Quando as pontes serão construídas?

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)

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Foto: Sérgio Lima/Poder360 e divulgação/Debate Electoral

 

Não é surpresa para ninguém que as relações entre o Brasil e Argentina têm sido tensas nos últimos meses, especialmente sob o governo de esquerda de Lula e do presidente direitista e economista argentino, Javier Milei. Depois das catimbas no futebol e das preferências entre o reinado de Pelé e de Maradona, as relações entre os dois países hermanos descambaram para o lado político da baixaria, com xingamentos e ofensas pessoais que não merecem aqui ser repetidas.

Desde as campanhas eleitorais, era visível para todos que, caso Milei viesse a ser eleito, as relações entre esses dois países seriam tensas desde o primeiro dia. Milei não engoliu a interferência do governo brasileiro nas eleições de seu país. Portanto, não por enquanto, há sinais de que esses desentendimentos sejam sanados, satisfatoriamente, a curto prazo.

Do ponto de vista de ambos, há uma antipatia que se estende desde motivos ideológicos a pessoais. Como os dois países têm uma estrutura política presidencial, que é quase uma monarquia, dado o poder de interferência na vida de seus povos, dificilmente haverá uma conciliação amigável. Fosse em tempos passados, essas rusgas facilmente resultariam em confronto armado, dado a animosidade de um e o caudilhismo natural do outro.

Não é à toa que dizem que a política é sempre a fronteira entre a diplomacia e a guerra. Tendo em vista que os dois mandatários não irão estabelecer nenhuma outra relação mais íntima, restam aos países manter apenas conversações no âmbito dos Estados, sobretudo naquilo que interessam a ambos, que é o comércio bilateral.

A Argentina é, atualmente, o terceiro maior parceiro comercial do Brasil, atrás apenas dos Estados Unidos e da China. Existe ainda um perigo que precisa ser sanado caso a Argentina, por qualquer motivo, resolva se afastar do Mercosul, como alguns sinais indicam. O Mercosul, sob a coordenação de alguns governos, passou a dar maiores preferências às relações do tipo ideológicas, com a insistência declarada para que países autocráticos tenham os mesmos direitos que outros países filiados ao bloco. Mesmo a entrada da Bolívia no bloco, patrocinada pelo Brasil, desagradou o governo argentino.

No campo dos embates pessoais, o jogo está 1×1. Lula não foi à posse de Milei. Milei veio ao Brasil e não se reuniu com Lula. Nos dois países, as torcidas, tanto da direita quanto da esquerda, são para que essas rusgas continuem e até escalem para um nível mais preocupante. São como duas torcidas em dois países que se tornaram polarizados politicamente.

O Itamaraty chamou o embaixador em Buenos Aires para conversações — talvez, na tentativa de mostrar ao governo argentino que as relações bilaterais estão se degradando. Milei, por sua vez, tem preocupações mais internas e parece não ter dado corda para esse fato. Existe, é claro, a possibilidade de as relações pessoais entre Lula e Milei caírem para segundo plano quando as relações econômicas passarem a pesar mais nessa balança.

Há pressão dos empresários para que nada nem ninguém venha a se pôr como obstáculo nas relações entre os dois Estados. Interessante notar que nem o Brasil nem a Argentina têm, no momento, uma situação econômica confortável. Nesse caso, ambos os países poderiam fazer um esforço conjunto na busca de um melhor entendimento, visando o que é importante nas relações entre eles: uma parceria econômica saudável e vantajosa para ambos.

Observa-se que muitos países que não mantêm relações políticas em alto nível são capazes de comercializar entre si sem maiores problemas. A balança comercial não tem lado político. Tende a ser favorável sempre aos países pragmáticos. Amor e economia não andam de mãos dadas. Se existe amor nesse caso, é sempre um amor interesseiro. Nessa pendenga, ficar de um lado ou de outro, mesmo a despeito de nacionalismos infantis, pouco adianta, embora, a essa altura dos acontecimentos, já se saiba que a diferença fundamental entre o Brasil e a Argentina são que aquele país, com a posse do Milei, segue no caminho certo, com corte de gastos públicos, cortes de mordomias, privatizações, enxugamento rigoroso da máquina do Estado, entre outras medidas corretas.

O Brasil, infelizmente, segue no rumo oposto, com irresponsabilidade fiscal, sem projetos, com altíssima carga tributária e tudo o mais, sinalizando que, em um breve espaço de tempo, estaremos piores que nossos vizinhos. Mais pobres e, não por isso, menos orgulhosos de nossas escolhas erradas. Fosse uma briga de comadres, poderíamos dizer que estamos com inveja dos hermanos.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“No mundo emergente de conflitos étnicos e choques civilizacionais, a crença ocidental na universalidade da cultura ocidental sofre de três problemas: é falsa, é imoral e é perigosa.”
Samuel P. Huntington

Samuel P. Huntington. Foto: nytimes.com

 

História de Brasília
Diversos empreiteiros estão reclamando contra a generosidade dos médicos do IAPI que estão concedendo licença demais a trabalhadores. A porcentagem de empregados pagos pelo empregador é alarmante, e as licenças quase nunca passam dos 15 dias que devem ser pagos pela firma. (Publicada em 11/4/1962)

Fome de esquerda e esquerda da fome

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Foto: Getty Images/iStockphoto/direitos reservados

 

Aqueles que possuem curiosidade em conhecer a realidade atual vivida por alguns países vizinhos, sobretudo os que, através de eleições livres ou nem tanto, estão sendo governados pela esquerda política, de certo, já possuem, nessa altura dos acontecimentos, uma ideia aproximada do que nos espera a partir de outubro, caso parcela da população brasileira, mal informada ou mal intencionada, resolva, majoritariamente, seguir pelos mesmos caminhos ideológicos.

Um olhar sobre países como a Argentina, a Venezuela e mesmo o Chile, para ficarmos apenas em três dos países do continente que, em poucas décadas, passaram de nações prósperas e com bom Índice de Desenvolvimento Humano para Estados falidos, com suas populações vivendo na miséria e sem perspectivas, pode dar uma ideia do que está por vir.

Infelizmente, a economia real, aquela do livre mercado e da livre iniciativa, em que o mercado regula a oferta e a procura como nenhum outro mecanismo já criado pelo ser humano, não se deixa iludir por ideologias do tipo políticas e segue funcionando a despeito do que possam desejar governos de plantão.

O que ocorre, normalmente, no caso das liberdades econômicas, é a desastrosa interferência dos governos de esquerda, danificando o mecanismo e o fluxo de riqueza. Sem produção e circulação, ou seja, sem crescimento econômico, não é possível para nenhum governo conduzir adequadamente a máquina do Estado. Em outras palavras, não se pode criar riquezas destruindo o mercado e aqueles que atuam nessa área. A esquerda prega a ideia que, no íntimo, nem ela mesmo acredita, de que um Estado forte e centralizado tudo pode. A economia estatal é um engodo se formos verificar que ela necessita do fluxo de riqueza, que os pagadores de impostos e os investidores podem oferecer.

O Estado não cria riqueza. Essa é uma máxima que a esquerda não gosta de ouvir. A junção da esquerda com o populismo fez, em tempo recorde, o que nenhuma guerra seria capaz: aumentar, em mais de quase 70%, o nível de pobreza na Argentina. Tudo isso em menos de dez anos. Com uma inflação que supera os 60% ao ano, a Argentina se transformou num país, que era sinônimo de riqueza para todo mundo, em uma nação hordas de deserdados que perambulam pelas ruas em busca desesperada por alimentos. No Chile, as más notícias se repetem. Somente a inflação de junho está entre as maiores dos últimos 30 anos. A dolarização da economia interna, por conta do descontrole geral, tem levado o peso chileno e argentino a perderem valor.

Hoje, quem busca proteger seu dinheiro da crise crescente compra dólares americanos o mais rápido possível. A incerteza política e a alta dos derivados do petróleo têm feito crescer, a níveis assustadores, a insatisfação popular, com arruaças e greves se sucedendo. A Venezuela que, para alguns líderes da esquerda brasileira, vive hoje um excesso de democracia, é talvez a vitrine da gestão ruinosa das esquerdas na América Latina. Nesse país, o socialismo do século XXI fez o que nem dezenas de bombas atômicas seriam capazes. Quase um quarto da população, ou aproximadamente 5 milhões de pessoas, deixaram a Venezuela, fugindo da fome, dos conflitos internos e da perseguição política. Com isso, se tornaram um dos maiores grupos de populações deslocadas do mundo.

Mesmo sentada em cima de uma das maiores reservas mundiais de petróleo, a Venezuela amarga uma das maiores crises humanitárias do planeta. Parece um cenário surreal, mas falta, inclusive, gasolina e outros derivados nos postos do país. Há, no país, o reconhecimento da existência de um Narco Estado, dominado por criminosos do colarinho branco e de farda militar. Obviamente que o retrato atual desses países é aquele que nos chega por meio da luz imprecisa e embaçada da imprensa.

Ao vivo e a cores, a situação é bem mais complicada e danosa para essas populações que se vêm obrigadas a deixarem seus países em busca de paz e melhores chances. A questão aqui é saber até quando esses ciclos perversos que levam a América Latina a mergulhar de cabeça nos turvos rios da esquerda irão durar. Talvez nunca cessem enquanto houver possibilidade de governos charlatães chegarem ao poder e dessa posição passarem a multiplicar o número de pobres e famintos.

 

A frase que foi pronunciada:

“Quando a esquerda começa a contar dinheiro, converte-se em direita.”

Carlito Maia

Carlito Maia. Foto: Agência Senado

 

ZFM

Durou pouco tempo a alegria dos ciclistas com a redução de  35% do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Não se sabe a razão, o governo anunciou a volta da alíquota de 10% também em outros produtos da Zona Franca de Manaus.

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

 

Taxa demais

Agaciel Maia entende de política. Argumentou que serviços públicos e as concessões “devem se adaptar à realidade da população”. E tocou numa ferida: as tarifas de água e esgoto cobradas pela Caesb. Agaciel apresentou um projeto de lei para que os reajustes estabelecidos, desde 2021, sejam cancelados. “Precisamos reduzir as tarifas”.

Foto: cl.df.gov

 

História de Brasília

Na lista Telefônica de Brasília há um ministério a mais: Ministério Fábio Ernesto. Verifiquem, e verão. (Publicada em 09.03.1962)