Fonte  contaminada

Publicado em Íntegra

Para crentes ou não, a crise experimentada pelos brasileiros possui semelhanças significativas com as calamidades que se abateram sobre os egípcios na antiguidade conforme relatado no livro bíblico do Êxodo. Naquela ocasião, segundo as escrituras, 10 pragas foram infligidas ao Egito por causa do aprisionamento dos hebreus, tornados escravos e confinados em cativeiros.

Como castigo de Deus, as águas do Nilo se tingiram de sangue; rãs, piolhos, moscas e gafanhotos infestaram o ar, a terra e os homens; animais morreram e o povo foi acometido por feridas e úlceras de pele; chuvas de granizo destruíram as plantações; o céu escureceu por três dias; e, por fim, muitos primogênitos de homens e animais morreram.

Para os céticos, incluindo aí os cientistas, as catástrofes foram decorrentes de  gigantesca erupção vulcânica na ilha grega de Santorini no segundo milênio a.C, evento  considerado o maior já ocorrido na história do planeta. Civilizações inteiras foram varridas do mapa.

No caso do Brasil, na ausência de megavulcões e outros eventos naturais, quis o destino que, num período de pouco mais de uma década, o país descesse às profundezas do pré-sal, assolado por fenômenos naturais e humanos em proporções iguais ou piores.

Assim é que secas e enchentes recordes em regiões diversas ao mesmo tempo esvaziaram grandes represas e usinas e desalojaram milhares de brasileiros. Febre aftosa dizimara rebanhos; desastres ambientais anunciados, como o de Mariana, destruíram a bacia hidrográfica do Rio Doce por completo. Incêndios de grandes proporções, como o ocorrido na Chapada Diamantina, acabaram, quase por completo, com esse imenso parque nacional. A praga do mosquito Aedes aegypti, que vinha atormentando a população, passou a transmitir, além da dengue, o vírus zika e a febre chinkungunya, igualmente danosos. Com essa praga biológica surgiu ainda a epidemia de microcefalia, comprometendo as novas gerações e o futuro do país.

Ao lado dos flagelos da mãe natureza, os brasileiros foram brindados, nesta última década, com o pior governo de todos os tempos, que fez o país recuar mais de uma década, como demonstram os indicadores econômicos. Além da séria depressão da economia, a sociedade é surpreendida, a cada dia, com casos escabrosos de corrupção do governo e da sua base de apoio.

As maiores lideranças políticas do país e os maiores empresários nacionais estão hoje, sem eufemismos, na antessala da Polícia Federal à espera da pulseira de aço ou da tornozeleira eletrônica. Para um povo que ainda não encontrou o tal país do futuro, as pragas do Egito são fichinha perto de nossas mazelas cotidianas.

 

A frase que não foi pronunciada

“Ninguém deveria forçar o outro a ser social. A qualidade de toda gente antissocial é a sinceridade.”

Dona Dita, com seu jeito homeopático de encarar as pessoas.

 

Quase nada

Parece grande coisa, mas um país com tantos talentos e dessa dimensão tornou o anúncio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico uma chamada ridícula. Para 2016, são destinados R$ 200 milhões a pesquisas. O valor é o mesmo que a Receita Federal recebeu das pessoas físicas envolvidas na Operação Lava jato que espontaneamente pagaram ao fisco, depois de retificar a declaração do Imposto de Renda.

 

Abuso

Depois de subir o valor do contrato telefone/internet, o cliente quis suspender o serviço. A resposta foi negativa. O contrato ainda estava vigente e o consumidor teria que pagar multa. Isso quer dizer que, na vigência do contrato, a empresa está liberada para aumentar o valor do serviço, o que deixa a outra parte desprotegida. Uma pena que a Anatel não defenda o consumidor, permitindo essa arbitrariedade.

 

Só ele

Se o governo Rollemberg não colocar o deputado Fraga para controlar as vans, será difícil impedi-las de voltar. Para cada ônibus aguardado, quatro vans oferecem o transporte.

 

Dica

Se estiver hospedando estrangeiro, leve-o para almoçar no Mangai. A fartura e a diversidade da culinária nacional encantam.

 

História de Brasília

No desfile do Dia do Soldado, os aviões que sobrevoaram a Esplanada dos Ministérios tinham os números 204, 205, 206, 207 e 208. Foi o último sorriso do sr. Jânio Quadros, quando alguém ao seu lado observou a coincidência com as instruções da Sumoc. (Publicado em 30/8/1961)

It's only fair to share...Share on Facebook
Facebook
Share on Google+
Google+
Tweet about this on Twitter
Twitter
Share on LinkedIn
Linkedin