ARI CUNHA
Visto, lido e ouvido
Desde 1960
com Circe Cunha e Mamfil
colunadoaricunha@gmail.com;
Peritos experientes que analisaram detalhadamente as fotos tiradas de um dos ônibus da caravana de Lula, perfurado por projétil de arma de fogo, acreditam que, ao contrário do que afirma o motorista, o tiro foi disparado com o veículo parado e a curtíssima distância. Para os especialistas, caso o tiro fosse disparado com o ônibus em movimento, como dito por integrantes da comitiva, haveria um rasgo na lataria e não um buraco perfeitamente redondo.
Pelo sim, pelo não, caso se confirme a veracidade do atentado, estaremos presenciando o exato momento em que o primeiro tiro foi dado na guerra anunciada do fim do mundo opondo o “nós contra eles”. Caso os peritos cheguem a conclusão de que tudo não passou de armação, urdida para chamar a atenção da opinião pública e assim, de alguma forma, reverter o acolhimento inóspito recebido pelo ex-presidente em seu périplo pelo Sul, estaremos diante de uma espécie de fake atentado.
Para quem conhece a capacidade criativa de certos governos, em criar situações e mártires para os mais diversos propósitos, não irá estranhar o ocorrido. A história da humanidade e dos regimes está repleta de exemplos de acidentes engenhosamente fabricados, com o intuito de reverter ou dar início ou justificar situações extremas. A fracassada tentativa militar contra o processo democrático que explodiu a bomba no Rio Centro, acidentalmente no colo de um sargento; em 1933, o incêndio forjado do Reichstag; hoje, Maduro culpando a oposição pela penúria do país. O termo factoide foi usado pela primeira vez no Brasil, segundo a Wikipédia, pelo então governador César Maia, em 1995, em uma entrevista à revista Veja, edição 1389, onde disse que “está careca de inventar factoides”. Na reportagem, ele explica: “Como sair nos jornais com grande destaque? É muito simples. Basta que eu elabore com uma imagem muito nítida. Fatos que tenham conteúdo não têm a menor importância. Lanço factoides no realismo delirante. (…) Factoides são ideias que você arremessa como certa base de realidade, embora sem grandes possibilidades de ser realizada, diferente do simples delírio, que é pura fantasia.”
Pelo sim pelo não, pela recepção, nada amistosa, demonstrada por grande parte da população do Sul do país, a caravana lulista, tem é que dar graças aos céus de que todos saíram sãos e salvos dessa turnê política. Por falta de aviso é que não foi. Importa agora é que não fiquem quaisquer dúvidas sobre o que de fato ocorreu, pois, o episódio, falso ou não, será usado e explorado ao máximo pelo ex-presidente e seu partido como mote político.
Nessa altura dos acontecimentos, com ou sem disparos de arma de fogo, o que os brasileiros assistem é o início das radicalizações políticas, não apenas contra políticos, mas contra juízes, jornalistas, agentes da lei e contra uma infinidade de outros profissionais.
O massacre da razão, perpetrado insistentemente pela irresponsabilidade de demagogos de plantão, começa a produzir seus frutos amargos. Em situações como essa, pouco importam os cadáveres, desde que possam ser usados como palanque. Pouco importa se o sangue é ou não de inocentes, desde que seja usado como tinta para pichar a palavra morte nos muros da cidade. O fato é que depois de baleada a razão, no campo de batalha, a próxima vítima será a verdade. Ai já será tarde.
A frase que foi pronunciada:
“Mas a ambição do homem é tão grande que, para satisfazer uma vontade presente, não pensa no mal que daí a algum tempo pode resultar dela.”
Nicolau Maquiavel
Brancos & Nulos
Votos brancos e nulos vão para o lixo. É mito acreditar que beneficiem algum candidato. “Melhor que anular o voto seria o eleitor buscar informações seguras sobre os futuros candidatos. Não errar na escolha, porque um Congresso qualificado moralmente pode impedir um presidente da República eventualmente mal-intencionado, assim como uma Assembleia Legislativa, relativamente a um Governador eventualmente mau-caráter.” Essas são as palavras da Dra. Gisele Nascimento membro da Comissão de Defesa da Mulher da OAB-MT.
Faca e queijo
Jaime Recena, secretário adjunto do Turismo, tem defendido a presença dos jovens na política. Na UnB, há jovens disponíveis estudando turismo. Seria uma boa parceria.
Pelo social
Por falar em Recena, defender que a CBF libere estádios em estados sem tradição de futebol deveria ser regra antes da Copa do Mundo. Daí a sugestão do nome Estádio Nacional, como a Fifa exigia. Como não foi, o Zé Elias sugeriu ao Jaime Recena que estimulasse campeonatos entre escolas públicas para ocupar o Mané Garrincha.
Release
Estudo aponta que América Latina fez reformas para incluir mulher na economia. Dados do relatório Mulheres, Empresas e o Direito 2018, que monitora 189 países, foi lançado pelo Banco Mundial. Na Colômbia, por exemplo, o relatório cita que a Justiça reviu uma legislação que restringia o trabalho de mulheres no setor de mineração.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Diante de tudo isto, a Prefeitura, a quem cabe a repressão, não tomou nenhuma providência, pelo menos até o momento. (Publicado em 18.10.1961)