Desde 1960
aricunha@dabr.com.br
com Circe Cunha // circecunha.df@dabr.com.br
Enquanto o Estado, apoderado pelo governo e por uma penca de partidos, mantiver sob seu mais severo controle as riquezas nacionais, representadas, sobretudo, por estatais das mais diversas, haverá sempre o desejo voraz de políticos e de oportunistas, de qualquer matiz, por cargos e outras benesses públicas. A multiplicação de legendas pode ser explicada, em parte, pela existência de um butim a ser repartido em paga pelo apoio.
Fora do universo político-partidário, outros grupos de pressão também são formados em alta quantidade, com vistas apenas à obtenção de vantagens materiais para um núcleo duro, formado exclusivamente por dirigentes e controladores diretos. É o caso de grande parte de sindicatos e federações de trabalhadores formados, nos últimos anos, com o objetivo focado basicamente nos lucros que essa atividade rende aos membros da direção. Como já registramos na coluna, a esperança nesse tema é que a Pública, a central do servidor, inove na visão para união de trabalhadores. Que seja firme sempre nos propósitos que apresenta.
Parte significativa de organizações não governamentais (ONGs), formada em tempos recentes, também entra na fila para arrancar do Estado maior lucro possível. Para um Estado montado com características próprias de uma empresa típica, em que o lucro é a meta final, não surpreende que a maior parte de agregados, que, em tese, deveriam servir de ponte entre a população e o poder, defendendo direitos legitimamente prescritos na Constituição, use dessa proximidade para obter vantagens para pequeno número de dirigentes. A população que vá se queixar ao bispo.
Sem uma reforma radical do Estado, jamais será possível estancar a corrupção e os desvios de recursos, muito menos se livrar desses grupos de sanguessugas que, a pretexto de representar a sociedade junto do poder, usam da função legal apenas para o enriquecimento de poucos. O reforço em moldes policialescos e repressor da Receita Federal atende, sob medida, esse modelo de agregados interesseiros.
O contribuinte, dentro do Estado empresa, é chamado compulsoriamente a bancar o festim sem limite. A comemoração, feita a cada ano e com grande foguetório, sobre o volume recorde na arrecadação de impostos, não chega a vexar o governo, já que sacia o apetite voraz dessa turma, da qual os membros do próprio governo são os primeiros beneficiários.
Refém dos grupos de pressão, resta ao Estado, a exemplo da loba romana, estender as muitas tetas à alcateia faminta. Enquanto o Estado insistir em voltar seus esforços para o controle das riquezas, priorizando coisas como a fabricação de bens econômicos, a razão de ser dessa entidade, que é distribuir justiça e bem-estar social, ficará em segundo plano, com prejuízo certo para a sociedade, geração após geração.
A frase que foi pronunciada:
“Ciência é conhecimento organizado. Sabedoria é vida organizada. ”
Immanuel Kant
Controverso
Deputado Hugo Leal sugere um Fundo Nacional de Combate à Corrupção. Essa verba seria destinada para educação, saúde, ciência, financiamento de pesquisa e meio ambiente.
Ops
Estupefata, a imprensa séria internacional tenta compreender os discursos dos petistas. Agora mais uma surpresa. O deputado José Geraldo propôs um projeto de lei para o país comemorar, em 17 de abril, “O Dia do Golpe Parlamentar do Brasil”. Quem não é petista gostou da ideia. Mas, depois, viu-se que o comemorar saiu do subconsciente.
Marco
Sarney Filho, do Meio Ambiente, esteve na barragem de Mariana, da mineradora Samarco. Declarou que, enquanto não houver certeza da segurança da barragem, não a apoiará em nada. O que precisa é acompanhar as sanções dadas à empresa.
História de Brasília
O sistema de informações funcionou muito mal. Tanto assim, que o presidente da República, sr. Ranieri Mazzilli, chegou ao aeroporto quando o sr. João Goulart ainda estava em Porto Alegre.(Publicado em 6/9/1961)