A improbidade administrativa e as nossas consequências

Publicado em ÍNTEGRA

DESDE 1960 »

aricunha@dabr.com.br

com Circe Cunha e MAMFIL

De todos os efeitos negativos provocados pelo Estado — a negligência na proteção da população, a imprudência em verificar o gasto de verba pública e a imperícia em gerenciar o país — a corrupção é uma das maiores roedoras de um futuro próspero e saudável para o país. Pelos reflexos e a desorganização que provoca na máquina púbica, os problemas desaguam no bolso de quem paga imposto, ou seja, toda a população. Os resultados das ilicitudes aqui tratadas tocam cada um de nós de uma maneira ou de outra.

Como uma lâmina fina e fria do canivete que o ladrão encosta na sua garganta, você faz o que não quer fazer, paga o que não deve, reclama e pronto. A corrupção encarece os serviços prestados, piora a qualidade do funcionamento de toda cadeia produtiva. O emprego com um bom salário, o reconhecimento pelo esforço no dia a dia, a viagem que teria todo o direito de fazer pelo país, a corrupção engole tudo isso.

Quando há improbidade administrativa, com desvios de verba ou malversação do dinheiro público, é em você, é no seu pescoço que aquele friozinho encosta. Você, seus filhos, netos, pais, toda a sociedade é prejudicada. Dito de outra forma, a corrupção e os serviços prestados pelo Estado para a população que mais necessita vão aos poucos entrando em um círculo vicioso. Por que faltam médicos nos hospitais públicos, transporte coletivo decente, educação competente e segurança mínima à população? Direito individual? Coletivo? Difuso? Direito arrancado. Dinheiro não falta. Falta gestão, falta quem reclame por uma gerência melhor. Leis não faltam. Falta quem as interprete de forma a respeitar quem paga os impostos.

Quando sobra corrupção e falta dinheiro, o que acontece? Os impostos aumentam e a população empobrece. É ao cidadão comum, colocado na ponta final do sistema, que caberá arcar com esse desarranjo na economia, causado, em grande parte, por esse câncer chamado corrupção, cível ou criminal. Essas células loucas que se reproduzem em meio a um ambiente sem punição exemplar. Bilhões desviados são trocados por alguns anos de cadeia. Onde está o dinheiro? Poucos sabem. Mas a Súmula 284 do STF é clara: “É inadmissível o recurso extraordinário, quando a deficiência na sua fundamentação não permitir a exata compreensão da controvérsia”. Ou seja, quando resolver arregaçar as mangas e colocar esse país em ordem, tenha certeza que cada nexo causal esteja enquadrado na forma. É preciso primar na eficiência da fundamentação e deixar clara a controvérsia. Cristalinamente clara.

A frase que não foi pronunciada

“Ajude a CEB e a Caesb economizando no consumo e ganhe uma conta com valor mais alto!”

A frase não foi pronunciada, foi executada

Com o tempo

» O desnível entre professores e alunos em termos de tecnologia tem sido cada vez maior. Poucos são os mestres afeitos a mídias sociais e ao uso criativo de tecnologia durante as aulas. Marcus Garcia, professor e especialista em inteligência motivacional, tem feito importantes palestras sobre o uso da tecnologia a serviço da aprendizagem. É só contatar o Instituto Superior de Administração e Economia do Paraná para workshops.

De olho

» Na saída do Lago Norte, a área destinada a um parque já está com as cercas no chão. Seria bom que a comunidade se organizasse para saber o que está acontecendo, antes que seja tarde.

OIT

» Ver na capital do Brasil, um caminhão com dois homens pendurados atrás, respirando puro ar de lixo às 3h30 da manhã, vai contra todos os conceitos de dignidade humana.

Doçura

» Bárbara, delicada como todas as meninas da mesma idade, disse para Andrea Visconte: “Mamãe, você está com um cheirinho tão bom”. “Cheirinho de que, Bárbara?”, indagou a mãe. “De mamãe”, respondeu a menina.

História de Brasília

Muita coisa mais passou por todo este tempo. Hoje, uma lembrança vaga nos dá idéia da cidade que vimos, e às vezes, quando encontramos as avenidas iluminadas, as pistas sem desvios, nem lembramos das dificuldades de outrora. Parece que sempre Brasília foi assim… (Publicado em 15/9/1961)

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