Samba improvisado

Publicado em Íntegra

VISTO, LIDO E OUVIDO –

Samba improvisado

Criada por Ari Cunha desde 1960

jornalistacircecunha@gmail.com

com Circe Cunha e Mamfil

 

Uma das formas de dirimir problemas sempre presentes em nossa triste República, de modo a precavê-la de crises institucionais, que volta e meia tornam a ocorrer, seria exigir dos ainda candidatos à chefia do Executivo, um programa completo e exequível de governo, dentro das necessidades do Estado e de acordo com as exigências e carências da população.

Não é um programa qualquer, mas um estudo programático dos projetos executivos que seriam implementados ao longo de quatro anos, além do compromisso de dar continuidade aos programas de governos passados que exigissem tempo maior para sua implementação.

Sem a apresentação de programas de governos sérios e racionais, o que se tem verificado, ao longo de décadas, é uma sucessão de mandatários que tem na improvisação seus guias mestres, fazendo do Estado e da população, cobaias para experimentações de última hora e que, de modo geral, terminam sempre em desastres.

Pelo menos não deveria existir governos sem programas sólidos para o país. É da improvisação que nascem as crises institucionais. A perenidade e a certeza de continuação de programas de interesse da população são de fundamental importância para que não haja obra inacabada, que se multiplica aos milhares por todo o país.

Governos que tomam posse, sem trazer debaixo do braço, um calhamaço de programas que atendam à nação, estão fadados ao fracasso. O pior, que a cada prejuízo, levam a população de roldão. Usam o pagamento de impostos, resultado da labuta, para nada que volte como contrapartida ao contribuinte ou aos empresários que também contribuem.

Administrar é coisa séria e dá um enorme trabalho, afinal é o dinheiro suado da população que está em jogo. Tão importante quanto trazer à tira colo seu projeto para o país, é poder apresentá-lo previamente a nação, não nos bate-bocas vazios dos debates televisivos, mas perante uma junta de especialistas e técnicos gabaritados e isentos politicamente.

Sequência de governos que assumem sem programas ou que apresentam projetos feitos apenas para enganar o eleitorado, tem feito mal a nossa República e nunca tem sido levado em conta. É o dever de casa de todo o candidato que se preze.

Não faz sentido que partidos políticos gastem bilhões de reais do contribuinte e não consigam que seus candidatos apresentem projetos de interesse do país. É muito mais importante olhar para o programa de governo do que para o candidato em si. Candidatos sem programas de governo, deveriam ser represados ainda no nascedouro.

Em pleno século XXI, das exigências tecnológicas e de outras demandas mais específicas dos cidadãos, não se pode conceber que ainda haja a possibilidade de permitir que candidatos à presidência da República se apresentem sem propostas e sem planos de governo. A improvisação não é aceita nem em desfile de escola de samba, que dirá na direção de um país da dimensão e complexidade do Brasil. Outra possibilidade urgente é que o contribuinte possa acessar as rubricas do governo para acompanhar cada investimento feito.

Boa parte de nossas agruras decorrem desse nosso jeitinho de fazer as coisas de supetão, sem olhar para as consequências. É como se diz: as consequências são tudo aquilo que vem depois. O atual governo, tão logo tomou posse, sem projetos e sem rumo, recorreu de imediato a medidas improvisadas. Cuidou de estourar o teto de gastos, por meio de medida provisória. Agora cuida de contingenciar verbas para a educação, saúde, transporte, vale gás e outros destinos apenas para tampar furos na receita e com isso evitar que as contas públicas venham a fechar no negativo, o que, para muitos já é uma certeza.

Com isso, fica mais uma vez provado que a improvisação no uso do dinheiro público é a chancela da completa incompetência.

 

 A frase que foi pronunciada

“Nossas crianças devem aprender a estrutura geral de seu governo e então devem saber onde entram em contato com o governo, onde ele afeta sua vida cotidiana e onde sua influência é exercida sobre o governo. Não deve ser uma coisa distante, alguém da conta de outra pessoa, mas eles devem ver como cada engrenagem na roda de uma democracia é importante e tem sua parcela de responsabilidade pelo bom funcionamento de toda a máquina.”

Eleanor Roosevelt

 

Tem que mudar

É preciso que Brasília seja um modelo hospitalar para o Brasil. Não há condições de um posto médico fechar antes do expediente e deixar o paciente sem atendimento ou sem remédio. É um escândalo nos hospitais de Brasília uma fila de dois anos de espera para uma cirurgia que dura duas horas. Falta gestão.

 

População unida

Mais uma vez a população sai em defesa da Serrinha do Paranoá. Na Câmara Legislativa do DF reuniões lançam a Frente Parlamentar em Defesa da Serrinha do Paranoá. A especulação imobiliária está do outro lado.

 

 História de Brasília

Depois disso, teremos as soluções intermediárias, com Paranoá e a termelétrica. Há, entretanto, o projeto para ligação com Três Marias. Assim, o Distrito Federal teria duas fontes de abastecimento. (Publicada em 22.03.1962)

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