VISTO, LIDO E OUVIDO –
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com Circe Cunha e Mamfil
Uma das questões que tem intrigado os historiadores em todo o mundo, ao longo de mais de dois séculos, diz respeito ao antagonismo envolvendo, de um lado, o cristianismo e seus valores e, de outro, as doutrinas de esquerda. Trata-se de uma longa guerra surda, que nem mesmo a Teologia da Libertação, com sua tentativa de apaziguamento entre Marx e Cristo, conseguiu conter.
Para o historiador Edward Gibbon (1737-1794), autor do monumental clássico A História do Declínio e Queda do Império Romano, obra considerada um marco para a ciência histórica moderna, a decadência do Império Romano, é atribuída, pari passu, à decadência moral de seus dirigentes. Inclui-se nesse declínio moral acentuado, além de outros fatores, a corrupção, a lassidão e a busca por satisfação pessoal imoderada, fenômenos que passaram a contaminar os governos romanos. De certa forma foi graças ao humanismo, inerente ao cristianismo, que, nessa época, se expandia devagar pela Grécia e Roma, que a civilização Ocidental e seus valores culturais e morais não foram totalmente arruinados.
Ao longo da história, houve momentos em que o cristianismo e as ideologias de esquerda se encontraram em conflito. Parte disso pode ser atribuída às diferentes visões sobre questões sociais e políticas. O cristianismo tradicional, com suas raízes na doutrina cristã, muitas vezes foi associado a valores conservadores e a estruturas sociais estabelecidas. Enquanto isso, as ideologias de esquerda, geralmente buscam a igualdade social, a justiça e a mudança nas estruturas de poder existentes.
Há aqui um embate entre o secular e o espiritual. A Teologia da Libertação é, como se sabe, uma corrente teológica que surgiu na América Latina, principalmente nas décadas de 1960 e 1970. Ela procurava conciliar os ensinamentos cristãos com as questões sociais e políticas da região, abordando temas como pobreza, opressão e desigualdade. Embora tenha sido uma tentativa de aproximação entre o cristianismo e algumas pautas da esquerda, a Teologia da Libertação também gerou controvérsias dentro da própria Igreja Católica.
Em o Declínio do Império Romano, Edward Gibbon, destacou a corrupção, a falta de virtude e a busca por interesses pessoais acima dos interesses do Estado como elementos que corroeram a estrutura do Império. O Humanismo cristão, ao enfatizar a dignidade e o valores intrínsecos da pessoa humana, foi uma influência importante na cultura ocidental e também contribuiu para a preservação de certos valores morais e culturais durante períodos de instabilidade política da Roma antiga. Nesse sentido, o Cristianismo desempenhou um papel relevante na formação dos valores ocidentais.
É essencial destacar que as relações entre religião, política e cultura são extremamente complexas e multifacetadas. Não é como muitos podem crer, que o controle exercido no âmbito da religião, sobretudo o controle moral, se torna uma pedra no sapato apertado das esquerdas. O que separa o cristão do comunismo é a dicotomia entre o materialismo e o espírito. O que as esquerdas não aceitam é que o cristianismo possa relevar valores inerentes ao homem que Estado algum possa suprir.
O cristianismo é uma das principais religiões monoteístas e tem suas origens na vida e nos ensinamentos de Jesus Cristo, conforme descritos no Novo Testamento da Bíblia. Por meio dos ensinamentos de amor, compaixão, perdão e justiça social presentes no Novo Testamento, o Cristianismo influenciou a ética e os valores morais de muitas sociedades ocidentais.
Esses princípios fundamentais tiveram um impacto significativo na maneira de como as pessoas interagem umas com as outras, como as leis são formuladas e como as instituições são organizadas. Vale ressaltar que, embora o Cristianismo tenha sido uma influência dominante na moralidade ocidental, também existem outras tradições religiosas e filosóficas que contribuíram para a evolução dos valores morais na região.
O pensamento grego antigo, a tradição judaica e outras filosofias e as crenças religiosas também desempenharam papéis importantes na formação dos valores éticos e morais da cultura ocidental. Além disso, a busca pelo exercício livre da religião é um direito fundamental em muitas sociedades democráticas. A liberdade religiosa permite que as pessoas pratiquem suas crenças e tradições sem medo de perseguição ou discriminação.
Essa liberdade tem sido um princípio importante na definição de muitas nações ocidentais modernas. É importante notar que, apesar das influências históricas do Cristianismo na moralidade ocidental, as sociedades modernas são cada vez mais diversas e multiculturais. À medida em que as populações se tornam mais globalizadas, as tradições religiosas, éticas e morais têm se enriquecido com uma variedade de perspectivas e influências. Assim, os valores que sustentam as instituições contemporâneas são frequentemente o resultado de um processo complexo e em constante evolução, que envolve várias tradições culturais e filosóficas.
» A frase que foi pronunciada
“Nossas vidas começam a terminar no dia em que nos calamos sobre as coisas que importam.”
Martin Luther King Júnior
» História de Brasília
Mas a linha de Três Marias custará dois bilhões e meio, e o país não dispõe de dinheiro para isto. Há a possibilidade de uma usina do Tocantins, e isto é motivo para novos estudos. (Publicada em 22/3/1962)