Patrimonialismo estatal

Publicado em ÍNTEGRA

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Com Mamfil e Circe Cunha
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Os casos recentes de corrupção endêmica que vêm à tona tem como único pano de fundo a megaestrutura de um Estado, capturado, ao longo de toda nossa história pelas elites rurais e empresariais. Assim,  qualquer reforma, por mais criteriosa e técnica que se apresente, que não cuidar primeiro do gigantismo do Estado, está marcada com a sina do fracasso. É do tamanho do Estado que devemos cuidar.

O gigante deitado eternamente em berço esplêndido não é outro senão o Estado que erigimos e que ameaça tombar sobre nós. O caso das estatais explica bem a contradição: um Estado extremamente rico e uma população com os mais risíveis níveis de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

É o mesmo paradoxo que permite a existência de suntuosos palácios de mármores, como a sede dos Três Poderes, enquanto populações inteiras permanecem sem as mínimas condições de infraestrutura sanitária, sobrevivendo com as mesmas carências básicas de séculos passados.

Somente o gigantismo de um Estado injusto explica o fato de um presidente da República viajar a bordo de uma aeronave de última geração, um verdadeiro hotel seis estrelas, enquanto milhões de brasileiros são obrigados a se submeter a cada dia aos piores meios de transporte do planeta. A redução do Estado ao mínimo necessário às exigências da população é a primeira condição para se livrar do subdesenvolvimento e libertar a nação do labirinto em que se encontra.

 

A frase que foi pronunciada

“Não há despertar de consciências sem dor. As pessoas farão de tudo, chegando ao limite do absurdo para evitar enfrentar a sua própria alma. Ninguém se torna iluminado por imaginar figuras de luz, mas, sim, por tornar consciente a escuridão.”

Carl Jung

 

Simples assim

» É bom que o Palácio do Planalto cobre dos prefeitos a contrapartida do que têm sido feito com as cifras extras que recebem. O primeiro passo para controlar os cofres é acompanhar o retorno do que foi investido. Vereadores e prefeitos, antes de marcar as passagens para Brasília, preparem o relatório das obras efetivamente feitas com o que foi recebido.

 

Câmara dos Deputados

» Por falar nisso, em 12 de junho prefeitos e vereadores em defesa dos municípios de Mato Grosso virão à capital para participar da comissão especial que analisa mudanças na Lei Kandir. Pela declaração do presidente da Associação Mato-grossense dos Municípios, Neurilan Fraga, a situação está difícil: a arrecadação dos municípios encolheu mais de R$ 190 bilhões em 10 anos

 

Conveniências

» Tem gente se perguntando como é que o mesmo TSE, que fez vista grossa para a entrega de panfletos pelos Correios, vai condenar a chapa Dilma-Temer três anos depois. Os Correios não fizeram o registro obrigatório para a distribuição do material eleitoral do PT e, apesar da ilegalidade registrada pelo TCU, nada foi feito.

 

De graça

» Casa cheia em todas as apresentações da orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro às terças-feiras. Com entrada franca é um programa e tanto para quem gosta da boa música. Uma pena que a orquestra não possa tocar em casa. Até hoje, o teatro está fechado. Certamente, deteriorando.

 

Leitor

» Registramos o cumprimento recebido pelo pioneiro Carlos Romeiro. Acompanhando sempre os acontecimentos na capital, também defende a cidade com o ímpeto de quem a viu nascer. Nossos agradecimentos.

 

Só suspeitos

» Quem estuda na biblioteca da UnB já viu um rapaz que escolhe sempre sentar perto das meninas bonitas. Mesmo com mesas disponíveis, ele sempre está perto delas. Agora, fotos dele estão espalhadas pela universidade alertando garotos e garotas para terem cuidado. Um senhor estranho também fica na biblioteca fotografando as meninas. Uma pena vislumbrar a UnB cercada, mas sem eficiência no policiamento. O descaso com a segurança dos alunos continuará.

 

História de Brasília

A presteza do Corpo de Bombeiros foi absoluta, mas o equipamento mostrou que é ineficiente para incêndios de tal monta. Os pertences dos passageiros e partes do avião bem que poderiam ter sido salvos, mas o equipamento deficiente fez com que o fogo se alastrasse por todo o aparelho, provocando perda total do “Caravelle”. (Publicado em 28/9/1961)

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