DESDE 1960
aricunha@dabr.com.br Circe Cunha // circecunha.df@dabr.com.br
com Mamfil
Com a saída de cena da “Pátria Educadora” do PT, entra a “Travessia Social” de Michel Temer e do PMDB. Na prática, a diferença de qualidade entre as duas propostas ainda é incerta. Primeiro, o programa da presidente Dilma, lançado com pompa e circunstância logo a seguir as eleições de 2014, não foi além da marquetagem do dístico, sendo abandonada tão logo os cortes nos gastos públicos se impuseram por força da realidade avassaladora.
Do vazio da “Pátria Educadora”, tomando o atalho constitucional do impeachment pela “Ponte para o futuro” do PMDB, chega-se ao vale da “Travessia Social”, documento que condensa as propostas de um provável governo Temer para a área social, com destaque para o setor da educação.
O projeto, composto por seis capítulos, confeccionado pela Fundação Ulysses Guimarães, acena não só para a manutenção e aperfeiçoamento de programas sociais, como dá destaque também à completa reforma no sistema educacional brasileiro. Chama a atenção nessa proposta a possibilidade de pagamento de bônus a professores que buscarem meios de qualificar técnica e profissionalmente seus currículos. Esse tipo de prêmio está previsto ainda para os educadores que obtiverem melhoria no desempenho de seus alunos.
Trata-se de medida que já foi testada, com sucesso, nos governos tucanos em Minas Gerais e, hoje, é feito tanto em São Paulo quanto no Piauí. Dar mais a quem mais se empenha, dentro do conceito moderno da meritocracia na gestão pública, tem funcionado em algumas áreas do governo. A questão é saber se o sistema terá eficácia no setor educacional.
Para os sindicatos, ainda conectados ao aparato petista, a proposta trará apenas adicional extra e eventual aos salários dos professores e não resolverá o problema central de melhoria permanente nos rendimentos da categoria. Além do bônus, a proposta de Temer prevê a completa reforma nos ensinos médios e básico, com profunda reformulação curricular dessas fases. A ideia é permitir que os alunos, no caso do ensino médio, possam optar pelo ensino profissionalizante.
Importante na “Travessia Social” de Temer é que esse conjunto de intenções aponta para a necessidade de o governo federal marcar maior presença no ensino básico, hoje entregue à gestão dos municípios. Melhorar a qualidade do ensino nas séries iniciais, possibilitando maior protagonismo do estado propiciará, segundo a proposta, dentro da enorme diversidade do país, que os pequenos brasileiros tenham exatamente as mesmas oportunidades de educação e conhecimento.
Em documento escrito ainda em 2011 pelo então presidente da Fundação Ulysses Guimarães, Eliseu Padilha, hoje um dos fortes aliados do Michel Temer, já considerava a importância da educação no desenvolvimento do país: “Analisando nossas exportações, constatamos que estamos celeremente reduzindo a participação dos produtos industrializados na economia e aumentando a das chamadas commodities — minérios, produtos agrícolas, carne e outros. Apesar de estarmos intensificando a exploração de nossas riquezas naturais, falta-nos qualificação profissional para produzir riquezas em diferentes áreas. Se a tendência atual se mantiver, logo teremos de, por exemplo, exportar vários bois para importar um telefone celular”.
A frase que foi pronunciada
“No Brasil de hoje, os cidadãos têm medo do futuro. Os políticos têm medo do passado.”
Chico Anysio, sempre atual
Sem urbanidade
Do faroeste para o Setor Noroeste em Brasília. É uma terra de ninguém. Com dezenas de obras no local, uma delas dispara uma sirene em tom ensurdecedor por vários minutos fazendo com que crianças, idosos e trabalhadores cansados suportem o incômodo por não terem o que fazer.
Enfim
Recebemos a missão de transmitir uma menção elogiosa pela ostensiva segurança que se vem fazendo aos alunos e visitantes da Biblioteca Central de Brasilia na UnB.
Luz
Entre as quadras 700 e 900 Norte, em Brasília, a ciclovia do local está quase impecável. Benfeita, com o circuito bem sinalizado, faltou apenas iluminação para os atletas notívagos.
Curiosidade
Os cães que trabalham com policiais federais custam pouco menos de R$ 800 por mês. Do pastor alemão a preferência dos profissionais passou para os labradores. Com poucos meses de vida é o cão que escolhe o policial. Depois de 7 anos de serviços prestados, se o policial não o adotar, o animal pode ser sacrificado.
História de Brasília
A Hora do Brasil de anteontem foi um boletim revolucionário. Saiu por completo de sua orientação normal de informativo. Foi quase toda opinativa. (Publicado em 5/9/1961)