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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Em carta recebida no jornal, o leitor atento nos corrigiu com propriedade. Na coluna intitulada “Desabrigados pelo Marco Temporal”, publicada no domingo, 3 de dezembro, dissemos que, em decisão recente emanada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), essa Corte teria declarado ser constitucional o Marco Temporal, quando o correto seria apontar que o Supremo, por maioria, decidiu considerar inconstitucional a tese do Marco Temporal, estabelecendo a demarcação dos territórios indígenas.
Para aquela alta Corte, como bem lembrou nosso missivista, a tese do Marco Temporal independe do fato de que as comunidades indígenas estivessem ou não ocupando as áreas em disputa na data da promulgação da Constituição em 05 de outubro de 1988. Ou seja: essa data não pode definir a ocupação tradicional da terra pelas nações indígenas.
De resto, a coluna, ao agradecer ao leitor pela observação, salienta que essa decisão, por mais ajustada legalmente que pareça dos doutos ministros, não possui o condão de pacificar a questão das disputas territoriais envolvendo o homem do campo e os índios.
O prolongado lapso de tempo entre a promulgação da Constituição, 1988, e a decisão do Supremo, de setembro de 2023, serviu para que essa questão ganhasse ainda mais gravidade e riscos para todos os envolvidos. Durante décadas, milhares de famílias de pequenos agricultores e pecuaristas ocuparam, de boa-fé, terras da União, na certeza de que, algum dia, no futuro, essas terras seriam oficializadas pelo Poder Público, conferindo a posse para quem lá estava de fato (Uti Possidetis).
A leniência de seguidos governos empurrou o caso para frente. Mesmo o Supremo, à época da promulgação da Carta de 88, jamais se debruçou sobre a questão, mesmo sabendo de sua gravidade e urgência.
Com essa decisão tardia, o problema ganhou maior amplitude e complexidade. O fato é que essa determinação agora, tomada na esteira de muitas outras, com certo tempero político, tem provocado centenas de desapropriações relâmpagos em muitas regiões espalhadas pelo território nacional, com famílias inteiras empurradas para as estradas, onde passaram a vagar sem destino.
Com elas, seguem também as criações, gado, galinhas, bodes e outros animais, todos subnutridos, alguns já mortos e deixados à beira do caminho, numa cena desoladora, que, possivelmente, nossos ministros jamais imaginariam ou sequer tomaram conhecimento.
Com isso, criou-se sim uma situação, à semelhança de outras, como legalização do aborto ou das drogas, de insegurança jurídica no campo e que não pode passar desapercebida por nenhum brasileiro.
A frase que foi pronunciada:
“No começo pensei que estava lutando para salvar as seringueiras, depois pensei que estava lutando para salvar a floresta amazônica. Agora percebo que estou lutando pela humanidade.”
Chico Mendes
Proatividade
Treinamento na torre do aeroporto, coordenada com os Bombeiros e a Latam, chamou a atenção de quem passava por ali. Prevenir é uma maneira inteligente de agir. A prática deveria servir de exemplo para os governos. Geleiras derretendo e nenhuma ação de prevenção para o que virá pela frente.
Personalidades
Veja, no link Eunice Foote: a feminista que descobriu o efeito estufa e foi esquecida, agora homenageada pelo Google, a matéria da BBC News sobre a cientista Eunice Foote. Já no séc. 19, teve a percepção da existência do efeito estufa. Adiante de seu tempo, Eunice foi homenageada pelo Google graças às pesquisas de John Perlin, da Universidade da Califórnia em Santa Bárbara.
Representantes
“Agora que ficou constatado, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que Brasília tem a terceira maior capital do Brasil em termos populacionais, certamente o número de parlamentares a serem eleitos para defender a capital de todos os brasileiros vai aumentar. Os brasilienses precisam defender mais e melhor o nosso belo quadradinho.” Quem assina a missiva ao jornal é João Vítola.
Pauta
Clarice Cardell e Célia Porto são responsáveis pela seleção dos artistas que participarão do Natal de Brasília. O Projeto “Um Sonho de Natal” começa no dia 15 de dezembro e vai até 01 de janeiro. Além de corais, a seleção abrangerá teatro infantil, bandas e orquestras locais e apresentações de DJ’s. Veja as informações detalhadas a seguir.
–> Aberto chamamento público para artistas participarem do Natal de Brasília
Projeto “Um Sonho de Natal” acontece de 15 de dezembro a 01 de janeiro promovendo atividades culturais
O projeto “Um Sonho de Natal” está com chamamento público aberto para bandas, corais e grupos de teatro locais participarem do grande evento de fim de ano da capital federal. Marcado para acontecer de 15 de dezembro a 1º de janeiro, o projeto transformará três pontos icônicos da cidade – a Esplanada dos Ministérios, a Praça do Buriti e a Praça do Cruzeiro – em espaços mágicos repletos de atividades para todas as idades. Os interessados têm até sexta-feira (08/12) para formalizarem suas inscrições, com resultados divulgados dia 9 no site oficial.
No quesito artístico, são oferecidas oportunidades para 26 apresentações de teatro infantil, 09 bandas locais, 16 corais, 02 orquestras locais, 48 apresentações de DJ’s, O evento contará ainda com curadoria especializada para garantir uma programação de qualidade. Os cachês variam de R$ 500 a R$ 6.000, conforme a atividade a ser oferecida.
Clarice Cardell e Célia Porto são responsáveis pela seleção. Clarice Cardell, formada em artes cênicas pela Universidade de Brasília e com especialização em cinema no NIC (Nucleo de Investigacion Cinematográfica de Madri), é a fundadora, diretora e atriz da companhia teatral La Casa Incierta. Já Célia Porto, cantora profissional com quatro CDs gravados, recebeu diversos prêmios pela sua contribuição à música brasileira. Com 20 anos de carreira, ela se destaca não apenas como cantora, mas também na produção e direção artística de eventos.
Os interessados em participar do evento podem se inscrever por meio dos formulários disponíveis nos seguintes links:
– Formulário artístico: https://forms.gle/9hXzGQAoM9XqZVkv8
Dúvidas e informações podem ser solicitadas pelo e-mail: contato@nataldebrasilia.com.br
Um Sonho de Natal
Este ano, a capital do país se prepara para celebrar o Natal de maneira única e extraordinária. O evento “Um Sonho de Natal” acontecerá de 15 de dezembro a 1º de janeiro, transformando três pontos icônicos da cidade em espaços mágicos e repletos de atividades para todas as idades: a Esplanada dos Ministérios, a Praça do Buriti e a Praça do Cruzeiro. Tudo isto valorizando a acessibilidade para PCDs e idosos e a sustentabilidade, com a parceria com cooperativas de coleta de lixo.
Durante os 18 dias do projeto, são esperadas 1 milhão de pessoas para desfrutarem não só de uma cenografia encantadora para registros memoráveis, mas principalmente se divertirem e usufruírem de experiências culturais diversificadas. “Um Sonho de Natal” contemplará diariamente shows com bandas, orquestras, DJs e corais da cidade. E para a criançada, tem uma programação pensada diretamente para elas: teatro e oficinas com capacidade para atender 860 crianças por dia, um total de mais de 15 mil crianças.
Mobilidade
Visando atender a diversidade de gostos e idades, a organização do evento disponibilizará transporte gratuito, interligando todo o circuito de Natal a cada meia hora. Essa iniciativa visa garantir que o público possa desfrutar plenamente de todas as atrações proporcionadas pelo evento.
Transparência
“Um Sonho de Natal” é uma realização do Centro de Cultura Popular Brasileira, executado por meio de licitação pública através da Secretaria de Cultura e Economia Criativa e GDF, com o apoio de diversos parceiros, proporcionando à população de Brasília uma experiência natalina memorável e repleta de encanto.
Serviço
Um Sonho de Natal
Período: 15 de dezembro a 01 de janeiro de 2024
Horário: De 17h às 22h
Local: Esplanada dos Ministérios, Praça do Buriti e Praça do Cruzeiro
Entrada: Gratuita todos os dias
Ingressos para oficinas infantis, roda gigante, brinquedoteca e apresentação do Grupo Tholl: online, via Sympla
https://nataldebrasilia.com.br/
Siga no Instagram: @nataldebrasilia
História de Brasília
Os subprefeitos das cidades satélites estão com as mãos na cabeça: é de tal forma grande o número de pedidos de deputados, para a doação de lotes, que nenhum deles se sente com interêsse em levar adiante os planos que tinham quando de sua posse. (Publicada em 27.03.1962)
Desperdício de alimentos é recorde num país onde milhões passam fome
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Dados fornecidos pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura de 2018 dão conta de que no Brasil a fome atinge mais de 5,2 milhões de pessoas, o que equivale quase a população total de um país como o Uruguai. Note que esse é um dado colhido de modo protocolar com base em números oficiais, sempre elásticos e, não raro, subestimados. De fato, esse quantitativo se aproxima da casa dos 20 milhões, contando aí aquelas pessoas que fazem apenas uma refeição por dia, sem grande potencial nutritivo. Para um país com 14 milhões de desempregados, segundo também dados oficiais, essa é uma realidade até esperada. Por situações como essas, o Brasil segue em 75º lugar entre os países com menores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH). Diante de um quadro desolador como esse, não será exagero se o Brasil vier a integrar o Mapa da ONU, referente a países onde se verificam o fenômeno da fome, já que os indicadores relativos tanto de pobreza, como de desemprego, vêm aumentado de modo contínuo nesses últimos anos.
Essa realidade torna-se ainda mais paradoxal quando se sabe que o Brasil é um dos grandes celeiros de alimentos do mundo, fornecendo grãos e proteínas para diversos países, graças ao chamado agronegócio, gerador de divisas e um dos setores que tem passado ao largo dessas crises. Ocorre que esse é um setor, por excelência, concentrador de renda, beneficiando de imediato apenas uma pequena parcela da população.
A agricultura familiar, que poderia resolver boa parte do problema da fome dos brasileiros, infelizmente não recebe, nem de longe, os mesmos incentivos concedidos aos grandes produtores. Guilherme Scartezini, especialista em negociação durante processos de licenciamento ambiental e projetos de responsabilidade social, é uma excelente fonte sobre o assunto.
Para complicar uma situação que em si própria já é difícil, o Brasil ainda é um dos grandes recordistas em desperdício de muitos produtos, sobretudo de alimentos. O mais incrível é que por detrás dessa situação existe um fator que acaba por impulsionar o desperdício de alimentos e que eles identificam como sendo a “cultura da fartura” que faz com que cada brasileiro chegue a descartar até 40 quilos diretamente no lixo a cada ano. De acordo com esses especialistas no assunto, esse desperdício seria suficiente para alimentar 13 milhões de pessoas.
Pesquisa realizada no início desse ano pela Embrapa e com apoio da Fundação Getúlio Vargas indicou que o lema popular do “melhor sobrar do que faltar” está presente desde a ida ao supermercado até ao preparo dos alimentos, onde tudo é exagerado. Com isso, os alimentos são estocados, preparados em grandes porções e não são reaproveitados com eficiência, indo parar na geladeira para depois serem jogados no lixo.
Essa situação ocorre tanto entre as classes mais abastadas, como entre as famílias de baixa renda. Esse desperdício irracional tem reflexos não apenas nas finanças das famílias, como impactam também o meio ambiente na forma de desperdício de água para produzi-los, adubos, defensivos, alargamentos das fronteiras agrícolas e outros esforços que também são desprezados, gerando prejuízos para todos.
Segundo a FAO, o desperdício de alimentos no mundo tem impacto grave de cerca de 8% na emissão de gases de efeito estufa no planeta. Fossem direcionados de forma sistêmica para as famílias que necessitam de alimentos, não haveria fome no planeta e principalmente no Brasil onde 8,7 milhões de toneladas de alimentos são desperdiçados a cada ano, sendo que esse descarte chega a ser de 353 gramas por domicílio a cada dia.
A frase que foi pronunciada:
“No Brasil, o elevado desperdício de alimentos convive com a insegurança alimentar, uma combinação infeliz para um país onde 22,6% da população enfrenta algum nível de insegurança alimentar e com 54,8 milhões de pessoas vivendo com até US$ 5,5 por dia, linha de pobreza proposta pelo Banco Mundial”.
Gustavo Porpino, analista da Embrapa e líder da pesquisa sobre desperdício, realizada no âmbito dos Diálogos Setoriais União Europeia-Brasil.
Cilada
Último amigo que chegou confirma que no Aeroporto de Brasília não há mais o quiosque que vende revistas. Cuidado! De posse dos seus dados oferecem revistas. Poucos dias depois começam a debitar contas no seu cartão de crédito. Para desfazer a operação é um Deus nos acuda. O banco diz que a responsabilidade é do cartão, a bandeira do cartão afirma não poder fazer nada e a editora da revista desconhece o contrato.
Dica
Depois de tantos protestos de motoristas com a insegurança pela qual passam os ciclistas, veio de Celina Mariano a ideia: liberar o autódromo para treino dos ciclistas. Assim, ficariam livres de qualquer perigo e, com certeza, alcançariam performances fenomenais.
Não percam!
Atenção, ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, e Vanessa Chaves de Mendonça, Secretária de Estado de Turismo do Distrito Federal. Hoje é dia de Poeira e Batom no Cine Brasília, às 20h. História da cidade pela vivência das mulheres que todos merecem conhecer. Contato com Tânia Fontenele.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Depois de construir toda Brasília, o sr. Israel Pinheiro está enfrentando, agora, uma situação das piores perante sua obra. É que está organizando uma firma particular, e não encontra um lugar para se instalar, reclamando a todos os seus amigos, os altos preços dos imóveis no Distrito Federal. (Publicado em 21.11.1961)