Salas sem professores

Publicado em ÍNTEGRA

DESDE 1960 »

ARI CUNHA jornalista_aricunha@outlook.com

Circe Cunha e MAMFIL

Começou mal o ano letivo para quase 500 mil alunos da rede pública de ensino do Distrito Federal. Atendendo ao chamado de mobilização feito pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) contra as reformas trabalhistas, da Previdência e do ensino médio, cerca de 3 mil professores, ou 10% da categoria, decidiram, em assembleia, entrar em greve a partir de 15 de março próximo.

De tão frequentes, as greves no ensino público da capital entraram, informalmente, no calendário escolar. Mais do que uma anomalia, o fenômeno cíclico das greves anuais, que estranhamente nenhum professor ou autoridade questiona, interrompe, abruptamente, a sequência natural do desenvolvimento do conteúdo programático, gerando prejuízos irreparáveis, não para a categoria, mas para os alunos.

A CNTE, ligada a Central Única dos Trabalhadores (CUT), é sabidamente linha de frente ou franja do Partido dos Trabalhadores ante o professorado nacional. Como outras entidades de mesmo matiz político, o CNTE e o Sindicato dos Professores (Sinpro-DF), a pretexto da luta pela melhoria do ensino público, arregimentam, todos os anos, os professores apenas como massa de manobra, dentro de uma estratégia conhecida que visa unicamente o fortalecimento e a perpetuação do oneroso aparelho sindical e de suas elites dirigentes.

Sindicalistas que, há anos, vivem à custa da precariedade da educação e do ensino público em nosso país. Dessa forma, pouco importa a essas entidades se apenas 10% da categoria decide ou não a paralisação dos trabalhos. Pouco importa também se meio milhão de alunos venham, mais uma vez, a ser prejudicados com greves periódicas. O que interessa, e essa é a própria razão de existir desses organismos parasitários, é que a categoria esteja sempre mobilizada e atenta ao toque da corneta para se reunir, como gado, e seguir a orientação.

Que melhorias no ensino pensam os professores alcançar quando permitem que as escolas se transformem em verdadeiros subdiretórios de partidos, opondo educadores contra educadores, aluno contra aluno? Se greves resolvessem o problema primordial e secular do ensino em nosso país, há muitos anos estaríamos no topo dos principais rankings mundiais que medem a qualidade da educação.

Estranhamente os professores continuam acreditando nas cantilenas dessas entidades, de que somente com novas greves se alcançará o paraíso prometido para todos. Durante anos tem sido assim, sem resultado algum, a não ser prejuízos. A prova de que esse caminho não leva a lugar nenhum é que mais uma greve se anuncia para este ano. Por trás dela, novas greves virão, num moto-perpétuo, em que, para cada ciclo completado, mais e mais se vai a passos largos rumo ao fundo do poço.

A frase que foi pronunciada

“O legislador não acertou quando adotou o iminente perigo de vida. Perigo de vida? A vida é ótima! Perigo de morte, sim… É tenebroso.”

Professor Marcelo Miranda Ernesto, de direito penal

Absurdo

» Mais vexame do Idecan. Depois da fabulosa desorganização na primeira prova do concurso para o Corpo de Bombeiro, em que o endereço do local do teste chegou errado para centenas de candidatos, na segunda prova, como a folha de redação não chegou, os fiscais instruíram os alunos a usar a folha de rascunho e assiná-la, o que contradisse o próprio edital. Um vexame atrás do outro, com total desrespeito a pessoas que se dedicaram, no mínimo dois anos, aos estudos, abdicando da vida para se preparar para essa palhaçada.

Reclamações

» Por falar em provas, no portal exame de ordem postado no Facebook, a revolta é grande. Candidatos reclamam sobre as correções das provas no 22º Exame da OAB. Alguns foram prejudicados com gabarito errado no momento da pontuação. Na segunda fase, a reclamação trata do gabarito oficial diferente da peça. Cursinhos oficiais reclamam a falta dos links pelos quais o candidato teria acesso ao desempenho individual.

Joia

» Entra e sai governo, a Rádio MEC sobrevive com esmero. A programação, que era um primor no governo petista, continua de alto nível sob nova direção. Trata-se de verdadeiro tesouro nacional que precisa ser protegido por todos.

Novidade

» Além do dispositivo ativo do farol, os novos carros poderão sair da fábrica com dispositivo que impeça o movimento se houver qualquer ocupante sem cinto de segurança.

História de Brasília

Adirson Vasconcelos, Meridional: Apesar de me manifestar contrário à atitude de renúncia do ex-presidente Jânio Quadros, acredito que ele voltará a ocupar posição de liderança no nosso país (Publicado em 22/9/1961)

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