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com Circe Cunha e Mamfil
Dos políticos brasileiros que hoje trafegam diuturnamente de Norte a Sul pelo país e que por consequência desse privilégio único passaram a adquirir uma visão mais ampla e ao mesmo tempo mais aguda sobre a realidade e as singularidades nacional, talvez nenhum outro tem sabido usar esse conhecimento como o ex-deputado e ex-ministro Aldo Rebelo.
De fato, nesses últimos anos, a missão que Aldo Rebelo tem imposto a si é a de descrever e alertar os seus conterrâneos sobre os enormes desafios termos que encarar para que o país, nesse século XXI não tenha, no seu dizer, o futuro sabotado. Em especial tem chamado a atenção do ex-parlamentar a precária e perigosa situação que vive hoje a parte Norte do nosso país, sobretudo a imensa região amazônica.
Para ele, o Brasil enfrenta hoje uma verdadeira sabotagem por parte de potências ocidentais como os EUA, Suécia, Noruega, Holanda, Alemanha e outros que usam do subterfúgio dos trabalhos realizados por inúmeras ONGs que agem na região, para impedir o desenvolvimento do Brasil. Há em sua avaliação uma sabotagem em curso para inviabilizar o futuro do país.
Essas ONGs vêm, segundo ele, exercendo pressão sobre as atividades produtivas da Amazônia, agindo a mando de seus países, com o objetivo de desorganizar as atividades produtivas naquela região e com isso tirar proveito para suas metrópoles. Para Aldo, “Qual país do mundo aceitaria inutilizar 93% de seu território por pressão de ONG!? Só temos alternativas se enfrentarmos esse bloqueio com um Estado forte, que não aceite ONG mandando em Ministério Público, em órgãos ambientais”, afirmou.
Até mesmo na destinação de recursos, via Fundo Amazônia, administrado pelo BNDES muitas ONGs conseguem mandar na destinação dessas verbas, dizendo quem deve ou não receber esses recursos. Na sua opinião as ONGs não deveriam receber dinheiro público e muito menos orientar projetos na região.
O ex-ministro, ex-presidente da Câmara dos Deputados e futuro candidato ao cargo majoritário pelo Pará, conforme anunciado pela coluna do Repórter 70, afirma todo o tempo que as ONGs representam hoje um Estado paralelo de comando na região. Até mesmo atribuições que são de competência do governo federal, estão sendo transferidos para essas organizações.
Para Rebelo, que foi relator do Código Florestal Brasileiro e é autor do livro O quinto Movimento, além das ONGs a região vive ainda sob ameaça constante e crescente do crime organizado. Juntos, ONGs e crime organizado forma hoje autênticos Estados paralelos que ameaçam nossa soberania. Interessante nota nesse ponto, que em nenhum momento o relatório final elaborado pela Cúpula Amazônica faz menção ao poder do crime organizado e sua atuação na região, como se o problema naquela área não existisse.
Outro perigo para a região é o da biopirataria com produtos da floresta. A Amazônia diz, “é a região onde há os piores indicadores sociais do Brasil. Os maiores índices de mortalidade infantil. As maiores taxas de analfabetismo, de doenças infecciosas, o menor índice de fornecimento de serviços essenciais, como água tratada, luz elétrica, saneamento básico. Você anda nas ruas das cidades da Amazônia, não há saneamento. Há um centavo sequer destinado para esta finalidade, para dar saneamento básico? Não há um centavo. Para saúde? Não há um centavo. Pra desenvolver e elevar o padrão de vida as pessoas? Não. É exclusivamente para essa agenda de interesses internacionais”.
A solução para esse problema seria, segundo prega, limitar a destinação dos recursos do Fundo Amazônia exclusivamente para órgãos públicos, como prefeituras, governo estadual, secretarias de estado, tudo sem acesso das ONGs. A Amazônia não é uma espécie de protetorado informa das ONGs. A Amazônia é um problema nosso, encerra Rebelo.
A frase que foi pronunciada
Nossas crianças devem aprender a estrutura geral de seu governo e então devem saber onde entram em contato com o governo, onde ele afeta sua vida cotidiana e onde sua influência é exercida sobre o governo. Não deve ser uma coisa distante, alguém da conta de outra pessoa, mas eles devem ver como cada engrenagem na roda de uma democracia é importante e tem sua parcela de responsabilidade pelo bom funcionamento de toda a máquina.
Eleanor Roosevelt
Tem que mudar
É preciso que Brasília seja um modelo hospitalar para o Brasil. Não há condições de um posto médico fechar antes do expediente e deixar o paciente sem atendimento ou sem remédio. É um escândalo nos hospitais de Brasília uma fila de dois anos de espera para uma cirurgia que dura duas horas. Falta gestão.
População unida
Mais uma vez a população sai em defesa da Serrinha do Paranoá. Na Câmara Legislativa do DF reuniões lançam a Frente Parlamentar em Defesa da Serrinha do Paranoá. A especulação imobiliária está do outro lado.
» História de Brasília
Depois disso, teremos as soluções intermediárias, com Paranoá e a termelétrica. Há, entretanto, o projeto para ligação com Três Marias. Assim, o Distrito Federal teria duas fontes de abastecimento. (Publicada em 22.03.1962)