Categoria: ÍNTEGRA
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Não é raro caber aos nossos irmãos e conterrâneos que moram em outros países, distantes no tempo e espaço, uma visão muito mais acurada sobre o que ocorre dentro do Brasil, do que aqueles indivíduos que aqui permanecem por toda a vida. Essa ligação com o país de origem é um fator que, por mais que você viva longe da sua terra, nunca desaparece.
Em alguns casos, esse fenômeno de ligação e de pertencimento até se intensifica com o passar dos anos. Trata-se de um processo natural, intensificado por certa dose de melancolia e saudosismo. É o que os antigos escravos chamavam de banzo.
Essa história de que a pátria está nos sapatos do homem do mundo pode até fazer sentido para aquele pequeno grupo de indivíduos que adota o planeta como uma casa estendida. De tão raros, esses personagens não pesam na balança que afere os sentimentos de natividade. Estar longe do país de origem faz crescer, em muitos, um sentimento diferente de nacionalismo, distante do que isso possa significar para oportunistas políticos.
É o nacionalismo da raiz, com tudo o que isso possa representar para o imaginário do indivíduo, incluindo aí sua infância, seus familiares e amigos e todo o ambiente que o cercava no passado. São imagens fixadas na mente e na alma e que nenhuma bonança material presente pode apagar. Esses eternos estrangeiros, mesmo que possuam um novo documento de cidadania, vivem essa dualidade permanente. Em caso de conflito armado, entre o país em que agora residem de forma definitiva e onde muitas vezes constituíram família e uma nova vida e identidade, e sua antiga terra de origem, de que lado ficar? A opção por defender qualquer uma das partes significa, de imediato, uma traição à outra. Mesmo a neutralidade, não optando por nenhuma, pode gerar um sentimento de dupla traição, o que parece ainda pior. Não há escolhas para o estrangeiro de dois países. Assim como não há um apagar das origens. Vive-se numa terra, sempre alheia como alguém do lugar.
O tempo, que a tudo promove o sentimento de pacificação, cuida de ir apagando a língua materna, substituída pelo novo vocábulo local. Palavras e frases inteiras são esquecidas e substituídas por outras do novo idioma. Não é nem uma língua nem outra, é a que basta no momento.
Para aqueles que ainda sonham em um dia retornar, mesmo que saibam no íntimo que nunca mais voltarão, há o refúgio no noticiário. Para isso leem tudo que encontram sobre seu país de origem. Procuram confirmar suas suspeitas. Muita coisa piorou e muito. O que apreendem nos jornais, que agora acompanham diariamente, é que parece não haver saída para o Brasil. Nem hoje, nem amanhã. Inteiram-se e ficam em paz, sabendo que o melhor é permanecer onde está e ir adiando para nunca um possível regresso.
O noticiário diário informa e previne: fique onde está, mesmo sendo um eterno estrangeiro. Por aqui a situação nacional não possui saída feliz. Até mesmo seus amigos já se dispersaram pelo mundo. Outros morreram. Como morreram também parte de seus familiares, a sua rua e seus amores. Aquela praça e aquele córrego onde costumavam passar horas de sua mocidade, já não mais existe. A praça está tomada de mendigos e viciados. O córrego que sobrou virou esgoto a céu aberto.
Os políticos e as elites do Estado, escolhidos pelo voto, que podiam fazer alguma coisa para mudar o rumo da decadência, não apenas não fazem nada, como ainda colaboram para piorar a situação e assim permanecerem por cima. Os jornais lá fora informam aos brasileiros de além-mar: fiquem onde estão! O Brasil de suas saudades deixou de existir. Retornar por essas bandas é reviver os mesmos pesadelos que fizeram você um dia partir. Fiquem onde estão.
A frase que foi pronunciada:
“A inteligência é feita por um terço de instinto – um terço de memória – e o último terço de vontade.”
Carlo Dossi

Mandioca brasileira
Mais uma vez a Universidade de Brasília presta uma carinhosa homenagem ao professor Nagib Nassar. Na semana passada, no campus de Planaltina, foi distribuída a variedade melhorada da mandioca desenvolvida pelo professor para toda a cidade de Cavalcanti e aos alunos do curso daquele campus que vieram de 6 estados para se especializarem.

Entusiasmo
Carta de leitora entusiasmada pelo serviço recebido. “Uma dica para quem está apaixonado. E se estiver apaixonado e também for apaixonado por Brasília, melhor ainda! O fotógrafo Ivan Mattos, já conhecido pelo seu serviço voluntário ao Zoo Brasília, está arrancando suspiros, agora pela Perpetuum Foto e Filme. Vale seguir a página da empresa para conferir os ensaios que têm ressaltado os traços dessa bela capital!”

História de Brasília
E não reiniciaram por má vontade, má-fé. O presidente do IAPFESP, general Aloísio de Andrade Moura quer saber antes o resultado do inquérito mandado instaurar contra a comissão de sindicância que estudava um inquérito e vai daí por diante até alguém achar mais. (Publicada em 15/02/1962)
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Esse tal de Presidencialismo de Coalizão, termo trazido há mais de trinta anos à realidade do Brasil, com a obra, de mesmo nome, escrita pelo sociólogo Sérgio Abranches, vai, a cada governo e a cada legislatura que chega, adquirindo uma versão própria, porém sempre mais nefasta que a anterior, tornando débil nossa democracia, graças a um processo indecente de apropriação do Estado pelas elites políticas.
Para toda e qualquer lista dos principais problemas nacionais que se queira elaborar, contendo as causas principais de nossas seguidas crises institucionais, lá deverá constar o Presidencialismo de Coalizão. E por uma razão simples e que remonta ao período da redemocratização do país: o açambarcamento da máquina do Estado, por parte das lideranças dos principais partidos, em nome de algo vago como apoio, é, em suma, o principal objetivo de nove em cada dez legendas partidárias com assento no Congresso.
Não há, como em outros países, um ideário de Estado a ser implementado ou discutido em nome da nação, mas uma ideia precisa e argentária das potencialidades práticas de cada apoio imediato representa e pode render. Fosse visto ou interpretado comme il faut, pela letra fria da lei, sob a tenência de juízes realmente probos, o mecanismo perverso do Presidencialismo de Coalizão seria facilmente considerado, em nossa legislação, um crime capaz de perfazer todo o Código Penal, incluindo além do próprio e de “A” a “Z”, os Códigos Civil e o de Defesa do Consumidor, resvalando ainda para a antiga Lei de Segurança Nacional, já revogada.
Um bom magistrado, capaz de enxergar, no mecanismo do Presidencialismo de Coalizão, um atentado múltiplo à democracia, ao Estado e à Nação, facilmente encontraria respaldo legal para condenar esses meliantes políticos, que fazem da representação um meio para enriquecimento ilícito a penas de reclusão superiores a um século.
O abalo reiterado à harmonia e ao equilíbrio institucional, vindo por esse mecanismo, que nas últimas décadas têm trazido prejuízos incalculáveis ao pais e à sociedade, sobrevive não apenas pela desfaçatez como é encarado pelas elites políticas, com beneplácito do Judiciário, mas, sobretudo, porque é azeitado, centavo por centavo, por uma das mais altas cargas tributárias do planeta. É esse o combustível principal que permite a perpetuação desse modelo, gerador de corrupção, clientelismo, politização judicial e de seu oposto, representado pela judicialização da política.
A exacerbação dessa mecânica, como temos assistido com as exigências de fundos astronômicos partidários e eleitorais, e com as emendas individuais, coletivas e agora com as emendas do relator, dentro do chamado RP9 ou emendas secretas, dão um tom desse que é o mais daninho dos modelos, responsável pela dilapidação do Estado e de sua democracia, com consequências diretas na inflação, no desemprego, na fome, na violência, na mortandade da população sem atendimento médico e uma infinidade de outras pragas a corroer o país pelas beiradas.
Vale aqui o que foi dito com relação às Saúvas: ou o Brasil, no caso os brasileiros, acabam com o Presidencialismo de Coalizão ou ele acaba com o Brasil.
A frase que foi pronunciada:
“Quanto mais corrupto é o estado, mais leis.”
Tácito

Boa vontade
A tecnologia, quando aplicada com intenção de trabalhar melhor, dá resultado que agrada ao pagador de impostos. A Administração do Lago Norte é um exemplo. Com uma assessoria eficiente e antenada, o administrador Marcelo Ferreira da Silva tem um canal direto com a comunidade. O resultado é que todos juntos fazem do Lago Norte um lugar melhor para viver.

Consome dor
Temos um leitor que ficou horrorizado com o atendimento na lotérica do Conjunto Nacional. Ao receber um bilhete premiado, a atendente disse que os números sorteados dariam o ganho de R$5 e rasgou o bilhete jogando-o no lixo. O cidadão não se conformou com esse gesto e pediu o bilhete de volta. Criou-se a confusão. A moça disse que essa rotina era praxe. Inconformado, o jogador só saiu da fila com o bilhete rasgado na mão. Os idosos que são enganados e mal tratados no comércio deveriam ter a quem recorrer de imediato.

Importante
Muito triste para o país a notícia de que o senador Paim vai deixar de concorrer as próximas eleições. É um parlamentar que merece elogios não só pelo volume de leis importantíssimas aprovadas, mas pela sabedoria, proximidade do povo e honestidade. Vamos lá senador. Ainda há tempo de mudar essa ideia.

História de Brasília
Não há desmentido ao que vamos dizer agora. Foram fichados 400 candangos que não têm mais o que fazer. Já limparam o canteiro de obras, e agora, passam o dia procurando o que fazer, porque não reiniciaram as obras. (Publicada em 15/02/1962).
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Quando se diz que o mundo tem os olhos postos sobre o que acontece agora na região amazônica, é porque esse é um fato corroborado pelas lentes dos inúmeros satélites espaciais que cruzam essa região a todo o momento. Não adianta, pois, o governo e seus apoiadores virem com discursos de que os países desenvolvidos só estão interessados nas riquezas minerais e outras preciosidades que se escondem nessa imensa área.
Não é com discursos do tipo diversionista políticos e ideológicos, que a realidade do que está se passando naquela região será alterada. Insuflar a sociedade e sobretudo o mundo civilizado, fazendo-os acreditar que o atual governo vem adotando prontamente todas as medidas necessárias para conter o avanço impiedoso da destruição, é uma tática que não mais funciona. Ainda mais quando a credibilidade nesses assuntos, se encontra, perante o mundo, mais por baixo que tapete de porão.
De fato, a ação só vem quando a situação adquire proporções alarmantes, não restando outras alternativas que não sejam aquelas de intervenção. Afirmar ainda, como fazia o ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, uma espécie de despachante à serviço dos madeireiros, de que o que ocorre hoje na Amazônia, não pode ser enquadrado como crime ambiental, mas é, antes de tudo, decorrente de uma questão social, não condiz com a verdade dos fatos e dá a esse problema uma falsa feição de problema social, dentro do nosso contexto histórico do coitadismo.
Tal afirmação é não só uma falácia, para acobertar crimes, como não serve para resolver um problema gerado pela falta de comprometimento com o meio ambiente. A razão é simples: sem a preservação imediata do meio ambiente naquela região, as condições que hoje são ruins para todos que lá vivem, irão escalar para um patamar em que será praticamente impossível habitar aquela área.
O esgotamento dos recursos naturais irá decretar também o fim do estabelecimento da presença humana naquelas paragens, contribuindo ainda para tornar o planeta mais próximo ainda de uma catástrofe climática, com a desertificação, irreversível de todo o Centro Oeste brasileiro, ente outros males.
São crimes, cujas consequências nefastas irão afetar, profundamente, não essa geração, que engloba a elite do atual governo, mas as futuras gerações. Essa é a razão fundamental que faz com que o atual governo não aja a contento, já que os efeitos danosos dessa improbidade se farão sentir quando todos já tiverem dado adeus à esse plano existencial.
Caso desse descaso pode ser, mais uma vez, conferido agora, com a suposta descoberta de ouro no leito do Rio Madeira. Centenas de embarcações, com potentes sugadores, vêm varrendo o solo desse importante curso d’água , destruindo a fauna e flora do Madeira, numa situação degradante que tem feito o mundo chamar a atenção para mais esse pesadelo crimino, que o governo sabia que ocorria, mas não tinha agido ainda, com a perspectiva de que essa atrocidade passasse sem chamar a atenção do mundo e dos brasileiros. Agora e contra a vontade, terá que agir ou fingir, ao menos, que está tomando alguma medida, numa pantomima contra os garimpeiros amigos.
A frase que foi pronunciada:
“É a inveja a primeira a descobrir todos os méritos.”
Emanuel Wertheimer

Inteligência
Era tudo o que o Paranoá precisava. As obras estão começando a todo vapor. Um Centro de Ensino Técnico vai tirar muitos jovens vulneráveis do futuro incerto.

Oportunidade
Esse é o momento certo para produtores, artesãos e empreendedores em geral. do Jardim Botânico, inscreverem-se para participar da 2ª Feira Natalina. A administração recebe as solicitações até o dia 6 de dezembro.

Boa ideia
Logo esse Natal consumista vai perder o sentido. Cabe às igrejas da cidade abrirem as portas para quem quiser comemorar a festa com o aniversariante. Uma mesa grande, cada um leva um prato e a confraternização terá mais sentido. Sem concorrência entre Cristo e Papai Noel. Um nada tem a ver com o outro.

Matemático
Paulo Esteves nos conta como foi a experiência, décadas atrás, no Cepesc, que era um órgão específico do governo que promovia a pesquisa científica e tecnológica aplicada a projetos de segurança dos sistemas de informação. Compiladores e simuladores desenvolvidos por ele para o envio de mensagens por um programa de sistema que traduz uma planificação descrita em uma linguagem de alto nível para uma aplicação equivalente em código de máquina para um processador. Mas o melhor de Paulo foi o número de jovens que ele estimulou a estudar e se dedicar a áreas que os próprios jovens nem sabiam que tinham tanto talento. Isso, quando era professor de Matemática na UnB. Professor e educador.

História de Brasília
Estão querendo enganar o Professor Hermes Lima, a propósito do reinício das obras em Brasília. E o IAPFESP está à frente, sabotando o plano do govêrno. (Publicado em 15/02/1962).
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Terminada a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (COP 26) , têm início o que seriam as primeiras consequências desse encontro. Para aqueles países, onde os governos ainda fazem pouco caso de assuntos dessa natureza, o que é o nosso caso, confirmado ainda pela ausência do chefe do Executivo à essa reunião, é sempre bom lembrar que as consequências, são tudo aquilo que vêm depois.
Para o Brasil, assolado por um tipo bem particular e predatório de agronegócio, e que no atual governo, vem tendo amplo apoio, já que funciona como um salva-vidas para a economia estagnada do país, as novas diretrizes da União Europeia, proibindo a compra de commodities oriundas de áreas desmatadas representa apenas o primeiro passo para pressionar rebeldes como o Brasil e, especialmente o governo, para que coloquem um sério limite na expansão desenfreada do agrobusiness sobre as florestas. Não adianta espernear e fazer carinha de muxoxo. O que se seguirá, com esses boicotes iniciais, podem trazer prejuízos muito mais significativos para esse setor da economia, movido por interesses que, em alguns casos vão muito além até do que Estado pode regular. A União Europeia é um grande mercado para produtos como soja, café, carne bovina, cacau, madeira e óleo de palma, móveis e algumas outras mercadorias.
Não adianta também esconder o avanço do desmatamento e toda a destruição que vem sendo permitida pelo governo, em nome, da balança comercial. As centenas de satélites, posicionados lá em cima, enxergam, noite e dia, o que se passa em regiões remotas, registrando, em tempo real, o avanço dessas monoculturas sobre o meio ambiente e o dispersar, displicente e intencional e das manadas de bovinos sobre a vegetação nativa, numa espécie de avanço da destruição.
O desmonte dos órgãos de fiscalização do meio ambiente e o banimento de multas para os infratores que desmatam e queimam nossas reservas naturais, serviu como um sinal verde, dado por esse governo, para que os maus produtores rurais, aqueles que não produzem alimentos e sim lucros para si mesmos, avancem por cima da vegetação nativa, sem receios de retaliações oficiais. São, na verdade, todos cúmplices de um mesmo e continuado crime, embora a coragem que demonstrem para destruir o meio ambiente, lhes falte na hora de assumir as responsabilidades pelos maus feitos.
O mais incrível é que a União Europeia pode estar agindo sim, por meio de um protecionismo comercial, disfarçado de preocupação ambiental. Os produtores de soja e criadores de gado se dizem vítimas de uma situação que eles mesmos criaram e propagam, de olho em lucros imediatos e com total desprezo para com as gerações futuras.
É preciso entender que essas medidas contra a destruição do meio ambiente por produtores inescrupulosos, não parte apenas de governos dos diversos membros da UE. Parte significativa dessas medidas restringindo a compra de commodities produzidas em áreas nativas, vem da população desses países e de organizações que mantêm essas sociedades informadas e atualizadas sobre os crimes ambientais que vêm ocorrendo em nosso país, com a benção do atual governo.
O consumo sustentável será um marco no século XXI, sendo que para isso será preciso afastar pessoas e práticas que ainda insistem na produção de bens a qualquer custo. A falta de clareza desse governo sobre o que está em jogo no mundo atual e sua alienação sobre os desafios dessa nova era, podem custar muito ao Brasil, um país já mundialmente desacreditado em questões ambientais.
Essa estória de que nem o Brasil nem a União Europeia aceitam pressões é conversa pra boi dormir. É preciso pousar a lupa em todo tipo de nacionalismo. Os que escondem a verdade e os que se escudam na falsa retórica.
A frase que foi pronunciada:
“Se um homem tiver sua garganta cortada em Paris, é um assassinato. Se 50.000 pessoas são assassinadas no Leste, é uma questão.”
Victor Hugo

Parque Nacional
Bonito de ver a alegria dos frequentadores se reencontrando nas piscinas da Água Mineral. Sol, amizade, água fria, saúde, lanche comunitário, tudo o que foram privados por quase dois anos.

Pare e pense
Como se não bastasse a cientificidade mutante em relação aos procedimentos, validades, intervalos e rotinas na vacinação, agora o Ministério da Saúde e a Anvisa desafinam nas recomendações. O mais estranho é a vacinação em massa e a obrigatoriedade do uso da máscara. Afinal, a vacina funciona ou não funciona?

Consome dor
Reclamações dão conta de cobranças feitas pelo Serasa, que usa os Correios para enviar correspondência com aviso de débito em operadoras de celular ou na Caesb e Neoenergia. Dá o prazo para pagar, ameaça sobre uma possível inclusão que será prejudicial na análise de créditos. O interessante é que o telefone colocado à disposição do devedor, da Neoenergia, não funciona. Experimente você também: (61)3316 0196.

História de Brasília
Estão querendo enganar o Professor Hermes Lima, a propósito do reinício das obras em Brasília. E o IAPFESP está à frente, sabotando o plano do govêrno. (Publicado em 15/02/1962)
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Não fosse essa mania recorrente de bisbilhotar os bastidores e as idas e vindas dos políticos desse país, realizadas por uma parte da imprensa, que ainda acredita que o dinheiro público, num país falido financeiramente, deve ser respeitado como algo sagrado e gasto, portanto, com parcimônia, pouco ou nada saberíamos sobre o festim permanente que essas elites no poder têm feito com os recursos suados dos pagadores de impostos.
Tem sido uma festa sem fim, desde que o imperador Pedro II foi banido do Brasil em 17 de novembro de 1889, por um golpe militar que instaurou, da noite para o dia, uma forma de governo muito particular, em que a coisa pública ou Res pública permaneceria à disposição daqueles que comandam a máquina do Estado para gastá-lo da maneira que melhor lhes aprouverem.
De lá para cá, esse apossamento dos recursos públicos, extraídos à fórceps da população, só vem aumentando, na contramão dos investimentos necessários para a população, que diminuem a cada dia. Foi assim que chegamos à situação esdrúxula em que os recursos para o atendimento das necessidades básicas da população, como saúde, segurança, transporte, educação, entre outros, simplesmente deixaram de existir, enquanto o dinheiro para a atendimento clientelista e sem lastro ético, de uma elite política e poderosa é abundante e despendido em mordomias que fariam corar de vergonha os marajás das Mil e Uma Noites.
Não é por outra razão que somos de um país onde mais de 50 milhões de brasileiros passam fome e onde os Poderes e as instituições públicas são as mais caras e ineficientes de todo o mundo. Não se sabe até quando esse modelo peculiar de República poderá resistir sem que a sociedade tome as devidas providências para estancar essa derrama injusta. Graças à bisbilhotice do Jornal Folha de S, Paulo, em sua edição de 22/11, que ficamos informados que autoridades dos Três Poderes da República, passaram uma semana na aprazível cidade portuguesa de Lisboa, sob o pretexto de participarem do IX Fórum Jurídico de Lisboa, entre os dias 15 e 17 desse mês. Para o “dolce e bel far niente”, torraram a módica quantia de R$ 500 mil, entre passagens, hospedagens e diárias, pagas pelo contribuinte, não se sabe com que finalidade nem propósito. Nesse Fórum, organizado pelo Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa, nome pomposo dado à uma entidade privada, que o jornal Folha de S. Paulo afirma ser de propriedade do ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes e de seu filho, onde estiveram presentes autoridades dos Três Poderes da República, inclusive do Tribunal de Contas da União (TCU) para o caso de haver alguma interpelação pública sobre esses gastos de “extremo” interesse da nação.
De concreto o que resultou desse Fórum, um convescote político feito às expensas da população, que fica sabendo dessas reuniões, graças apenas a mania de parte da imprensa em mexericar a vida opulenta das elites instaladas nos Três Poderes, ninguém sabe, nem mesmo aqueles que estiveram nessa reunião, aproveitando também a camaradagem gratuita dispensadas à essa gente pelos aviões da Força Aérea, há muito transformados numa espécie de empresa de turismo à disposição das elites do Estado.
A frase que foi pronunciada:
“Não existe essa coisa de dinheiro público, existe apenas o dinheiro dos pagadores de impostos”.
Margareth Thatcher

Coerente
Tudo sobre a mesa preparada para a volta de Heloísa Helena à Brasília. O partido Rede, do senador Randolfe Rodrigues, articula a candidatura da ex-senadora, dessa vez, provavelmente para a Câmara dos Deputados. Pode ser que o partido se decepcione, Heloísa Helena não é de se unir com inimigos para atacar outros inimigos.

Nosso jornal
Vale à pena o Correio Braziliense resgatar as matérias feitas pelo jornal sobre vida e obra de Leda Watson. Artista internacional que vive em Brasília merece o reconhecimento pela dedicação em levar a arte para o mundo. Fica a dica.

Baiano
Irreverente, nosso leitor, o Baiano, sugere que, no centro de São Paulo, no lugar do touro imitando Wall Street, o animal brasileiro mais realista para ocupar lugar, em frente à Bolsa de Valores, seria um bodinho magro de circo mambembe.
Via Crucis
Pelo número de documentos que a Caixa exige para financiar a casa própria, é impossível haver corrupção. O estressante percurso até a assinatura do contrato ignora as pessoas de bem.
História de Brasília
Os empréstimos para desconto em consignação da Caixa Econômica, não foram cedidos a todos. Agora, fala-se em nova inscrição, mas há gente utilizando prestígio para conseguir sem fila. (Publicada em 14/02/1962)
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Um país como o nosso, duramente castigado por uma pandemia que recrudesceu, por obra e inação de um Estado leviano e de uma classe política indiferente e egoísta, o que era um secular fenômeno de desigualdade social, tornado dormente por ações populistas, vai, aos poucos, se transformando numa espécie de apartheid, acendendo conflitos reprimidos e levando-nos a todos a um beco, cuja saída se depara com um precipício escarpado.
Reverter um quadro com essas configurações de tragédia anunciada não é obra para estadistas de meia-pataca, tampouco para malfeitores travestidos de políticos, cujo objeto de seus projetos passa longe de qualquer crise social e bem perto dos cofres públicos.
Num cenário instável como esse, prestes a explodir, qualquer fato, por mais corriqueiro que seja, é motivo para detonar manifestações de revoltas. A instalação recente de uma escultura, denominada Touro de Ouro, instalado defronte à sede da B3 ou Bolsa de Valores em São Paulo, tão logo foi inaugurada, transformou-se em motivo de protestos por parte de movimentos sociais.
Na verdade, dado o momento atual, o que foi instalado ali é um monumento com uma imensa área “em branco”, onde as pichações e as garatujas de protestos irão se multiplicar, não apenas por sua visibilidade mediática, mas por, subliminarmente, representar um símbolo máximo do que seria o capitalismo do tipo selvagem e especulativo.
A primeira inscrição a inaugurar o mural do Touro de Ouro, uma espécie modernizada do Brioche de Maria Antonieta, às vésperas da tomada da Bastilha em 1789, vinha com os dizeres: “Taxar os Ricos”, o que faz algum sentido, quando se observa a discrepância entre a pujança financeira de alguns setores da economia nacional e as imagens que mostram famílias inteiras comprando ossos nos açougues ou simplesmente buscando-os em containers em frente aos atacadistas de alimento.
O que se sabe e a experiência histórica tem demonstrado, repetidas vezes, é que país algum alcançou o patamar de nação desenvolvida, sem antes resolver as questões sociais, principalmente aquelas referentes ao combate à fome e à desnutrição de suas populações. Nesse sentido, o pobre Touro de Ouro é muito mais um boi de piranha expiatório, lançado em meio à população famélica que, constantemente, cruza aquela região do centro financeiro de São Paulo.
Na linguagem estratégica e marota de alguns partidos políticos, o combate à crise e à fome só se faz com a eliminação dos bilionários que investem em instituições como as bolsas de valores. Nada mais falso e mais passível de enganar e açular aqueles que perderam a razão pelo sofrimento impingido pela fome.
A reprodução do touro instalado em Wall Street, em Nova York, remete a outra cópia, essa das lojas Havan, que ostenta em suas fachadas uma enorme réplica da Estátua da Liberdade, também vista naquela cidade americana. Mais do que uma mostra de nossa falta de imaginação, que nos leva a copiar símbolos americanos sem sentido para o Brasil, no universo cultural interno, a colocação desse animal não simboliza a espécie genuinamente nacional que é o Boi Zebu, com sua corcova característica, fruto de anos de pesquisa genética.
Mesmo que fosse uma escultura do Zebu de ouro, pouco serviria para a população que anseia vê-lo em carne, de preferência, dentro da panela. Para nossas autoridades pançudas e pantagruélicas, trata-se aqui de uma bobagem sem sentido. Mais ensinamentos da história mostram que revoluções não se fazem com base em ideologias, mas são catalisadas pelo fenômeno humano da fome e da barriga vazia.
A palavra que foi pronunciada:
“Conficídio”
Expressão usada pelo senador Eduardo Girão para intitular o discurso de Tofolli sobre o abuso de poder do Judiciário.
Só erro
O descaso do governo do DF por uma instituição respeitada como o Instituto Ludovico Pavoni, o Ceal, é inexplicável. Depois de divulgar as emendas parlamentares que encheram os cofres do GDF, não há como compreender essa indiferença com milhares de crianças surdas e famílias que só têm o Ceal como apoio. Deve haver algum erro na não continuação do convênio. É hora de a população se solidarizar com essas famílias. Dona Michelle Bolsonaro também!

Paz
Aos poucos, os shoppings centers recebem corais que trazem, na música natalina, a paz tão desejada nos últimos tempos. Desde o dueto violão e sax dos músicos do Corpo de Bombeiros ao Coral Infantil Adventista, todos querem estar no momento da performance.

História de Brasília
A propósito, até hoje o DTUI não colocou poste de telefones públicos nem na Rodoviária nem na Asa Norte. (Publicada em 14/02/1962)
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Com a maturidade, forçada pela ação inexorável do tempo, vem a necessidade natural de reflexão sobre os fatos da vida, passado, presente e futuro. Chega então o momento em que é necessário pensar em tudo, até para dar qualquer passo adiante. Deveria, para nosso próprio proveito, ser assim também com relação às eleições e, principalmente, com os eleitores. A reflexão do eleitor, sobre aqueles que se apresentam para disputar cargos, é fator de bem-aventurança para o país e sua sociedade.
A qualidade do eleitor, sob os mais variados aspectos da formação humana, tem peso direto na qualidade daqueles que irão sagrar-se vencedores nas eleições. Do mesmo modo, mas em sentido contrário, a baixa qualificação dos eleitores produz reflexos, também, nos resultados das eleições, ajudando candidatos que, por sua atuação pretérita, nem deveriam estar listados entre os postulantes.
Com isso, fica patente, entre nós, que a perpetuação de candidatos, reconhecidamente indiferentes às leis e à ética, e que desses requisitos fazem troça, tem sua origem na pouca qualificação do eleitor brasileiro. Dessa forma, não é de se estranhar quando, terminada as eleições, o resultado acaba mostrando que, assim como são os eleitores, são os novos titulares de cargos eletivos.
Um é a cara do outro. O fenômeno da corrupção, tão arraigado entre nós, aproveita desses desvãos encontrados em nossa legislação eleitoral para assegurar sua sobrevida, além, é claro, das ações que serão perpetradas por esses mesmos novos eleitos, modificando as leis vigentes, tornando-as ainda mais frouxas e lenientes, reduzindo e restringindo as penalidades e criando uma série de novas exigências para a Justiça cumprir seu papel.
A confecção de leis para desarmar as penalidades contra a corrupção é também obra do eleitor pouco qualificado. Em suma, é o eleitor o responsável por eleger aqueles que, lá na frente, irão fazer de tudo para tornar os Poderes da República em valhacouto de maus cidadãos. Trata-se aqui de um tema que, embora delicado e constantemente acusado de elitista, precisa ser debatido a fundo, sob pena de termos que repetir, ad infinitum, erros que custam o futuro de toda uma nação.
A questão de como fazer, de cada cidadão, um eleitor consciente de sua importância para toda a sociedade, é básica e vital. É na brecha, também facilitada por eleitores sem compromisso com a cidadania, que o crime organizado tem empurrado, cada vez mais, seus candidatos para dentro da máquina do Estado, numa infiltração daninha e que custará muito a todos os brasileiros.
É justamente por não poder exigir princípios minimamente éticos dos eleitores na hora de votar que estamos onde estamos. É também por saber que as leis vigentes nada podem fazer contra poderosos, imantados com foro de prerrogativa e outras defesas supremas, que vamos, a cada eleição, recolocando em seus devidos postos aqueles que, num país ideal, deveriam estar por detrás das grades, pagando, um a um, por seus ilícitos.
Os poucos eleitores que ainda se submetem a uma reflexão sincera, sobre a atual conjuntura, sabem que as possibilidades reais de virem a passar o país a limpo em 22 são escassas, se não dificílimas.
Refletir, portanto, sobre as próximas eleições, é um exercício e uma tarefa que somente os muito otimistas estão dispostos a se submeterem. Nada irá mudar no plano político e institucional, enquanto o cidadão e eleitor não mudar, adquirindo maturidade para saber que é ele o responsável por tudo o que está aí e que nos infelicita, a todos, faz tempo.
A frase que foi pronunciada:
“Antes de dizer que Brasília é cheia de corruptos, vote direito. Você dá poder a eles com o seu voto. Brasília não tem nada com isso.”
Dona Dita, discutindo com a irmã que mora noutro estado.

Uma pena
Senador Izalci é daqueles que chegaram em Brasília nos primeiros anos da cidade. Não dá para compreender essa proposta legislativa de ocupar 4 mil hectares com moradias em área de proteção ambiental, uma floresta nacional. De certo, é porque as árvores tortas do cerrado não são belas para algumas pessoas. Mas o subsolo é o berço das águas. O estrago vai ser grande.

Decifras
Notícia da Câmara dos Deputados. Para 2022, emendas individuais somam R$ 10,478 bilhões; as de bancada, R$ 17,850 bilhões; e as de comissões, R$ 84,1 bilhões. No entanto, das emendas coletivas, apenas R$ 5,7 bilhões de emendas de bancada têm execução obrigatória. Bom mesmo seria a população ter um canal interativo e amigável para acompanhar a aplicação dessa verba fabulosa.
História de Brasília
Outro dia os telefones da Estação Rodoviária estavam com cadeado para que ninguém os usasse. (Publicada em 14/02/1962).
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Caso se confirme o que vêm prevendo as autoridades sanitárias, em todo o mundo, a aplicação de uma terceira dose das vacinas contra o Covid, e quiçá quarta ou infinitas outras, será necessária para enfrentar essa que é a maior das epidemias já enfrentadas pela humanidade, desde que nossos primos, de um elo perdido e distantes, resolveram descer das árvores.
Ou as autoridades e cientistas, ligados à Organização Mundial de Saúde (OMS), sabem de algum fato relevante e vital, que o restante da população do planeta não conhece, ou estamos diante de uma versão revivida da Hidra de Lerna de sete cabeças, que, por séculos, cuidou de atormentar, adoecendo e matando parte da população do Peloponeso. Talvez a situação seja ainda mais sinistra com as autoridades sanitárias e os cientistas tendo que reconhecer que estamos perambulando no escuro, tateando nas paredes de uma caverna, em busca de uma saída. De toda forma, o que temos de concreto é que países europeus, nessa chegada de mais um inverno, estão experimentando uma terceira e forte onda de contaminação, com hospitais lotados e mortes acontecendo. Com isso, novas medidas restritivas de circulação estão sendo adotadas, numa reprise do que já vimos.
Dentre as muitas questões que surgem dessa retomada da doença, estão aquelas relativas aos custos e aos gastos que países em desenvolvimento e subdesenvolvidos terão que arcar ainda, junto aos laboratórios, para enfrentar a nova onda de virótica em contrapartida com o lucro de instituições e empresas que não abrem mão da ganância. Não se sabe, com exatidão, o que pode estar por detrás dessa retomada pandêmica, quando se verifica, como é o nosso caso, os muitos pontos obscuros que envolveram a aquisição e compra desses imunizantes.
As consequências práticas da CPI do Covid ainda não se transformaram em atos materiais. Não se sabe de nenhuma diligência por parte da justiça contra aqueles que fizeram, da miséria alheia, uma cripto moeda lucrativa. Mesmo com a possibilidade real de uma volta acentuada das infecções, como ocorre agora lá fora, o tempo decorrido, desde que o relatório final foi apresentado, continua avançando e levando para o esquecimento o resultado de meses de investigação e que resultaram num calhamaço de denúncias sérias.
Nem bem saímos de uma primeira e segunda ondas, e já estamos experienciando a possibilidade de uma terceira rumo ao carnaval. O que pode acontecer, daqui para frente, é sermos apanhados em plena terceira onda, da mesma forma que fomos surpreendidos por uma primeira.
Por certo, a proximidade das eleições, com a consequente corrida dos políticos aos cargos, não parece condizer com os projetos pessoais e ganância dessa gente. Nada, nem ninguém deve se interpor entre esses anseios desmedidos, nem mesmo a recidiva da virose. O que se sabe, com toda a certeza, é que se a doença voltar com força, serão os pobres e desvalidos, aqueles mesmos ludibriados pelas elites políticas, os primeiros a perecerem.
Como na Primeira Guerra Mundial (1914-18), os soldados situados nas trincheiras avançadas eram os primeiros a morrer, sendo seus abrigos, nas valas cavadas sob a terra, suas sepulturas definitivas.
A frase que foi pronunciada:
“Nesta conjuntura histórica, é importante que nós, na Ásia-Pacífico, enfrentemos a responsabilidade do momento, estejamos no assento do motorista e nos esforcemos arduamente para cumprir a meta de construir uma região da APEC com um futuro compartilhado.”
Xi Jinping

Demais
Preços altos e falta de concorrência são realidades para os passageiros aéreos do Brasil. Além disso, a alimentação durante o voo está praticamente banida por algumas empresas, a não ser se for paga. Mas o maior absurdo é pagar pelo assento. Como não há reclamações, esses abusos são mantidos.

AutoriDad

Maravilhas de Brasília, a capital dos brasileiros. Obra de Dad Squarisi, publicada pela Editora Contexto, já nas prateleiras das livrarias. Uma das poucas pessoas que destrincha a palavra Candango, que nasceu pejorativa e conseguiu se livrar da pecha, dando nome a todos os que deixaram a vida para trás para fazer um futuro na nova capital do Brasil. Candango é palavra boa quando vem de Brasília. Dad explica.
História de Brasília
A Prefeitura fez as calçadas, fez os jardins, e as crianças da Quadra 13, principalmente do conjunto Ecel, não estão com educação suficiente parra desfrutá-los. Passeiam de bicicleta pelas calçadas, e, não muito raro, sôbre os jardins. Esta é uma recomendação aos pais, para que não permitam. (Publicada em 14/02/1962)
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A essa altura dos acontecimentos, já ficou demasiado provado, para o cidadão atento, que Lula está passando dos limites como cidadão brasileiro e ex-presidente. Parece que uma espécie de compulsão o faz ignorar os meios para alcançar os fins, tornando a vida dos que o cercam um show de horrores.
Alçado ao poder então, livre da cadeia, a capacidade de desequilibrar a harmonia entre as pessoas, ganha ainda um imenso potencial, capaz de causar danos irreparáveis e em larga escala. Já se sabe, que as pontes que constroem são para benefício do partido. As outras, prefere dinamitá-las, rompendo laços e acordos de modo abrupto e sem remorsos.
Lula é ainda o mais preparado nas artes da engabelação, conduzindo o interlocutor pelo labiríntico caminho do circunlóquio político e demagógico, com o qual hipnotiza o ouvinte, fazendo-o ouvir melodiosas cantilenas, quando, na verdade, o que está produzindo são estampidos do bater de panelas. Palavras que vêm de um torneiro mecânico admirado pelo que os interlocutores se enxergam nele, e não pelo que realmente Lula é: uma sereia fora de forma a atrair incautos marinheiros de primeira viagem com seus sibilos falsos.
Com isso, toda a atenção deve ser tomada quanto ao que diz e principalmente ao que pretende fazer. E por que isso? Porque, no fazer, o que anseia em segredo é construir abrigo e proteção apenas para si e para os seus. Como prestidigitador nas estripulias políticas, arrasta multidões de cegos, surdos e desesperados por onde passa. A todos e a todo tempo, pode usar dessa expertise marota. Exceto quando se posta diante do próprio subconsciente. O deus onipresente, com seu imenso dedo indicador apontado em sua direção.
Desse protagonista fantasma de nossas vidas, a ninguém é dado o poder de fugir, escondendo-se. É como um cachorro que tenta escapar do próprio rabo, correndo. Portanto, diante desse personagem ou bruxo, que tem transformado nossas vidas em pesadelo, é preciso estar atento às entrelinhas do que afirma. Sobretudo aos atos falhos, porque eles parecem abrir uma ligação momentânea com o subconsciente desse maestro da tapeação.
Dias atrás, em discurso perante o Parlamento Europeu, em Bruxelas, nome esse que significa “aldeia do pântano”, Lula declarou, ipsis litteris: “ O Bolsonaro não entende absolutamente de nada a não ser de falar bobagem, a não ser de fazer fakenews e a não ser de tentar destruir aquilo que nós destruímos.”
No seu íntimo, Lula é presa fácil de seu subconsciente, abarrotado com as ações ilegais e sem ética que tem praticado ao longo de toda sua vida. São muitos containers entulhados de aldrabices, dentro daquele cérebro miúdo. Ele, no caso, o seu subconsciente, sabe o que foi feito e de que modo. Mesmo para a alma mais honesta desse país, verdades inconvenientes sempre vêm à tona.
De fato, muito mais do que poderia o próprio Freud explicar, os atos falhos, comuns em Lula, revelam quem é de fato esse personagem “macunaímico” de nossa vida nacional. Conhecendo mais de perto sua vida privada, se é que político tem vida privada, dá para entender o que por detrás do que explicita em frases soltas por aí, esconde-se um indivíduo que ostenta nas ações o que não revela nas palavras.
A frase que não foi pronunciada:
“Pessoal, fica tranquilo. Eu também vou tirar férias da contaminação para comemorar o Natal, Ano Novo e Carnaval”.
SARS-CoV-2 (Covid 19)

OMS
Enquanto o Brasil comemora a quarta semana sem alta no índice de mortalidade por Covid, outros países estão em alerta com o repentino aumento no número de mortes pelo vírus. Segundo a Organização Mundial da Saúde, nos 61 países acompanhados, 31 mostram resultados desanimadores com a volta da alta de óbitos registrados.

Capital
Brasília está à frente de muitas cidades da Europa em relação a ciclovias. Desde a década de 80, o velho mundo tem ciclovias, mas geralmente são paralelas às vias de trânsito. Em Brasília, o ciclista pode respirar ar puro em várias vias reservadas às bicicletas.
Vale à pena
Com o apoio do Instituto de Estudos Legislativos e Políticas Públicas, o professor Joelmo Oliveira, PHD em Ciências Políticas com um currículo respeitável, irá ministrar online, pelo zoom, um curso de 12 horas sobre metodologia de pesquisa em ciências sociais. As aulas serão nos dias 22 e 26 de novembro e 29 e 3 de dezembro. Associados do IELP não pagam. Todas as informações estão disponíveis no site do IELP, no link FORMULÁRIO DE INSCRIÇÃO | Minicurso.
História de Brasília
Estão, ainda, os mesmos moradores, pedindo uma linha de ônibus para a praça dos Três Podêres, porque o transporte de diversas repartições não vai para a Asa Norte, e os funcionários são obrigados a fazer baldeação, com perda de tempo e dinheiro. (Publicada em 14/02/1962).
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Quem chegou a acreditar que os aumentos sucessivos dos combustíveis, ao longo de todo esse ano, não teriam peso maior na escalada inflacionária, começa a desconfiar que esteve, todo esse tempo, vivendo num mundo de ilusão, onde fenômenos como causa e efeito não possuem relação direta e concreta.
Para tornar essa uma realidade ainda mais dura, os mecanismos da vida real que poderiam servir de contrapeso, para impedir que a inflação nos levasse de volta a um passado que criamos estar definitivamente morto, foram, todos eles, torpedeados pelo Congresso e pelo Executivo, como parte da caminhada de ambos rumo às próximas eleições de 2022. Instrumentos como o teto de gastos e a responsabilidade fiscal foram postos de lado, assim como outros inibidores ao desperdício dos recursos públicos por parte de maus gestores, como é o caso aqui da responsabilidade administrativa. Com isso, o país ficou, mais uma vez, exposto à contaminação de sua economia, navegando sem instrumentos, em meio à turbulência mundial provocada pela pandemia.
O Legislativo, que poderia, nessa travessia, pressionar politicamente o governo, para conter gastos, faz justamente o contrário, aliando-se ao Executivo. A quebra dessas regras de ouro nos ameaça e torna o ano de 22 uma incógnita e um caminho no escuro. O orçamento do próximo ano, mais do que uma ficção, será uma estória da carochinha, ou, como os oposicionistas gostam denominar, um estelionato eleitoral. Somados e subtraídos todo esses maus presságios, o x da questão que, nesse caso, está na política de preços da Petrobras ou na desvalorização do Real, frente ao dólar, fica sem resolução, mesmo sabendo que a economia do país viaja na boleia de caminhão. Mais preocupados com as estratégias que serão armadas nas próximas eleições, o Palácio do Planalto só quer saber onde encontrar o que restou do dinheiro dos pagadores de impostos para vitaminar seu programa, Auxílio Brasil, e assim garantir protagonismo para reeleger-se.
Já se sabe também que, em ano eleitoral, nenhuma reforma, que poderia contribuir para a contenção de gastos, no caso a reforma administrativa, tem chance de progredir entre os políticos. Enquanto persiste o aparente embate entre economia e política, os investidores, cientes da perda de credibilidade do governo, saem em debandada, provocando, ainda mais, o aumento no dólar e, consequentemente, uma nova onda de subida nos preços dos combustíveis. O transatlântico Brasil perdeu sua âncora fiscal. Agora resta encontrar outros meios de mantê-lo em porto seguro, o que também parece nos remeter de volta ao mundo onírico, onde ações e reações não possuem importância para o que se segue.
Ainda em 2014, durante o descerrar das cortinas do doidivana governo da presidenta Dilma, o jornal britânico Financial Times já advertia para a fragilidade que países emergentes como o Brasil, incluído no que chamava de “cinco frágeis”, viviam seus dilemas internos, justamente por conta da estreita dependência de suas economias em relação aos preços dos combustíveis. Já naquela ocasião, o FT falava desse dilema entre manter os preços dos combustíveis, com efeitos diretos na inflação, desencorajando o consumo; ou absorveriam esses aumentos, por meio de subsídios, forçando o governo a esvaziar os cofres.
De lá para cá, pouco ou nada mudou nessa relação entre os preços praticados pela Petrobras e o aumento da inflação. O que se sabe é que, em qualquer pesquisa histórica que busque encontrar possíveis protagonistas para a escalada da inflação no Brasil, a partir da metade do século passado, a estatal aparecerá em todas elas. Não por culpa de seu desempenho, mas em consequência de gestões políticas erráticas, que sempre prejudicaram tanto a empresa como a economia do país e os brasileiros.
A frase que foi pronunciada:
“O otimismo é a fé em ação. Nada se pode levar a efeito sem otimismo.”
Helen Keller

Rasgando o verbo
Dizia Freud: Quando Pedro me fala sobre Paulo, sei mais de Pedro que de Paulo”. Um ex-presidente que aproveita a liberdade para viajar e falar mal do próprio país mostra muito do que é como pessoa e como homem público. E quando comete o ato falho dizendo que Bolsonaro veio para “destruir o que nós destruímos”, aí diz tudo.
Consome dor
Em dezembro de 2019, pouco antes da pandemia, a gasolina chegava a R$ 4,70. Pelos quase R$ 8 de hoje, já deu para colocar os lucros em dia… Ou não?
Abuso
Não se sabe de onde os hotéis tiraram o poder de refazer os calendários. Só em hotéis, o dia começa depois do meio dia. Está errado! Reserva feita, quarto liberado. Pelo menos é o que o Código do Consumidor diz. Você comprou a reserva a partir do dia primeiro, então deve ter a liberdade de ocupar o lugar reservado na data. Seja em que horário for.
História de Brasília
Os moradores da Asa Norte não estão satisfeitos com os aluguéis arbitrados pelo IAPC e vão pedir fixação pelo preço médio de construção em Brasília, e não pelo preço pago pelo Instituto. (Publicada em 14/02/1962).



