Itamaraty: uma luz no fim do túnel

Publicado em ÍNTEGRA

Desde 1960

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com Circe Cunha // circecunha.df@dabr.com.br

 

Depois de 13 anos a pão e água, uma luz no fim do túnel acende a possibilidade de o Itamaraty vir a retomar seu importante papel na condução da política externa brasileira. Num mundo onde tecnologias, como a internet, vão tornando obsoletas as fronteiras físicas e a mundivisão  pavimenta a estrada da humanidade rumo à Aldeia Global, ao Ministério das Relações Exteriores é reservado, talvez, a mais importante missão entre todas as instituições do Estado.

A posse de José Serra, mesmo não sendo diplomata de carreira, no cargo de chanceler, abre novo tempo na Casa de Rio Branco, colocando-a de volta no eixo da racionalidade e dos reais interesses do Estado. Em seu discurso de posse, considerado atual e realista, Serra traçou importantes diretrizes, para trazer de volta ao Itamaraty o reconhecimento e o respeito que a instituição sempre teve por parte das nações.

A diplomacia, afirmou o novo ministro, “voltará a refletir de modo transparente e intransigente os legítimos valores da sociedade brasileira e os interesses de sua economia, a serviço do Brasil como um todo e não mais das conveniências e preferências ideológicas de um partido político e de seus aliados no exterior”.

O mundo que o novo chanceler encontra pela frente, contudo, é visivelmente diferente daquele do início do século 21, quando os preços das commodities agrícolas e do petróleo estavam em seu mais alto patamar, o que, de certa forma, organizava o conjunto das nações em blocos de acordo com os interesses de cada uma naquele momento específico.

Com relação aos nossos vizinhos do continente, os problemas ganharam um tom mais dramático com o fim do ciclo populista ou esgotamento do chamado bolivarianismo, que afetou negativamente muitos países latino-americanos, empurrando-os de volta ao maniqueísmo vazio dos anos da Guerra Fria na década de 1960.

Adormecida e empobrecida, a América Latina se tornou hoje o maior desafio para os interesses econômicos do Brasil e, por extensão do Itamaraty. Amarrado umbilicalmente a um Mercosul que prometia ser a redenção do continente frente a um mundo que se organizava em blocos, esse organismo, formado em 1991, é um forte entrave ao comércio externo do Brasil.

Transformado em valhacouto de uma esquerda fascista, o Mercosul e a Unasul, assim como o próprio Itamaraty, terão que se repaginar por completo se quiserem fazer frente a um mundo em transformação permanente e onde fantasias de ditadores e salvadores da pátria não têm mais assento.

 

A frase que não foi pronunciada

“Nenhum país reforma seu Estado e sua política para depois decidir o que fazer com eles reformados. A reforma só acontece quando precisa acontecer — no meio de uma luta para reorientar o caminho econômico e social, e assim será entre nós.”

Roberto Mangabeira Unger, sobre reforma política

 

Batalha

Ouvindo os ataques do senador Telmário Mota contra o senador Romero Jucá, a foca de uma revista do Rio Grande do Sul comentava no tapete verde do Senado: “Mas bah! Como o senador Telmário atacava o Jucá com veemência. Quase acreditei”.

 

Jornalismo

Como disse Rangel Cavalcante em sua coluna no portal Política real, o Congresso se transformou em “um amontoado de parlamentares despreparados e muitos, muitos mesmo, envolvidos em processos criminais, principalmente de corrupção. A baderna tomou contra do Legislativo. Jamais se viu um deputado cuspindo na cara de outro em toda a história republicana”.

 

Ainda

Confirmado pela UnB que Dilma Rousseff será uma das convidadas para o lançamento do livro A resistência ao golpe de 2016, que acontecerá no próximo dia 30, às 18h, na Praça Chico Mendes da Universidade de Brasília.

 

Riquezas

Embrapa realiza importante pesquisa no cerrado brasileiro para identificar as regiões vulneráveis, aquáticas subterrâneas e as áreas contaminadas ou que correm o risco de contaminação. Com o auxílio de satélites, os dados passam a auxiliar os órgãos de fiscalização que redobrarão a atenção nesses espaços. “Consideramos dados de solo, chuvas e profundidade para mapear o possível grau de proteção da camada de solo com o lençol freático”, disse o gerente-geral da Embrapa e coordenador da pesquisa, Cláudio Spadotto, em entrevista.

 

História de Brasília

Outro detalhe em que fracassou o cerimonial foi na invasão do local de desembarque. O encontro do sr. João Goulart com o sr. Ranieri Mazzilli foi prejudicado pela multidão de deputados e outras autoridades que queriam cumprimentar o sr. João Goulart. (Publicado em 06/09/1961)

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