Desde 1960
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com Mamfil e Circe Cunha
“Nós afirmamos que a magnificência do mundo enriqueceu-se de uma beleza nova: a beleza da velocidade. Um automóvel de corrida com seu cofre enfeitado com tubos grossos, semelhantes a serpentes de hálito explosivo… um automóvel rugidor, que corre sobre a metralha, é mais bonito que a Vitória de Samotrácia.” Manifesto Futurista, de Felippo Tommaso Marinetti, em 1909
Construída numa época em que o automóvel era o símbolo máximo do advento e da afirmação da modernidade, Brasília marcou a concretização da ideia de uma arquitetura apta a acolher o carro como elemento essencial de transporte. Para tanto, amplos espaços físicos foram exclusivamente reservados para o deslocamento rápido de pessoas.
A nova capital, dizia-se naqueles tempos, era formada de cabeça, tronco e rodas. A velocidade era uma das características perseguidas nos anos de grande nervosismo. O carro era, pois, um dos elementos dessa nova arquitetura. Nesse sentido, as grandes distâncias e os longos deslocamentos, não só não seriam empecilhos para a concepção da cidade moderna, mas se transformariam em sua marca maior, dando o tom ao desenho das ruas, avenidas e eixos.
Mais de meio século depois, o que parecia ser um gesto de grande ousadia frente ao novo acabou canalizado para uma espécie de gargalo. Com o número de carros se aproximando perigosamente do número de habitantes, a velocidade declinou e a cidade se locomove a passos lentos dos engarrafamentos constantes.
Durante todo esse tempo em que a velocidade ditou o ritmo da urbe, os cartéis de combustíveis amealharam enormes fortunas e, graças ao poder desse dinheiro desonesto, compraram o silêncio de uns e a imobilidade de outras autoridades. Aqui se lê, também, desonestidade pelo descumprimento da lei ao negar ou exigir cadastro de quem pede nota fiscal. Certo seria se ela viesse como em todo comércio. No ato da compra, nota fiscal emitida imediatamente, e não cupom fiscal, como tentam ludibriar o consumidor.
Para garantir essa reserva de mercado, em que o dinheiro entrava fácil, os cartéis trataram de financiar as campanhas eleitorais de candidatos de vários partidos, para assegurar trânsito livre para suas pretensões. Blindados pelo poder do dinheiro, esses cartéis não arredaram pé de suas atividades criminosas, não temendo autoridade ou lei alguma, mesmo quando os órgãos da justiça já tinham em mãos material suficientemente comprobatórios dessas práticas criminosas.
O GDF sempre fez cara de paisagem para este assunto, que, diretamente, recolhia impostos escorchantes dessas atividades. Quanto mais os preços aumentavam, mais cresciam as tributações e os dois lados saiam ganhando sempre. Em meio a essa briga combinada, estavam, e ainda estão, os milhões de consumidores acossados entre a necessidade de abastecer o carro e se sujeitar a encararem o transporte público sucateados, e também dominado por outros cartéis. Postos entre as máfias dos combustíveis e as máfias dos transportes, os cidadãos ainda lutam desamparados para se livrar de ambas as pragas, mesmo sabendo que o GDF não está ao seu lado e, ainda por cima, torce por sua capitulação.
A frase que não foi pronunciada
“Esqueceram de mim!”
Se o Brasil pudesse falar….
Incubadora
» Vitória da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. A Sea Jr. apresentou projeto de Aquaponia para organismos aquáticos e hortaliças. Na ponta do lápis, o projeto, que precisa de R$ 30 mil para a implementação, vai gerar muito mais para as famílias do semiárido. “Estamos muito felizes com essa conquista. Esperamos que nosso trabalho ajude a trazer renda e desenvolvimento para a região. Nosso projeto foi criado pensando em uma forma de desenvolvimento prático, sustentável e fácil de ser gerenciado”, explica Eduarda Tayná de Almeida, presidente da Sea Jr. e estudante de engenharia de aquicultura da UFRN.
Esperar não é fazer!
» Premiação também para escolas envolvidas no projeto da Controladoria–Geral do DF, que lança o 1º Prêmio Atitude. O objetivo vai além da consciência cidadã. Por meio de gincana, os alunos identificarão problemas na escola e receberão as orientações necessárias para organizar um planejamento para as soluções. Quem for o melhor em soluções leva o prêmio. O intuito é alcançar 3 mil alunos. A unidade vencedora receberá R$50 mil para melhorar sua estrutura. No total, serão R$ 140 mil distribuídos entre as dez primeiras escolas classificadas. Os professores-orientadores do projeto das dez escolas vencedoras receberão bolsas de mestrado e pós-graduação, oferecidas pelo Fundo Pró-Gestão, da Escola de Governo.
Pelo país
» Quase deu certo. Extremistas entraram em um restaurante, em São Paulo, com uma faixa xingando João Doria. Outros gritos vieram em sentido oposto para que o mentor dessa desunião nacional estivesse na cadeia.
História de Brasília
A possibilidade da venda dos apartamentos aos atuais ocupantes está despertando uma campanha nos ministérios militares, pela qual esses ministérios adquiririam os apartamentos, para seu próprio patrimônio, e alugariam aos seus integrantes, posteriormente. (Publicada em 4/10/1961)