Escola é a extensão natural do lar

Publicado em ÍNTEGRA

Desde 1960

aricunha@dabr.com.br

com Circe Cunha // circecunha.df@dabr.com.br e MAMFIL

 

 

Tem razão um leitor que disse: “O politicamente correto não muda nossa maneira de ser, apenas faz com que a gente se cale”. Em nome da onda do politicamente correto muita barbaridade tem sido cometida, uma boa parte, inclusive, politicamente incorreta.

A laicidade do Estado manda que se retirem os crucifixos de todas as escolas e prédios públicos. Nas salas de aulas, retiram a imagem de Jesus e em seu lugar colocam-se a imagens de Guevara, Lenin ou Marx.

No carnaval, o desfile de mulheres nuas em público e transmitido pelas tevês para todo país é uma manifestação cultural. Nesse caso, não se discute a proibição do nudismo explícito. Já amamentar o filho recém-nascido no banco da praça pública é atentado ao pudor. Exemplos como estes se encontram aos milhões hoje em dia. O pior é que do silêncio acabrunhado de muitos, alguns poucos se aproveitam para impor pontos de vistas míopes, de um mundo cada vez mais bizarro.

A sociedade que temos hoje, com suas qualidades e defeitos, espelha o lar e a escola de origem. A escola representa a primeira sociedade em que o indivíduo se integra fora de casa. Neste ambiente muito particular, o indivíduo é ouvinte do mundo. Tudo capta, reproduz e convence os de casa.

Num mundo ideal, a escola seria a extensão natural do lar, alargada pelo convívio com os semelhantes. No mundo real é onde virtudes e vícios se acotovelam como numa feira, cada um com seu apelo próprio. O fato é que nossas escolas públicas reproduzem muito mais o pensamento de uma categoria— como grupo fechado em torno de um sindicato —, do que o pensamento de pais, alunos e educadores.

Para não contrariar a classe, a orientação pedagógica de nossas escolas prefere o caminho fácil ditado pela cartilha ideológica sindical que o de se apoiar nas ciências do ensino.

O ocaso das esquerdas no Brasil não é fato que se deva comemorar. O que se pode festejar, isso sim, é o fim de um tipo muito especial de esquerda, que busca nivelar e pasteurizar o indivíduo, moldando-o de acordo com a vontade pessoal de um grupo.

O apoderamento das escolas por vontade de um grupo sindical é algo danoso e com consequências a longo prazo. Fazer das escolas, como se tem visto, lugar de proselitismo ideológico e propaganda partidária tem por finalidade atender apenas uma parte ínfima da sociedade. Aqui, essa realidade se estende dos pequenos até os universitários.

A laicidade, no sentido de neutralidade, deve se estender além das questões religiosas e abranger também questões partidárias. Podem até tirar os crucifixos das paredes, mas é preciso que sejam retirados também a foice e o martelo. O que se quer são alunos que pensem com a própria cabeça, vejam com os próprios olhos e andem com os próprios pés. Isso é educar. Que venham mestres e educadores de verdade com vontade e talento. Abaixo os professores de palanque.

 

A frase que foi pronunciada

“O poder desgasta aqueles que não o têm”

Do filme O poderoso chefão

 

Balaio

Aliados ou adversários. Iniciante nos jogos eletrônicos, um amiguinho do João entrou pela primeira vez em uma lan house. Animado com a conquista, preparou-se para enfrentar o jogo Call of Duty 4. Causou um pânico nos colegas. A diversão dele era atirar para todos os lados. Assim está o presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão. Sem saber quem é aliado e quem não é, confunde os colegas, jornalistas e assessores.

 

Passado e futuro

Por falar na Câmara dos Deputados, Espiridião Amin está sendo convencido pelos amigos para concorrer à presidência da Câmara. Se for considerada a vida pregressa, Amin já está eleito.

Aumento

Lá estava o Ipea atestando e os brasileiros comemorando o fim da pobreza extrema entre 1995 e 2008. Agora, a FGV apresenta um estudo coordenado por Marcelo Neri, do Centro de Políticas Sociais, projetando um aumento dos miseráveis.

 

Caracas!

Enquanto isso, a Venezuela, que recebeu bilhões de investimento do Brasil, vê seus cidadãos atravessando o país até a Colômbia para conseguir qualquer coisa para comer. A situação ultrapassa a crise econômica e social. Não há liderança que segure o país.

 

Terceiro mundo

Pesquisas científicas, que deveriam ser prioridade do nosso governo para manter a independência do país, continuam sendo sacrificadas. Dezenas de milhões investidos em um supercomputador que permanece desativado e a nanotecnologia contra o câncer que até hoje não foi finalizada por falta de permissão.

 

História de Brasília

Sr. Presidente. Como o senhor vê, não foi uma cidade se criando, se desenvolvendo, se multiplicando. Foi a consciência de homens decididos, foi o espírito de brasilidade, foi a competência de técnicos. Dê Brasília a quem é de Brasília. (Publicado em 10/09/1961)

It's only fair to share...Share on Facebook
Facebook
Share on Google+
Google+
Tweet about this on Twitter
Twitter
Share on LinkedIn
Linkedin