Produção e destruição: os dois lados da mesma moeda

Publicado em ÍNTEGRA

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Jornalista_aricunha@outlook.com
circecunha@outlook.com e MAMFIL

Em meio à maior crise econômica de todos os tempos, o setor agropecuário nacional permanece sendo um oásis de sucesso e segue, ano a ano, batendo recordes na produção de grãos e carnes. Por sua importância na geração de riqueza e emprego, o setor conta, nos poderes Executivo e Legislativo, com ampla e ferrenha base de defesa. Por isso mesmo o agronegócio se tornou no Brasil uma espécie de potência econômica paralela que ninguém ousa criticar, nem de forma positiva, apontando caminhos viáveis de convivência entre a produção e a preservação do meio ambiente.
O problema é que o desenvolvimento e a produção de riquezas e empregos feitos a qualquer preço poderão gerar, a médio e longo prazo, muito mais prejuízos do que lucros rápidos. Observem, à guisa de exemplo, o que vem ocorrendo com a indústria extrativa de minérios praticada em larga escala país afora, deixando para trás, como subproduto, a destruição e a contaminação irreversível de extensas áreas naturais feridas com crateras profundas e sem mais serventia.
A tragédia produzida pela Samarco em Minas Gerais ilustra bem a busca alucinada pelo lucro fácil e imediato. A contaminação da vastíssima Bacia do Rio Doce foi o preço cobrado pela febre de riquezas que parecem brotar do chão em toda parte, desde que por aqui andou Cabral, em 1500. Por sinal, a punição ao crime cometido foi infinitamente menor que o prejuízo causado.
O progresso não pode continuar sendo, como dizia o filósofo austríaco Karl Kraus (1874-1936), “o avanço inevitável da poeira”. É preciso um olhar sensato para o futuro. Mas aí já se está no terreno do bom senso, onde poucas são as árvores que dão frutos.

A frase que foi pronunciada
“Quando você nasceu, você chorou e o mundo se regozijou. Viva sua vida de tal maneira que, quando você morrer, o mundo chore e você se regozije.”
Índios Cherokee

Receita Federal
» Se, para honrar uma negociação de dívida há 5 anos na conta do contribuinte não tiver tido saldo suficiente para pagar a parcela em débito automático, a Receita Federal não emite nenhuma comunicação sobre o assunto, e o consumidor pode ser surpreendido meia década depois com a surpresa da dívida triplicada.

Receita Federal 2
» Ao contrário do detalhamento exigido pela Fazenda na declaração do Imposto de Renda, sem a preocupação com o princípio da publicidade e reciprocidade, as notificações da Receita Federal omitem em boletos e comunicações ao consumidor o assunto específico, mês e outros dados que clarifiquem a cobrança. Há apenas um código que diferencia a negociação do pagamento corriqueiro.

Caesb
» Pautada em uma lei esdrúxula, a Caesb vem cobrando uma taxa mínima pelo consumo de água em salas comerciais. Mesmo que o consumidor não consuma 10 mil metros cúbicos de água, ele paga por isso. Lei é lei. Só que, nesse caso, a Caesb teria que entregar o produto pago, o que não é o caso. As petições estão a todo vapor.

Banco do Brasil
» Há limite para pagar contas pela internet. Mesmo que o cliente tenha saldo, é o banco que estipula o valor a ser utilizado. Interessante que o argumento do banco é a segurança do cliente. Difícil, enquanto você estiver fazendo a transação no computador de casa, acontecer de uma arma ir parar na sua cabeça com um marginal exigindo que pague a conta de água e de luz da casa dele. Será que é isso?

História de Brasília
O sr. Maurício Jopert da Silva é aquele homem que sabe tudo e disse, um dia, que o lago de Brasília nunca atingiria a Cota Mil. Ontem, pelo Jornal do Brasil, atirou-se contra Oscar Niemeyer e Israel Pinheiro para falar mal do edifício do Congresso. (Publicado em 23/9/1961)

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