Categoria: Íntegra
Por iniciativa da diretora-geral, Ilana Trombka, o Senado participou ativamente da campanha Papai Noel dos Correios. Foram centenas de cartinhas entregues à instituição. Um mês antes do Natal, todas as missivas foram adotadas e faltam poucos funcionários para entregar os presentes
Hoje Juvenil Tomás autografa no Carpe Diem Os diamantes azuis — luzes e bolhas. Sem possibilidades de classificação de gênero, a obra traz ficção, fantasia, história, ciência, espiritualidade, política, psicologia e aventura. Aí está um bom presente de Natal. O Carpe Diem fica na 104 Sul e a festa começa às 19h.
Com a prisão do senador petista Delcídio do Amaral, milhões de olhos incrédulos da nação assistem ao derretimento da República. Com os olhos voltados à mesa do Supremo Tribunal Federal, para ouvir as respostas dos magistrados às insinuações feitas à Corte Suprema, a ministra Cármen Lúcia acalma a população: “Na história recente da nossa pátria, houve um momento em que a maioria de nós, brasileiros, acreditou no mote segundo o qual uma esperança tinha vencido o medo. Depois nós nos deparamos com a Ação Penal 470 e descobrimos que o cinismo tinha vencido aquela esperança. Agora, parece se constatar que o escárnio venceu o cinismo. O crime não vencerá a Justiça. Aviso aos navegantes dessas águas turvas de corrupção e das iniquidades: criminosos não passarão a navalha da desfaçatez e da confusão entre imunidade, impunidade e corrupção. Não passarão sobre os juízes e as juízas do Brasil. Não passarão sobre novas esperanças do povo brasileiro, porque a decepção não pode estancar a vontade de acertar no espaço público. Não passarão sobre a Constituição do Brasil”.
Mais uma vez o enxovalhamento das instituições do Estado é mostrado às claras. Todas elas. Tratadas apenas como meio de enriquecimento rápido por vivaldinos de toda a espécie, os Poderes da República, desmoralizados, vão se distanciando, cada vez mais, da finalidade e razão para as quais foram concebidos. Já não servem à sociedade. Servem, isso sim, para poucos. Ao restante da população que trabalha e paga altos impostos, cabe o papel de bobo. Pobre país que tem de ser salvo da maior rapina já vista, pelo instituto da delação premiada, mecanismo mais apropriado para debelar quadrilhas de malfeitores.
Caído em desgraça, pela gravação oculta, Delcídio Amaral, que presidiu, com certa independência, a CPI dos Correios, que resultaria na descoberta do mensalão, mesmo isentando Lula, passou a ser tratado como traidor e persona non grata pela direção do partido. Tão logo se anunciou sua prisão, o PT tratou de jogá-lo ao mar. Dizia o filósofo de Mondubim que a ingratidão é um tigre.
Na sequência lógica dos acontecimentos, quando o corpo esfriar pela longa permanência no catre, no jargão policial, “seu queixo vai amolecer”, e encurralado entre uma pena de reclusão de anos e a oferta de falar em troca de redução da sentença, poderá fazer como a maioria e dizer que o viu e ouviu todos esses anos. O que pode fazer um homem magoado e deixado à própria sorte, consciente de que sua carreira visível e invisível pela população desmoronou de vez. A nota divulgada pelo Partido dos Trabalhadores, e logo tachada de oportunista e covarde, se fixada na parede da cela, poderá vir a se constituir na oração de ódio à antiga legenda.
As manchetes de todos os jornais do país dão que o Planalto treme. Lula e Dilma tremem. Mas esse tremelique logo se acalma, quando, ao olhar ao redor, o que se vê é uma bola de ferro da corrupção amarrada nos pés de cada um. Por isso, o presidente Lula está certo de que o pontapé pode ser dado, mas o jogo do impeachment, preso à pelota da corrupção em massa, não vai permitir o prosseguimento da partida de Dilma.
Para uma República, que começa a ser desmantelada a partir de uma delegacia de polícia, sobrará pouco. Quem sabe a rota de fuga, anunciada na conversa gravada, não venha a ser usada efetivamente por todos os envolvidos citados. Na dúvida, melhor confiscar o passaporte dessa gente toda e reforçar o controle nas fronteiras. Sabe-se lá se há uma operação em curso que a Polícia Federal pode ter batizado de Montesquieu.
“Alguém ouviu algum barulho do PSDB? Tem alguém aí, oposição?”
Brasileiro desesperado gritando perto do castelo dos tucanos
Como a acusação vem antes da sentença, às vezes, a população cai em armadilhas. Em estacionamento público, uma mulher desceu do carro depois de parar na vaga de deficiente. Um grupinho de jovens logo se posicionou xingando a motorista. Ela calmamente pegou o documento e apresentou a todos. Ela sofre de esclerose múltipla.
Ninguém dá informação sobre a sede do Cota Mil Iate Clube, quando vai começar a construção, quanto vai custar, nem nada. (Publicado em 27/8/1961)
Por falar nisso, o Tribunal Regional Federal acaba de decidir que mulher com esclerose múltipla pode acumular aposentadoria e pensão por morte.
Governar conforme o Manual da boa administração dá um trabalho enorme. Poucos políticos possuem esse pendor. Definitivamente, o governo da presidente Dilma e de seu antecessor tem dado mostras claras, nesses últimos 13 anos, de que não entende do métier, nem mesmo possui disposição ou tino para tão enfadonha tarefa com tantas responsabilidades e demandando tanto preparo e estudo.
A maneira como a chefe do Executivo administra o Brasil é muito semelhante à realizada naquela pequena loja de bugiganga de R$ 1,99, aberta por ela em Porto Alegre em 1995 e fechada 17 meses depois. A cada rebaixamento feito pelas agências de risco, despencamos escada abaixo diante do mundo perplexo. A cada número da economia, vamos encontrando nosso lugar na rabeira do mundo civilizado. A cada anúncio de projeto açodado, emoldurado com discurso improvisado, seguimos certos a trajetória do foguete redentor de encontro ao chão.
A façanha de conseguir levar à bancarrota a outrora maior empresa brasileira e uma das maiores do mundo vai ficando pequena à medida que vão emergindo as consequências do que parece ser o maior desastre ambiental do país. Na tragédia anunciada, a inoperância do governo, por meio da cegueira dos órgãos de fiscalização, ficou ainda mais patente com a demora das principais autoridades em se mostrarem presentes no local do desastre. No mundo do marketing, é recomendado que a figura de políticos fique bem distante de calamidades públicas para não ter a imagem associada a fatos negativos.
A solidariedade, no caso, fica restrita a pronunciamentos com promessas vagas e quem sabe um sobrevoo feito bem lá no alto, longe de qualquer contato com a lama. Sujar os pés é para auxiliares e subalternos. Mas mesmo esses auxiliares não se mostraram presentes in loco. Esse vácuo repete o vazio da atual administração, que cuida apenas, neste momento, de sobreviver ao tsunami de lama que ameaça arrastar a todos por igual.
O desastre de Mariana mostra como estamos anos-luz de exemplos como o do gabinete de guerra (war rooms) do primeiro-ministro Winston Churchill, que, mesmo sob os escombros de uma Londres devastada pelas bombas nazistas, funcionava a todo vapor graças ao cabo de guerra em que se transformara o grande estadista. Muito além do desastre ambiental de Mariana, paira o fantasma da omissão, que assombra a todos e ameaça nos levar para o buraco.
“Nosso objetivo vai ser recuperar o Rio Doce. O Rio Doce é o sinônimo de vida da região. O Rio Doce é a bacia fantástica que tem esse nome extremamente sugestivo, que é doce e que nós não vamos deixar que fique marrom, ou marrom-alaranjado, que ele está hoje e que é o marrom da lama.”
Declaração de improviso da presidente da República do Brasil, Dilma Rousseff
Dad Squarisi é uma das avós mais dedicadas que conheço. Lembro a alegria dos netos rodeando-a em uma horta. João Marcelo, compenetrado, usava a enxadinha como gente grande. E não era só o pé na terra! Dad estimulou-o a ir além. Brotou o primeiro livro de João Marcelo, Horta em figurinhas. Agora recebo o convite para o lançamento do livro 007 e o sujeito, no próximo sábado, às 16h, na Livraria Cultura do Iguatemi. Do Sagrado Coração, são três alunos que assinam a história policial que decifra os mistérios da análise sintática: João Marcelo Squarisi, Matheus Santos Palmar e Thiago Rover Daio. Do Madre Carmen Sallés, Leo Marino G. Modernell.