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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
jornalistacircecunha@gmail.com
instagram.com/vistolidoeouvido
Até as pedras da calçada sabem que certas questões, relativas aos vícios e virtudes humanas, devem ficar restritas ao que consideram e julgam as pessoas individualmente e a sociedade. Levar todos e quaisquer problemas dessa complexidade ao arbítrio do Estado resulta em soluções, ou que agradam a uns, ou que favorecem aos grupos a eles ligados.
Essa constatação vale sobretudo na questão do aborto, apropriada, sorrateiramente, por grupos fora do conhecimento científico, transformando o que seria um problema restrito ao âmbito e ao julgamento dos profissionais de saúde numa questão de Estado. E tudo como se fosse possível regular a infinidade de questões sensíveis que esse tema traz a decisões de burocratas que nada entendem dessa realidade.
Curioso é notar que temas dessa natureza não aparecem nas escolas durante as aulas de educação sexual. Tampouco são vistos em campanhas institucionais de educação. Todo esse imenso problema com suas variantes intrincadas jamais foi debatido com a sociedade, que pouco sabe sobre essa questão, suas causas e consequências. Nem mesmo, em tempo algum, esse tema foi visto entre nós, programas sérios de incentivo à contracepção, para aquelas mulheres que não desejam filhos. Ou a pílula do dia seguinte para as crianças, adolescentes ou mulheres adultas que sofreram estupro. Por séculos, todo esse tema foi deixado à margem do conhecimento da população.
Não surpreende que agora, para um grupo de interesses escusos que tem, nos temas sensíveis de diversidade, costume, família e outros, seu palanque para ecoar proselitismos vazios. A questão do aborto ganhou os holofotes por um ângulo que não é o apropriado e não irá pôr um ponto final nessa questão. Mais valia deixar a critério de instituições como o Conselho Federal de Medicina a decisão sobre essa questão.
Muito mais sincera tem sido a Igreja Católica, que toma, como princípio e fim dessa discussão, o que recomenda a Bíblia, dizendo, em alto e bom som, um sonoro ‘não’ ao aborto em qualquer tempo. É lógico que aqui também sobem no muro aquela parcela da igreja que comunga pela Bíblia da teologia da libertação.
O que ocorre com essa discussão é que enxergam, nesse tema, uma excelente oportunidade de pôr em prática o ranço contra a instituição da família. Engana-se quem acha que a possibilidade dessa discussão venha trazer bônus político em forma de votos vindos daqueles que acreditam que o aborto é uma solução natural que não leva em consideração os possíveis direitos à vida que pulsa no ventre.
De fato, a discussão do tema aborto ganha as manchetes, incendeia o parlamento. Mas o que obtém de notoriedade perde em sensatez. Também o que esperar de pessoas que não sabe nem o que é de seu mister e que não sabe a diferença entre receita e despesa: bom senso? A bem da verdade, quem deveria estar interessado está se lixando para toda essa discussão. Não assume nem que defende nem que é contra. Muito pelo contrário.
Nesse jogo de faz de conta, quem também aproveita, de modo até sincero, é a bancada evangélica, que sabe que titubear nessa questão é perder fiéis e votos. Mesmo a indústria farmacêutica, que parece omissa nesse caso, aguarda o desfecho do problema, pois tem remédio para aqueles que são a favor a para aqueles que são contra.
A frase que foi pronunciada:
“Se Deus viesse à nossa porta, como seria recebido? Aquele que bate à nossa porta, em busca de conforto para a sua dor, para o seu sofrimento, é um outro Cristo que nos procura.”
Santa Irmã Dulce dos pobres
Invasão
Não é possível que humanos e animais domésticos fiquem à mercê das capivaras que agora migraram para o Lago Norte. Dezenas desses animais passeando livremente pelas ruas em busca de alimentos. A situação vai ficar insustentável em breve. Veja, a seguir, o vídeo divulgado nas redes sociais.
Errei
Discordo do título, erramos. Prefiro assumir a responsabilidade. A correção veio do leitor Chico Sant’Anna, que lembrou a notinha sobre o primeiro edifício residencial de Brasília com varanda e que desapareceu do mapa. O prédio de três andares de frente para a L2 Sul, bloco S da 402 não era do Itamaraty, mas da Embaixada Britânica.
História de Brasília
Os funcionários do DCT, sem apartamentos, estão acampados em frente à repartição. É um movimento pacífico, mas deprimente para os chefes. Quem encara com seriedade que deve ter um serviço de comunicações, sabe que os funcionários encarregados devem ter o máximo de conforto. (Publicada em 10.04.1962)
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Antigos moradores da cidade, principalmente os chamados candangos, que para aqui vieram durante a fase de construção da nova capital, estão entre os maiores admiradores de Brasília. Formam, hoje, um grupo de pessoas de idade avançada que nutrem, pela cidade, uma espécie de amor paterno, materno ou fraternal. Em sentido literal, ajudaram a criar Brasília desde a mais tenra idade. São esses também que mais sofrem quando veem a cidade tomar um rumo diverso daquele concebido por seus idealizadores.
Depois de ter conhecido a maioridade política, por força e razões que não merecem aqui ser detalhadas, Brasília tomou um rumo diferente daquele planejado inicialmente, para desgosto de muitos e regozijo de uns poucos, sobretudo dos que passaram a lucrar com a ideia de retalhar a cidade, vendendo-a em pequenos pedaços, tudo em troca de votos e de outros favores distantes da ética pública.
Para esses antigos moradores e para toda a geração nascida e criada aqui, Brasília é a referência que possuem do Brasil. Entendem o país como sendo o que enxergam ao redor. São esses, os que não querem Brasília lançada nos descaminhos, que têm destruído a maioria de nossas capitais, cercadas de miséria e insegurança. São esses brasilienses que não desejam a cidade apinhada de prédios e com suas áreas verdes desfiguradas com a criação de bairros sem planejamento urbano, sem infraestrutura e, pior, sobrecarregando os serviços públicos da capital.
Os brasilienses que adotaram a cidade com o lar para suas famílias não desejam que a capital continue no mesmo caminho tomado por muitas cidades brasileiras, que hoje amargam com o caos urbano e com a principal consequência desse fato que é a ruína na qualidade de vida de seus moradores.
Infelizmente, são esses que têm sido contrariados, com a insistência, cheia de más intenções, com que a Câmara Distrital quer impor o controverso Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília (PPCUB). Trata-se aqui de um Plano cuja própria denominação esconde a verdade daquilo que está por detrás.
A preservação, conforme um dia sonharam os idealizadores da cidade, é tudo o que o Plano não possui. Na verdade, desde a criação da Câmara Legislativa local, Brasília vem sendo submetida a um processo acelerado de desfiguração contínua.
Os políticos locais querem uma cidade que abarque e satisfaça apenas seus horizontes políticos próprios, pouco ligando para questões como o planejamento urbano ou a infraestrutura. De fato, a cidade que a população tem em mente e na alma é outra completamente diferente. As mudanças trazidas por essa rodada do PPCUB irá, mais uma vez, deixar, na corda bamba, o título de Patrimônio Cultural da Humanidade, outorgado pela Unesco em 1987.
Uma dessas mudanças ilógicas trata da criação de uma imensa área, situada no fim do Eixo Sul, para a instalação de um acampamento, com restaurantes de comércio. Trata-se aqui de mais uma ideia marota que esconde a possibilidade de criação futura de mais um denso bairro.
Tudo sem planejamento e feito a toque de caixa para não levantar suspeitas. A ideia de alguns desses distritais é levar, para essa área, todas aquelas famílias que hoje estão em tendas espalhadas pela cidade. Ideias como essa e outras que viram dentro do PPCUB visam “preservar” a cidade tombada para que nela floresçam os projetos e ambições de políticos e empreiteiros, que enxergam a capital de um ângulo muito particular e vantajoso.
A frase que foi pronunciada:
“Sereis tanto mais influentes quanto mais fordes corretos e justos.”
Juscelino Kubitschek
Invasão
Não é possível que humanos e animais domésticos fiquem à mercê das capivaras que agora migraram para o Lago Norte. Dezenas desses animais passeando livremente pelas ruas em busca de alimentos. A situação vai ficar insustentável em breve. Veja, a seguir, o vídeo divulgado nas redes sociais.
História de Brasília
Os funcionários do DCT, sem apartamentos, estão acampados em frente à repartição. É um movimento pacífico, mas deprimente para os chefes. Quem encara com seriedade que deve ter um serviço de comunicações, sabe que os funcionários encarregados devem ter o máximo de conforto. (Publicada em 10.04.1962)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
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Nesses tumultuados dias, não está nada fácil seguir o maior pregador da paz e do amor que já existiu sobre a Terra. Na verdade, nunca foi uma tarefa fácil segui-lo e muito menos pregar seu maior ensinamento, que era o de amar uns aos outros. Seus principais discípulos, aqueles que testemunharam e beberam na fonte a água cristalina do cristianismo e que, depois de sua morte prematura, foram para os quatro cantos do mundo conhecido naquela época pregar a Boa Nova formaram a primeira fileira de mártires, mortos de forma desumana e imotivada.
Mateus passou por um martírio sobre-humano, vindo a morrer ferido de espada. Marcos morreu em Alexandria, arrastado por cavalos pelas ruas da cidade. Lucas foi enforcado na Grécia. Pedro foi crucificado de cabeça para baixo. Tiago, decapitado em Jerusalém. Bartolomeu ou Nathaniel foi martirizado na Armênia, esfolado por chicote. André foi crucificado na Grécia. Tomas, esfaqueado na Índia. Judas Tadeu foi morto a flechadas. Matias, apedrejado e decapitado. Paulo foi torturado e decapitado a mando de Nero em Roma, em 67 d.C. João, depois de ser fervido em óleo quente, salvou-se desse suplício, sendo o único que morreu de velhice.
Depois desses apóstolos e ao longo dos séculos, centenas de milhares de outros discípulos foram sendo mortos de forma bárbara, talvez cumprindo o que está escrito em Mateus 24:3-14: “Vocês serão presos, perseguidos e mortos. Por minha causa, serão odiados em todo o mundo.” Para muitos, ainda hoje, toda essa situação de martírio e perseguições sofridas pelos seguidores de Cristo se deu devido a contextos históricos próprios, em uma época convulsionada e de muitas rivalidades e fanatismo. Nada mais irreal. Ainda hoje, e até de forma mais violenta e em maior quantidade, os cristãos continuam a ser perseguidos e mortos por sua crença.
Notícias que não param de chegar dão conta de que a perseguição a cristãos tem atingido números alarmantes. De acordo com o que informa a organização Portas Abertas, na Lista Mundial da Perseguição 2024, o número de incidentes contra cristãos e suas igrejas vem aumentando de forma assustadora, com ataques a templos, escolas e hospitais cristãos.
Segundo o levantamento, referente ao período de outubro de 2022 a setembro de 2023, ataques contra igrejas saltaram de 2.110 para 14.766. A lista informa, ainda, que o número de cristãos espancados ou ameaçados passou de 29.411 para 42.849. As residências de cristão foram atacadas de forma nunca antes vista, passando de 4.547 casos para 21.431 — ou seja um aumento da intolerância de 371%.
Por outro lado, o número de cristãos forçados a abandonar suas casas saltou de 124.310 para 278.716. São números assustadores e que demonstram que, mesmo passados mais de 20 séculos, os seguidores do chamado Príncipe da Paz continuam sendo alvo de guerra santa, cercados de todos os lados, perseguidos não só por questões religiosas, mas sobretudo por motivos políticos, sociais e econômicos, entre outros.
Essa lista trazida pelo informe Vatican News diz ainda que, nesses mais de 50 países pesquisados, a discriminação contra cristãos vem crescendo de forma exponencial, o que perfaz, somente nesse levantamento mais de 365 milhões de pessoas diretamente afetadas por conta de sua fé. Esses são os números mais elevados dos últimos 31 anos.
A frase que foi pronunciada:
“A Igreja Católica é tão perseguida porque assim foi também perseguido o seu Divino Fundador”
São Pio X
Sumiu
No início da L2 Sul, havia o primeiro prédio residencial com varanda em Brasília. Era do Itamaraty.
Pela vida
Mães do DF doam leite para as crianças internadas em hospitais públicos. No site amamentabrasilia. saude.df.gov.br ou pelo número 160 (opção 4), a doadora é cadastrada e instruída sobre o armazenamento do leite. Bombeiros vão buscar até a residência. Todos de mãos dadas pela vida.
Conclusão
O evento realizado pelo Hospital Regional do Gama (HRG) foi um marco de reconhecimento e incentivo à doação de leite humano. A colaboração entre o HRG, os doadores e o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal exemplifica como o trabalho conjunto pode criar um impacto positivo significativo na saúde e no bem-estar da comunidade.
História de Brasília
O IAPI já começou a limpeza da Superquadra 305. Um novo almoxarifado está sendo construído ao lado do Hospital, no caminho da Cidade Livre, e as residências da W-2 serão transferidas para ali. (Publicada em 10/4/1962)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Com a quase certa eleição do conservador Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos, e, agora, com o avanço esmagador da direita nas eleições para o Parlamento Europeu, tudo isso sem contar com a vitória do também direitista Javier Milei, na Argentina, o governo brasileiro terá obrigatoriamente que reorientar suas ações, caso queira manter uma relação política mais saudável com o restante do continente, com os Estados Unidos e com a Europa.
As mudanças no matiz ideológico em muitos países já levam os analistas políticos a admitirem que o mundo vive uma onda global rumo à direita, sendo que esse verdadeiro maremoto está apenas em sua fase inicial. Isso significa que essas mudanças trarão, entre outras coisas, um novo modelo de relação entre os países.
Talvez, a mais significativa alteração aconteça nas relações econômicas, com o retorno do pragmatismo do Laissez-Faire ou do Liberalismo, com todas as suas vertentes. De imediato, a renovação do Parlamento Europeu poderá, em médio prazo, provocar impactos significativos nos mercados internacionais, embora que, nesse momento, as relações com a América Latina e o Brasil não serão afetadas ainda. Mais uma coisa é certa: os resultados da eleição na Europa afetarão, sem dúvida alguma, o modo como o Mercado Comum Europeu interage com o continente latino-americano. Em síntese, o que se espera é que essa nova configuração política do Parlamento Europeu, juntamente com as eleições americanas vindouras, traga bons frutos para nosso país.
A saída para o atual governo, caso não queira se isolar ainda mais do mundo democrático, é a busca guarida junto ao velho Centrão, deixando de lado os arroubos ideológicos. O que se descortina no mundo Ocidental nesses tempos é o retorno triunfal da velha e conhecida realpolitik, ou seja a diplomacia política alicerçada em considerações de cunho prático, ou seja no verdadeiro interesse nacional. A verdade é que no plano internacional a mudança que vem ocorrendo a cada eleição para o Parlamento Europeu, trará mudanças sobretudo nas relações do velho continente com a emergente China. É nesse polo que estarão, talvez, as mais importantes mudanças de rumo. Com a economia chinesa montada sobre os trilhos da ideologia do Partido Comunista Chinês, com suas já sabidas pretensões de abocanhar o mundo através da chamada Rota da Seda, as relações da Europa com o Oriente devem ser repensadas. Para os que estão hoje confortavelmente instalados no poder, todo e qualquer movimento feito pela direita é logo taxado de extremista. Assim é que a chegada dessa força política ao Parlamento Europeu foi logo atribuída à extrema direita.
O que está em jogo, com essa reviravolta que, diga-se de passagem, vem da vontade popular livre e soberana é o começo do fim das esquerdas no poder em boa parte do mundo civilizado. O que resta agora dessa ideologia no controle de alguns países se resume a governos nitidamente ditatoriais, opressores e sem rumos claros para a concretização de metas simples como o Índice de Desenvolvimento Humano. Todos os países controlados hoje por forças de esquerda mantêm suas populações na pobreza, pois servem-se dessa condição para perpetuarem-se no poder. Uma coisa é o que a realidade imposta pela vontade popular quer de fato. Outra coisa é o que se apressam em analisar aqueles que já estão com saudades dessas mudanças e com medo do que ela trará.
Com a possível eleição de Trump e guinada à direita do braço legislativo do principal bloco econômico do planeta, os embates entre China e Ocidente podem ser ainda mais acirrados, o que, de forma indireta pode favorecer também ao agronegócio brasileiro, também principal protagonista dos superávits do país. O que se sabe até agora é que os superávits surpreendentes nas finanças da Argentina, algo até pouco tempo inconcebível, é obra da direita no poder e isso é motivo de ciumeira por parte do atual governo de nosso país, principalmente quando se sabe que a economia do Brasil está rumando para o abismo fiscal com uma dívida interna podendo facilmente ultrapassar a casa dos R$ 7 trilhões de reais.
Com a guinada da direita em muitos países, vai ficando cada vez mais difícil ao governo brasileiro seguir com a manobra de isolar a direita em nosso país. As previsões, caso as eleições transcorram na paz e na ética, são que o próximo Legislativo nacional seja majoritariamente conservador. Em nosso caso, é preciso observar ainda que a construção de pontes entre o Executivo e o Legislativo vai ficando cada vem mais difícil, obrigando o Palácio do Planalto a ter que recorrer ao Judiciário onde parece contar com uma insólita maioria a seu favor.
A frase que foi pronunciada:
“A escuridão é covarde. Acenda uma pequena luz e ela fugirá apavorada.”
Provérbio Judaico
Imperdível
Amanhã, sexta-feira, às 19h30, a Academia de Letras e Música do Brasil realizará, no auditório do Departamento de Música da UnB, o recital semestral com entrada aberta e franqueada ao público. Dib Francis, membro da academia e agitador cultural irá tocar piano com a mestra dos tempos de UnB, Elza Gushiken. Norma Parrot, ao violoncelo, completa o trio. Outra presença importante é a de Alexandre Romariz. Um engenheiro que toca piano para se divertir. Do trio, Debussy interpretará a obra acompanhado por Ariadne e Marcelo Salles.
História de Brasília
Custa crer que o almirante Lucio Meira esteja trabalhando contra Brasília, mas se fôr mesmo o caso será o contrário. Êle saberá o que está acontecendo, e tomará providências. (Publicada em 10.04.1962)
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Ao ser deixado de lado pelas classes médias e altas, o ensino público perdeu o principal nicho social que poderia, de alguma forma, fazer pressão pela melhoria do ensino junto às autoridades, reivindicando direitos e exigindo escolas de qualidade. Com isso, muitas escolas públicas que outrora eram reconhecidas como de excelência passaram a conhecer o outro lado da pista: a decadência.
Das poucas escolas que conseguiram sobreviver a esse esvaziamento social, oferecendo um ensino de relativa qualidade, todas, indistintamente, tinham, em seus quadros de direção e professores, pessoas abnegadas e incansáveis que passavam a maior parte do ano peregrinando pelos corredores dos ministérios em busca de auxílio e, muitas vezes, não se dobrando às humilhações impostas pela burocracia estatal e a sua indiferença com esse problema.
Alguns fatos ocorridos na dinâmica social e urbana brasileira, iriam, no final dos anos de 1970, provocar uma série de mudanças estruturais no tradicional modelo educacional do país, principalmente no ensino público, oferecido pelo Estado sob a direção do Ministério da Educação e Cultura (MEC), como era denominada, nessa época, a pasta que coordenava os assuntos ligados a essa área.
Entre essas mudanças sociais que acabaram por atingir em cheio a educação pública, sobretudo no quesito qualidade e eficiência, está a debandada em massa das classes média e alta dessas escolas rumo ao ensino privado, que começava a ganhar fôlego e a atrair os alunos cujas famílias tinham melhores condições econômicas oferecendo um currículo e uma grade e disciplinas mais elaborados, diversos e atrativos, aprofundados em matérias escolares que, lá no ensino público, eram vistas apenas de forma superficial.
Não demorou para esse alunado começar a se sobressair nos exames e vestibulares do país, demonstrando não só uma diferença de qualidade desses conteúdos programáticos, como uma nova maneira de ministrar aulas mais dinâmicas, tudo dentro de um espírito empresarial que reconhecia na educação de jovens um vasto campo a ser explorado economicamente.
Os melhores pedagogos e professores foram chamados também. As aulas consumiam uma carga horária maior. O material didático era diferenciado e mandado imprimir pelas próprias escolas, contendo textos explicativos e exercícios relativos ao assunto em cadernos ricamente diagramados.
Os ministros dessa pasta, que, antes, exibiam invejáveis currículos acadêmicos, foram substituídos por políticos pouco afeitos às necessidades da área. O mesmo passou a ocorrer, em âmbito estadual e municipal com os secretários de Educação, a grande maioria despreparada e avessa a esses problemas.
Deu no que deu. Nesse vácuo e nesse terreno baldio em que se transformaria o ensino público, ficaram alguns professores em fim de carreira, já cansados e desiludidos da luta pela melhoria do ensino, e alguns outros professores que, caso fossem submetidos a exames para medir o grau de conhecimento nas disciplinas que ministravam, seriam automaticamente reprovados.
Os baixos salários cuidaram para espantar os poucos profissionais de ensino com maior preparo. Os sindicatos, como braços avançados dos partidos, cuidaram de fazer sua parte, paralisando continuamente as aulas em busca de melhoria salarial.
Não surpreende que, hoje, o ensino público do país seja um dos mais mal avaliados nos certames internacionais, como o Pisa. Hoje, o ensino público é ofertado, na sua grande parte, para pessoas de baixa renda que não encontram outra opção. É isso ou nada.
A pandemia mostrou o fosso entre escola pública e privada, acentuando dramaticamente a desigualdade social. Alunos de escolas privadas continuavam tendo aulas via computador. Os alunos do ensino público só tinham o celular do pai ou da mãe para dividir com os irmãos.
A frase que foi pronunciada:
“Educar a mente sem educar o coração não é educação alguma”
Aristóteles
Sul
Depois da tragédia do Rio Grande do Sul, vão aparecendo as partes práticas da burocracia. Aqueles que assinaram o contrato de seguro do carro optando por seguro total, inclusive contra desastres naturais, receberão um novo automóvel. O presidente do Sindicato dos Corretores de Seguros do Rio Grande do Sul, André Thozeski, afirmou, em entrevista ao portal Terra, que os imóveis financiados pelo Sistema Financeiro da Habitação contam com um seguro que cobre danos físicos ao imóvel, não importando qual agente financeiro firmou o contrato: Caixa, BB, Bradesco, Itaú, Santander etc. Os passos são notificar o banco, informando que deseja usufruir dessa cobertura. É importante o registro de todas as provas sobre a situação do imóvel.
História de Brasília
Devia estar pronto a 21 de abril um dos grandes monumentos da cidade. A Tôrre de Televisão. Mas a Siderurgica Nacional atrasou a entrega, não mandou até hoje ninguém assinar o contrato. E basta que se diga que a Novacap já pagou a maior parte do serviço que não foi entregue. (Publicada em 10/4/1962)
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Vale a pena refletir sobre a realidade trazida pelo texto abaixo. Tratam-se de acontecimentos que estão se desenrolando agora no velho continente, bem debaixo do nosso nariz, mas que ainda não atingiram, completamente, essa esquina perdida do mundo que é a América Latina, embora já se vislumbrem sinais de que seremos os próximos.
Tudo isso deverá nos atingir ainda com maior força destruidora, graças a nossa capacidade infinita de sermos indiferentes, como impõem hoje as teorias modernas e vazias do chamado politicamente correto.
A Europa morreu em Auschwitz
Texto do escritor Sebastian Villar Rodríguez publicado em jornal espanhol.
“Eu estava andando pelas ruas de Barcelona e de repente descobri uma verdade terrível – a Europa morreu em Auschwitz!!
Matamos seis milhões de judeus e os substituímos por 20 milhões de muçulmanos nas últimas quatro décadas!
Em Auschwitz queimamos um grupo de pessoas que representavam cultura, pensamento, criatividade, talento.
Destruímos o povo escolhido, os verdadeiramente escolhidos, porque eles deram origem a pessoas grandes e maravilhosas que deram grandes contribuições ao mundo e, assim, mudaram o mundo.
A contribuição do povo judeu hoje é sentida em todas as áreas da vida: Ciência, Arte, Psicologia, Comércio internacional e, acima de tudo, como Consciência do mundo.
Veja qualquer quadro de doadores em qualquer sinfonia, museu de arte, teatro, galeria de arte, centro de ciências, etc. Você verá muitos, muitos sobrenomes judeus. Estas são as pessoas que foram queimadas. Dos 6.000.000 que morreram, quantos cresceriam e se tornariam músicos, médicos, artistas, filantropos talentosos?
Sob o pretexto de tolerância, e porque queríamos provar a nós próprios que estávamos curados das doenças do racismo e da intolerância, a Europa abriu as nossas portas a 20 milhões de muçulmanos, que nos trouxeram a estupidez e a ignorância, o extremismo religioso e a intolerância. Inclusive crime e pobreza, devido à falta de vontade de trabalhar e sustentar as suas famílias com orgulho.
Eles explodiram nossos trens e transformaram nossas belas cidades espanholas no terceiro mundo, afogando-se na sujeira e no crime. Trancados nos apartamentos, eles recebem dinheiro de graça do governo, planejam o assassinato e a destruição de seus anfitriões inocentes.
E assim, na nossa miséria e tolerância, trocamos a cultura pelo ódio fanático, a habilidade criativa pela habilidade destrutiva, a inteligência retardada e a superstição.
Substituímos a busca pela paz dos judeus europeus e o seu talento para um futuro melhor para os seus filhos, o seu apego determinado à vida (porque a vida é sagrada), para aqueles que perseguem a morte, por pessoas consumidas pelo desejo de morrer por si mesmas. Outros, para os nossos filhos e os deles. Que erro terrível a infeliz Europa cometeu!!.
Recentemente, a Grã-Bretanha debateu se deveria remover o Holocausto do seu currículo escolar porque “ofende” a população muçulmana (que afirma que nunca aconteceu).
Ainda não foi removido. No entanto, este é um sinal assustador do medo que domina o mundo e da facilidade com que todos os países sucumbem a ele.
Hoje, já se passaram cerca de setenta anos desde o fim da Segunda Guerra Mundial na Europa.
Este e-mail foi enviado como uma corrente memorial, em memória dos seis milhões de judeus, vinte milhões de russos, dez milhões de cristãos e mil e novecentos padres católicos que foram “assassinados, estuprados, queimados, famintos, espancados, submetidos a experiências humilhantes”.
Agora, mais do que nunca, quando o Irã, entre outros, afirmam que o Holocausto é um “mito”, é necessário garantir que o mundo nunca se esqueça!!”
Quantos anos se passarão até que o ataque ao World Trade Center será declarado como “nunca aconteceu” porque fere alguns muçulmanos nos Estados Unidos? Se a nossa herança judaico-cristã ofende os muçulmanos, eles deveriam fazer as malas e mudar-se para o Irã, para o Iraque ou outro país muçulmano.
A frase que foi pronunciada:
“Não falta inteligência para ele, ele raciocina. O que eu quero dizer é que ele não tem nenhuma forma de ser corrigido, ou seja, ele nasceu assim, se desenvolveu assim com essa característica patológica. É um indivíduo de altíssima periculosidade que se estiver solto em sociedade vai delinquir”
Guido Palomba, psiquiatra forense
História de Brasília
Devia estar pronto a 21 de abril, um dos grandes monumentos da cidade. A Tôrre de Televisão. Mas a Siderurgica Nacional atrasou a entrega, não mandou até hoje ninguém assinar o contrato. E basta que se diga que a NOVACAP já pagou a maior parte do serviço que não foi entregue. (Publicada em 10.04.1962)
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É sabido que, a partir deste mês, todos os hospitais psiquiátricos judiciais, também chamados manicômios, estarão proibidos de admitir novos pacientes e serão fechados definitivamente. Essa resolução, de número 487/23 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), visa superar o atual modelo manicomial e segue o que determina também a Lei 10216/2001, conhecida como Lei Antimanicomial. Essa lei estabelece o direito das pessoas com transtornos mentais a receberem tratamento em ambientes terapêuticos, que serão criados na forma de serviços comunitários de saúde mental, juntamente com as chamadas Redes de Atenção Psicossocial (RAPS).
A partir do prazo estipulado, as internações só serão admitidas em casos excepcionais, tudo de acordo com laudo médico aprofundado e o quadro apresentado pela pessoa em questão, nessa ocasião. No caso dos manicômios judiciais, onde se encontram presas pessoas como assassinos em série, estupradores e pedófilos com transtornos de comportamento e outros indivíduos de alta periculosidade, com sérios transtornos mentais, a questão do fechamento dessas instituições ganha, além do componente psiquiátrico, constatado por laudos embasados, questões também de ordem política, além de elementos e fatores econômicos.
Pelo o que a população já pode constatar, com relação à essas e outras medidas determinadas por governos que vêm e vão a cada quatro anos, o fechamento dos manicômios judiciais, sem as devidas medidas protetivas, pode muito bem significar que, mais dia, menos dia, muitos desses doentes mentais, que cometeram seguidamente crimes de altíssimo poder ofensivo, estarão soltos perambulando pelas ruas, circulando nas cracolândias do país, prontos para voltar a cometer todo o tipo de atrocidade.
Ao que parece, nesse caso específico, é que a população brasileira, tem sim toda a razão, quando diz que o fechamento desses manicômios judiciais irá elevar ao infinito o grau de perigo de nossas ruas, transformando nossas cidades em verdadeiras selvas, repleta de psicopatas bandidos e assassinos em potencial.
Nada garante que os Hospitais de Custódia e Tratamento Psiquiátrico, a serem criados, irão manter os mesmos regimes de segurança e vigilância mantidos pelos antigos manicômios judiciais, dado ao fato de que se trata aqui de prisioneiros da mais alta periculosidade e que, por sua natureza de mentes doentias, são inimputáveis.
Para quem conhece o Brasil e sabe que este é um dos países mais perigosos do planeta, com dezenas de milhares de mortes violentas a cada ano e onde boa parte dos crimes não são sequer investigados até o fim, essa nova medida, determinando o fim dos manicômios judiciais pode ser que represente, como desfecho trágico, a cereja no bolo da morte e da impunidade para o desespero das famílias que não têm suporte para acolher e para a sociedade, que ficará à mercê desses pacientes.
O que não pode é o Estado, por meio de uma lei impositiva, lavar as mãos para um problema que põe em risco toda a população. Qualquer pesquisa de opinião, feita junto às famílias que sofreram com a morte de seus entes queridos nas mãos desses doentes mentais, ou mesmo os familiares dos criminosos, irá concluir a questão com uma afirmação surpreendente: as autoridades enlouqueceram de vez.
A frase que foi pronunciada:
“Não falta inteligência para ele, ele raciocina. O que eu quero dizer é que ele não tem nenhuma forma de ser corrigido, ou seja, ele nasceu assim, se desenvolveu assim com essa característica patológica. É um indivíduo de altíssima periculosidade que se estiver solto em sociedade vai delinquir”
Guido Palomba, psiquiatra forense
Para a moçada
Rock’N Quadradinho prepara a festa de 14 de junho. Na Mormaii Surf Bar, que fica na Orla da Ponte JK, os sócios Daniel Wills e Alonso Filho anunciam a venda de ingressos pelo Sympla.
Interessante
Uma escola classe do DF está reproduzindo, com os alunos, os tempos de jornalismo sem Internet. Laudas, máquinas de escrever, comunicação por telefone fixo e por aí vai. A notícia chegou pela metade e precisamos liberar a coluna. Amanhã informaremos com exatidão.
História de Brasília
Devia estar pronto a 21 de abril, um dos grandes monumentos da cidade. A Tôrre de Televisão. Mas a Siderurgica Nacional atrasou a entrega, não mandou até hoje ninguém assinar o contrato. E basta que se diga que a NOVACAP já pagou a maior parte do serviço que não foi entregue. (Publicada em 10.04.1962)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Para uma questão que afeta diretamente e de forma cruel a população brasileira, a Proposta de Emenda à Constituição que trata da descriminalização do porte de maconha, deveria ser submetida, prioritariamente, à sociedade, primeiro, por meio de um plebiscito, convocado pelo Congresso, para, posteriormente, depois de aprovado o texto final, ser ratificado em referendo pelo povo.
Somente por meio dessas duas consultas à população é que a lei deveria ser publicada. Mas, ainda não é tudo. Há, de fato, ainda, um longo caminho a ser trilhado até que essa questão fique pacificada entre os brasileiros. De todo o modo, mesmo percorrido todo esse longo processo, pelo o que já está especificado no relatório do deputado Ricardo Salles (PL-SP), pode-se antever, à priori, que não serão sanções, por mais duras que possam ser criadas, que irão amenizar o consumo de drogas em nosso país.
De saída, esse é um tema que lida com um dos mais antigos e difíceis problemas da humanidade, que é o vício. Seja pelo uso de que substância for. Desde a pré-história da humanidade, há registros de uso de substâncias do tipo embriagantes e alucinógenas. Também já está mais do que provado que punições como prisão e outras não possuem o condão de resolver o problema de forma eficaz. Primeiro, é preciso que se aceite que os custos de qualquer política antidrogas não devem recair sobre os cidadãos que não estão envolvidos com esse problema e que já possuem inúmeros encargos.
Uma das soluções, propostas por quem entende do problema e sabe do tamanho desse desafio, parece ser, logo de saída, cercar o tema por todos os lados, de forma a proteger aqueles que não se incluem nesses maus hábitos e que formam hoje a maioria da população.
Em outras palavras isso significaria confinar o problema, juntamente com aqueles que insistem em permanecer nesse ciclo perverso, livrando o restante da sociedade desse mal. Uma das muitas maneiras seria pelo estabelecimento de exames médicos, do tipo antidoping periódicos, para todo o funcionalismo público, sem exceções ou privilégios. Com isso, os usuários seriam afastados e impedidos de prestar serviços ao Estado. Nenhuma punição é mais severa do que a perda de parte da cidadania. Impedidos de votar, de lecionar, de dirigir e de prestar uma série de serviços à sociedade, os reprovados nos exames antidoping se veriam presos e impossibilitados de exercerem uma gama de trabalho, tudo isso estando livre de processos.
A classificação dos viciados em cidadão de segunda classe, impossibilitados por lei de exercerem serviços relevantes, traria resultados mais severos e eficazes do que as sanções tradicionais da justiça e que custam tempo e recursos ao pagador de impostos.
Há uma infinidade de restrições e todas elas baseadas no exame antidoping, que obrigariam os consumidores viciados a repensar seus hábitos. Nesse rol, incluiria a impossibilidade de matrícula em escola pública, abertura de conta bancária, passaporte, nada consta e toda a papelada exigida hoje pela kafkiana burocracia brasileira. O cerco fechado do Estado aos usuários e afins aprisionaria o problema, livrando a parte sã da sociedade das consequências desse mal. Qualquer outra sanção, que não aquela que resgata de fato a cidadania como conquista, é em vão.
A frase que foi pronunciada:
“O caráter não pode ser desenvolvido com facilidade e tranquilidade. Somente através da experiência de provações e sofrimento a alma pode ser fortalecida, a ambição inspirada e o sucesso alcançado.”
Helen Keller
História de Brasília
Devia estar pronto a 21 de abril, um dos grandes monumentos da cidade. A Tôrre de Televisão. Mas a Siderúrgica Nacional atrasou a entrega, não mandou até hoje ninguém assinar o contrato. E basta que se diga que a NOVACAP já pagou a maior parte do serviço que não foi entregue. (Publicada em 10.04.1962)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Depois de a Câmara dos Deputados ter aprovado, no último dia 25, o Projeto de Lei prevendo a taxação dos fundos de alta renda, tanto no Brasil como em Offshore, a discussão sobre a cobrança de impostos dos super ricos, como deseja o atual governo, ganhou corpo ou materialidade. Isso, no entanto, não isenta essa proposta de toda uma áurea de projeto recheado de intenções do tipo puramente ideológico, mais voltado para a satisfação de desejos das bancadas mais radicais da esquerda. Toda e qualquer situação de pobreza tem, em sua raiz, a existência de uma classe de ricos, sendo a pobreza um produto inverso e perverso da riqueza. Nada mais falso e, ao mesmo tempo, fantasioso.
Embora seja um tópico relevante para desmistificar, de vez, propostas dessa natureza, o fato é que intenções como essa têm sido discutidas em muitas partes do mundo. Países que, simplesmente, optaram por implementá-la, como é caso da França e outros, logo se deram conta de que estavam literalmente dando um tiro no próprio pé. Tão logo essa medida foi estabelecida na prática, os milionários franceses, assim como outros, trataram logo de transferir suas riquezas e rendimentos para outros cantos do mundo, salvando seus patrimônios da sanha ideológica e insana de governos com esse pensamento. O resultado foi a retirada em massa de grandes capitais do país, tornando a economia e as finanças locais ainda mais frágeis e sujeitas às crises. Até o primeiro dia de abril ,os investidores estrangeiros já haviam retirado mais de R$ 22 bilhões da nossa Bolsa de Valores, afirmou Vitor Miziara.
Tão logo os efeitos negativos foram sentidos, a ideia de taxação dos super ricos foi abandonada para sempre, como ideia tola. Países em que o fenômeno da pobreza é acentuado, 99,9% das vezes, decorrem de políticas de Estado mal elaboradas, corrupção sistêmica ou concentração de renda em torno da cúpula do governo e seus apaniguados. Os super ricos entram nessa história como uma espécie de bode expiatório.
No mês passado, o ministro das Finanças da Alemanha, ou seja, do país mais rico da Europa, Christian Lindner, simplesmente rejeitou a proposta feita pelo Brasil de taxar os super ricos. Segundo ele, seu país possui um conjunto de tributação e regras fiscais que se adaptam, muito bem, à Alemanha e respondem as necessidades da população. Como os países sérios têm rejeitado essa medida e outras semelhantes, a estratégia do Brasil, que nesse momento preside o G20, é levar a tributação dos super ricos para uma discussão global, incluindo, nessa ideia, a taxação também de grandes empresas. Querer introduzir, nos complexos e exatos mecanismos da economia, ideias do tipo ideológicas, sem base empírica ou minimamente coerente, nunca funcionou na prática e não há possibilidades de que venha a funcionar algum dia. Pior ainda é a utilização de fóruns internacionais para apresentar propostas econômicas sem lastro na razão e que não resistiriam ao menor e mais primário dos questionamentos matemáticos.
A inclusão do Papa nesta questão, como feito agora pelo ministro da Fazenda do Brasil, não passa, para os observadores mais atentos, de uma pantomima própria daqueles que não possuem propostas assentadas no bom senso ou sequer um projeto para tirar a economia do Brasil do buraco, cavado pelo atual governo. Nem Jesus nessa causa!
De fato, não escondem que essa proposta tem como objetivo reduzir o déficit nas finanças públicas. O caminho sensato para a redução do déficit seria o corte nas despesas e maior rigidez nos gastos. Possibilidade impossível para quem ainda não conseguiu descer do palanque. Há um déficit gigante de sensatez que o leva a atrelar a economia aos princípios puramente ideológicos. Para um país que já possui uma das maiores cargas tributárias do planeta, que obriga os brasileiros a trabalharem até maio apenas para acertar as contas com o fisco e que tem afugentado todo e qualquer investimento internacional, tributar os ganhos dos super ricos, sobretudo aqueles em que bastam um clicar de botão para ser deslocado para outro país, é tão promissor como promessas em anos eleitorais.
Ninguém, em sã consciência, deixará seu dinheiro parado num país cujas regras fiscais variam como as nuvens no céu. Ainda mais sabendo que tem tubarão de olho grande nele. Faria mais sentido tributar todas e quaisquer fortunas cuja origem é nebulosa e cercada de um laranjal a perder de vista. Mais sentido aos olhos dos contribuintes que bancam a festa seria tributar aqueles que, da noite para dia, viram suas fortunas aumentarem graças à generosidade da viúva e graças, sobretudo, à leniência da justiça e à miopia dos tribunais de contas.
A frase que foi pronunciada:
“No Brasil tem muita cachaça e pouca oração.”
Papa Francisco
História de Brasília
No Eixo Rodoviário, em frente ao Hospital Distrital, depois de tanto trabalho, as barraquinhas ambulantes estão localizando sobre a grama, o que não é justo.
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Pouca gente neste mundo soube tão bem e de maneira mordaz definir o que é democracia. Millôr, o guru do Méier, dizia ele: “democracia é quando eu mando em você, ditadura é quando você manda em mim.” Chistes aparte, democracia é coisa séria. Não fosse, não estaria na agenda da história da civilização humana por tantos séculos.
Desde o século V a.C, na Grécia, este modelo de governança, em que os cidadãos opinam livremente sobre os destinos do Estado, foi sendo desenvolvido e aprimorado. O fato é que, até aos dias de hoje, não foi possível ao intelecto humano criar um outro modelo alternativo, tão eficaz e duradouro como a velha e boa democracia ateniense.
Sem a participação voluntária da nação, os Estados não passam de patrões autoritários ou coisa do gênero, decidindo e impondo deveres, infelicitando o povo ao mesmo tempo em que cuidam de reproduzir o inferno na Terra. Cientistas políticos, que vêm pensando e discutindo democracia ao longo do tempo, sabem que a evolução nas relações sociais impõe mudanças também na maneira como entendemos e praticamos a democracia.
O que pode assustar os menos avisados é a notícia de que, assim como as cidades, também a democracia pode eventualmente vir a morrer de falência múltipla dos órgãos. Na obra intitulada “Como as Democracias Morrem”, de Steven Levistsky e Daniel Ziblatt, publicada em 2018, os autores deixam claro que não são apenas os golpes de Estado que tiram a vida das democracias. Também, em nosso mundo contemporâneo, temos assistido o falecimento de muitas democracias de forma gradual e de modo sutil, quando esse sistema passa a ser atacado por dentro, como uma doença progressiva, minando e decretando lentamente a falência dos princípios democráticos um a um.
São diversas as maneiras que podem debilitar a democracia, querem pelo desrespeito às normas democráticas: quando o declínio democrático começa com a erosão das normas políticas, como a rejeição ao respeito mútuo e a negação da legitimidade do oponente político. Ou quando a erosão das instituições políticas provoca o enfraquecimento democrático, envolvendo diretamente a deterioração das instituições políticas, que são fundamentais para o funcionamento saudável de uma democracia.
Também pode ocorrer pela polarização extrema, visando minar a capacidade de encontrar soluções consensuais e compromissos. Ou mesmo quando passa a existir a rejeição à diversidade e ao pluralismo. Ou seja, quando os próprios líderes políticos rejeitam a diversidade e o pluralismo vão levando ao enfraquecimento dos valores democráticos. Há ainda a chamada manipulação da mídia: quer com a disseminação de informações falsas para corroer a confiança nas instituições democráticas, quer para enfraquecer a oposição.
Nessa obra que causou grande alvoroço no meio político, os pensadores também destacam a importância de atores-chave na preservação da democracia, como partidos políticos responsáveis, elites políticas comprometidas e uma imprensa livre e imparcial. A falta de quaisquer desses elementos pode abrir caminho para líderes populistas autoritários minarem os mecanismos de freios e contrapesos, levando a democracia a falência.
Não são poucas as democracias no mundo ocidental que estão, neste momento, experimentando um ou mais desses venenos fatais, carecendo de socorro imediato para salvarem-se da morte. “Uma das grandes ironias de como as democracias morrem, dizem os autores é que a própria defesa da democracia é muitas vezes usada como pretexto para a sua subversão.
Aspirantes a autocratas costumam usar crises econômicas, desastres naturais e, sobretudo, ameaças à segurança – guerras, insurreições armadas ou ataques terroristas – para justificar medidas antidemocráticas. Nestes últimos anos passou ser comum ouvirmos, com certa insistência a adoção de medidas restritivas ao livre pensar e criticar, todos eles erigidos sob o pretexto de defesa do Estado Democrático de Direito. Em nome dessa entidade todo o poder do Estado passa a ser legítimo, mesmo que isto custe o que de mais caro exista nas relações entre o cidadão e o Estado, que é a garantia da liberdade.
O mais penoso é saber que a democracia pode, segundo Levitsky, morrer nos braços de líderes eleitos ou sob o alvitre daqueles que têm como missão salvaguardar a Constituição. O fato é que a erosão da democracia, para a grande maioria, pode acontecer de maneira quase imperceptível. Quando despertos do sono, muitos cidadãos podem se dar conta de que já estão no abismo e sob o comando das trevas. “Os cidadãos muitas vezes demoram a compreender que sua democracia está sendo desmantelada – mesmo que isso esteja acontecendo bem debaixo do seu nariz.”
História de Brasília
No Supermercado UV-1 o uísque nacional custa Cr$ 1.320,00. No UV-2, o mesmo uísque custa Cr$ 1.032,00. Para que não haja engano, o UV-2 é quem está com a razão. (Publicada em 10.04.1962)