A humanidade não deu certo

Publicado em Deixe um comentárioÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil

jornalistacircecunha@gmail.com

Facebook.com/vistolidoeouvido

Instagram.com/vistolidoeouvido

 

Foto: Carolina Antunes/PR

 

Mais do que nunca, é preciso crer que para a atual secretária de cultura, Regina Duarte, a eterna namoradinha do Brasil, a morte do também ator Flávio Migliaccio deve ter calado fundo na sua alma, não apenas porque ambos dividiram o mesmo palco, atuando em algumas novelas de grande sucesso na televisão nessas últimas décadas, mas pelo fato de que hoje, quis o destino que cada um seguisse seu próprio caminho.

Para Migliaccio, a cortina de cena foi cerrada por um ato absoluto e brutal, daqueles capazes de colocar um ponto final no longo e tumultuoso trailer de nossas vidas. Daí por diante, resta apenas o silêncio do vazio. É preciso crer ainda que o silêncio oficial da atual executiva da equipe do governo Bolsonaro tenha sido, talvez, o melhor que se pode dizer num momento como esse. Talvez essa ausência de uma nota de lamento tenha sido provocada pelo choque da notícia, capaz de paralisar qualquer um. Ou talvez esse mutismo seja o que de mais verdadeiro possa existir na realidade do mundo atual em que estamos imersos até o pescoço.

Quem sabe até Regina e Flávio não se davam bem por detrás das câmeras. Vai saber. Talvez se gostassem sim. Na carta que endereçou a todos nós de forma direta, o ator que tinha entre suas maiores virtudes naturais o dom raríssimo do carisma e da empatia larga, característica fundamental a quem ganha a vida sobre o palco, chegou a triste conclusão de que a velhice nesse nosso país, como tudo de resto, é o caos.

Décadas atrás, a escritora Simone de Beauvoir já havia afirmado algo semelhante quando disse que a velhice é um naufrágio. Em meio a essa quarentena prolongada, em que as opções ficam entre as fronteiras do abismo ou na escolha entre falir ou falecer, Migliaccio deixa em sua carta derradeira sentença que assusta mais ainda. Quando escreveu, “ a humanidade não deu certo”. É difícil ter que engolir uma sentença como essa, ainda mais vinda de um indivíduo do alto de seus oitenta e cinco anos de experiência. De fato, dá para compreender o silêncio oficial da Secretária de Cultura.

Para aqueles que têm convivido com Regina, seu silêncio resulta de um medo que ela vem sentindo desde que assumiu esse novo personagem. Nessa sua nova interpretação, o medo de contrariar o chefe, de contradizer aqueles que a cercam é real. Muitos que a conhecem chegam a dizer que Regina está vivendo seu mais terrível e cáustico personagem, num dia a dia que vai lhe consumindo a alma pelas beiradas. Outros dizem até que ela já não sabe ao certo nem o que é e o que veio fazer nesse Planalto Central.

Aos poucos íntimos, ela tem confessado ter entrado numa fria, com o arrependimento de ter assumido algo que lhe parecia real e possível, mas que, de fato, é falso e sem remendo possível. Como disse seu antigo companheiro, em sua fala final e que ela podia muito bem usar para voltar à sua vida com a dignidade de sempre: “Me desculpem, mas não deu certo”, principalmente com “essa gente que acabei encontrando”.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Amar a humanidade é fácil. Difícil é amar os seres humanos.”

Kalman Shulman, autor russo, historiador e poeta.

Imagem que tem circulado na internet e nas redes sociais

 

Protesto

Mais uma vez, os contribuintes devem se preparar para as consequências da aprovação da PEC 10. No Art. 8º, há a permissão para que o Banco Central compre trilhões de papel podre da banca, transformando tudo em “Dívida Pública”. A denúncia é da auditoria cidadã.

Logo: auditoriacidada.org.br

 

Movimentos

Autoridades cobrem a boca ao cochichar no ouvido do outro porque já sabem que há os leitores labiais de prontidão. Geralmente eles têm alguma deficiência auditiva. Por isso, o uso das máscaras isolou essa fatia da população da possibilidade de compreender o que é dito. Nada que a criatividade não possa solucionar. Vejam que genial a solução para esse problema no link Ela criou máscaras para surdos e vai distribuí-las de graça.

Ashley Lawrence e sua mãe estão produzindo máscaras transparentes para que pessoas surdas possam se comunicar nos EUA

 

Aldir Blanc

Uma notícia atrás da outra, assuntos em repetição contínua e para quem sossega o pensamento para questionar, estudar, pesquisar, chega a conclusões diferentes. Aldir Blanc, ícone da música brasileira, morreu sem apoio de qualquer autoridade. Embaixador da música brasileira, pela arte, levou para o mundo a boa música, a poesia dos artistas de conteúdo. Estava debilitado, com pneumonia e problema nos rins. Segundo a própria filha, não morreu de Covid19.

–> “Oi, pessoal! Eu sou Isabel, filha de Aldir Blanc, ela está internado aqui no CER Leblon, na ala vermelha, e está precisando de uma vaga urgente na UTI. A gente veio para cá na sexta-feira com um quadro de infecção urinária e pneumonia leve, ele ontem (13), foi entubado porque esta pneumonia piorou. Segundo os médicos, ele não tem COVID (coronavírus) e a gente está precisando desta vaga urgente. Cada minuto que passa a situação dele se agrava se ele permanecer na sala vermelha e a gente está precisando desta vaga de UTI”, disse ela, em vídeo publicado na rede social.”

 

@FaelOficialBrasil

Campanha bandeira branca. A ideia de Rafael é que todas as pessoas que estiverem precisando de alimentos coloquem um pano branco na entrada de casa para que os doadores saibam quem ajudar. Veja o vídeo a seguir.

 

Pronto, falei

Em tempo. Quem é candango de verdade não compartilha a ideia de que candangos eram só os homens que trabalhavam na construção da cidade. Pioneiros e candangos. Isso sim. Brasiliense é uma imposição de recém-chegados. Pioneiros e Candangos de verdade sabem qual era a especialidade do 9º andar do Distrital na década de 60.

Praça dos Três Poderes, Brasília – DF

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Atualmente, com a obra do Palácio Municipal, o Setor Gráfico, está invadido por dezenas de barracos. Mas é que eles iam construir os barracos na pista norte do Eixo Monumental, e a Asa Norte, que tem administração, não permitiram. (Publicado em 06/01/1962)

Ainda fake news

Publicado em Deixe um comentárioÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil

jornalistacircecunha@gmail.com

Facebook.com/vistolidoeouvido

Instagram.com/vistolidoeouvido

 

Foto: veja.abril.com

 

Esperança, esse sentimento abstrato e que ninguém sabe de onde surge, sempre foi um traço cultural marcante dos brasileiros. Com a CPMI das fake news, instalada em 4 de setembro de 2019, ocorre o mesmo sentimento, mas por motivos enviesados. A esperança de muitos nesse caso é porque o objeto dessa comissão sofreu um pequeno desvio e sensível ao longo do processo de audiências e que suscitou a prorrogação dos trabalhos por mais 180 dias.

O que seria uma comissão parlamentar para investigar mensagens disseminadas pelo meio digital em todos os âmbitos da vida cotidiana dos cidadãos, tendo por objetivo a proteção contra a indução e estímulo ao suicídio, derivou para um espinhoso caminho que parece conduzir até a um dos filhos do presidente, conhecido como 02, que já é tratado pela Polícia Federal como suspeito de ser o principal chefe de uma organização criminosa responsável pela difusão de boataria, notícias falsas e calúnias de todo o tipo.

Com isso, essas investigações ganharam novo oxigênio e prometem ser a grande sensação, tão longo passe o período de quarentena. O que pode resultar do prolongamento dessa CPMI ainda não se sabe, mas o que se tem no momento é, de um lado, o indeferimento de um ministro do Supremo para que a CPMI não seja paralisada como pretendia o deputado Eduardo Bolsonaro e, de outro, o deferimento de uma ministra da mesma corte para que diversos requerimentos que pedem investigação sobre um assessor do mesmo deputado sejam anulados por serem demasiados genéricos.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Somos muito generosos em oferecer por civilidade o que bem sabemos que por civilidade se não há de aceitar”

Marquês de Maricá (1773-1848)

Marquês de Maricá. Foto: wikipedia.org

 

Aeroporto

Por falar em mobilidade, mudanças no embarque de passageiros nos terminais do Aeroporto Internacional de Brasília. Uber e táxis precisam obedecer a área destinada a eles por placas de sinalização oficial, respeitado o limite máximo de vagas. Dois minutos é o tempo de espera para o passageiro. A autoridade fiscalizadora pode cobrar, a qualquer momento, dados do atendimento.

Foto: Tony Winston/Agência Brasília

 

Estranho

Tem muita gente querendo compreender que história é essa de colapso na saúde como a alertada pelo Superintendente da Vigilância em Saúde do Amapá, Dorinaldo Malafaia.  Há anos que o Brasil sofre desse mal e nunca deram importância. Pelo contrário. Padrão FIFA só funcionou para o futebol.

 

GDF

Thales Mendes Ferreira, da Secretaria de Trabalho, planeja investir mais em capacitação profissional e no estímulo ao empreendedorismo. A proposta é criar uma série de programas de qualificação profissional, alguns específicos de incentivo ao empreendedorismo, abertura de crédito facilitado, flexibilização de taxas de juros com prazos mais flexíveis para que possam, por exemplo, tomar mais empréstimos pelo Funger, que é um fundo voltado ao microcrédito para pessoas em situação informal e para o microempreendedor.

Thales Mendes Ferreira. Foto: Secretaria de Trabalho (Divulgação)

 

Sem dó

Clientes com cheque especial se impressionam com a postura dos bancos. Enquanto a população pena para se adaptar aos cortes, os bancos continuam lucrando sem parar.

Foto: veja.abril.com

 

Programa Guará Vivo

Pequenas e microempresas do vestuário do DF estão produzindo as máscaras em parceria com o GDF e Sistema Fibra. Veja a matéria completa no link Moradores do DF recebem primeiras máscaras de proteção reutilizáveis.

Foto: sistemafibra.org

 

Dia das Mães

Se, na Páscoa, empresários doaram toneladas de chocolate por falta de compradores, o Dia das Mães promete ser o pior dos últimos anos para o comércio. Presente, em pandemia, para qualquer mãe é ver a família saudável.

Imagem: sebrae.com

 

Diferente

Com a falta de movimento nos aeroportos, aviões de pequeno porte tomam conta das pistas.

 

Juntos

Helder da Silva Ramos, CEO da Square City, está agitando a vida dos artesãos da cidade. Com a oportunidade de dar mais visibilidade aos que é produzido por esses profissionais, uma corrente de solidariedade nasceu com a iniciativa. “Criamos o voucher porque, às vezes, as pessoas não querem comprar algo agora, mas querem ajudar. Então queremos despertar esse olhar de ajuda nas pessoas, que é o que o voucher propõe”, conclui.

Foto: Divulgação / Setur

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

E para isto, há uma razão. A Companhia depende indiretamente, do ministério, de onde recebe às ordens. Outro assunto: onde serão instalados os funcionários que serão necessários para o funcionamento de todo o ministério. (Publicado em 04/01/1962)

Fake, fake, fake

Publicado em Deixe um comentárioÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil

jornalistacircecunha@gmail.com

Facebook.com/vistolidoeouvido

Instagram.com/vistolidoeouvido

 

Foto: Edilson Rodrigues/Ag. Senado

 

Ao longo de anos, ficou consolidada, na cabeça dos brasileiros, a tese de que toda a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), além das chamadas Comissões Parlamentares Mistas de Inquérito (CPMI), que agrupa parlamentares das duas Casas, quase nunca avança para um desfecho minimamente satisfatório, porque é formada justamente por políticos, sendo que, nesses casos, acaba prevalecendo internamente o espírito de corpo e outros interesses, digamos, mais pragmáticos.

Dessa forma, esse que seria um dos principais instrumentos jurídicos conferidos aos legisladores, para fiscalizar o Estado de Direito, caiu em descrédito junto à população. Não há hoje cidadão algum, cônscio do que ocorre no parlamento, capaz de apostar, um níquel sequer, na eficiência e sinceridade de propósitos de CPIs, venham elas de onde vierem. Esse fato em si é danoso para todos igualmente, já que dificulta a retirada de obstáculos que impedem o aperfeiçoamento do processo democrático, corrigindo rumos, punindo culpados e melhorando os mecanismos da legislação.

Para além da falta de credibilidade, esse desvirtuamento das Comissões tem servido, nos últimos anos, apenas como instrumentos para perseguições políticas e como arma das oposições para desestabilizar governos, sejam eles de esquerda ou direita. Diante desse fato, é comum afirmar que nada mais fake do que uma CPI, ainda mais quando se trata de uma Comissão de Inquérito para tratar de fake news.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“A primeira coisa que um cidadão precisa ter é civismo, e não pode haver pátria, verdadeira pátria onde os cidadãos não se preocupem com os problemas políticos.”

Unamuno (1864-1936), romancista e filósofo espanhol

Miguel de Unamuno. Foto: wikipedia.org

 

O que se vê

Observação vinda de uma autoridade: “Nunca imaginei um crime mais nefasto que o 11 de Setembro. Nem poderia aventar a ideia de que os países atingidos tratassem o culpado com uma espécie de Síndrome de Estocolmo.”

 

Aos poucos

Desburocratização de crédito, compras governamentais e reabertura de floriculturas podem amenizar impactos da crise para o produtor rural. As informações são da Confederação Nacional de Agricultura.

 

Voluntários

Com alguns cursos já disponíveis gratuitamente para a população, a Secretaria de Estado de Justiça e Cidadania do DF convida voluntários da comunidade que queiram apresentar e administrar cursos à distância pela entidade. Veja mais informações no link Seja um professor voluntário.

 

Desajustes

Nem sempre as máscaras são projetadas com perfeição. Há médicos em clínicas que a usam e elas escorregam deixando o nariz à mostra. Turistas repararam que os Dragões da Independência também estavam com a máscara caindo. Nariz e queixo devem estar totalmente cobertos.

 

Criatividade                                                                            

Por falar nisso, Juscelino Kubitscheck, no Museu do Catetinho, índios no Memorial dos Povos Indígenas, estátuas da Casa do Cantador, do Teatro Nacional Claudio Santoro e até do Cine Brasília, Troféu Candango estão usando máscaras, lembrando a todos da nova regra.

Foto: Secretaria de Cultura/Divulgação

 

Lembranças

Ari Cunha contava uma história do engenheiro Atahualpa Schmitz da Silva Prego, falecido nesta semana. Era daquelas pessoas alegres que todos queriam por perto. Um dia, quando deu algum problema numa obra da cidade, Israel Pinheiro estava furioso. Queria falar com Atahualpa. Ele foi chamado e todos os que estavam presentes acompanharam o engenheiro com os olhos para ver o que aconteceria. Os dois se encontraram e não era possível andar lado a lado pelo espaço da construção. Israel foi na frente e Atahualpa, atrás. Quando viu lá longe, todos de olhos grudados nele, Atahualpa não se deu por vencido. Ia atrás de Israel gesticulando como se ele mesmo estivesse dando a bronca. A cena arrancou muitas gargalhadas dos pioneiros.

Atahualpa Schmitz. Foto: Beto Monteiro/ArPDF

 

Melhores

Pontos de Ônibus em vários locais serão revitalizados. Valter Casimiro Silveira, da Secretaria de Transporte e Mobilidade, precisa estar atento às paradas sem recuo, o que é um perigo para o trânsito.

Foto: Divulgação/Semob

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O Departamento de Agricultura diz que a marcação das covas foi feita pelo DUA, mas o DUA desmente. dr. Vasco, o sr. que é Diretor Executivo, resolva a questão, e mande plantar duas ou três árvores no espaço existente entre dois postes. Garanto que ficará melhor. (Publicado em 06/01/1962)

Uma guerra nada santa

Publicado em Deixe um comentárioÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil

jornalistacircecunha@gmail.com

Facebook.com/vistolidoeouvido

Instagram.com/vistolidoeouvido

 

Imagem: pinterest.com

De uns anos para cá, alguns incautos, imbuídos de um estranho sentimento de guerra santa, começaram uma verdadeira caça aos crucifixos que ornam algumas repartições públicas pelo país afora. Numa sanha desvairada e sem sentido, passaram a perseguir esse símbolo máximo da cristandade, vociferando preceitos de que o Estado é laico ou, mais precisamente, sem a onipresença de seu antigo Deus original.

Ocupados em desprezar e demolir um dos pilares fundamentais que compõe dois mil anos da nossa cultura, fizeram, propositalmente, vistas grossas a uma espécie de erva daninha que vicejava em todo o canto, numa estratégia que tinha por finalidade última substituir a cruz sagrada pelo poderio crescente de algumas igrejas ditas neopentecostais, cujo o Deus supremo é um ser vingativo e deveras sequioso por dízimos e cujos pastores são invariavelmente pessoas milionárias e muito influentes no meio político e dentro do Estado.

De fato, o poder secular dessas novas igrejas, que vieram tomar à força o lugar do cristianismo milenar, é o que difere das igrejas originais. Para tanto, investem pesado num jogo puramente materialista, que de santo nada possui. Em pouco mais de quatro décadas, graças à grande capacidade financeira que amealharam e passaram a exibir, esses novíssimos credos montaram os mais espetaculares templos de cultos, emissoras poderosas e influentes de rádio, televisão, jornais, empresas financeiras e todo um conglomerado monetarista no mais perfeito estilo capitalista, numa busca desenfreada por lucros, venham eles de onde vierem,

Para completar e fortalecer essa ramificação dentro da sociedade, criaram partidos e compuseram bancadas poderosas dentro do Congresso Nacional, onde passaram a agir como verdadeiros braços dessas igrejas dentro do Estado. A influência política e numerosa dentro do parlamento tem permitido que esses neófitos e sibaritas venham a comandar e impor determinadas pautas a todo e qualquer governo de plantão, numa interferência, tão assombrosa nos negócios de Estado, que tem despertado a atenção de todos para a possibilidade desse grupo vir, num futuro próximo, a comandar os destinos do país.

São inúmeros os exemplos que demonstram a forma desabrida como esse grupo dito religioso age dentro de um Estado que se diz laico, impondo não apenas suas pautas anacrônicas, como negociando apoios de toda a ordem, além de outras mercadorias no balcão, nunca fechado, do meio político.

 

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Quando nada tens a dizer, não digas nada.”

Charles Caleb Colton (1780-1832)

Charles Caleb Colton (Foto: reprodução da internet)

 

Sindilegis

Foi um sucesso a iniciativa do Sindilegis em parceria com Sindjus-DF, o Fonacate e o Legis Club Brasil na arrecadação de donativos para pessoas em situação de vulnerabilidade. A ideia de promover lives com músicos da cidade foi de muita sensibilidade. “Enquanto os artistas nacionais continuam faturando com o patrocínio de grandes empresas às suas lives, a realidade para a maioria de nossos músicos e trabalhadores da cultura é outra. Os talentos de Brasília precisam, mais do que nunca, do nosso apoio”, diz Petrus Elesbão, presidente do Sindilegis.

 

Abordagem

Na última entrada para a UnB, pelo final da L2 Norte, há uma surpresa. É assustador o aumento de barracas ao longo da cerca e a sujeira no ambiente em que vivem. Caberia uma orientação educativa a essas pessoas, inclusive para proteger a saúde das crianças que ali circulam entre o lixo.

Reprodução globoplay.globo.com

 

Novidade

Denominada Torre de Transmissão Digital Oscar Niemeyer, a Torre de TV Digital, localizada no Setor Habitacional Taquari, parte da Região Administrativa do Lago Norte – RA XVIII.

 

Saúde mental

Instituído um programa de prevenção e promoção da saúde mental dos professores da rede pública de ensino do Distrito Federal. As diretrizes foram publicadas no Diário Oficial do DF.

Charge: humorpolitico.com.br

 

Capacitação

Mortes por septicemia na capital chamam a atenção. Hospitais públicos e particulares do DF precisam de capacitação do pessoal para o trabalho. Primeira providência seria substituir maçanetas por peçanetas. A profissional da limpeza abre a porta com a luva amarela que limpou o chão do banheiro de outro quarto e logo depois as enfermeiras e médicos encostam no mesmo local com as mãos. Exames e injeções, soros, são dados sem luvas. “Nós usamos luvas para nos proteger, e não para proteger o paciente.” Normalmente a justificativa das atendentes é essa.

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Provavelmente, amanhã, começarão a plantar as árvores em Brasília, e, provavelmente, plantarão árvores aos pés dos postes. Por favor, quem é responsável corrija. (Publicado em 06/01/1962)

Povo solitário

Publicado em Deixe um comentárioÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil

jornalistacircecunha@gmail.com

Facebook.com/vistolidoeouvido

Instagram.com/vistolidoeouvido

 

Foto: Andre Penner/ap

 

Ao longo do período de quarentena, que tudo indica que será esticado sine die, por conta do aumento significativo no número de mortes nesses últimos dias, tempo haverá para que os analistas sérios, que existem em grande quantidade nesse país, principalmente fora do governo, possam extrair desses acontecimentos um grande e precioso número de lições que serão de grande valia para o futuro dos brasileiros e, quiçá, dos próximos governos.

A lição fundamental e que, à primeira vista, parece até uma questão primária é que, independentemente da situação de bonança nas finanças públicas e de estabilidade econômica interna e externamente, o Brasil tem que estar equipado e pronto para quaisquer eventualidades, seja ela uma guerra, um cataclisma ou o que for. A afirmação mal agourenta de um famoso jogador, de que copas do mundo não se fazem com hospitais, deve ser, doravante, tomada como uma lição básica às avessas, de forma que todos entendam que a salvação de uma nação passa bem longe da construção desses estádios de futebol.

Seria um exercício deveras complexo contabilizar todo o dinheiro público que, apenas nas últimas duas décadas, escoou pelo ralo da corrupção e da malversação de recursos. Por certo, seriam na ordem de centenas de bilhões de reais. Mas raciocínios dessa natureza não contam na contabilidade fria de mais de cinco mil mortos, até esse instante.

O destino, esse ser excêntrico, prega suas peças de modo sinistro. Estádios milionários e vazios ou transformados em hospitais de campanha, miram hospitais à míngua de recursos e superlotados de moribundos. É dessa contradição cruel que vamos retirando os tijolos para construção de nosso dia a dia improvisado. Não é dos ricos a culpa da miséria. Mas dos governos que, com a corrupção e o desdém aos que empreendem, viram as costas aos que vivem à mingua.

Uma outra lição valiosa que pode ser aprendida com a atual crise e, quem sabe, deverá ser usada apenas num futuro próximo, quando os governantes encararem as adversidades com o olhar de estadistas, dotados apenas de humanismo e sinceridade, é que mais do que gestores do dinheiro dos contribuintes, o país e sua gente necessitam de gestores de vidas.

Com o alcance avassalador e ainda desconhecido do vírus, as vítimas vão sendo transformadas em números estatísticos que crescem sem piedade, obrigando brasileiros a serem enterrados, lado a lado, em valas comuns, sem ao menos as condolências familiares e os rituais cristãos, transformando celebrações fúnebres e solenes num semear de mortos em terra árida.

E daí, se nenhuma colheita resultar dessa faina macabra? Importa, como se prega hoje, a pátria acima de todos, como terra que vai cobrindo a sete palmos os soldados desconhecidos dessa batalha inglória. Essa talvez seja a maior e mais preciosa de todas as lições extraídas dessa pandemia: estamos sós, irremediavelmente sós.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Nós os pobres, somos como o algarismo zero, que por si só nada vale e faz valer a cifra que a ele se junta – tanto mais quanto mais zeros lhe forem acrescentados.”

Mateo Alemán (1547-1614), escritor espanhol

Mateo Alemán (Imagem: reprodução da internet)

 

Sine

Parte da população que estava desempregada antes da chegada do coronavírus, está em situação delicada. O Sine que estava sempre cheio de esperança com a carteira de trabalho na mão, agora de portas fechadas, empurra uma classe, que prefere o trabalho a mesadas do governo, para a informalidade. Única forma de sobreviver, por enquanto.

Print: sine.com.br

 

Diga que fico

Ron DeSantis está de olho na população brasileira que mora em Miami. Com o descompasso do coronavírus lá e cá e a evolução do contágio, o conselho do governador é que quem não voltar agora fique pelo Brasil até a pandemia passar. Se for necessário, os voos do Brasil serão cancelados.

Ron DeSantis (Foto: clickorlando.com)

 

Fantoches

Mais uma da Organização Mundial da Saúde. Segundo a instituição, a imunidade conferida pela infecção ainda é questionável. Colocam dúvida até nos testes que estão sendo feitos. Aqui no Brasil, a bióloga da USP Natália Pasternak diz que o teste dar negativo não quer dizer nada. Fica difícil acreditar numa pandemia com tanta desinformação junta.

Foto: Christian Mang/Reuters

 

Fato grave

Muita calma nessa hora. Há algo de podre no reino da Dinamarca. A tentativa de assassinato ao presidente da República, Jair Bolsonaro, foi toda filmada. Movimentação em torno do alvo, depoimentos suspeitos anteriores ao fato, fuga para fora do Brasil de agentes suspeitos. A cortina do cenário está prestes a abrir depois do intervalo.

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Antes mesmo de funcionar, a Creche Ana Paula já está sofrendo reformas. Eu bem que disse que aquele barraco não servia. (Publicado em 06/01/1962)

A Escola de Sagres, a Nasa e o Brasil

Publicado em Deixe um comentárioÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil

jornalistacircecunha@gmail.com

Facebook.com/vistolidoeouvido

Instagram.com/vistolidoeouvido

 

Charge: humorpolitico.com.br

Quando se rema contra a correnteza, a única certeza é que precisamos remar duas vezes mais para empreender a viagem ou, sequer, saímos do lugar. Os navegantes portugueses, do século XV em diante, já sabiam dessa máxima e por isso mesmo aperfeiçoaram um sistema de velames e de quilhas móveis, além de outros apetrechos técnicos, para navegar até contra o vento. Na verdade, invenções dessa e de outras naturezas nascem sempre que algum obstáculo se interpõe entre aqueles que possuem um plano definido e seu destino final. As cartilhas e manuais foram escritas por aqueles que, por experiência ou sabedoria, anteviram, muito antes de nós, os obstáculos à frente. É fato que depois da Escola de Sagres, acidentes e outros imprevistos, mar adentro, foram sensivelmente diminuídos. Desconsiderar ensinamentos é não só correr riscos desnecessários como perder tempo e ir ao encontro de malefícios diversos.

Antes de se lançar ao mar infinito, as naus e seus comandantes eram preparados com esmero na Escola de Sagres, que, à semelhança da atual Nasa, agência espacial, ensinava os segredos da navegação, com base em uma ciência náutica e não em improvisos, quase sempre fatais.

Do mesmo modo, e dando um salto no tempo, constitucionalistas e outros doutos nas ciências do Direito redigiram, com a participação de representantes da sociedade, a atual Carta Magna, um documento que, entre outras muitas utilidades, serve para orientar governantes e outros dirigentes e responsáveis pela chamada coisa pública. Nela está delineado que rumos e providências adotar na condução da caravela do Estado.

Ao tentar interpretar esse conjunto de preceitos, de forma a adequá-lo a interesses pessoais ou de grupos, corre-se o risco de perder o rumo e levar a nau de encontro às rochas. Doutra feita, quem não segue o que orienta essa verdadeira carta náutica corre o risco maior de se ver devorado por monstros marinhos em fossas abissais.

De forma clara, quem não se apega a Carta Maior é presa fácil de grupelhos políticos e mesmo empresariais, que passam então a ditar que rotas o país deve seguir. Fora da Constituição, o que se tem é o motim a bordo. A captura e o sequestro do transatlântico Brasil por piratas. Antes de tudo, para o bom comandante, é preciso fazer ouvidos moucos a todos os cantos de sereia, venham eles de onde for.

Frente ao Estado, é sabido que presidente não possui amigos ou parentes. Principalmente parentes e outros consanguíneos. De nenhum grau. É por escolha própria, um solitário, a quem a carta náutica é sua única companhia. Para isso, deve se afastar de grupos de interesse, quase sempre formados por corsários e outros malfeitores. À semelhança do que fazia a Escola de Sagres e mesmo a atual agência espacial americana, o comando da frota só era confiado a aqueles pretendentes, sabidamente capazes e capacitados. A nenhum outro.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“A mais perfeita razão foge de todo excesso.”

Montaigne, jurista, político, filósofo, escritor e humanista francês

Michel Eyquem de Montaigne. Crédito: Wikimedia Commons/Wikipedia

 

Público

Veja a seguir duas importantes iniciativas da Biblioteca do Senado. A primeira traz os Atos Normativos para o enfrentamento da pandemia numa pesquisa minuciosa, feita a partir dos portais dos governos estaduais, distrital e municipais. A segunda disponibiliza ao público livros digitais gratuitos.

 

Solidariedade

Doarti é um aplicativo para as pessoas que buscam doar para instituições sérias. Leia mais sobre em Iniciativa da UnB cria site e aplicativo para facilitar doações no Distrito Federal e baixe o aplicativo no link Doartipp.

Cartazes publicados no perfil oficial do aplicativo Doarti no Instagram

 

 

Looke

Embaixada da França convida Brasília a apreciar os filmes daquele país. Festival Varilux – Cinema francês em casa. São 50 filmes exibidos por 4 meses gratuitamente no link Festival Varilux Em Casa.

Postagem no perfil oficial do Cine Varilux no Instagram.

 

Estranho

Quem passa pelo QG do Exército não vê o pessoal usando máscara.

 

Quarentena

Será o vírus chinês? Na falta do que fazer, recomeça a discussão sobre crucifixos e imagens em prédios da União e Estados. A Procuradoria mede o estado laico por aí. O grande problema será destruir todas as notas de reais. Elas trazem a frase “Deus seja louvado”. Se com Deus já está difícil suportar tanta política, imaginem sem Ele!

Sérgio Lima/Poder360

 

Apoio da família

Por falar em Deus, uma cigana que pedia para ler a mão de uma senhora argumentou: Posso ver o seu futuro nas suas mãos. A senhora, escolada, respondeu. Meu futuro está nas mãos de Deus. Isso faz lembrar o golpe de uma senhora não tão descolada que caiu no conto da cartomante. Pagou com mais de um quilo de joias um trabalho que afastaria espíritos malignos. Pensando bem, deu certo. Depois de dar parte na Delegacia do Lago Sul, a cartomante foi obrigada a devolver tudo.

Tirinha do Orlandeli publicada no Grump

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Me disse a indústria, que eles cobram, por fora, uma diferença, que deixa o saco de farinha a Cr$ 2.695,00. E disse mais: as notas são pagas à vista, a dinheiro, não aceitando sequer um cheque. (Publicado em 05/01/1962)

Outra facada, não!

Publicado em Deixe um comentárioÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil

jornalistacircecunha@gmail.com

Facebook.com/vistolidoeouvido

Instagram.com/vistolidoeouvido

 

Charge: Rocha Arts

 

Uma corporação, como o próprio nome diz, reúne indivíduos que possuem, em comum, os mesmos ideais profissionais e, de certa forma, acabam compondo um só corpo agindo em conjunto organicamente, de tal forma que o pleno funcionamento do todo depende, de forma vital, do funcionamento de cada uma das partes, como num relógio suíço, onde cada engrenagem possui sua função e importância específicas. O mal funcionamento de qualquer uma de suas partes compromete o todo de modo irreparável.

As Forças Armadas, são nesse sentido, um exemplo claro de uma corporação em que todos, do soldado ao general, possuem cada um, uma importância e uma função específica, sem a qual o organismo, como um todo, não pode, sequer, existir. Sobre esse ponto, qualquer falha ou deslize de um dos seus membros põe a perder o funcionamento do conjunto, comprometendo seu desempenho ideal.

Não estranha que, em suas fileiras, não cheguem a ser raros, episódio em que membros dessa corporação são desligados do organismo à bem do conjunto, o que, em si, é até uma medida necessária. Da mesma forma que uma parte gangrenada do corpo humano é amputada para a sobrevivência do todo, o afastamento de indivíduos que não coadunam com as diretrizes de uma corporação constitui-se numa ação profilática e vital ao organismo. Até aí não há dúvidas.

Colocada dessa forma, e visto em outro contexto a situação, trazida até aqui pelo presidente Jair Bolsonaro, pela insistência com que mantém um ambiente de permanente crise institucional, talvez até como uma espécie de estratégia política às avessas, tem, com relação às Forças Armadas, um efeito potente, diferente e também nefasto a essa instituição permanente. Não apenas pelo fato de o atual presidente ser um ex-militar de carreira, colocado à margem da corporação, por circunstâncias distantes aos ideais de Caxias ou ao regimento do Exército, de onde provém.

O fato de um ex-militar chamar, para compor seu gabinete de governo, membros das Forças Armadas criou, necessariamente, entre ele e esses membros fardados, um elo e uma associação, que como um nó, fica difícil de separar. Assim é que o destino de um é, em larga medida, o destino do conjunto, nesse caso específico, as Forças Armadas. Bolsonaro e os militares, por livre vontade, possuem, nos episódios que vão se desenrolando nesse governo, um destino e um futuro comum. Não há como dissociar o político que chegou à presidência, por obra e graça das circunstâncias de uma encruzilhada fatídica, do restante do seu gabinete, composto, em sua parte principal, pelo pessoal do alto escalão das Forças Armadas.

Uma possível descida do atual governo, ao fundo do poço, numa crise sem precedentes, fato que muitos apontam como uma grande possibilidade, mas nós, como brasileiros torcemos para que isso não aconteça,  arrastará, irreversivelmente, consigo, toda a corporação, numa espécie de abraço de afogados, transmitindo a essa zelosa corporação, o vírus da inépcia e lançando de volta seu prestígio atual aos tempos da ditadura, numa fase de nossa história que, a duras penas, tem sido deixada para trás, como página virada.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“A vida/Consumida/Em cuidados/Escusados,/ E sujeita a desconcertos da ventura,/Não é vida vital,/mas morte pura.”

Camões, poeta português.

Foto: wikipedia.org

 

Indo bem

Médicos têm elogiado as iniciativas do governador Ibaneis, que tem tomado as precauções contra o Coronavírus sempre colocando a vida da cidade em um lugar importante. A ideia agora é aumentar os exames por drive thru para mapear a cidade com a indicação de novas providências.

Os profissionais da saúde usaram câmeras térmicas para os exames
(Foto: Ed Alves/CB/D.A Press)

 

Cultura

Mudar a cultura de um povo é tarefa hercúlea. Para uma população que até pouco tempo espirrava em direção às pessoas, sem a menor consideração, já é possível ver adolescentes que vendem pipoca no sinal, espirrar na dobra do braço. O uso de máscaras, também está aumentando visivelmente.

 

Ideia

Por falar em máscaras, o repúdio ao material médico chinês é grande. Inúmeras mensagens pelo WhatsApp pregam que ninguém use material chinês no rosto. Se há possibilidade de costurar sua máscara nos moldes de correta higiene, a ojeriza faz sentido. Seria bonito o governo brasileiro conclamar as costureiras de escolas de samba para fazer máscaras para os brasileiros. Veja orientações sobre o assunto no link Camadas de diferentes tecidos deixam máscara caseira 99% eficaz, diz estudo.

 

Imprensa

Criada para levar alimentos saudáveis e de qualidade às famílias e pessoas em situação de insegurança alimentar e nutricional, o programa Cesta Verde do Governo do Distrito Federal também contribui para o desenvolvimento e geração de renda entre milhares de produtores rurais no DF. Veja detalhes do assunto no link Cesta Verde garante renda a produtores rurais e leva alimento de qualidade às famílias.

Foto: Agência Brasília

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O dono de uma padaria me mostrou uma nota da “Indústria Mineira de Moagem S.A.”, de uma partida de farinha para Brasília. Cobrava por saco a importância de Cr$ 1.877,00. (Publicado em 05/01/1962)

Ciência nunca foi bem ao Brasil

Publicado em Deixe um comentárioÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil

jornalistacircecunha@gmail.com

Facebook.com/vistolidoeouvido

Instagram.com/vistolidoeouvido

 

Foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil

 

Historicamente, o Brasil sempre teve problemas, e até conflitos com dezenas de mortos, por conta de questões envolvendo, de um lado, o que prega a ciência e o que acredita a população, de acordo com suas crenças e superstições. Nessas disputas, tanto as autoridades do governo como os políticos, de forma geral, sempre extraíram desses desentendimentos todo o tipo de proveito possível para seus interesses próprios e de seus grupos. Essa contenda tem, em sua origem, de um lado e de outro, a pouca ou quase nenhuma bagagem cultural e intelectual dos envolvidos.

Cento e dezesseis anos já se passaram, e a Revolta da Vacina em 1904, na então capital do Brasil, Rio de Janeiro, é um exemplo desses desencontros entre os ditames da Ciência, as crendices populares e o oportunismo político, formando um amálgama que resultaria, naquela ocasião, em 30 mortos, quase mil presos, além de aproximadamente 500 indivíduos deportados para o Acre, o equivalente brasileiro ao Gulag.

No início daquele século, uma lei federal tornava compulsória a vacinação da população contra a varíola, ao mesmo tempo em que se iniciava um amplo movimento de reforma urbana que objetivava, entre outros pontos, sanear muitas áreas de cortiços e alagadiços, como forma de deter o avanço de doenças como a febre amarela e a peste bubônica, obras essas que tinham à frente o médico e cientista brasileiro Oswaldo Cruz.

Incitada por políticos e pelos próprios militares, a população se revoltou e, durante mais de uma semana, a antiga capital virou um palco de escaramuças que ameaçaram, inclusive, a República nascente. Vários escritores têm se dedicado ao estudo sobre os conflitos gerados no Brasil por conta de programas de vacinação e de outras questões que obrigavam a população a se render aos argumentos científicos.

Livros como a Poliomielite no Brasil de João Baptista Júnior; A Vacina Antivariólica, de Tania Maria Fernandes; Vacinas, Soros e Imunizações no Brasil, de Paulo Buss, José Temporão e Rocha Carvalheiro, além de muitos outros como a Virologia no Estado do Rio de janeiro, de Hermann e Mauroli. Passadas décadas desses episódios sangrentos no Rio de Janeiro, outro acontecimento, também surpreendente, opôs ciência e política, ou mais precisamente, ciência versus ditadura militar.

Em 1980, em pleno regime militar, outro fato deixaria clara nossas pendengas mal resolvidas com a Ciência. Desta vez envolvendo o médico e cientista Albert Sabin (1906-1993). Cientista renomado em todo mundo por seus trabalhos sobre pneumonia, câncer, dengue e encefalite, foi também o responsável pelo desenvolvimento da vacina da Pólio, doença altamente infecciosa aguda que leva à chamada paralisia infantil e que, no pós-guerra, vinha causando uma verdadeira pandemia. Graças à vacina desenvolvida por Sabin, que leva inclusive seu nome, a poliomielite foi praticamente erradicada de todo o mundo. Sabin renunciou aos direitos de patente de sua descoberta, afim de que esse medicamento se espalhasse por todo o planeta com mais facilidade. Ganhou, por essa e outras pesquisas, inúmeros prêmios pelo mundo afora, sendo reconhecido até hoje como um dos grandes nomes da medicina e das ciências.

Toda essa fama merecida não livrou o cientista de confusões aqui no Brasil. Convidado a vir ao Brasil em 1980, durante o governo Geisel, na condição de consultor especial do Ministério da Saúde como parte de uma ampla campanha de vacinação, naquela ocasião, o cientista, que era casado com uma brasileira, acabou se desentendendo com as autoridades em virtude das discrepâncias existentes nas estatísticas do IBGE sobre o número de vacina. Sabin duvidou desses dados, que para ele estavam supervalorizados, indicando uma cobertura de 97,7 por cento das crianças até cinco anos.

O cientista para quem o Brasil era sua segunda pátria, se dizia triste e desapontado, quando qualquer problema ameaçava a continuidade dos programas de vacinação. “Daria tudo que tenho para construir um centro de recepção ambulatorial para atendimento de crianças pobres. Infelizmente não disponho dessa quantia para ajudar”, disse em visita a Pernambuco em certa ocasião. Algumas autoridades, tanto de saúde como do próprio governo, incluindo, nessa ópera bufa, agentes do SNI, acusaram o cientista por suas reclamações sobre os erros nas estatísticas de vacinação de “persona, non grata”, considerando suas observações uma intromissão em assuntos internos.

Essa gafe monumental passou a compor mais um capítulo da infâmia de nossa história recente. Por esse tratamento, o cientista Albert Sabin resolveu abandonar o cargo de consultor que ocupava, não sem antes deixar claro que o governo militar no período entre 1969 a 1973 tinha manipulado todos os dados de vacinação, acusando o então ministro da saúde, Waldir Arcoverde, de grosseria e negligência do dever funcional, enredado que estava “numa burocracia nada confiável”. Por esses desencontros, o renomado cientista declarou que nunca mais viria ao Brasil.

Recentemente foi o que voltamos a assistir com os desentendimentos entre o Governo Bolsonaro, contrário à quarentena e a opinião dos médicos e cientistas quanto a necessidade de isolamento social para conter o coronavírus, numa repetição que confirma o descompasso secular que ainda persiste entre a Ciência e um Brasil atrasado e comandado por uma elite supersticiosa e autoritária.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Nenhum tônico é mais eficaz à saúde do espírito que a saúde do corpo. Uma enformatura de atleta tem de ordinário um rouxinol por alma.”

Fialho de Almeida, jornalista, escritor e tradutor pós-romântico português

Foto: facebook.com/acfialhodealmeida

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O pão em Brasília está caro, ruim e misturado, porque os proprietários de Padarias estão sendo vítimas dos seus fornecedores. (Publicado em 05/01/1962)

Início do fim

Publicado em Deixe um comentárioÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil

jornalistacircecunha@gmail.com

Facebook.com/vistolidoeouvido

Instagram.com/vistolidoeouvido

 

 

Sexta-feira, dia 24 de abril de 2020, em pleno processo de pandemia e paralisação total do país e de boa parte do mundo, ficará marcado, também, como o primeiro dia do fim do governo do presidente Jair Bolsonaro. Tudo isso faltando ainda quase três anos de mandato, segundo o calendário oficial. Não se trata aqui de uma previsão mística, que tem como premissa a posição dos astros na abóbada celeste, nem de análise política feita pelos arautos do caos político, que como urubus, têm, na morte da presa, seu sustento e ânimo. Sobre esse assunto deveras, desalentador, o dramaturgo William Shakespeare (1526-1616) já se referia no seu tempo, quando observava ser uma infelicidade terrível toda a época em que os idiotas passam a guiar os cegos.

No nosso caso a situação alcança ainda níveis mais dramáticos quando se percebe que temos hoje na presidência da república, alguém que parece guiado por uma espécie de instinto sem racionalidade e que tem nos filhos histriônicos seus conselheiros para assuntos de Estado. Com a saída agora do ministro da Justiça , Sérgio Moro, por motivos graves e que ficaram mais do que esclarecidos ,na coletiva que concedeu, o presidente perdeu, não apenas mais um membro da equipe de ministros, como foi no caso da exoneração intempestiva de Henrique Mandetta da Saúde, mas o principal esteio do próprio governo, um personagem a quem o então candidato atraiu para sua campanha vitoriosa, seguindo a receita das cartilhas de marketing político, um verdadeiro herói nacional, um juiz que mudou os paradigmas da história política do país ao levar as barras dos tribunais membros de uma elite secularmente tida como intocável.

Com esse canto de sereia atraiu para seu grupo, uma personalidade ímpar, que numa outra situação normal de temperatura e pressão e sem o lulismo no horizonte próximo, seria inconcebível, para não dizer impossível. Sem Moro, o atual chefe do Executivo, a quem as pesquisas já apontam em franco e precoce decaimento, perde uma parte para lá de substancial de seu governo, justamente a parte que cuidava da ética no trato da coisa pública, além, é óbvio, de manietar a credibilidade no combate à corrupção.

Para a surpresa de todos, inclusive do próprio presidente, a saída de Sérgio Moro do governo, mesmo com toda a elegância e comedimento que são características da personalidade do antigo juiz, provocou, por sua explanação clara e sucinta dos acontecimentos que levaram ao seu pedido de demissão, um estrago profundo e possivelmente irreversível na imagem já desgastada do governo. Os desdobramentos desse acontecimento são imprevisíveis e, por certo, ditarão o futuro desse governo, se é que ainda lhes resta algum.

 

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Os filhos convertem-se para os pais, consoante a educação que recebem, numa recompensa ou num castigo.”

Petit-Senn, poeta suíço

Charge do Waldomiro Neto

 

Ainda

Desde 1960 que essa coluna publica notícia de carros oficiais passeando pela cidade. Dessa vez, numa padaria da Asa Sul, um motorista, uma acompanhante e um segurador de guarda-chuva chamavam a atenção no local.

 

 

Concurso

Prêmio “Contos da Quarentena” da Livraria Lello, portuguesa. As inscrições vão até dia 31 de maio, 23h59, hora de Portugal. Veja os detalhes da inscrição no link PRÉMIO CONTOS DA QUARENTENA LIVRARIA LELLO.

 

Patrimônio da Humanidade

Chega até nós uma foto de um letreiro que invade as redondezas do MCTIC e MINFRA desrespeitando as regras da cidade. Parece montagem. Impossível acreditar nisso.

Foto: diariodopoder.com

 

Sem fiscalização

Fica difícil compreender a razão do asfalto ser tão ordinário. Se o dinheiro do contribuinte é usado para o seu conforto, que se faça a obra do tamanho da cobrança. O que não dá é para empresas receberem muito e aplicarem pouco no serviço. Uma vergonha.

Foto: Vinícius de Melo / Agência Brasília

 

NUVAL

Durante a quarentena, o Núcleo de Vigilância Ambiental tem visitado casas do Lago Norte, mas muitos moradores impediram a entrada por falta de crachá. Os funcionários não tinham máscaras para entrar nas residências. É preciso um comunicado sério das autoridades sobre essas visitas, inclusive com número de telefone fixo para confirmação.

Foto: Geovana Albuquerque/Saúde-DF

 

Piscinão

Bares do piscinão estão fechados, mas, nos dias de sol, uma fila de muitos metros de carros ao longo da pista mostra que a quarentena está servindo de férias e alegria para muita gente.

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O ministro da Guerra deferiu o pedido do sr. José Rômulo Ribeiro, que solicitou isenção do serviço militar, por ser membro da comunidade religiosa “Testemunhas de Jeová”. (Publicado em 05/01/1962)

Depois da primeira tormenta

Publicado em Deixe um comentárioÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil

jornalistacircecunha@gmail.com

Facebook.com/vistolidoeouvido

Instagram.com/vistolidoeouvido

 

Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados Política

 

Passada a crise de pandemia, em tempo ainda incerto no futuro, o  que se sabe é que todo esforço possível terá que ser realizado para que uma crise econômica, de proporções magníficas, não leve o país a um estado terminal, capaz de transformar as agruras de uma quarentena, em um saudoso sonho de verão.

Pelo o que se tem visto até agora, e pela afoiteza com que políticos de todas as matizes ideológicas têm se atirado sobre os recursos públicos, em nome de uma falsa salvação nacional, é óbvio que o esforço feito pela equipe econômica, desde a posse do presidente Bolsonaro até o final do primeiro trimestre desse ano, está sendo irremediavelmente escoado pelo ralo da incúria. Não só regressamos ao ponto de partida em janeiro de 2019, como podemos estar indo mais além, recuando a um passado de recessão e depressão econômica que acreditávamos ter deixado para trás em 2014.

Não que se descarte a importância de ações e de um conjunto de projetos voltados para o momento de urgência social. Todos os países, que estão experimentando essa crise de saúde pública, estão adotando as mesmas medidas emergenciais, garantindo renda e outros benefícios às suas populações. Nesses países, todos os esforços vêm sendo feito dentro de objetivos que visam assegurar não só a sobrevivência dos indivíduos nesses meses difíceis, mas, sobretudo, para garantir que dignidade e outros valores humanos de suas sociedades não sejam abalados pelos efeitos da pandemia de longa duração.

Por aqui, a falta de uma base política dentro do Congresso tem servido para que os políticos, contrariados com a pouca atenção dada pelo governo aos seus pleitos e interesses próprios, dificultem a adoção de medidas urgentes e razoáveis. Para essa turma, que faz oposição mesmo em meio a uma pandemia mortal, todo esforço vale para desmontar o que vinha sendo realizado pela equipe econômica até aqui para colocar em ordem as finanças públicas. Nesse intento niilista, o que uma parte das bancadas temáticas almeja é enfraquecer o governo e não resolver problemas sociais imediatos. Uma outra banda tem se empenhado em ampliar, ao máximo, a ajuda emergencial, não com objetivos puramente humanitários, mas com vistas a fortalecer suas bases políticas nos estados, repassando aos governadores e prefeitos os bilhões de reais restantes existentes ainda nos cofres públicos. Como o horizonte desses profetas do caos é sempre delimitado pelas próximas eleições, o passivo dessas montanhas de dinheiro que estão saindo do planalto central para todas as unidades da federação, deverá ser coberta pela população logo depois que a primeira tormenta passar.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Ao homem que ama a sua pátria, insensato na opinião de alguns filósofos, apraz mais, quando o Estado periga soçobrar até o último alento entre naufrágios e tempestades públicas, embora não o obrigue nenhuma lei, do que viver regaladamente no cúmulo da tranquilidade e do repouso.”

Cícero, 106–43 a.C. foi um advogado, político, escritor, orador e filósofo da República Romana

Escultura de Cícero por Karl Sterrer, no Parlamento Austríaco (wikipedia.org)

 

Brasileira

Um artigo da doutora Elanara Neve publicado no conceituado British Medical Jounal sugere a troca de protocolo no atendimento a pacientes com Covid-19. Verificando a trombose nos pulmões dos pacientes que não resistiram ao tratamento, teve a ideia de experimentar anticoagulantes. Deu certo! Dos 27 pacientes tratados nenhum faleceu, só dois permanecem hospitalizados; os outros estão completamente curados. A medicação é de baixo custo, podendo ser adotada pelo SUS. Não será necessário adquirir equipamentos caros para a cura do Covid-19

Foto: divulgação (em.com)

 

Economia

Câmara dos Deputados divulga erros da PEC 10//2020 que podem induzir deputados a erro. Veja, no link CÂMARA DIVULGA ERROS DA PEC 10/2020, detalhes desse orçamento de “guerra” esmiuçados por Maria Lucia Fattorelli.

Logo: auditoriacidada.org.br

 

Denúncia

Reclamações de consumidores enganados por empresas de empréstimos e financiamentos precisam ser monitoradas pelo sistema financeiro. O melhor seria um disque denúncia para que principalmente idosos tenham um canal para orientação e reclamação. Há de tudo nesse meio. Desde posse de mailing por amigos gerentes até orientação para atendentes omitirem dados do contrato. Basta ver no Reclame Aqui.

Foto: Getty

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Um funcionário da Rede Ferroviária Federal, que ninguém sabe o nome, foi à França e os Estados Unidos, a serviço. Recebeu, entretanto, uma passagem com este itinerário: Rio –Lisboa, Madri, Paris, Bruxelas, Londres, Amsterdã, Hamburgo, Copenhague, Estocolmo, Helsink, Leningrado, Moscou, Varsóvia, Praga. Viena, Atenas, Roma, Milão, Zurique, Stutgart, Frankfurt, Dusseldorf, Berlim, Tóquio, Honolulu, Los Angeles, Denver, S. Paul, Nova York, Montreal, Otawa e Rio. (Publicado em 05/01/1962)