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MAMFIL com Circe Cunha
Viajar é ir de encontro com a aventura. Tudo pode acontecer de surpresa, inclusive, para quem programou cada passo longe do lar. Da porta de casa para fora, o que se apresenta a todos é um mundo hostil, intolerante e pouco amistoso, principalmente com as hordas de turistas afoitos que invadem cada canto das cidades famosas.Num planeta super populoso, os seres humanos parecem ter perdido a paciência com os seus semelhantes. Hoje em dia, visitar pontos turísticos é quase um exercício de resistência física e mental. Nada do que anunciam os panfletos de viagens, recheados de ótimas fotos coloridas, é real de fato. Em cidades de forte apelo turístico como Roma, a última coisa que os residentes querem encontrar pela frente é com esses viajantes curiosos .Tudo está superlotado, congestionado. Os preços, na alta temporada, sobem e obrigam os nativos a irem para outros sítios em busca de sossego e de economia. O dinheiro trazido pelos turistas, reconhecem, é necessário, mas rouba a paz. Apesar desses atropelos, nunca se viajou tanto. Os aeroportos estão sempre com lotação máxima. Com tanta gente indo e vindo, já não há tempo para mesuras individuais. A maioria, que viaja nas classes econômicas e se hospeda em hotéis pouco estrelados, é a que mais sofre com os maus tratos.
Muitos deixam de lado o conforto de casa, fecham os olhos para os contratempos inevitáveis e seja o que Deus quiser. Mas quando a situação resvala para intolerância e a violência, como vem se tornando comum hoje em dia em diversas partes do mundo, dá saudade da segurança do lar. Fatos como o ocorrido a pouco dentro do avião da United Airlines, uma empresa de larga experiência e tradição, ocorrem com frequência cada vez maior em muitas outras companhias aérea e é mais comum do que se pensa.A expulsão do passageiro daquela empresa, arrastado para fora da aeronave como um animal morto, só ganhou as manchetes do mundo porque foi flagrado em imagens que viralizaram pela rede. A lei americana permite o ocorrido. Funcionários da empresa precisaram embarcar e com o overbook passageiros são escolhidos para ceder o lugar se não aceitarem vantagens pecuniárias. No caso citado, o escolhido é um médico, que tinha pacientes o aguardando.
Os maus tratos a turistas, principalmente os oriundos dos países subdesenvolvidos são constantes. Começam pelo tratamento dispensado aos viajantes nas embaixadas ou consulados, onde a busca pelos vistos de entrada é precedida de longas esperas e pelo atendimento pouco cortês e desconfiado dos funcionários. Mesmo na embaixada de Portugal, o tempo mínimo de espera são 3 horas. Há apenas uma pessoa no atendimento ao público.As entrevistas aos turistas mais lembram inquéritos policiais. Essa situação desagradável ganhou ainda mais rispidez e falta de educação, a partir dos ataques terroristas. Hoje, todos são suspeitos potenciais, principalmente se vindos do terceiro mundo.Para os idosos, as viagens se tornam ainda mais penosas. Não há cortesia e atenção que a idade avançada merece e casos de truculência são noticiados aqui e ali. Na ausência de um Estatuto Internacional do Turista que valha, o jeito é viajar como quem fecha os olhos e encara a jornada como um sonho, nem bom, nem ruim, apenas um sonho que no percurso os olhos devem estar cerrados. Há outra saída ditada pelo filósofo de Mondubim: grande viagem faz aquele que em sua casa fica em paz.
A frase que afoi pronunciada
“Pior que não terminar uma viagem é nunca partir.”
Amyr Klink
Nove dias
» Se o governo precisa de argumentos para não subir o valor de impostos, a Associação Comercial de São Paulo traz em números. Até 20 de março, o total de impostos pagos no Brasil chegou na marca dos R$ 500 bilhões. No ano passado o impostômetro da ACSP chegou a essa marca só no dia 29 de março.
Denúncia
» Discursos do Senado são resgatados por trazer notícias interessantes. Um deles é do senador Ataídes de Oliveira, que em 2013 chamava a atenção do Brasil para a falta de publicidade nas atividades do Sistema S. A prática à qual se referia tratava da arrecadação direta de empresários sem que a verba passasse pela Receita Federal.
Reclamações
» Por falar em publicidade, a Receita Federal também deve respeitar a Constituição Federal, Lei da Transparência e Lei de Acesso à Informação. As notificações e os boletos de pagamento não discriminam nem esclarecem a que se referem.
Murros
» Outro senador que cantou a bola sobre a corrupção foi Mario Couto. Durante a atuação parlamentar, ele esbravejava, batendo no púlpito contra os eventos ocorridos no governo passado. As denúncias anunciadas por ele estão sendo apuradas uma a uma.
História de Brasília
Um desses infratores ocupa um box nos mercadinhos da W4, e seria conveniente que a Novacap soubesse disto, para uma punição ao infrator da economia popular. Filet é filet, e só pode ser vendido como tal. (Publicado em 26/9/1961)