissões para a decisão do projeto que regulamenta a desaposentação no INSS.

Foto/Exame

 

Bem de todos

Viviane de Almeida, chefe do Núcleo de Qualidade e Segurança do Paciente do HBDF, trabalhou com diversas equipes da Instituição a importância da Comunicação entre os setores e o reflexo desse diálogo na vida do paciente. A iniciativa é fundamental e poderia ser aplicada em todos os órgãos do GDF.

Foto: Gabriel Jabur/Agência Brasília-20.6.2017

 

História de Brasília

A situação do IAPC em Brasília é dramática, pelo abandono votado ao Distrito Federal pelo presidente do Conselho Administrativo. E justamente por causa do sr. Pery Rodrigues, os funcionários não terão apartamentos novos. (Publicada em 07.04.1962)