Existência do DF e a crise hídrica

Publicado em ÍNTEGRA

Desde 1960
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com Circe Cunha e Mamfil

Com apenas 5.801,9Km², o Distrito Federal se apresenta como um pequeno quadrado instalado bem no coração da vasta região Centro-Oeste. Por isso, no nosso caso específico, vale o dito: geografia é destino e também fatalidade. O que vier a acontecer na região central do Brasil, terá reflexos diretos em Brasília, ditando inclusive a sua viabilidade futura como capital.
Dessa forma fica mais do que evidente que os esforços no sentido de debelar, de modo satisfatório, a atual crise hídrica, tem necessariamente que ser estendidos a toda a região circundante, num esforço conjunto, persistente e de longo prazo. Sem isso, não há solução para o problema crescente de falta de água. Ambientalistas brasileiros e internacionais, que bem entendem do problema, são unânimes em reconhecer que a região Centro-Oeste do país e principalmente todo o bioma Cerrado estão na iminência de vir a se transformar, em pouco tempo, num grande e árido deserto, por conta da ganância humana desmedida e inescrupulosa.
Observando o que vem se passando , num raio de pouco mais de 500 KM em torno da capital, é possível agora ter uma ideia mais precisa dos seríssimos problemas que a anos vem ocorrendo e se acumulando em toda região, e que mesmo a despeito dos seguidos alertas feitos, não foram enfrentados de forma pronta e responsável pelas autoridades. Nos últimos anos centenas de pequenos riachos e afluentes de rios caudalosos, simplesmente deixaram de existir. O mesmo fenômeno vem acontecendo com nascentes e lagoas: a maioria esta em avançado processo de desaparecimento.
O que ocorre na região Centro-Oeste se repete no restante do país. Dados divulgados agora pelo Observatório do Clima, mostram que no Brasil as emissões de gases de efeito estufa aumentaram em 8,9% no ano passado e deverão seguir a mesma tendência este ano. É o nível mais alto desde 2008 e a maior elevação vista desde 2004, alertam os cientistas. No ano passado o país emitiu 2,278 bilhões de toneladas brutas de gás carbônico equivalente (CO2e), o que coloca o Brasil como a sétimo maior poluidor do planeta. Pior é que esse aumento de poluição se deu em meio a maior recessão econômica da história do país, o que equivale a dizer o Brasil aumentou os índices de poluição sem gerar riqueza alguma para os brasileiros.
O aumento de poluição se deu exclusivamente por conta do desmatamento, mudanças de uso da terra e em consequência das seguidas queimadas. “Temos hoje a pior manchete climática do planeta: aumento de emissões em razão de desenfreada destruição florestal e totalmente dissociado da economia. Não vai adiantar o governo e os ruralistas dizerem lá fora que o agro é pop; não vão convencer a comunidade internacional e os mercados de que está tudo bem por aqui”, afirmou Carlos Rittl, secretário-executivo do Observatório do Clima.
No caso da região Centro-Oeste, que nos interessa mais particularmente, estudos demonstram que entre 2013 e 2015, 18.962 Km² de Cerrado foram destruídos, o que equivale a perda de uma área equivalente a cidade de São Paulo a cada dois meses. Este ritmo de destruição torna o o Cerrado um dos ecossistemas mais ameaçados do planeta. Todos os ambientalistas envolvidos com essa questão, concordam que a expansão do agronegócio é a principal causa do entrave climático ” a exemplo de compromissos assumidos por empresas na Amazônia para eliminar o desmatamento de suas cadeias, é fundamental que um passo na mesma direção seja dado para o Cerrado, onde a situação do desmatamento é muito grave”, afirma Cristiane Mazzetti, especialista em desmatamento zero do Greenpeace Brasil.

A frase que não foi pronunciada:
” Preservação da espécie parece não ser uma característica humana.”
Dona Dita vendo um sabiá atacando os micos.

História
Fernando Cesar Mesquita, quando assessorava Antonio Carlos Magalhães, criou uma coleção de CDs intitulada “Os melhores momentos do parlamento brasileiro”. Debates brilhantes entre parlamentares cultos e preparados para a missão. Por curiosidade tentamos ver se esses áudios estavam disponíveis na Internet e ao digitar o título entre aspas veio apenas uma notícia de 1998: “Inaugurada nova página no site do Senado Federal na Internet.” A nova página foi produzida em conjunto pela Secretaria de Informação e Documentação, pelo Prodasen, pela Secretaria Especial de Editoração e Publicações e pela Subsecretaria de Relações Públicas, sob a coordenação da Diretoria-Geral.

HISTÓRIA DE BRASÍLIA 28/10/2017
Veio, depois, a nomeação do presidente da Novacap, antes da nomeação do prefeito. O carro adiante dos bois, e resta, agora, que o dr. Laranja Filho compreenda que a cidade espera muito de sua atenção. (Publicado em 06.10.1961)

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