Categoria: ÍNTEGRA
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Não se sabe ao certo o que seria, na visão dos atuais protagonistas do poder, o que significaria a utilização do adjetivo “extrema” constantemente acoplado à expressão direita, quando se referem aos seguidores do ex-presidente. Comunicadores seguem o modelo e também apelidam de extremistas quaisquer outros grupos que se posicionem como direita.
Para aqueles que se deixam embalar pelas cantilenas do populismo, extrema direita ou extrema esquerda são termos utilizados apenas para desqualificar o oponente, lançando-o às bordas e aos limites da razão. Ocorre que nada é mais parecido e próximo um do outro, do que os elementos que se situam nos extremos, confirmando a tese antiga de que os extremos se tocam.
Soldados que vigiavam as fronteiras entre a Europa Ocidental e Oriental, durante a Guerra Fria, pela proximidade e pelo convívio obrigatório que essa condição exigia, mantinham, nesses locais, trocas de impressões e comentários ou mesmo provocações irônicas sobre o cotidiano de cada lado dessas barreiras. Com o tempo, os mais curiosos começavam a perceber que eram as divisões ordenadas pela ação política e ideológica que induziam as divisões entre as pessoas e não, propriamente, a realidade humana, que parecia manter o mesmo padrão.
Todos queriam viver, cruzar esses pontos de fronteiras sem problemas e ter uma vida digna. Mas havia ali, naquele ponto extremo, uma diferença que chamava a atenção de todos: eram sempre as populações que habitavam o lado Oriental que tentavam passar para o Ocidente, e não eram poucos. Dificilmente se via algum indivíduo tentando ingressar no lado Oriental. E por que isso ocorria? A resposta era simples e dizia muito sobre essa linha divisória. No lado Oriental, naquele período cominado pela URSS comunista, não havia liberdade. Todos eram controlados pelo Estado onipresente e isso fazia toda a diferença entre um lado e outro.
Não foram poucos os casos de soldados que, aproveitando a oportunidade de estarem tão perto da fronteira, fugiam para o lado Ocidental, com a ajuda dos seus colegas, de um lado e de outro. Vendo isso, as autoridades da parte Oriental criaram uma espécie de zona neutra ou de transição, afastando esses soldados do convívio com seus colegas do Ocidente. Atletas, embaixadores e outros personagens, quando vinham ao Ocidente, logo providenciavam uma maneira de pedir asilo político, mesmo que isso acarretasse duras repressões aos seus parentes que ficavam do outro lado da fronteira. São inúmeras as histórias que contam as tentativas para se livrar do controle do Grande Irmão e a busca pela liberdade. Muitos pagaram com a vida.
Por ocasião das notícias, dando conta da queda iminente do Muro de Berlim em novembro de 1989, quilômetros de carros particulares trazendo famílias inteiras e com aquilo que podiam carregar formavam filas junto à fronteira, esperando o momento certo para cruzar para o lado oriental. Nenhuma alma viva fez o caminho inverso naquela data.
Voltando ao nosso caso particular, onde as nuances entre esquerda e direita se dão mais pelos valores de caráter de cada um, poderíamos facilmente classificar de extremismo, o uso dos recursos do Estado para enriquecimento do partido e de seus líderes. A dilapidação de empresas estatais e outros crimes, que todos vimos ao vivo e a cores, guardam uma certa similaridade com os líderes políticos da antiga Europa Oriental, todos eles donos de grandes fortunas, enquanto, para a população, eram reservados tíquetes para a compra de alimentos escassos e racionados.
A construção efetiva de uma direita no Brasil, em contraponto aos desastres já conhecidos de outros carnavais, já foi iniciada. É um caminho ainda novo e que precisa ser pavimentado com muito esforço e dedicação, mas que se torna necessário e urgente para que os brasileiros de bem não tenham que se dirigir às fronteiras, em busca da liberdade.
A frase que foi pronunciada:
“Quantas vezes eu já disse para você não acreditar em tudo que ouve? Busque a verdade por si mesmo.“
Isabel Allende
Humanidade
Ariano Suassuna conheceu uma figura que classificava a humanidade em quem já foi a Disney e quem não foi. A novidade é que CEO da Disney, Robert Iger, já escolheu o terreno em Florianópolis para trazer, ao Brasil, o parque de diversões mais conhecido do mundo.
Violência
Roubos no Parkway, assaltos em sinais de trânsito de Brasília, furtos nas igrejas. Se houver complacência da polícia e da Justiça nos primeiros casos, é melhor a população ir se preparando.
História de Brasília
Fugiu, doutor, é o termo. E vai ser duro, reaver o crédito. Seu sucessor soube se portar, com espírito de renúncia e compressão. Desprendeu-se de vaidades, e abriu mão de um direito constitucional para que não fosse sacrificado o povo. O senhor, no caso, faria o mesmo, dr. Jânio? (Publicada em 17.03.1962)
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Deus, segundo a Bíblia, criou o mundo e nele depositou a espécie humana ou homem, conforme à imagem e semelhança do próprio Criador. Em Gênesis 1:26-28, está escrito: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme nossa semelhança. Domine ele sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os grandes animais de toda a Terra e sobre todos os pequenos animais que se movem rente ao chão. Multipliquem-se, disse Deus. Encham e subjuguem a Terra.” E foi isso exatamente o que a espécie humana fez, ao subjugar, para o bem e para o mal, todo o planeta e dele se servindo, para sobreviver e se desenvolver como espécie. Nesse sentido, o homem tem em Deus o seu Criador. Do mesmo modo, ao se desenvolver, o homem buscou imitar Deus, criando a máquina. Nesse ponto, o homem torna-se também o deus criador da máquina, utilizando-a para seu proveito.
Ao soprar em suas narinas, Deus deu ânimo ou uma alma à sua criação. Também em Gênesis 2: 7-25 está escrito: “E formou o Senhor Deus o homem do pó da Terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente.”. Da mesma forma, o homem, para dar “vida” ou uma “alma” à sua criação (máquina), desenvolveu primeiro o combustível a vapor, depois o motor à explosão, a eletricidade e outros catalizadores mais atuais. Tudo num gesto típico de imitação ao Deus Criador. Da criação da máquina a vapor, durante a chamada Revolução Industrial, na segunda metade do século XVIII, até a invenção e o desenvolvimento dos primeiros computadores, entre os anos 1943 e 1946, com a denominada Eletronic Numerical Integrator and Computer (ENIAC), foi um ”pulo”, em termos de tempo histórico de evolução. Daí então, para o desenvolvimento dos robôs, da computação quântica, até a tão propalada Inteligência Artificial (IA), deu-se também num pulo rápido. Eis aí o ponto em que nos encontramos agora, com o homem buscando tornar sua criação, conforme à sua imagem, conforme à semelhança da espécie.
Ocorre que, na história e no enredo do desenvolvimento humano, é preciso dar sentido à criação da IA, de modo que ela não venha, no futuro, dispensar o próprio homem, descartando-os como muitos ainda fazem hoje em dia em relação ao Deus Criador. É, nesse momento que a expressão latina, de origem grega, Deus ex machina, ou o Deus surgido da máquina, entra em cena, podendo dar um fim inesperado a toda a trama humana, quiçá até em destruí-la. Não se trata aqui de ficção, mas de uma realidade que preocupa, agora, diversas personalidades pelo mundo afora, todas elas envolvidas, direta ou indiretamente, nos projetos de Inteligência Artificial. Para tanto, esse grupo de visionistas, que inclui desde o bilionário Elon Musk, dono da Tesla, o historiador Yuval Harari, autor de best seller como “Sapiens, uma breve história da humanidade” ou o “Homo Deus”, além de personalidades como Sam Altman, CEO da OpenAI Startup que criou o chatGPT e outros, estão pedindo, agora, por meio do site “futureoflife.org”, que se faça uma moratória de, ao menos, seis meses, para que haja discussões mais aprofundadas e mesmo regulamentações de segurança sobre o desenvolvimento da IA, tendo em vista as múltiplas repercussões que essa tecnologia trará para a humanidade.
Não se trata aqui de um alerta sem propósito ou sensacionalista, mas de uma advertência com profundas e sérias razões. Da mesma forma que os homens criaram e desenvolveram as armas de destruição em massa, capaz de fazer explodir todo o planeta, também a IA, para muitos pensadores e protagonistas dessa epopeia, vem alertando sobre os riscos para a humanidade trazidos por esse tipo de avanço, tanto para a democracia, como para o fim de muitas profissões, com riscos ainda para perda do controle de toda a civilização.
Para esse grupo, a humanidade está próxima de um ponto de inflexão a que chamam de “singularidade”, quando as máquinas passam a adquirir e despertar consciência. É o nascer da consciência das máquinas, sua autonomia e sua provável rebelião contra a espécie humana. Anos atrás, o então físico Stephen Hawking já alertava para os perigos no desenvolvimento de robôs e de da própria IA, dizendo que essa revolução implicaria também um sério risco às sociedades humanas.
Em 2014, numa entrevista concedida à BBC, Hawking, disse, com todas as letras, que o desenvolvimento da Inteligência Artificial poderia significar o fim da raça humana. “Máquinas pensantes ameaçam a existência humana”, disse ele, ao lembrar que os humanos, limitados pela evolução biológica lenta, não conseguiriam competir com a IA e seriam desbancados. O risco maior está naqueles países que não respeitam e mesmo desprezam fatores como a ética científica e, portanto, irão se lançar no desenvolvimento dessa tecnologia, para dominar, ainda mais, seus próprios cidadãos e, posteriormente, dominar outras nações.
A singularidade desse momento, não só no sentido do despertar da consciência das máquinas, mas também no que toca à esse instante ímpar em que temos que decidir que rumo tomaremos pela frente, pode significar desde um avanço, em direção à árvore da maçã proibida, até a uma nova expulsão do paraíso e um retorno às cavernas. Ou nem isso.
A frase que foi pronunciada:
“É das feições dos anos que se compõe a fisionomia dos séculos.”
Victor Hugo
Sóbrio
Nos anos 60, lá estava Geraldo Vasconcelos, no famoso Posto do Geraldo, quando, de repente, chega o presidente Jânio Quadros. Todos com os olhos presos no homem, que anda devagar e vai até o balcão. Pede para ver uma garrafa de bebida alcóolica. Qualquer uma. O que ele queria mesmo era se certificar se os produtos de lá estavam com o selo do imposto. Havia um selo de imposto. Estava tudo certo.
ColaBora
O Coletivo de Poetas (CP), a Tagore Editora e o Café ColaBora – Arte, Moda, Gastro e Decorações convidam para o lançamento de BRASILIDADE, sábado, 01/04, às 16h. O poemário reúne 31 poetas. Foi concebido para celebrar os aniversário de 60 anos de Brasília e 30 do CP, em 2020. A pandemia adiou o evento. Veja, a seguir, quais são os poetas em BRASILIDADE. São 241 págs. Preço de lançamento: R$ 60,00. CRS 507 Bl. D Lj 3/5. W3 Sul.
–> Alceu Brito Corrêa, Anabe Lopes da Silva, Ariosto Teixeira, Chico Pôrto, Elisa Carneiro, Ézio Pires, Guido Heleno, Herbert Lago Castelo Branco, Hilan Bensusan, Jorge Amâncio, José Edson dos Santos, José Roberto da Silva, Lourdes Teodoro, Luís César Sousa, Maria Maia, Marcos Freitas, Mauro Moncks, Menezes y Morais, Nando Potyguara, Nara Fontes, Nonato Freitas, Nonato Véras, Olivia Maria Maia, Paulo José Cunha, Salomão Sousa, Reginaldo Gontijo, Roberta Almeida de Souza Cruz, Samuel Barros Magalhães, Vanessa Teodoro Trajano, Varadero e Wagner Srestras. BRASILIDADE tem fotografias de Edmilson Figueiredo.
História de Brasília
Fugiu, doutor, é o termo. E vai ser duro, reaver o crédito. Seu sucessor soube se portar, com espírito de renuncia e compressão. Desprendeu-se de vaidades, e abriu mão de um direito constitucional para que não fosse sacrificado o povo. O senhor, no caso, faria o mesmo, dr. Jânio? (Publicada em 17.03.1962)
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Muitos são os relatos verídicos que, todos os dias, as mídias sociais trazem ao conhecimento do público, dando conta do aumento no número de casos de chacinas, ocorridas dentro dos muros das escolas. São tragédias que deixam vítimas inocentes, entre mortos e feridos, e que vem ocorrendo em várias partes do mundo, inclusive no Brasil, deixando as autoridades sem resposta para esses crimes.
Jovens morrem cada vez mais cedo e fazem vítimas fatais cada vez com mais frequência. Há, de fato, uma epidemia a corroer, por dentro, as sociedades modernas, tanto do Ocidente, como do Oriente, numa clara demonstração de que existem problemas muito sérios que precisam ser equacionados o quanto antes, sob pena de enveredarmos por um lento e inevitável caminho rumo à autodestruição.
Não se iluda achando que essas tragédias passam ao largo de nosso cotidiano e que, logo logo, essa onda niilista irá cessar. Pelo contrário, o que existe, e as notícias que chegam confirmam, é que há hoje uma verdadeira epidemia de crimes ocorrendo dentro e no entorno dos nossos estabelecimentos de ensino, público e privado. Por detrás desses morticínios, estão causas antigas e bem conhecidas como o bullying constante, dentro e fora das escolas, inclusive em casa; xingamentos e indiferenças que ajudam a germinar, na mente irrigada de hormônios do adolescente, a semente do ódio e da vingança.
Tudo isso é alimentado ainda por um fator novo, representado pelas próprias mídias sociais, que divulgam e até dão destaque de estrelas para esses novos criminosos. Dizer que o jovem atual é, per si, o único culpado por esses acontecimentos danosos, também não representa toda a verdade. Há aqui uma associação direta e indireta a contribuir para a execução desses assassinatos que se estende desde o seio da família, passa pelas escolas e vai até a sociedade como um todo.
São crimes, portanto, em que cada parcela da sociedade possui sua cota de responsabilidade, quer por omissão ou participação. Somos todos cúmplices desses morticínios, que são previamente preparados ainda dentro do âmbito do lar. Somos responsáveis, quer por negligenciarmos a formação e educação dos filhos, quer pela permissão da destruição das famílias.
Não há como negar hoje que muitas famílias, simplesmente, não possuem condições mínimas para criar e educar suas proles. Não é exagero afirmar que há uma doença, destruindo por dentro, como um câncer, essa que é a célula mater da sociedade. Para muitas famílias, a solução de seus conflitos internos com os filhos é empurrá-los para as escolas, na esperança de que, nesse ambiente, ele encontre amparo para seus problemas. Ocorre que nem as escolas e muito menos as autoridades ligadas ao ensino e à educação estão preparadas ou sequer sabem o que fazer.
A maioria das escolas não possuem ajuda de psicólogos ou de outros assistentes sociais especializados na tarefa de ajudar esses jovens. Para complicar uma situação que em si já é bastante grave, as chamadas novas abordagens de psicologias ou de pedagogia contribuem ao seu modo para jogar mais gasolina nesse inferno, ao insistir que crianças e jovens, antes mesmo de conhecerem seus deveres, compromissos e responsabilidades, devem ser previamente amparados por todo o tipo de direitos, inclusive o de não ser contrariado. Os pais abdicaram do poder de educadores para passar mais poder aos nossos jovens antes que eles possam saber como usá-lo. Obviamente que isso não dá certo e resulta nesses casos extremos e dolorosos que estamos presenciando.
A frase que foi pronunciada:
“As raízes da educação são amargas, mas o fruto é doce.”
Aristóteles
Na real
Diminuiriam, exponencialmente, os acidentes e intercorrências atendidas pelos Policiais Militares, SUS e Bombeiros, se botecos e distribuidoras de bebidas fechassem mais cedo. Se José Serra, quando ministro da saúde, teve a coragem de proteger a população contra o tabaco, enfrentando a poderosa indústria do fumo, há que se ter alguém para encarar a indústria de bebida alcóolica, que não traz benefício algum para a sociedade.
Sem gorjetas
Com o pagamento da gasolina por cartão ou pix, os frentistas pararam de receber um aporte no salário.
Atenção, empresários
Endrick Felipe Moreira de Sousa começou criança a jogar futebol no DF e, agora como profissional, vai fazer parte, em julho do ano que vem, do clube Real Madrid. Na mesma trilha, segue o garoto Pierry Santos Boto, que saiu de Brasília para jogar no Aragoiânia. Quem vê o garoto jogar vê uma criptomoeda humana.
História de Brasília
Ademais, que chamasse, então, o seu sucessor, em viagem pelo exterior, e o país não teria passado aqueles momentos de tanta angustia, nem tanto dinheiro seria emitido para manter o sistema financeiro. (Publicada em 17.03.1962)
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Tem razão parcial, o leitor Renato Mendes Prestes, quando, em carta à coluna Sr. Redator do Correio Braziliense dessa terça-feira (28), afirma que, a cada eleição, o eleitor brasileiro se vê como um personagem irrelevante para o funcionamento da democracia e que isso vai produzindo, no cidadão, um sentimento de desprezo pelo sistema.
Na realidade, o que se observa, olhando essa situação com lupa grossa, é uma situação inversa, em que o chamado “sistema”, por razões e ardis que só o tempo revelará, isso é, se vier a revelar, há muito considera o eleitor brasileiro como um personagem totalmente irrelevante em todo esse processo. É o comparecimento obrigatório do eleitor em frente às urnas, que dá esse verniz de democracia que o sistema precisa, para tornar as eleições cristalinas e, como dizem, “absolutamente inexpugnáveis”.
O eleitor entra em todo esse processo como coadjuvante de uma pantomima, ou como um marido fiel a uma esposa cheia de segredos. O sistema, com a ajuda ou não dos partidos, mas com o braço poderoso e longo do Judiciário, entroniza o candidato sob medida e a vida segue nessa que é considerada a maior, em termos quantitativos, democracia do planeta. O salutar é observar que nem todos os eleitores estão desatentos para essa situação. Quando pesquisas isentas de opinião pública dão conta, como aponta o leitor em sua missiva, de que quase 90% dos entrevistados se declaram não se sentir representados por nenhum partido político, o que ocorre de fato é a explosão coletiva de um sentimento de desilusão, que enxerga toda essa distopia democrática apenas na atuação medíocre das legendas.
Ocorre que, por trás dos partidos, há todo um trabalho intenso, feito por um complexo sistema que, atuando longe do palco da política, transforma em realidade, não a vontade do eleitor, mas a vontade do próprio sistema. A questão aqui é saber por que os partidos, que integram perifericamente esse sistema, não reagem à essa situação? Para as legendas, em forma de cala a boca, foram oferecidos todos os tipos de benesses. A começar pelos bilhões destinados aos Fundo Partidário e Eleitoral. Ninguém reclama diante de tanto dinheiro. Depois vêm as chamadas emendas secretas, onde os partidos e suas lideranças abocanham fatias grossas do Orçamento da União, tudo com pouca ou nenhuma transparência e controle externo, dinheiro supostamente para ser investido em suas bases eleitorais. Também o grande número de parlamentares enrolados com a Justiça não deixa brechas para que se posicionem contra o que quer o sistema.
O leitor afirma ainda em sua carta que outras pesquisas indicam que, diante dessa falsa representação, metade dos cidadãos acreditam ser possível no país o funcionamento de uma “democracia” sem a participação dos partidos e do Congresso Nacional. Esquece o digníssimo leitor desse jornal que é exatamente isso que o sistema quer e trabalha, para se apresentar em sua inteireza.
Pensar que toda essa fantasia democrática poderia ser desfeita, bastando apenas a adição, nas urnas eletrônicas, do voto impresso, como a esmagadora maioria dos países sérios fazem. Mas já foi dito que não há verba para isso.
A frase que foi pronunciada:
“A extensão da caça às bruxas revela o tamanho do medo. O medo revela fragilidade.”
R. Rodrigues
Ari Cunha
Nos anos 90, a Câmara Legislativa aprovou um projeto que introduzia o Esperanto como disciplina optativa no ensino médio da rede pública do DF. Ari Cunha criticou a iniciativa. Segundo ele, ninguém falava essa língua e a Câmara devia cuidar de coisas mais sérias. Houve vigorosa reação dos esperantistas. Vieram centenas de correspondências do Brasil e do exterior. Ari reagiu com bom-humor. “Eu me rendo, não precisa mandar mais cartas ou cartões postais.” A revelação veio na carta do leitor Eurípedes Alves Barbosa.
Em falta
Vasco Vasconcelos conta que foi mordido por um cachorro em Águas Claras e encaminhado de hospital para hospital para tomar a vacina antirrábica. Do posto de Saúde local, ao HRT e HRAN, foi informado que não havia a vacina disponível. Que aguardasse o chamado da Vigilância Sanitária.
Qual a razão?
Em viagens internacionais, nossas autoridades ficam encantadas com os teatros, parques e bibliotecas. Mas, com os pés no Brasil, não mostram interesse algum em melhorar o lazer dos brasileiros.
História de Brasília
Dr. Jânio Quadros não apresentou em nenhum momento uma razão plausível para o seu gesto. As dificuldades pelas quais passa o país, são as mesmas, e nem assim se justifica a hora do desespero. (Publicada em 17.03.1962)
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Para o espectador, que observa de uma distância razoável e isenta, toda a movimentação política do atual governo, causa, para dizer o mínimo, surpresa e apreensão a indicação da ex-presidente Dilma Rousseff para a presidência do Banco Multilateral de Desenvolvimento dos BRICS (NBD). Não que a atuação desse banco, cuja sede fica na China, possa provocar reflexos diretos para a economia do Brasil. A situação é outra. Conhecedores do potencial duvidoso, e até aquém do esperado, que a ex-presidente demonstrou nos seus dois mandatos, muita gente fica se perguntando, o que teria feito o NBD e mesmo os BRICS para merecer essa indicação.
Dilma, para os que não se recordam, deixou o maior passivo econômico de toda a história brasileira, mergulhando o país numa recessão jamais vista, com as contas públicas em frangalhos e um recorde de desemprego. Dificilmente, quaisquer dessas instituições bancárias que operam hoje no Brasil teriam a ousadia de nomeá-la para gerir os negócios da instituição. A imprensa, como um todo, tem feito cara de paisagem para essa nomeação, como de resto faz pouco caso também acerca do presente e do futuro dos BRICS. O que pode explicar essa indicação que, com certeza, teve o dedo indicador do atual presidente da República, é agraciar a ex-presidente com uma espécie de prêmio de consolo, com um bom salário e todas as mordomias que o cargo oferta, para assim mantê-la longe do governo pelos próximos quatro anos.
De fato mandaram-na para a China, do outro lado do mundo. O que causa espanto mesmo é quando se comparam os currículos da ex-presidente com o apresentado pelo presidente que deixa o posto, Marcos Troyjo, que deveria permanecer neste cargo até 2025. Não vale aqui compará-los, até por uma razão de humanidade e para não ferir suscetibilidades dos partidários da ex-presidente. Quem tiver maior interesse nessa questão basta consultá-los. Ainda é cedo também para que se percebam as consequências para os BRICS, como um todo e para o Brasil, em particular, com essa substituição. O certo é que não há muito o que esperar, ainda mais quando se sabe que o Brasil deve aproximadamente U$ 300 milhões ao NBD, por acordos não cumpridos, como aporte de capital.
Apesar da estranheza dessa indicação, que foi ratificada pelos países que integram o bloco, é preciso salientar que mesmo países como a China e a Rússia, não enxergam os BRICS unicamente como uma união de economias complementares, apostando muito mais nos resultados estratégicos, políticos e militares que esse bloco pode render para esses países do Leste. O que demonstra a pouca atenção, tanto da mídia interna como externa a essa mudança e suas consequências futuras para o bloco, é o fato de que o BRICS é ainda e tão somente uma alegoria ou cenário a esconder por detrás as reais intenções de governos que almejam avançar para Oeste e aqui marcar trincheiras. O Brasil e a Dilma, como de resto alguns outros países do bloco, entram nessa encenação toda como figurantes de segundo plano e que não fazem muita falta.
A frase que foi pronunciada:
“Quando você aponta uma estrela ao tolo, ele olha para a ponta do seu dedo.”
Provérbio chinês
História de Brasília
Brasília chorou a morte de Belo. Belarmino Elvidio Leite, filho do Orion, da Recapagem Orion. Perde a cidade um excelente rapaz, perde o comércio um excelente comerciante, perdemos, todos nós, um excelente amigo. (Publicada em 01.03.1962)
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Enganam-se, redondamente, aqueles que acreditam que as declarações, cada vez mais destrambelhadas do atual presidente da República, ajudam politicamente as oposições. Não ajudam porque não criam, nessas forças antagônicas, o que mais seria necessário, que é um sentido de coesão ou de um projeto unificado e ordeiro de oposição, capaz de transformar esses grupos numa frente ampla antenada e proativa para exercer o que se espera desses “líderes”.
A verdade é que boa parte daqueles que se elegeram à sombra de Bolsonaro ainda não demonstraram o que vieram fazer no Parlamento. São poucos os políticos, e sempre os mesmos, que assumem as tribunas da Câmara e do Senado, para discursar contra as insanidades produzidas todos os dias pelo atual governo.
Há, de fato, um marasmo geral, como se todos estivessem esperando algo extraordinário para se posicionar. Os absurdos que acontecem diariamente só ocorrem porque a oposição ainda não se encontrou. Será que irá se unir ainda nessa legislatura?
Enquanto nada de significativo acontece no Congresso, o governo vai comendo pelas beiradas, articulando ações, desmotivando, com benesses, parlamentares suscetíveis de serem dobrados ou amolecidos, sabotando a oposição e aparelhando o que pode, ou desarticulando os órgãos de combate à corrupção. Se não são as oposições que ganham relevo com as insanidades do atual governo, quem seriam os beneficiários diretos desse desgoverno?
Há os que acreditam ser o mercado, que segue junto com o aumento de juros. Outros acreditam ser as mídias oficiais, que estão sendo beneficiadas como nunca, para maquiar uma situação que beira o caos. Outros ainda acreditam que todo esse descompasso do governo beneficia apenas os especuladores e aqueles que apostam no caos na economia. Nem desses angariam tantos benefícios com as ações incautas do atual governo como o próprio vice-presidente, que se mantém afastado de polêmicas, agindo nos bastidores para dar um certo ar de seriedade a tudo o que o titular faz e fala.
De fato, Alckmin sabe o que está fazendo e a razão do que faz. Pode ser leal ao presidente, mas é bem mais leal a si mesmo e tem propósitos para agir assim. Quanto mais o atual chefe do Executivo deixa escapar suas pérolas colecionáveis, mais e mais sobe a cotação do vice. Na realidade, Alckmin não precisa fazer grande esforço para se manter como a única ilha longe do vulcão. Segue pela lei da inércia, empurrado para o alto apenas pelos ventos da sandice.
Outro comandante que, com certeza, vai se beneficiando com os tropeços verbais de ação do atual governo é o presidente da Câmara, que vê a cada dia sua posição política reforçada pelo controle que exerce, tanto entre os líderes de bancada como na pauta de votação de emendas.
Alckmin e Lira formam hoje os nomes mais fortes da República, ao lado, é claro, de alguns ministros do Supremo. O resto é o resto, dança conforme os que regem os maestros. Essa dupla permanecerá em paz, enquanto for conveniente para ambos. Caso o projeto do semipresidencialismo venha a se tornar uma realidade, como quer e sonha Lira, essa situação pode mudar. Caso prossigam os atropelos e as parlapatices do atual mandatário, revelando, como muitos falam à boca pequena, uma certa decrepitude ou senilidade, a saída poderá ser feita apenas por essas duas passagens estreitas, tendo cada uma delas a figura ou de Lira, ou de Alkmin. É o que dizem: o presente rabisca o futuro, e este é sempre traçado pelo passado.
A frase que foi pronunciada:
“Privatizar o Porto de Santos é a diferença entre a política internacional e a pobreza na Baixada.”
Governador Tarcísio de Freitas
Planejamento
Alguma coisa precisa ser feita nas obras da W3 Sul. O que não pode é o trânsito ficar parado da forma que está, nos horários de pico.
Direito
Reclamação constante é que, apesar da facilidade de cartões para o pagamento de passagens de ônibus, muitas vezes, não há troco, com o prejuízo do passageiro. O comércio em geral deve estar preparado para o pagamento em dinheiro, com troco suficiente em reserva no caixa.
Acepção de pessoas?
SEDET lança Projeto Transformadas, curso de formação gratuita para bartender, culinária e maquiagem. O que não dá para entender é a disponibilidade de vagas preferencialmente para candidatos da comunidade LGBTQIA+.
História de Brasília
Não apresentou, em nenhum momento uma razão plausível para o seu gesto. As dificuldades pelas quais passa o país, são as mesmas, e nem assim se justifica a hora do desespero. (Publicada em 17.03.1962)
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O escorpião, que do sapo havia se valido para atravessar a lagoa, como paga, incutiu, sem piedade, sua peçonha no dorso do pobre anfíbio. Moral da fábula, diz que picar é da natureza do escorpião. Também é da natureza de governos, já testados e reprovados no passado, repetirem seus programas e projetos – se é que os possuem – mesmo que, com isso, venha a cometer os mesmos erros e gerar as mesmas consequências catastróficas diante do silêncio reinante.
É da natureza, particularmente das esquerdas da América Latina, usar da oportunidade real de administrar um país, para transformar seus governos numa espécie de laboratório, testando teses que funcionariam melhor se aplicadas, por exemplo, na gestão de um diretório acadêmico da universidade.
Ocorre que um país não é um diretório ou outra instituição, onde estudantes ensaiam suas revoluções idealistas. Do mesmo modo, um país não pode ser resumido numa espécie de central sindical, onde oportunistas de todo o calibre, ensaiam modelos distópicos de quebrar industrias e empresas, ao mesmo tempo em que buscam lucros maiores para si e seus filiados.
O que ocorreu no ABC paulista, com as indústrias de automóveis abandonando essa região em busca de melhores retornos para seus investimentos, e deixando atrás de si um verdadeiro cinturão da ferrugem, com desemprego e falta de oportunidades, demonstra o resultado dessa prática nefasta e improvisada de querer impor, a qualquer custo, esses ensaios governamentais.
A Venezuela e agora a Argentina e outros países do continente, formam um laboratório vivo dessas experiências mal sucedidas e que, na maioria das vezes, redundam em centralismo político e, daí, para uma ditadura fechada e opressora. Os métodos são sempre os mesmos. O inimigo é o outro, a quem devemos cancelar e destruir. Alguém no passado já havia ensinado que essas fórmulas não resultam em boa coisa. O inimigo é sempre a ignorância e a prepotência.
Bem faria se, na entrada do Palácio do Planalto, fosse afixada, de forma bem visível, em placa de bronze, as lições pregadas por Abraham Lincoln (1809-1865), 16º presidente americano: “Não Criarás a Prosperidade se desestimulares a poupança. Não fortalecerás os fracos por enfraqueceres os fortes. Não ajudarás o assalariado se arruinares aquele que o paga. Não estimularás a fraternidade humana se alimentares o ódio de classes. Não ajudarás os pobres se eliminares os ricos. Não poderás criar estabilidade permanente baseada em dinheiro emprestado. Não evitarás as dificuldades se gastares mais do que ganhas. Não Fortalecerás a dignidade e o anônimo se subtraíres ao homem a iniciativa da liberdade. Não poderás ajudar os homens de maneira permanente se fizeres por eles aquilo que eles podem e devem fazer por si próprios.”
Não por outra razão, é este o país para onde muitos desejam migrar, sobretudo aqueles que viveram sob as ditaduras de esquerda. Não é por outra razão também que certas pessoas de lenço vermelho, toda vez que podem, deixam Havana de lado e vão para Miami.
A frase que foi pronunciada:
“Os norte-americanos não entendem… que nosso país não é só Cuba; nosso país também é humanidade”.
Fidel Castro
Planos planejados
Pobre consumidor que acha estar protegido pelo Plano de Saúde que paga religiosamente. Quando pede os detalhes das consultas ou internações, vem a surpresa. Remédios que nunca foram usados, procedimentos que jamais foram feitos. Tudo devidamente contabilizado. Quem dita as regras e está do lado do paciente precisa agir rápido.
Dinheiro a rodo
De agora em diante, as prefeituras têm novas obrigações em planos contra situações de risco. Além disso, falta a cobrança e transparência nas verbas de emendas parlamentares recebidas por prefeitos e governadores. Não há prestação de contas onde a população, que paga os impostos, possa acompanhar para elogiar ou denunciar.
Reação
Segundo a BBC Brasil, uma das principais organizações que comandam o atletismo em todo o mundo, a World Athletics, acaba de vetar a participação, nos esportes femininos, de atletas transgênero. A proibição será válida a partir de 31 de março próximo. Já não era sem tempo.
História de Brasília
A fala do dr. Jânio Quadros disse o que todos esperavam. Foi corajoso e incisivo. Democrata, e livre. Mas mostrou que a hora da renúncia era a hora de se manter no poder e chamar o para acompanhá-lo nas suas decisões. (Publicada em 17.03.1962)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
jornalistacircecunha@gmail.com
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Ninguém, em sã consciência, nem mesmo os mais otimistas dos economistas do país, aposta um níquel furado nessa tal de âncora fiscal, desenhada às pressas, em garatujas ilegíveis, dentro dos muros do Palácio do Planalto. O princípio do teto de gastos, que poderia resolver um dos maiores, mais intricados e antigos problemas na área econômica do país, que é a excessiva diferença entre o que o governo arrecada e o que utiliza nas despesas para levar a cabo seus projetos e programas, mais uma vez, parece ir pelo ralo.
A questão nesse caso atual é simples e não exige muito esforço de reflexão. A população pode acompanhar que não houve menção, nem o esboço de um único traço sequer de algo semelhante a um programa ou plano para os próximos quatro anos de gestão. Veio numa situação tão surreal que nem o próprio candidato tinha certeza da vitória. Apanhado de surpresa, também não se deu ao trabalho de elaborar um programa de governo, na certeza de que poderia desengavetar planos passados, na sua grande maioria, projetos populistas e sem lastro na realidade, todos eles feitos e executados com vista apenas às próximas eleições e na perpetuação no poder.
O preço do improviso, é claro, veio na forma de mais gastos e consequente aumento de impostos, camuflados ou não, onerando quem produz e desonerando quem se mantém na sombra do governo, em apoio a suas teses. O que esperar de um presidente que, em viagem à China, levará, a tiracolo, um time de empresários que figuraram como réus nos escândalos da Operação Lava Jato? Não foi esse mesmo presidente que, ao reconhecer, erroneamente e sem reflexão, a China como economia de mercado, escancarando as portas do Brasil aos produtos desse país, acelerou o processo de sucateamento de nossas indústrias em vários setores?
Diz o ditado que de onde nada se espera é que não pode vir nada mesmo. Não por outra razão, ao adentrar em seu terceiro mandato, o governo cuidou logo, mesmo antes de sentar na cadeira do Executivo, de arrombar o teto de gastos em mais de R$ 200 bilhões, num sinal premonitório e ruim do que virá pela frente. O passivo nas contas públicas já reforça a ideia de que o que começa de forma errada sempre acaba de forma errada.
Não haverá a tão esperada rigidez nos gastos do governo, pois o montante de recursos que ele demonstra estar propenso a dispender é maior do que quaisquer regras venham a limitar. O populismo é um bolso furado que entende não valer a pena pagar as dívidas e sim gastar o que vê pela frente.
Culpar governos passados, de forma duvidosa, acusando-os de terem promovido um grande desequilíbrio fiscal, já não cola nos ouvidos de ninguém. Pelo contrário, uma vista rápida nos números da economia nos governos Temer e Bolsonaro mostra a preocupação que ambos tiveram em desmontar o déficit público herdado dos governos petistas. Quem ainda espera alguma fórmula milagrosa vinda dessa proposta de âncora fiscal deste governo verá que, de fato, a montanha pariu um rato.
Querer convencer a opinião pública de que populismo e economia podem andar juntos não esconde o fato de que esse processo só se torna viável por meio de pedaladas fiscais. Todos já conhecemos o conjunto de medidas econômicas que visam iludir o público, tal como fazem os mágicos, que tiram coelhos e pombos de cartolas.
A frase que foi pronunciada:
“(…) quando as leis deixaram de ser executadas, pois isso só pode vir da corrupção da república, o estado já está perdido.”
Montesquieu, O Espírito das Leis
Arte
Sucesso da exposição Ecletismo nas Artes Visuais, com a curadoria e produção cultural de Malu Perlingeiro e coprodução de Lia Paz. Veja, a seguir, as fotos que a homenageada Leda Watson nos mandou com a Gláucie Lima.
Gota d’água
Aos poucos, a figura das mães vai sendo perdida nos absurdos do futuro e agora. Homens que menstruam, amamentam e jogam em times femininos. Chegando o Dia das Mães, somos quase proibidas de pronunciar “leite materno”. Atualmente, o correto, para a minoria, é dizer “leite humano”.
Evasão Escolar*
Vejam no link BUSCA ATIVA ESCOLAR, a íntegra do guia “Papel das organizações da sociedade civil no enfrentamento da exclusão escolar”, desenvolvido pelo UNICEF, Undime e Itaú Social. É importante que as Comissões de Educação do Senado e da Câmara conheçam o teor de quem apoia a atuação das organizações sociais e do poder público para a superação dos índices de abandono e evasão escolar, aprofundados durante a pandemia da Covid-19.
História de Brasília
O único bloco da Esplanada dos Ministérios que tem dependência transformada em residência, é o Bloco 9. (Publicada em 17.03.1962)
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Sai a camisa verde amarela do nacionalismo e entra o uniforme do internacionalismo. Acreditar, como fazem alguns inocentes úteis, de que não haverá uma espécie de expurgo dentro do Ministério das Relações Exteriores é tolice e nem merece reflexões. Basta ver o que houve no período de mais de uma década e meia.
Como um trôpego, que ora cai para a direita, ora descamba para a esquerda, assim segue o outrora prestigioso Itamaraty, caminhando conforme toca a banda em seu coreto no Palácio do Planalto. Se for isso o que se chama de política externa, seguimos mal na fita.
O equilibrismo, na corda bamba, nessa travessia que parte de Brasília e se estica pelo mundo afora, não ajuda o país e muito menos a diplomacia brasileira, que deixa de lado o conjunto de interesses nacionais, para se aliar às ideologias fugazes e sem lastro na realidade. Obviamente que todas essas mudanças se darão diplomaticamente, como no passado, de modo a não parecer que está havendo um processo severo de desideologização, levando os de direita para o almoxarifado e retirando os outros de lá.
Que importância essas mudanças têm para a vida dos brasileiros? Pode-se perguntar. A resposta é: muita. A primeira dessas repercussões nefastas com a mudança de postura ideológica vem justamente na área econômica. Ao voltar a se alinhar a muitos países ditatoriais de esquerda, na sua totalidade Estados falidos economicamente, o Brasil volta a incrementar intercâmbios comerciais, que resultam sempre em prejuízos internos. Esse é o comércio solidário, em que o Brasil entra com a riqueza que o brasileiros produziram com o suor de cada dia e eles, com charutos, tequilas e miçangas. De outro lado, está de volta a temporada de vexames, com o Estado Brasileiro apoiando, diante de foros internacionais, ditaduras criminosas, condenadas nos tribunais do mundo.
A questão seria outra se, dentro do próprio Itamaraty, seus diplomatas pudessem andar com os pés que possuem, libertando-se dos grilhões das ideologias, que contaminam tudo o que tocam. Já é por demais sabido que o atual chefe do Executivo nada entende de política externa, preferindo se guiar por seus próprios instintos, uma espécie de sexto sentindo, o mesmo que nos conduziu à pior recessão da nossa história a partir de 2014.
Pondo de lado toda a influência maligna das ideologias, o Itamaraty padece também por seus próprios defeitos internos, motivados na sua maioria por excessivas disputas internas, todas elas guiadas pela vaidade e por uma ânsia em figurar como embaixador no circuito Elizabeth Arden, onde estão as embaixadas de Paris, Roma, Londres e Nova Iorque, onde o glamour da representatividade rende mais prestígio.
Para os que saem e são colocados de molho resta o circuito das embaixadas situadas no continente africano e em outras localidades no fim do mundo, onde o atual mandatário insiste em abrir representações.
O problema com as ideologias é que o profissionalismo, necessário para as intrincadas negociações com parceiros internacionais, é posto em segundo plano, devendo o representante seguir à risca o que ordena a cartilha em vigor. A experiência acumulada por muitos diplomatas e que poderia servir de base para a orientação prática nas relações internacionais é simplesmente deixada de lado em favor de ideias, que todos já perceberam, não funcionar.
A frase que foi pronunciada:
“A paz será duradoura na medida em que a razão prevalecer em relação a emoção, a diplomacia anteceder a caserna, o discurso preceder a persuasão, e a pluma utilizada em detrimento da espada.”
Roberto José Faria de Gusmão
W3
Depois do abandono total do Setor Comercial Sul, a W3 parece estar vivendo da própria sorte. Uma alternativa interessante seria a W3 do lazer, aos domingos e feriados, incrementando o comércio local que quiser abrir para atender à população.
Anote aí
Sob a regência do maestro Deyvison Miranda, o Madrigal de Brasília vai apresentar a Petit Messe Solennelle de Rossini. Ao piano, Marília de Alexandria Thales Silva, Harmonium, Dib Francis. Com o soprano Isabel Quintela, contralto Mônica Simões, tenor André Vidal e baixo, Guilherme Aquino. Nos dias 5 e 6 de abril, às 20h, no Teatro Levino de Alcântara, Escola de Música de Brasília. Entrada franca.
Evasão Escolar*
Vejam, no link BUSCA ATIVA ESCOLAR, a íntegra do guia “Papel das organizações da sociedade civil no enfrentamento da exclusão escolar”, desenvolvido pelo UNICEF, Undime e Itaú Social. É importante que as Comissões de Educação do Senado e Câmara conheçam o teor de quem apoia a atuação das organizações sociais e do poder público para a superação dos índices de abandono e evasão escolar, aprofundados durante a pandemia da Covid-19.
História de Brasília
Mais uma contra o povo, apresentada pela ponte Rio-Brasília. Se uma pessoa desejar interromper o percurso em Belo Horizonte, a passagem para o Rio ficará em Cr$ 9.300,00, enquanto que o Viscount cobrava Cr$ 8.700,00. (Publicada em 17.03.1962)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Coincidência, que o lexicon traduz como ocupação do mesmo espaço, ou identidade e simultaneidade de dois ou mais fatos, ocorre com certa frequência na vida de todos e muitas vezes passam despercebidas por sua pouca importância. Quando as coincidências deixam de ter esse caráter natural e corriqueiro e passam a se constituir num processo, que, por suas consequências desastrosas, afetam a vida de todos, é necessário parar para analisar melhor essa ligação entre uma coisa e outra, até para evitar que essas simultaneidades de fatos persistam.
É o caso aqui do retorno dos atos de guerra, que o crime organizado vem abertamente perpetrando na capital do Rio Grande do Norte, Natal, levando o pânico à população e mostrando o alto grau de inoperância dos governos estadual e federal nesse caso.
No final de julho de 2006, o crime organizado, já tinha repetido a dose, com diversos ataques, a prédios públicos, escolas, carros particulares, agência bancárias e pontos turísticos, inclusive metralhando delegacias, tudo como retaliação à instalação de bloqueadores de celulares nos presídios. Mais tarde, em 2016, o crime organizado impôs toque de recolher na Grande São Paulo, cometendo 63 atentados simultâneos e coordenados em apenas 24 horas em diferentes pontos da capital, obrigando a população a ficar trancafiada em casa, com medo dessa guerra urbana. Com isso, conseguiu a proeza de paralisar ou provocar uma espécie de lockdown na maior e mais rica cidade de toda a América Latina. Não é pouca coisa.
Essas e outras ações criminosas demonstram que o poder de fogo e mesmo a estrutura de guerrilha urbana desses bandos é hoje uma realidade. Não é preciso lembrar que, ainda este ano, na Grande Vitória, no estado do Espírito Santo, o crime organizado protagonizou também uma série de atentados por toda a capital, repetindo o que já fizera anos antes por vários dias seguidos.
Fatos são fatos e não há nada que possa ser feito para afrontá-los, sem incorrer com isso no desvirtuamento da verdade. O anúncio da vitória eleitoral do atual presidente foi comemorado, como diversas imagens mostram, com um grande foguetório em alguns dos maiores presídios do país. Somente esse fato, por seu poder documental e comprobatório, demonstra que existe sim o que foi registrado em escuta de que “nos governos de esquerda (PT) havia um diálogo cabuloso” entre as facções do crime e o Governo Federal. Que raios de diálogo cabuloso seria esse? Como diálogo pressupõe sempre participação de duas ou mais pessoas conversando ou trocando mensagens, com quem, dentro do governo, esses criminosos estariam negociando? E o que estariam negociando? São questões que, por sua “delicadeza” o grande público jamais saberá.
Coincidência ou não, o fato é que esses atentados de grande porte têm ocorrido, em sua grande maioria, quando é a esquerda que está sentada no terceiro andar do Palácio do Planalto. Esse fato tem ocorrido também com as invasões de terra, deflagradas quando o país está sob administração federal das esquerdas.
A visita ocorrida agora, do ministro da justiça e segurança pública, ao Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, uma região sabidamente controlada pelo crime organizado, onde político de direita não entra e onde a polícia só consegue fazer incursões dentro dos chamados caveirões, blindados à prova de bala de fuzil, traz um significado ruim a reforçar a ideia desse diálogo cabuloso.
Sem qualquer escolta, o ministro foi, segundo informe oficial, reunir-se com “lideranças comunitárias” daquela região. O fato aqui é que nenhuma liderança comunitária naquela localidade se estabelece sem a benção do crime organizado. Alguns políticos da oposição, desconfiados desse encontro, já protocolaram requerimento para a convocação do ministro para dar explicações, em que esclareça como pode ele adentrar naquela favela sem seguranças, a bordo de dois carros pretos oficiais, com a maior tranquilidade, como se estivesse visitando a vó querida que mora no subúrbio.
Há coincidência demais no fato dessa visita ocorrer quando Natal está sitiada pelo crime organizado e quando as forças de segurança estão em alerta para a ocorrência desses atentados em outros estados. De fato, a população não conhece nem uma vírgula sequer do que foi tratado nesse encontro. O que se estabeleceu foi um clima de insegurança total no ar.
Perto do que aconteceu em Brasília em 08 de janeiro, com toda essa história mal explicada de golpe, a pergunta que fica é: não seriam esses atentados do crime organizado um verdadeiro golpe de Estado, criando álibis e narrativas para um pretenso fechamento político? Por que as autoridades não reagiram, ainda dentro dos presídios, para impedir que esses atentados fossem para as ruas? Por que não querem a CPI do dia 08? Alguém pode explicar?
A frase que foi pronunciada:
“Você nem pode imaginar a que ponto uma pessoa pode se afundar na mentira!”
Fyodor Dostoevsky, em Crime e Castigo
Evasão Escolar
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História de Brasília
Mais uma contra o povo, apresentada pela ponte Rio-Brasília. Se uma pessoa desejar interromper o percurso em Belo Horizonte, a passagem para o Rio ficará em Cr$ 9.300,00, enquanto que o Viscount cobrava Cr$ 8.700,00. (Publicada em 17.03.1962)