Inoperância contra os cartéis

Publicado em ÍNTEGRA

DESDE 1960

aricunha@dabr.com.br

com Circe Cunha e MAMFIL

Durante mais de duas décadas, o cartel dos combustíveis lesou os brasilienses. Estimativas subestimadas falam em prejuízos ao consumidor da ordem de R$ 1 bilhão ao ano. Ao longo de todo esste período, a combinação criminosa de preços foi facilitada por um misto de inoperância dos órgãos de fiscalização, do Conselho Administrativo de Defesa da Concorrência (CADE) e do próprio Governo do Distrito Federal, auxiliados por uma turma de deputados distritais cujas campanhas eleitorais eram irrigadas com fartas doações de maus empresários.

A própria Petrobras, principal fornecedora dos produtos, se encontrava nesse mesmo período mergulhada no maior caso de corrupção de sua história. Dessa forma, os consumidores eram lesados em várias frentes simultaneamente. Também os combustíveis encontrados nas bombas era de qualidade duvidosa. Não foram poucos os casos de automóveis que tiveram seus motores danificados em razão de combustíveis “batizados”.

Nesses 20 anos, foram identificados e revelados pela imprensa vários casos de bombas de combustíveis com contadores adulterados. Parte volumosa dos lucros ilegais, tanto do fornecedor nacional como dos distribuidores locais, servia, obviamente, para garantir a continuidade dos negócios escusos.

Diante de um esquema tão poderoso e gigantesco que englobava o governo federal, o governo do Distrito Federal, todos os órgãos de fiscalização, além dos poderes Judiciário e Legislativos local e federal, o consumidor era invisível e indefeso, sem ter a quem recorrer.

Seguir o ciclo do combustível no país, desde sua retirada no poço, refino, distribuição e venda nas bombas, é percorrer a trilha de crime bem orquestrado contra o consumidor final. O próprio programa que envolve a produção do etanol e sua mistura a gasolina e ao óleo diesel é uma história que esconde um dos maiores engodos ao brasileiro. O departamento de física da UnB, há anos, elaborou um projeto onde era impossível adulterar ou roubar o consumidor. Óbvio que nenhum executivo se interessou.

As apurações reveladas agora pela Operação Lava-Jato e pela Operação Dubai, deflagrada no Distrito Federal, apontam para um esquema em que o principal insumo do desenvolvimento, no caso os combustíveis, foi usado para beneficiar empresários e políticos corruptos em detrimento de uma população, transformada em uma sociedade de trouxas.

A frase que foi pronunciada

“A escravidão voluntária lubrifica a máquina oligárquica com alienação, suor e sangue. Ao povo, o trabalho. Aos mandatários, o lucro.”

Renée Venâncio, no pensador Uol

Voz do povo

» Comentário na parada de ônibus do Varjão era sobre o aumento da violência depois de instalado o residencial Parque Paranoá.

Coletivos

» Por falar em ônibus, os preços continuam muito além dos serviços prestados. São motoristas que para chegar ao destino mais rápido se negam a parar em alguns pontos. Além da sujeira causada pelos usuários e nunca limpa pelos empresários. É feia a situação.

Release

» 2016 é um ano importante para a Terra Madre – Orgânicos e Saudáveis (www.terramadresaudaveis.com.br), empório especializado em produtos para alimentação. Como parte da primeira fase do processo de expansão da rede, a Terra Madre comemora a estreia da primeira franquia da marca na CLSW, 301, Bloco C, Loja 20. A franquia é comandada por Nuria Arruda.

História de Brasília

Contrariedade geral, ontem, no aeroporto. Todo o mundo que viajava apresentava certa contrariedade por não ter sido contemplado com um ministério. O mais triste de todos era o sr. Paulo Lauro, de S. Paulo, a quem, merecidamente, o sr. Tancredo Neves lhe tomou um ministério. (Publicado em 10/09/1961)

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