Categoria: ÍNTEGRA
VISTO, LIDO E OUVIDO Criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960 Com Circe Cunha e Mamfil
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Um dia, quando os historiadores e acadêmicos se debruçarem sobre os fatos ocorridos na longa investigação criminal da chamada Operação Lava Jato, dentre os densos capítulos desse período da nossa redemocratização, um ou mais livros, de fôlego, deverão ser dedicados à apenas um sujeito dessa trama: o grupo empresarial Odebrecht.
Com a delação premiada, denominada fim do mundo, os 80 executivos dessa empresa deram início aos extensos relatos que contam parte desses eventos e como esse grupo, por meio do pagamento de propinas generosas, comprou para si toda uma República, subornando igualmente os três poderes.
Trata-se de um evento fantástico tanto pela enorme proporção de dinheiro sujo envolvido, como pela exportação desse Know-how do crime para boa parte do continente Sul americano como para países da África, onde esse jeitinho brasileiro de fazer negócio encontrou o paraíso. Tanto globalismo de coisas erradas, que não admira que ainda hoje os efeitos da mistura entre governos e essa empresa ainda produzam resultados nefastos.
O último desses efeitos, ocorrido ontem, foi a tentativa de suicídio cometido pelo ex-presidente do Peru, Alan Garcia, como forma de impedir sua prisão pela polícia daquele país. Também aquele presidente é acusado pela justiça local de haver recebido propina da empreiteira brasileira para a construção da linha 1 do metrô de Lima.
A superestrutura paralela montada por essa empresa, para operar à margem da lei aqui e em outros países, inclusive coma a fundação de um banco próprio e de um setor chamado de operações estruturadas, apenas para transacionar dinheiro ilegal, demonstra que o esquema era sofisticado e tocado por profissionais conhecedores dos meandros da lavagem e da ocultação de enormes somas de dinheiro.
Tanta estripulia nas sombras do mundo dos negócios renderam, a essa empreiteira, dívidas que somam bilhões de reais, entre reparações e outros prejuízos decorrentes de tratos feitos com governos e agentes corruptos do Estado, daqui e de além mar. Pelo acordo firmado pela Odebrecht com as autoridades judiciais brasileiras, a empresa se comprometeu a pagar R$ 8,5 bilhões como multa pelos negócios escusos, dinheiro que será posteriormente dividido também para o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, a quem caberá R$ 10% e a Procuradoria-Geral da Suíça, que também recebera outros 10%.
Os danos causados a essa empresa, pela ganância desenfreada de seus controladores, fizeram com que ela encolhesse bastante, passando de 240 mil empregados, no início das investigações, para pouco mais de 50 mil atualmente. Mais do que afetar a própria empresa, os danos causados, tanto ao erário nacional, como a imagem do país, são incalculáveis e levarão décadas para serem devidamente assentados e apaziguados.
Com dívidas em torno de R$ 80 bilhões, o desgaste sofrido pela marca Odebrecht manchou para sempre sua reputação, tanto que os negócios minguaram. Mas os estragos maiores ficaram mesmo para o Estado Brasileiro, sobretudo para os poderes da República, flagrados numa espécie de corrupção sistêmica, o que, obviamente, se refletiu nos índices de crescimento do país, na depressão econômica decorrente e em outros fatores econômicos. Para contornar, de forma plástica, o estrago provocado na empresa, seus controladores resolveram retirar o sobrenome famoso da família, adotando outros nomes fantasia.
No imaginário popular, as penalidades a que a empresa foi submetida pela justiça brasileira ainda estão longe de ressarcir adequadamente os estragos provocados por todo o país, sobretudo para a democracia e para o futuro de muitos brasileiros. Desdobramentos desse caso ainda estão acontecendo e abalando o país, colocando ainda em suspense e conflito os Poderes da República, pelo aparecimento de novos fatos, o que comprova que ainda há fatos e repercussões para vir à tona e que todo esse caso ainda está longe de ter um ponto final
Frase que foi pronunciada:
“A política é a arte de escolher entre o desastroso e o intragável.”
John Kenneth Galbraith, economista canadense
Ação
Importante reunião agendada com a presença dos administradores regionais e técnicos da Controladoria Geral do governo do DF. Assuntos como a boa prática no serviço público, além de problemas recorrentes e evitáveis, prometem capacitar os agentes para melhor servir a população.
Participação
Trata-se da terceira edição dos Diálogos com o Controle. A abertura teve a participação do controlador-geral do Distrito Federal, Aldemario Araújo Castro, e do chefe da Casa Civil, Eumar Roberto Novacki.
Pauta
Assuntos relacionados à Ouvidoria foram apresentados pelo ouvidor-geral do DF, José dos Reis, que tratou do Sistema de Ouvidoria e a melhor maneira de atender as demandas do cidadão. O subcontrolador de Controle Interno, Ricardo Augusto Ramos, abordou as principais falhas detectadas pela Subcontroladoria de Controle Interno (SUBCI) da CGDF na realização de auditorias nas administrações regionais.
Transparência
Os administradores também vão se inteirar sobre a importância do controle social e da transparência ativa – divulgação das informações do órgão na internet – apresentadas pelo subcontrolador de Transparência e Combate à Corrupção, Paulo Wanderson Martins, e sobre a estrutura e capacitação na área correcional, com a subcontroladora de Correição Administrativa, Michelle Heringer Caldeira.
História de Brasília
Os desastres de fim de semana continuam ocorrendo com chapas brancas. A fila da humilhação, também, dos carros da Novacap se abastecendo domingo, com famílias, na bomba da companhia, é um espetáculo que bem devia ser programado pelos guias turísticos da cidade, como atração. (Publicado em 17/11/1961)
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Na impossibilidade de criticar, com veemência e indignação, aqueles que, por ofício, deveriam ser os primeiros a resguardar os mais altos valores da ética e da lei, melhor seria citar, nesse latifúndio de honoráveis juristas, todos rendidos há um tempo de infortúnios, apenas dois brasileiros que fizeram do Direito um porto seguro e uma ponte a unir os homens de bem desse país. Refiro-me, primeiramente, ao saudoso advogado Sobral Pinto (1893-1991), para quem o mister da sua profissão não se destinava a defesa de qualquer interesse, amizade ou vultosos honorários.
Defensor dos direitos humanos, pautou toda a sua vida profissional pela ética. Combateu a ditadura getulhista e o golpe de 1964 com o mesmo vigor, defendendo presos políticos. Pudesse presenciar o momento experimentado hoje pelos brasileiros, certamente não se calaria diante dos acontecimentos e dos caminhos tomados pela justiça. Por certo, não abraçaria a defesa dos colegas atuais de oficio ao notar que os preceitos da justiça, necessários ao patrocínio de qualquer causa, já não são seguidos como antes. De fato, ficaria escandalizado ao observar que, na maioria das causas patrocinadas agora pelos grandes escritórios de advocacia, mesmo os mais débeis sinais da justiça se acham léguas distantes do cliente.
Ao verificar hoje que a consciência escrupulosa, tão necessária a todo o advogado, há muito deixou de existir (com muitas exceções), não seria surpresa se abandonasse a antiga profissão desiludido com as mudanças drásticas da justiça em nosso país.
Outra exceção, digna de nota, nesse imenso milharal transgênico e cancerígeno em que se transformou o exercício da advocacia no Brasil, é do jurista e professor Modesto Carvalhosa (1932). Agindo como uma espécie de D. Quixote contra os moinhos poderosos de uma justiça carcomida, esse é, sem dúvida alguma, o mais brilhante e destemido advogado em atuação no país. Com a mesma bravura de Sobral, lutou contra a ditadura e principalmente contra a corrupção, que já no final da década de oitenta, logo após o início da redemocratização, mostrava a verdadeira face dos bastidores da política e do governo civil.
Autor do Código de Ética do Servidor Público, um conjunto de normas que visava manter a administração pública longe do canto das sereias dos políticos e empresários inescrupulosos, foi também autor de vários livros sobre o assunto, com destaque para O livro Negro da Corrupção, ganhador do Prêmio Jabuti.
Nesses dias nebulosos, em que até a suprema corte entrou no redemoinho dos escândalos, foi autor do pedido de impeachment do ministro Gilmar Mendes e mais recentemente do próprio presidente do STF, Dias Toffoli, tendo sido, inclusive, candidato à presidente da República, com a bandeira da moralização e da ética no governo.
No Brasil, diz, “a percepção da corrupção é clara para a sociedade, que enxerga nos privilégios outorgados aos políticos, aos partidos, aos altos servidores públicos dos três Poderes e a determinadas empresas e setores privados, formas evidentes de corrupção. ” É a corrupção institucionalizada. Contasse hoje apenas com esses dois jurisconsultos, o Brasil já poderia ser considerado um país abençoado e muito bem servido na área do Direito
A frase que foi pronunciada:
“Precisamos trazer de volta a decência, a moralidade e a legitimidade que faltam aos governantes no Brasil”.
Modesto Carvalhosa, advogado, 85 anos, no Estado de Minas.
Vida
Quem chama atenção ao ocorrido é o nosso colega Álvaro Costa. Foi um estardalhaço quando o Senado anunciou a compra de desfibriladores cardíacos que ficariam instalados em alguns corredores do Senado. Novamente um dos aparelhos e a rápida ação do Serviço Médico salvaram a vida, dessa vez de um servidor da Casa que teve uma parada cardíaca.
Sem sentido
Descabida a iniciativa dos organizadores de fechar o estacionamento público para os visitantes da Feira Internacional no Centro de Convenções. Mais grave do que fechar, é cobrar R$ 20,00 pelo uso da área pública. Não é possível que o GDF tenha concordado com isso.
ICMS
A pedido do Sindivarejista, o GDF aprovou o fim do Diferencial de Alíquota (Difal) presente no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços. Isso significa que, a partir do próximo dia 30, o comércio deixará de pagar 5% ao adquirir produtos fabricados nos estados.
Fernando Gomide
Mais de 30 anos no Senado Federal. São inúmeros os aposentados que deixam para o serviço público um legado de contribuição. Representando todos esses bravos trabalhadores, Fernando Gomide escreve sobre essa experiência. Leia no blog do Ari Cunha. Se você também gostaria de registrar sua participação no serviço público, envie seu relato para o nosso email (na descrição do blog).
–> Testemunha da História
Ao longo de mais de três décadas como servidor de carreira do Senado Federal, tive a oportunidade de acompanhar e, porque não dizer, contribuir em inúmeros momentos importantes da vida nacional.
Desde 1985, fui testemunha de muitos dos episódios mais marcantes de nossa história política. Fatos que hoje já fazem parte de livros acadêmicos, muito embora tenha eu minha própria interpretação sobre alguns deles e que o passar dos anos e dos personagens envolvidos tragam à luz outras “verdades”.
Uma das minhas primeiras experiências foi a CPI dos chamados “Anões do Orçamento”. Considero aquele episódio emblemático, na medida em que, já naqueles tempos, estavam presentes métodos e personagens que até pouco tempo eram considerados expoentes de nossa política. Do meu ponto de vista, não fosse nossa tendência de esquecer um escândalo na esteira do surgimento de outro, numa infeliz profusão de casos de corrupção, já poderíamos há muito ter extirpado da vida política algumas figuras que nos assombram com seu cinismo e desfaçatez.
O passar do tempo me colocou ora como espectador privilegiado, ora como participante ativo de momentos e mudanças significativas na política, como os impeachments de Collor e Dilma, a ascensão e queda de Lula e do PT, a Lava-Jato e, claro, o fenômeno Bolsonaro. Dei minha contribuição a importantes marcos da legislação brasileira como a constituinte, a CPI do Judiciário (1999), o orçamento impositivo, o estatuto do desarmamento, o fim da CPMF, a Lei das Estatais, a Reforma da Previdência (2003), várias mudanças nas regras eleitorais, as inúmeras tentativas de reforma tributária, as crises da segurança pública, entre outras.
Pessoalmente, envolvi-me com a questão das doenças raras, tema que me é muito caro e penso ter obtido algumas vitórias: a flexibilização nas regras de fornecimento de medicamentos e terapias pelo SUS, a política nacional das doenças raras e, o mais importante, a conscientização de parte da classe política para o sofrimento de milhões de brasileiros. Essa luta me rendeu, com muito orgulho, o reconhecimento do Senado em 2016, quando tive a honra de ser agraciado com a comenda Dorina Nowill.
Na esteira do tempo, fui assessor e chefe de gabinete de muitos homens e mulheres célebres a quem homenageio, na impossibilidade de nominar a todos, na figura de Antônio Carlos Magalhães, a figura política que mais me marcou. Homem de temperamento forte, para muitos simbolizado pelo estereótipo do “Toninho Malvadeza”, o alargamento da visão histórica hoje me faz perceber que se tratava de alguém que tinha firmeza de convicções, fruto de uma época marcada por conflitos ideológicos globais e que, a despeito do julgamento que alguns possam fazer, era um homem público que tinha como missão de vida a defesa dos interesses da Bahia e por isso será eternamente reconhecido.
É exatamente neste sentido que, me sinto no dever de deixar registrado meu pensamento sobre a política e os políticos, fruto de tantos anos em íntima convivência com alguns de nossos maiores líderes.
O momento político não é fácil. O governo precisa de um grande estadista com visão global dos problemas, com conhecimento e experiência capazes de nos mostrar um rumo para além dos interesses imediatos dos políticos atuais. Lideranças, como o senador Tasso Jereissati, capazes de conduzir a discussão de grandes temas com a profundidade necessária, alheias às disputas por espaço na mídia ou a aprovação das redes sociais, universo onde imperam a superficialidade e o desejo de conquistar “seguidores”.
Com honrosas exceções, que apenas confirmam a regra, ainda não vislumbro entre a nova geração de políticos (apesar da boa vontade e da onda renovadora que varreu boa parte das lideranças tradicionais) lideranças como Ulysses Guimarães, Afonso Arinos, Sobral Pinto, Mario Covas ou o próprio ACM, que, apesar de adotarem correntes de pensamento distintos, compreendiam seu papel histórico e institucional, tinham consciência dos reais problemas do país e apontavam soluções. Podiam divergir sobre os caminhos a tomar, mas o Norte sempre foi o do desenvolvimento e dos interesses maiores da nação.
Hoje encaminho-me para a aposentadoria com a sensação do dever cumprido, de ter dado o melhor ao meu alcance, humildemente contribuindo para o país. Se o tempo começa a me roubar as forças, entretanto, não me retira a esperanças. A vida no Congresso, apesar dos aparentes momentos de retrocesso, me ensinou sobretudo a acreditar no povo brasileiro. Uma gente que, mesmo nos momentos mais graves, soube conciliar suas diferenças e avançar, construindo para o futuro, aprendendo com o passado. Por isso, minha fé eterna na democracia como modelo e no parlamento como seu templo mais sagrado.
Fernando Gomide
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
O movimento de fim de governo e começo do próximo vai encontrar os hotéis anexos na mesma penúria e sujeira. Estarão, certamente, todos lotados, mas cada hóspede será um maldizente, se continuar como está. (Publicado em 17.11.1961)
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Fôssemos apontar aquelas instituições públicas que realmente podem ser consideradas como as joias da sociedade por sua importância para o futuro, sem dúvidas, a Universidade de Brasília estaria num dos primeiros lugares. Nenhuma sociedade logrou se desenvolver sem o auxílio de um amplo conjunto de pessoas dedicadas ao saber e às ciências. Ainda mais no mundo atual, onde a tecnologia e o conhecimento científico ditam os rumos de uma Nação.
De fato, não existe hoje um país que tenha alcançado o status de desenvolvido sem que tenha investido tempo e recursos em suas universidades e centros de pesquisa. Não é por outra razão que da sociedade são drenados anualmente vultosos recursos para o pleno funcionamento dessas instituições.
É preciso destacar ainda que a grande maioria da população que paga seus impostos de forma direta e indireta e que custeiam as universidades públicas, como é o caso da UnB, jamais irão frequentar essas instituições por razões diversas. Mas ainda assim esperam que essas entidades sejam capazes de produzir e elaborar projetos que melhorem e facilitem a vida dos cidadãos, tanto no campo intelectual, como no campo prático.
Dessa forma, é possível deduzir que, sobre as cabeças pensantes da Universidade, pesem enormes e difíceis responsabilidades, muito maiores do que as atribuídas ao homem comum. Das universidades espera-se muito, inclusive soluções para um país que anda a passos trôpegos nesse início de século. Colocado dessa maneira, o que a sociedade não pode tolerar é que as Universidades públicas continuem fechadas em torno de si, discursando para dentro, panfletária e submissa a ditames de partidos, queimando a bandeira nacional, perseguindo quem ousa se opor aos ventos gélidos vindos de uma Europa Oriental que já não existe nem nos mapas escolares.
Avessa ao que passa ao redor, nossa universidade perdeu o importante protagonismo e já não consegue formular propostas reais para os graves problemas que a sociedade enfrenta. Nesse sentido e à guisa de exemplo, chama a atenção a invasão de áreas dentro e nas bordas da UnB pelos chamados catadores de papel e carroceiros. Também no Setor de Embaixadas Norte e Finatec.
Tratam-se de invasões antigas que vêm aumentando significativamente nesses últimos anos. Cheias de crianças descalças, lixo por todo o lado, trapos de barracas, mulheres cansadas e homens circulando com carrinho de supermercado em busca de lixo prestável.
Uma visita rápida nas estantes da biblioteca dessa instituição, é possível encontrar livros e trabalhos de sociologia e antropologia e outras ciências humanas que tratam dessa e de outras questões correlatas de forma teórica. Surpreende que a UNB conviva diariamente com essa realidade e não consiga elaborar um mísero projeto – até de forma didática – para minorar esse problema.
Onde estão os intelectuais dessa instituição que não se apresentam, onde estão os estudantes que diuturnamente protestam para o vazio que não se envolvem com o problema e arregaçam as mangas e mostram como agir. Orbitando em torno do próprio umbigo, nosso centro de saber parece não ter o que dizer. Talvez não se tenham dado ao trabalho de enxergar um campo de ação tão repleto de questões à espera de uma solução que pode ser até simples. O absenteísmo de nossa universidade a questões que gritam em seu próprio campus fala por si.
A frase que foi pronunciada:
Capacitação
Uma jovem passou mal no shopping Iguatemi, levou uma queda de costas com uma pancada forte na cabeça. Poucos queriam ajudar e muitos curiosos em volta. Uma testemunha conta que uma médica se ofereceu para examinar a moça e o segurança do shopping pediu para que ela se afastasse. Os brigadistas não haviam chegado. O fato serve de alerta para analisar a capacitação desses profissionais que atendem em vários lugares movimentados. É bom ter certeza de que os brigadistas e seguranças estejam aptos a atender em casos de emergência. A médica acompanhou a moça até a enfermaria do shopping e tudo se resolveu.
Alegria
Responsáveis do HUB por receber cabelos de doadores para pacientes de câncer não escondem a alegria. Convidam os doadores para conhecer o andar que atende as pessoas que farão uso da doação. Mostram como trabalham os voluntários do hospital. Vale a pena conhecer esse projeto.
Vitória
Aconteceu nessa semana o maior evento nacional de remo do país. Christian Cortez Barbosa garantiu a vaga na Seleção Brasileira de Remo. O atleta, do Minas Brasília, competiu com grandes clubes como Botafogo, Flamengo, Vasco, Pinheiros e Grêmio. Christian, treinado por Celio Dias, é o representante da capital do país.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
A quadra onde se localizam os Hotéis Dó-Ré-Mi ainda não foi urbanizada. Antes, o acesso era difícil. Agora, quase impraticável, depois que começaram a abrir as valas. (Publicado em 17.11.1961)
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Quando teve início o processo de migração da classe média e alta das escolas públicas para os particulares, entre o fim da década de 70 e começo dos anos 80, o que ocorreu como consequência incontestável foi a deterioração progressiva desses estabelecimentos do Estado, o sucateamento do ensino, em todos os níveis, e a transformação dessas instituições em lugares perigosos para o convívio de crianças, adolescentes e até para os próprios professores.
As sucessivas reformas feitas a toque de caixa no ensino público, para conter a evasão crescente de alunos, não surtiram o efeito desejado e hoje, raras são as escolas públicas que conseguem manter algum nível regular de qualidade no ensino. Essa é uma triste realidade que demonstra cabalmente que a maioria das políticas públicas e principalmente aquelas direcionadas para as classes mais carentes, são realizadas de modo apenas a suprir lacunas ou a cumprir o que dispõe e obriga a Constituição.
Entregues à própria sorte, o ensino público, da pré-escola à universidade, com raríssimas exceções, está em estado de ruínas. O mesmo se repete em outros setores, como saúde, segurança, o que tem levado as famílias, com certo nível de renda, a procurar também amparo em hospitais privados, planos de saúde, a contratarem seguranças particulares, blindarem automóveis ou a residir em condomínios que mais parecem penitenciárias. Quem tem recursos, procura suprir essas falhas do Estado como pode. O problema é com aqueles que necessitam dessas políticas públicas e não encontram respaldo. Uma visita a qualquer escola ou hospital da periferia, dá uma mostra da qualidade desses serviços prestados à população da base da pirâmide.
Mudar essa realidade por leis, reformas ou projetos políticos não tem dado certo e a razão é simples e clara: nenhuma autoridade, esteja ela na administração do Estado ou não, utiliza efetivamente os serviços públicos. Nem eles, nem seus familiares. Vivem num Brasil à parte, onde tudo funciona a contento. Essa realidade é ainda agravada quando se observa o arco de proteção que o Estado proporciona às autoridades instaladas nos três poderes da República. Quem se der ao trabalho de analisar, de perto, por exemplo, o que dispõe a nova Lei da Magistratura, poderá ter uma ideia desse diferencial de tratamento proporcionado pelo Estado aos juízes e aos seus familiares.
O mesmo ocorre com relação aos parlamentares, aos ministros, tanto do Executivo como os dos tribunais, todos devidamente blindados contra as agruras e deficiências dos serviços públicos prestados ao grosso da população. O mesmo se repete com os transportes públicos que são de péssima qualidade para a população de baixa renda. Para os áulicos, jatinhos da Força Aérea, carros de última geração e outras mordomias, bancados, obviamente, pelos impostos extraídos das massas.
Condicionar as autoridades, com assento nos três Poderes, a utilizar desses mesmos serviços públicos para o atendimento de suas necessidades em educação, saúde, segurança e transporte, apenas para ficar nesses itens, surtiria mais efeito para melhorá-los do que qualquer reforma, ou discurso político. De fato, o que tem impedido, por séculos, essas mudanças, é que o pessoal que, por suas atribuições, poderia fazê-lo, não sente a necessidade de modificá-los, até porque estão muito bem servidos, obrigado.
A frase que foi pronunciada:
“Liderança é serviço, não posição.”
Tim Fargo, autor de Sucesso do Alfabeto e Mentiras.
Ambiente
Sarney Filho, Secretário do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos do DF, promete tirar do papel 17 parques no DF já criados por lei. O secretário garante que até o final do mandato serão 35 parques a mais para a população do DF respirar o verde.
Denúncia
Por falar em meio ambiente, continua a vigorar a lei mais estapafúrdia em tempos de economizar água. Se você tem uma sala comercial, é obrigado a pagar uma taxa mínima de consumo. Essa taxa recai sobre a estimativa absurda de 10m³ de água em uma sala comercial de 30m². Decisão recente do STJ determinou que a existência de hidrômetro, por si só, impede a cobrança por estimativa, critério que atende as regras do Código de Defesa do Consumidor, na medida em que só poderá ser cobrado o que efetivamente for consumido. Mas na capital do país isso não funciona.
Enquanto há tempo
Problema sério nas superquadras de Brasília e nas cidades satélites. Motoqueiros andando nas calçadas e ciclovias desrespeitam a lei e colocam a vida de pedestres em risco. Principalmente nas quadras comerciais onde há restaurantes com serviço de entrega. Ou se corta o mal pela raiz, ou aguardamos a morte de alguém para que alguma providência seja tomada.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Alguém deve receber punição no caso da iluminação da Praça dos Três Poderes. O dinheiro gasto, que não foi pouco, não poderia ser empregado em experiência, como tudo deixa crer, tenha sido. (Publicado em 17.11.1961)
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Caso não venha a perder tempo com discussões vazias e sem resultados práticos, num país em que a educação é ainda uma área carente do mais básico, o novo ministro da pasta tem pela frente um conjunto, nada desprezível, de questões que requerem atenção urgente apenas para dar andamento normal ao trabalho desse ministério, paralisado e abalado por frequentes crises.
Ultrapassado recentemente pela Colômbia no quesito qualidade educacional do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), o Brasil continua amargando os últimos lugares nesse tipo de ranking, mesmo gastando por aluno quase o mesmo que países desenvolvidos ou algo em torno de R$ 3.824 per capta. Nesse sentido, nosso país não tem mais tempo a perder.
Levantamento feito por especialistas do próprio ministério da Educação mostra que, dentre os desafios dessa pasta, talvez o mais importante e que vai exigir grande esforço de articulação política é com relação ao Fundeb, o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação. Esse órgão é responsável direto pela injeção de recursos no setor, repassando cerca de R$ 150 bilhões por ano a estados e municípios, mas deverá ser encerrado em 2020 por um outro modelo qualquer de financiamento da educação pública que ainda não se sabe qual será.
No Congresso, essa discussão não tem sido debatida, o que complica sua substituição. São mais de 1,8 mil municípios mais carentes que necessitam desses repasses complementares para custear pagamento de pessoal, transportes escolares e outros gastos. Também a chamada Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que indica os elementos de aprendizagem principais a serem desenvolvidos do ensino infantil ao fundamental, tanto das escolas públicas, como privadas, estão paradas e necessitando de maiores orientações do governo federal para introduzi-los nos currículos escolares, formar professores e produzir materiais adequados.
Esse assunto, contudo, não conta com o apoio da maioria dos professores, mais preocupados com a realidade prática de cada localidade. Para muitos deles, a BNCC interfere nessa realidade de cima para baixo e de fora para dentro, desprezando as características próprias de cada região. Outro problema dessa área é quanto à reforma do ensino médio que prevê que esses alunos terão um aumento na carga horária e uma possibilidade de escolher e optar por disciplinas que desejam estudar. Segundo os especialistas, o ensino médio tem sido uma etapa em que os projetos e ações do poder público têm obtido pouco ou nenhum resultado efetivo e representa hoje o principal gargalo da nossa educação com alta evasão escolar e reprovação.
De acordo com o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), a quase totalidade dos estados da federação não alcançou a meta prevista para 2017, sendo que em alguns estados houve uma sensível piora no desempenho apresentado pelos alunos.
O novo ministro deverá levar em consideração ainda que a formação dos professores ainda está longe da realidade vivida por eles em sala de aula. Esse é, segundo os especialistas, um grande problema, já que acaba se tornando em mais um grande empecilho para se estabelecer uma educação de qualidade. Outra questão premente é quanto à realização, a tempo, do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Tanto esse exame como a Prova Brasil, que avalia a aprendizagem dos estudantes da 5ª a 9ª série, estão com seus cronogramas atrasados por conta de problemas na gestão do próprio ministério da Educação.
A frase que foi pronunciada:
“Não é possível refazer este país, democratizá-lo, humanizá-lo, torná-lo sério, com adolescentes brincando de matar gente, ofendendo a vida, destruindo o sonho, inviabilizando o amor. Se a educação sozinha não transformar a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda.”
Paulo Freire, educador
Inteligência e sensibilidade
Já dizia o filósofo de Mondubim: “Deus ajuda quem cedo madruga.” Até que enfim uma autoridade voltou os olhos para os milhões de brasileiros que acordam de madrugada para trabalhar. Em troca de uma economia pífia de energia, a saúde dos trabalhadores contrastava com a alegria de tomar uma cervejinha ainda com sol.
Reforço
Reforma da Previdência recebe apoio do partido Novo. Além de Amoedo, estiveram com o presidente Bolsonaro: Marcel van Hattem, Paulo Ganime e Tiago Mitraud. “O NOVO põe o cidadão em primeiro lugar e por isso defendemos uma previdência mais justa, sem privilégios e sustentável”, disse o presidente do partido.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Ainda na estaca zero, a iluminação da Praça dos Três Poderes, que de tão estonteante passou a não existir. Provavelmente teremos posse do novo presidente às escuras, à noite, no lugar que outrora tinha uma iluminação ideal. (Publicado em 17.11.1961)
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Todos os países que apresentam excelentes índices em educação mostram, também, ao lado de uma persistente política pública para esse setor, níveis zero de problemas de violência envolvendo alunos e professores. É o caso de países como Coreia do Sul, Japão, Malásia e alguns outros.
Em comum, esses países adotam, além da qualidade indiscutível da educação, uma rígida disciplina que estende ao aluno e aos seus responsáveis todas as consequências pelos atos praticados por ele dentro da escola. Nesse caso, e sem maiores traumas, adotam desde a alfabetização, a disciplina como matéria escolar corrente. Na verdade, nessas sociedades mais desenvolvidas, a disciplina é requisito básico para a sobrevivência, independente do grau de formação acadêmica.
No Brasil, essa realidade há anos vem se apresentando de modo tão inverso que, não raro, os alunos com problemas sérios de comportamento são tolerados dentro das escolas apenas para não causarem maiores problemas e para não engrossarem, ainda mais, os índices de evasão e repetência escolar. Obviamente que, devido a essa estratégia “didática”, que acoberta aqueles indivíduos até violentos, contribui, ao seu modo, para aumentar as piores estatísticas dentro dos estabelecimentos de ensino, particularmente nos episódios de agressões contra professores.
Não é por outra causa que aumentam a cada ano os episódios de ataques contra os docentes. Há pelo menos uma década e meia que esses casos vêm sendo registrados e em número crescente, transformando nossas escolas numa espécie de reformatórios para menores delinquentes. Infelizmente, quem acaba pagando por essa tolerância são justamente os bons alunos, professores e os demais funcionários das escolas.
Desde 2003 o Brasil vem ocupando o primeiro lugar no ranking de país mais violentos contra os professores. Já naquele ano, pesquisa realizada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), com 100 mil professores de 34 países, mostrava que 13% dos professores brasileiros já haviam declarado serem vítimas de agressões verbais ou de intimidação de alunos. Trata-se de um índice elevadíssimo e que demonstra a falência de nosso modelo de educação, que copia da sociedade o mesmo sistema que considera o infrator uma vítima do meio.
Nesse sentido merece ser saudada a intenção do atual ministro da Educação, Abraham Weintraub, de colocar em prática, em todas as escolas do país, um programa de disciplina que irá defender os professores agredidos em sala de aula, dando a eles a necessária cobertura para não só chamar a polícia, mas também como processar os pais e responsáveis. O ministro foi ainda mais além, afirmando ser sua intenção buscar meios para que os responsáveis pelo aluno agressor percam o Bolsa Família e mesmo a tutela desses menores infratores.
Temos que cumprir leis ou caminhamos para a barbárie, afirmou recentemente o ministro, para quem é preciso acabar com a prática do ‘coitadismo’ e da leniência com esses casos. Tão logo foram anunciadas essas medidas de endurecimento contra os agressores, as mídias sociais foram inundadas com mensagens de apoio, o que mostra que esse é um problema que também aflige a sociedade, principalmente as pessoas e as famílias de bem que veem nossas escolas transformadas em depósitos de crianças desajustadas e completamente abandonadas pelo sistema.
A frase que foi pronunciada:
“Como escapar do Vale da Morte Educacional.”
Sir Ken Robinson. É um autor, palestrante e consultor internacional em educação nas artes para o governo, organizações sem fins lucrativos
Emprego
Recebemos as dicas da Bazz Estratégia e Operação de RH para quem estiver desempregado. Leia a seguir.
–> Saiu do emprego? Veja como se recolocar!
O desemprego está em alta e por mais que haja uma perspectiva de melhor, essa não será em curto prazo, outro ponto é que se observa um crescente desânimo no mercado profissional com a insatisfação dos profissionais por motivos variados, criando uma crescente busca por um reposicionamento no mercado no trabalho. Assim, alguns cuidados devem ser tomados antes de qualquer ação de procura de emprego ou mesmo de mudança.
É importante ter claro que, em momentos de incertezas na economia e nos resultados das empresas, o surgimento de novas oportunidades fica comprometido, com isso, buscar uma recolocação no mercado de trabalho tende a ser mais dificultoso. Mas, isso não torna impossível.
Desemprego é motivo de desespero?
Pode parecer difícil manter a calma diante o desespero e as informações negativas do mercado que vemos diariamente, mas, nesse momento manter a tranquilidade e equilíbrio torna-se um fator essencial para seu reposicionamento.
Para e repare como sempre a ansiedade e o desespero tende a dificultar ainda mais o raciocínio e apresentação de suas habilidades técnicas e comportamentais, por isso se controle. Além disso, agir por impulso de induzi-lo a decidir por uma oportunidade qualquer, que não agregará em sua vida profissional ou poderá deixar vulnerável a golpes existentes no mercado, por trás de oportunidade milagrosas de ganhos. Assim, primeiro ponto que ressalto, mantenha o raciocínio lógico.
Passos para se reposicionar
A busca por reposicionamento não é tão simples, porém também não é impossível, sendo necessário planejamento e preparo em suas ações e construções de novas oportunidades. Cito sete passos que julgo importantes para que essa busca tenha êxito:
1. Amplie sua rede de relacionamentos a cada momento, isto é, trabalhe o seu network, lembrando que esse não deve ser utilizado somente nas necessidades. Assim, esteja pronto também para ajudar e nunca deixar de ser lembrado;
2. Defina a estratégia para que possa desenvolver sua autoapresentação, de forma transparente, segura e que demonstre preparo;
3. Crie interesse por parte do entrevistador, através de um Curriculum Vitae bem elaborado, com ordem e clareza na apresentação descrita e verbal, apresentando quais seus objetivos e seu potencial;
4. Cuidar da imagem pessoal é tão importante quantos os demais itens, demonstram autoestima e amor próprio, pois, primeiro temos que gostar de nós mesmos para depois gostar do que fazemos;
5. Busque conhecimento e informações além de sua formação, a fim de manter-se atualizado diante das mudanças de mercado;
6. Conheça as empresas que tem interessem em buscar oportunidades, analisando seus produtos ou serviços, estrutura e sua colocação de mercado.
7. Tenha transparência e autenticidade, esses pontos que atraem as empresas, portanto, não queira construir um personagem, seja você mesmo, demonstre o quanto tem valor nas competências técnicas e comportamentais.
Estou empregado, mas insatisfeito!
O fato de passarmos por uma crise não significa que os profissionais que estejam posicionados e desmotivados devam ficar estagnados, sem analisar novas possibilidades. Porém, aconselho que primeiramente se busque quais os motivos que estão levando a condição de desmotivação, criando oportunidades de mudança do ambiente e tornando-o mais atraente.
Após essas ações e análises, concluindo-se que realmente é momento, recomendo que busque novas oportunidades, contudo, antes de deixar a colocação atual, aguarde o melhor momento e uma boa proposta para tomar a decisão em definitivo.
Enquanto isso não ocorrer, busque motivação para contribuir com a empresa, atitude que considero no mínimo profissional e que dará respeito e consideração futura. Lembrando que deixar um legado positivo em resultados e em atitudes pode consolidar sua imagem em seu campo profissional.
Celso Bazzola, consultor em recursos humanos e diretor executivo da BAZZ Estratégia e Operação de RH.
De olho
Professores têm dificuldades para cancelar plano de Saúde vendido sem as informações suficientes. Ou mesmo sem a leitura integral do contrato. Saúde Vida Card, segundo o portal do consumidor Reclame Aqui, não emite nota fiscal das parcelas pagas, não é reconhecido pela ANS, não permite o cancelamento imediato e os atendentes são extremamente brutos. Nenhuma das reclamações foi respondida no portal.
Link de acesso ao Reclame Aqui: Todas reclamações para Saúde Vida Card
Realidade
Problema sério com pessoas que precisam do salário quando dependem do INSS. Levam meses para receber, já que não há a mesma seriedade trabalhista no pagamento. Mas as contas a pagar permanecem, as multas são cobradas pelo atraso, e o prejuízo é grande, além do estado de vulnerabilidade em que o trabalhador se encontra. Os honestos pagam pelos erros alheios.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
O primeiro busto inaugurado em Brasília foi do maestro Vila Lobos, em frente ao Ministério da Educação. Até agora, Juscelino era solitário, no Catetinho e na superquadra do Ipase. (Publicado em 17.11.1961) 17.11.1961)
VISTO, LIDO E OUVIDO Criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960 Com Circe Cunha e Mamfil
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Num país em que você se depara com escolas em precaríssimas condições materiais e humanas de funcionamento, algumas não possuindo, sequer, carteiras, tetos, banheiros ou mesmo professores qualificados para a função, desperdiçar tempo e recursos com discussões propondo o combate ao chamado marxismo cultural ou a implantação da Escola sem Partido, entre outras bobagens acadêmicas, parece coisa de lunático. Prioridades são, até para técnicos medíocres, em qualquer área, a maneira correta para atingir os objetivos propostos.
De um dirigente, principalmente dentro de um ministério com a importância e a urgência que a educação requer nesse país, espera-se, ao ser empossado, que faça, o mais breve possível, uma radiografia completa e detalhada sobre as prioridades que essa área reclama. Obviamente, aproveitando estudos nesse sentido já realizados pelos técnicos da área.
Sem o conhecimento das necessidades, muitas das quais até básicas, como quadro negro, exigidas nesse setor, toda e qualquer ação é inócua. O segundo ponto importante, é claro, é a colocação nessa pasta de um profissional com formação e atuação direta nessa área, ou seja, de um educador de renome. Dificilmente um setor delicado com tantos problemas e carências, como o da educação, alcançará resultados significativos com gestão centrada em parâmetros do tipo político partidária.
Realizados esses dois quesitos, a terceira tarefa prioritária, e talvez a mais importante de todas, seja a valorização do professor. Esse profissional é a mola mestra de todo o sistema educacional. Dele depende não só o desempenho dos estudantes, mas o bom funcionamento de toda a estrutura educacional. Desde sempre é sabido que os resultados na melhora do sistema educacional, seja aqui ou em outros países, passa primeiro pela melhora nos quadros dos docentes. Valorizar esse profissional importantíssimo para o desenvolvimento humano e social de um país requer cuidar, de início, de um conjunto de medidas que visem a formação de qualidade desses trabalhadores, bem como o estímulo à profissão por meio de um bem montado e completo plano de carreira, capaz de atrair cada vez mais brasileiros para esse setor.
O Brasil possui hoje aproximadamente 2,2 milhões de professores, sendo a profissão mais numerosa do país, o que, de certa forma, já facilitaria dar início aos trabalhos de transformação do país via educação. Ocorre que essa é ainda a profissão mais desvalorizada entre nós. Pesquisas recentes têm revelado que uma média de 71% dos educadores se declaram insatisfeitos com a profissão, sendo que muitos falam abertamente em abandonar o ensino, tão logo consigam outra ocupação remunerada.
A falta de incentivos, o desprestígio perante a sociedade e os próprios alunos, além dos casos recorrentes de violência nas escolas, tem afastado muitos professores do trabalho de ensinar. 67% dos professores entrevistados pela pesquisa elaborada pelo movimento Todos pela Educação revelaram que nunca foram ouvidos para a formulação de propostas para as políticas de educação. Quando o assunto é remuneração, a quase totalidade reclama dos baixos salários e de outros incentivos materiais, como auxílio para compra de livros, realização de cursos de aperfeiçoamento e outras ações capazes de manter esses profissionais seguros e bem preparados para a missão.
Fosse realmente colocado como prioridade nacional, e não apenas como discurso vazio de campanha por todos os candidatos, há muito a questão educacional já seria um assunto resolvido. Nesse sentido, começar pelo início, ou seja, pelo estabelecimento de uma lei que fixe como teto da remuneração dos servidores públicos do país o salário de um professor universitário ou pesquisador com dedicação exclusiva, carga completa e com todas as titularidades seria, com toda a certeza, o começo de uma nova era para a educação em nosso país.
Somente no dia em que a profissão de professor for considerada a mais importante do país é que estará solucionado esse problema secular que nos mantém presos ao atraso e ao subdesenvolvimento
A frase que foi pronunciada:
“Um professor é a personificada consciência do aluno; confirma-o nas suas dúvidas; explica-lhe o motivo de sua insatisfação e lhe estimula a vontade de melhorar.”
Thomas Mann, escritor alemão
Revisão
Na marcha em defesa dos municípios, o presidente Bolsonaro disse que o país sairá da crise se todos os brasileiros tiverem o mesmo objetivo: o bem-estar da população brasileira. Além da boa intenção, já é hora de os prefeitos prestarem contas obrigatoriamente a cada vez que pedem mais dinheiro. Prestar contas e contrapartida ao país.
Revogaço
O excesso de regras é a alegria de quem procura brechas para sair da linha. Ao prometer enxugar o roteiro burocrático, o governo mostrará, na prática, que o cidadão de bem é prioridade. Bom seria se o governador Ibaneis fizesse o mesmo.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Desde que o Major Dagoberto foi promovido a coronel, nunca mais tivemos telefone na redação. Vou mandar dizer isto ao José Paulo Viana. (Publicado em 17.11.1961)
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Durante todo o tempo em que a mídia prestava atenção e divulgava as falas, Lula, insistentemente, usou da retórica divisionista do “nós contra eles” como forma de apartar as massas e com isso obter vantagens eleitorais e políticas imediatas, dentro da velha e perigosa lógica de dividir para dominar. Por um breve período, a estratégia adotada pelo então presidente da república lhe trouxe alguns frutos e, enquanto estava no poder, não foram poucos os políticos e parte da imprensa que se renderam a essa ladainha belicista, certos de que ela era uma mera tática usada em política, inofensiva e sem maiores consequências.
O tempo, com sua paciência de estátua de praça, cuidou de demonstrar que, por detrás dessa singela retórica separatista de marketing, estava se formando e cristalizando um grosso caldo onde eram misturados, no mesmo caldeirão, ódios, invejas, incapacidades, ressentimentos, frustrações e outros sentimentos que só a espécie humana é capaz de produzir. Passados agora um ano da prisão, passados 365 dias desse ideólogo do caos, o que se observa por todo o país é o afloramento desses sentimentos nas suas mais variadas versões, opondo brasileiros contra brasileiros, instituições contra instituições e, o que é pior: os brasileiros contra as instituições do Estado.
Brotadas as sementes desse ambiente de animosidade generalizada, que foi cuidadosamente semeado, a razão e o bom senso se afastaram, dando lugar a ações extremistas e outras maldades que pareciam confinadas na Caixa de Pandora. Com isso, a perda de credibilidade nos políticos e suas respectivas legendas, nas instituições da República e no próprio Estado, tem propiciado, cada vez mais, o aparecimento de núcleos extremistas que pregam abertamente, e sem maiores constrangimentos, o fim do Estado Democrático de Direito.
A forma selvagem com que o ministro da Economia, Paulo Guedes, foi tratado na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, e mesmo o conteúdo dos debates que vão sendo travados no Congresso, reforçam a preocupação de que o Brasil vai adentrando célere para um período de grande conturbação política e social, por conta, justamente, desses apelos segregacionistas feitos num passado recente e que, infelizmente, não foram, naquela ocasião, repelidos com a máxima veemência.
Para aqueles que não entendem a antiga expressão: “quem semeia vento, colhe tempestade”, o significado vai ficando cada mais claro, quando se nota que, até dentro das famílias brasileiras, as outrora sementes da fraternidade, que deveriam germinar no mesmo lar, vão sendo espalhadas pelos ventos da discórdia, levando muitas a caírem em solos inférteis.
Com ou sem metáforas, é certo que o maior e mais nefando crime cometido pelo ex-presidente, do alto de suas responsabilidades constitucionais, não foram os crimes comuns de lavagem de dinheiro e corrupção, mas o crime de pregar a divisão da nação entre “nós e eles”. Por esse crime, nem a prisão perpétua teria o condão de restabelecer e reparar os danos causados ao país.
A frase que foi pronunciada:
“O passado não reconhece o seu lugar: está sempre presente…”
Mario Quintana
Nada
Para a Procuradoria Geral, que está despejando apartamentos ocupados por estranhos: todos os oficiais de Justiça de Brasília conhecem pelo menos um deputado e um senador, que alugam os apartamentos, e, quando vêm a Brasília, “ficam num quarto de um amigo”. Desde novembro de 1961 isso acontece
Muda
Para a diretoria da CASEB: muita gente, muita mesmo, tem reclamado contra os transviados alunos daquele estabelecimento, em número reduzido, mas perigoso. Agora são centenas de escolas públicas e particulares com o mesmo problema. Com o passar do tempo as universidades também. Quanto ao Caseb o fato foi anunciado por essa coluna também em novembro de 1961.
Nesse
O governo preste atenção para uma coisa: inicia-se hoje, em Fortaleza, o primeiro Congresso de Lavradores e Trabalhadores Agrícolas do Ceará. Estes, são os explorados, os que trabalham para que os “industriais da seca” enriqueçam e multipliquem suas fortunas com o contrabando. É gente que está como pólvora. É só passar um foguinho por perto. Nada mudou desde novembro de 1961. A coluna do Ari Cunha é testemunha.
País
O Serviço de Turismo precisa funcionar no aeroporto. O que as empresas de turismo fazem é uma exploração desumana e descabida, que decepciona os visitantes, os turistas. Um senhor argentino, desembarcado ontem em Brasília, recebeu, da Excelsior, uma proposta para uma visita à cidade pelo preço de 6 mil cruzeiros. Com a relutância do turista, o mesmo serviço ficou por três mil cruzeiros. Isso em novembro de 1961, em Brasília. Hoje o roubo é tanto que para turistas a moeda é chamada de surreal.
Esperança
Há esperança também. Leia a História de Brasília abaixo. Supermercado da Novacap, a SAB, e a Cobal eram alternativas para as donas de casa pagarem menos.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Comparando preços de um ano atrás, observa-se que o custo de vida em Brasília decresceu, depois da inauguração do supermercado da Novacap. (Publicado em 17.11.1961)
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Relatório elaborado há pouco pelo Banco Mundial, com previsões econômicas para toda a América Latina, mostra não só uma desaceleração acentuada no ritmo de crescimento previsto para o continente nos próximos anos, (de 1,7% para 0,9% em 2019), mas uma expansão significativa da pobreza no Brasil. É certo que esses números negativos de crescimento irão empurrar para baixo também a maioria dos indicadores sociais, afetando diretamente os números de emprego e renda.
Sob o título “Efeitos dos Ciclos Econômicos nos Indicadores Sociais da América Latina e Caribe: Quando os sonhos Encontram a Realidade”, o estudo, que parece ter um subtítulo de romance de ficção, mostra de forma crua os desafios a serem enfrentados por nosso país e pelo continente nos próximos anos para deter o agravamento da pobreza, principalmente nesse período de crises sistêmicas que parecem afetar a todos igualmente.
Para o Brasil, as previsões são de uma expansão na riqueza interna da ordem de 2,4% para esse ano, sendo que em países como Argentina será de menos 1,3% e para a Venezuela, de menos 25%. Com isso, vai aumentando, de forma contínua, o cinturão de pobreza em volta do Brasil, o que contribui, por tabela, para dificultar o crescimento do nosso país, tornando difícil uma retomada plena do desenvolvimento.
Como no caso da maioria de nossas metrópoles, cercadas de favelas, o Brasil vai assistindo a expansão da pobreza em suas fronteiras. O fato é que, seja uma metrópole ou país, dificilmente pode haver crescimento e desenvolvimento plenos quando o entorno está cercado por situações de pobreza. Ilhados em meio à realidade da pobreza em expansão, crescer e gerar riqueza não é fácil.
Entre 2014 e 2017, os indicadores mostrados por esse levantamento mostraram que houve um aumento da pobreza no Brasil, principalmente motivado pela prolongada forte recessão. Ciclos econômicos de altas e baixas na economia, e não podiam ser de outra forma, possuem, segundo os economistas, fortes repercussões nos indicadores da pobreza.
Ganhos permanentes na economia só se tornam possíveis após um longo período de estabilidade, com a redução significativa nos índices de pobreza e de desigualdade, o que parece não ter acontecido até o momento. Nesse quesito, o Banco Mundial aponta a implementação das reformas como o meio correto para melhorar esses números negativos de crescimento. Dentre essas reformas, o Banco destaca como essencial as reformas fiscais, em especial a reforma da previdência, que representa hoje o maior sorvedouro de encargos do nosso país.
De acordo com esse relatório, o número de pessoas vivendo na pobreza no Brasil aumentou 7,3 milhões desde 2014, e hoje já atinge 43,3 milhões de brasileiros ou 21% da população, o que é um número muito significativo e que vai exigir grande esforço para ser revertido a curto e médio prazos. Mesmo a crise vivida pela vizinha Venezuela poderá trazer reflexos negativos para o Brasil, projetam os especialistas.
Internamente, a dívida pública de mais de 80% do nosso PIB mostra, segundo esses dados que temos, ainda um longo caminho pela frente. A falta de um conjunto coerente de medidas e programas sociais que produzam a chamada rede de segurança social, com políticas distributivas, pode minorar o problema da pobreza, mas só a curto prazo.
Com um problema dessa dimensão, cercado externamente por países pobres e internamente por dificuldades políticas, econômicas e sociais de toda a ordem, apostar todas as fichas apenas nos próximos quatro anos é arriscado. Teremos ainda muito chão pela frente, até livrar o país, definitivamente, da herança ruim semeada nas últimas duas décadas.
A frase que foi pronunciada:
“Um segundo mal que assola o mundo moderno é o da pobreza. Como um polvo monstruoso, projeta seus tentáculos presunçosos e incômodos em terras e aldeias em todo o mundo. Quase dois terços dos povos do mundo dormem com fome à noite. Eles são subnutridos, malcuidados e malvestidos. Muitos deles não têm casas ou camas para dormir. Suas únicas camas são as calçadas das cidades e as estradas empoeiradas das aldeias.”
Martin Luther King em discurso do Prêmio Nobel da Paz, 1964
Autoridade
É preciso enaltecer a escola Senac de gastronomia. Instalada por todo o país, tem feito um trabalho importante dando oportunidade para os alunos que realmente querem encarar o trabalho com dedicação e seriedade. Um deles, apaixonado pelo que faz, passou de aluno a professor: Josenilton Nascimento dos Santos. Ele divide o tempo entre dar aulas e trabalhar como chefe na cozinha do Sesc na Bahia. Na sexta-feira, brindou os clientes do restaurante do Senado abrindo o Festival Gastronômico. A autoridade daquele local, naquele dia, era ele. Conheça um pouco mais desse chefe internacional a seguir.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Muito bem iluminada a Avenida W 3, à altura das quadras da Fundação. Os moradores, por intermédio desta coluna, agradecem ao DFL. (Publicado em 17.11.1961)