Food trucks?

Publicado em ÍNTEGRA

ARI CUNHA
Visto, lido e ouvido

Com a regulamentação feita agora pelo Governo do Distrito Federal das atividades dos food trucks, o que era uma realidade de fato se transformou, pela oficialização, num direito de fato. A partir dessa fronteira, esses comerciantes passam a adquirir novo status, o que , de certa forma, os tornam protegidos do Estado, com direitos legais assegurados.
Essa coluna vem chamando a atenção para a possibilidade desse tipo de atividade de comércio de alimentos sobre rodas se multiplicar em grande quantidade e de modo incontrolável. Caso persista esta tendência, favorecida pela crise econômica e mesmo pela conhecida falta de estrutura na fiscalização, não será novidade se a nova modalidade de comércio não trouxer consigo uma sequência também de novos problemas, cuja a solução nem sequer ainda exista.
Trata-se de uma novidade importada que serve a outras realidades e onde a fiscalização é draconiana. O que parece estar havendo é uma certa precipitação na aceitação fácil dessa modalidade de comércio. É preciso atentar para o fato de que as áreas públicas do Plano Piloto se apresentam hoje literalmente tomadas pelos chamados comércios de lata, que são estabelecimentos fixos , geralmente de estrutura metálica e que vendem todo o tipo de serviço e mercadorias e que concorrem de forma desleal com o comércio normal.
A situação desses comércios fixos, já extrapolaram todos os limites do razoável, se constituindo hoje em séria ameaça a ordem urbana, paisagística e mesmo a paz pública. Agora, somado a este serviço periférico fixo, o que os brasilienses estão assistindo é uma nova e crescente invasão dos food trucks . Por onde quer se ande pela cidade , é possível avistá-los. Estão por todo lado. As grandes áreas verdes e de estacionamentos, de repente passaram a ser tomadas por essas caravanas de trailers , cada qual com seus geradores de força individual e barulhento , obstruindo espaços, gerando lixo e poluição sonora nesses ambientes, roubando o sossego de áreas bucólicas, tudo em nome de um modismo, cujas as consequências ainda não se vislumbram com clareza.
É fácil perceber que não há respeito as normas e regras. Mesmo as mais primárias. Sobem calçadas, destruindo o piso pelo peso excessivo dos carros. Sobem e ocupam gramados e áreas ajardinadas. Instalam som ambiente próprio. Cercam espaços públicos com mesas e cadeiras. Cobram preços iguais ou superiores ao comércio tradicional. Os alimentos são manipulados por pessoas sem a proteção obrigatória. A conservação dos alimentos nestes estabelecimentos é feita de maneira precária. Concorrem, com vantagem, com o comércio local.
Dada a quantidade de veículos que passaram a circular e ocupar os espaços da cidade, o que se pode esperar, de cara, dessa nova modalidade é o caos urbano anunciado. Era preciso antes dessa regulamentação, ouvir os moradores da cidade, esclarecendo os prós e contra a liberalização do comércio ambulante. Era preciso ouvir ainda, os urbanistas, sanitaristas, comerciários, enfim toda a população.
Pelo o que se tem visto até aqui, o que parece é que o GDF está chocando um tipo exótico de ovo, cuja a espécie não se conhece ainda. Pode ser inclusive o ovo da serpente.

A frase que foi pronunciada:
“Aprendam música, é a única coisa que vocês farão na Terra e continuarão fazendo nos Céus.”
Frase lida na Escola de Música de Brasília

Dever
Se estivesse fazendo valer a lei e apostado em bom gestores, a Saúde no DF não estaria às voltas com as quase 15 mil ações na Justiça com processos para acesso a medicamentos ou vagas em UTI. Se os brasilienses soubessem que a Justiça não atende aos que dormem, aí o número de lides seria maior. A Saúde pública só será reconhecida pela população quando os gestores preferirem ser atendidos por ela.

Percurso
Um questionamento interessante feito pela senadora Vanessa Grazziotin sobre a tramitação do projeto que trata das regalias do setor de telecomunicações. Grazziotin quer saber da Secretaria Geral da Mesa mais detalhes sobre a tramitação do projeto. Segundo a parlamentar, a Comissão Especial de Desenvolvimento Nacional a votação da matéria foi feita antes que fosse vencido o prazo do Regimento Interno para a apresentação de emendas.

2017
Garibaldi Alves é o senador que preside a Comissão de Infraestrutura do Senado. Está tirando leite de pedra para dar continuidade à transposição das águas do Rio São Francisco. São cerca de R$6,7 bilhões investidos em uma escala de 10 anos.

Bras quem?
Foi divulgado pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos documento onde a Odebrecht teria admitido o pagamento de US$ 788 milhões em propina. Braskem com privilégios, oficial 1, oficial 2… O documento é uma verdadeira bomba.

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