Laboratório dolorido na cidade colorida

Publicado em ÍNTEGRA

ARI CUNHA

Visto, lido e ouvido

Desde 1960

colunadoaricunha@gmail.com;

com Circe Cunha e Mamfil

Charge: asmetro.org.br
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         Especialistas em questões de segurança pública apontam a cidade do Rio de Janeiro como o laboratório mais bem montado para se entender, ao vivo, o fenômeno da violência que assola igualmente todo o país. Estudar, de perto, o desenrolar diário dos acontecimentos, entendê-los, desde sua origem, buscando para esse problema, se possível, o auxílio das mais diversas ciências humanas, inclusive daquelas que explicam os fatores políticos enredados nesses casos. Estas estão entre as sugestões para se ter, ao menos, algumas alternativas que apontem para uma saída satisfatória que acabe ou diminua esse flagelo local e nacional. Num ponto, todos concordam: a questão é premente e exige medidas urgentes e bem estruturadas.

         A intervenção militar na área de segurança, medida que, por ter sido adotada com urgência urgentíssima, deixou de fora os requisitos necessários à uma boa estratégia, inclusive de âmbito militar, agora amarga insana oposição das mais diversas frentes, principalmente do pessoal ligado aos direitos humanos e aos movimentos sociais. Militares que agem em guerra agora são reféns dos direitos humanos que nunca são das vítimas.

         Outra variante que jogou contra a intervenção afoita é que ela foi imposta sob as luzes de um ano eleitoral dos mais difíceis das últimas décadas, com a exacerbação desmedida dos ânimos e radicalização feroz de posições.

         Para as esquerdas, esfriadas pela ducha de água fria das operações da Polícia Federal e do Ministério Público, o aparecimento súbito dos militares nas áreas conflagradas do Rio de Janeiro trouxe não só um novo alento para algumas bandeiras desse campo, mas tem servido para incentivar e lançar as comunidades mais carentes na linha de frente contra os militares, apontados, nesses episódios, como obedientes defensores da direita e dos seus privilégios.

         Trata-se aqui da mais irresponsável das acusações, e que pode gerar consequências ainda mais danosas para esse dolorido processo. Esse tipo de oportunismo político, que no passado uniu nas mesmas celas bandidos comuns e presos contra o regime, acabou favorecendo o aparecimento justamente do crime organizado, que hoje infelicita o país de Norte a Sul.

         Ao lançar comunidades inteiras contra os órgãos de segurança, o que esses novos atores políticos estão fazendo agora é repetir aqueles feitos danosos à sociedade no passado, com outros ingredientes ainda mais perigosos e que podem resultar num estado de confronto aberto semelhante ao ocorrido em outras cidades do Continente.

         É preciso entender que chegar as eleições com esse tipo de bandeira, jogando com a vida das pessoas, com o futuro da cidade e do país, é demais para qualquer partido político, mesmo esses que parecem ter perdido a cabeça e a razão.

A frase que foi pronunciada:

“Não há nenhuma coisa que tenha um pontinho de violência. ‘Cidade de Deus’ é um pontinho de violência? É a realidade, é a vida real, está na condição humana.”

Martin Scorsese

Fórum

Vila cidadã e a feira do Fórum da Água atraíram 15 mil pessoas. Aprender enquanto brinca é o segredo para a meninada querer estar presente. Sarney Filho, ministro do Meio Ambiente, está bem animado com a troca de experiências internacionais sobre a água. São muitas as novidades viáveis para o Brasil adotar.

Foto: agenciabrasil.ebc.com.br (Wilson Dias/Agência Brasil)
Foto: agenciabrasil.ebc.com.br (Wilson Dias/Agência Brasil)
Foto: agenciabrasil.ebc.com.br (Wilson Dias/Agência Brasil)
Foto: agenciabrasil.ebc.com.br (Wilson Dias/Agência Brasil)

Novidade

Também o Fórum Alternativo da Água marcará presença no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade para discutir temas como acesso à água, mudanças climáticas, saúde e segurança alimentar, impacto das crises hídricas e desastres ambientais.

Imagem: contrafbrasil.org.br
Imagem: contrafbrasil.org.br

Convergir

Volta novamente a discussão sobre a criação do Sistema Único de Segurança Pública. O assunto voltou à pauta da Câmara dos Deputados. Não se sabe se por causa das eleições ou por vontade de melhorar a situação caótica. Certo é que há décadas o assunto nunca vingou. Projetos de Lei flutuam no ar enquanto tiros acertam a população.

Charge: brasilsoberanoelivre.blogspot.com.br
Charge: brasilsoberanoelivre.blogspot.com.br

Para agir

A proposta do Sistema Único de Segurança Pública, além de focar na integração dos dados, tem como objetivo a consonância estratégica entre os órgãos de segurança pública. Seria o ideal, se não houvesse parte podre na maçã e intercâmbio de conhecimentos técnicos e científicos.

Foto: painelpolitico.com

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O emboloramento mental em que se encontram os altos funcionários residentes no Rio, seria uma razão para que o cel. Dagoberto tivesse escritório em Brasília, onde o DCT poderia fazer uma experiência piloto de um serviço bem feito. (Publicado em 17.10.1961)

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